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          Os Santos, que possuem a Deus no céu, interessam-se 
          pela nossa santificação e ajudam-nos a progredir na prática das 
          virtudes pela sua poderosa intercessão e nobres exemplos que nos 
          deixaram: devemos, pois, venerá-los; são poderosos intercessores: 
          devemos invocá-los; são nossos modelos: devemos imitá-los. 
          
          I. Devemos venerá-los. 
          Venerando-os, é o próprio Deus, é Jesus Cristo que veneramos neles. 
          Tudo o que neles há de bom é efetivamente obra de Deus e de seu divino 
          Filho. O seu ser natural não é mais que um reflexo das perfeições 
          divinas; as suas qualidades sobrenaturais são obras da graça divina 
          merecida por Jesus Cristo, incluindo os seus atos meritórios que, como 
          sendo propriedade deles, neste sentido que por seu livre consentimento 
          neles cooperaram com Deus, são também e principalmente dom daquele que 
          é sempre a sua causa primeira e eficaz. 
          
          Honramos, pois, nos Santos:
          a) Os santuários vivos da Santíssima Trindade que se dignou 
          habitar neles, ornar a sua alma das virtudes e dos dons, atuar sobre 
          as suas faculdades para lhes fazer produzir livremente atos meritórios 
          e conceder-lhes a graça insigne da perseverança; b) Os filhos 
          adotivos do Pai, por Ele singularmente amados, envolvidos pela sua 
          paternal solicitude a que souberam corresponder aproximando-se pouco a 
          pouco da sua santidade e perfeições; c) Os irmãos de Jesus 
          Cristo, seus membros fiéis que incorporados no seu corpo místico 
          receberam dele a vida espiritual e a cultivaram com amor e constância;
          d) Os templos e os agentes dóceis do Espírito Santo que se 
          deixaram guiar por Ele, pelas suas inspirações, em lugar de seguir 
          cegamente as tendências da natureza corrompida. 
          
          São estes os pensamentos que tão perfeitamente exprime 
          M. Olier: “Podereis para isso adorar com 
          profunda veneração essa vida de Deus derramada em todos os Santos: 
          honrareis a Jesus Cristo amando-os a todos e consumando-os pelo seu 
          divino Espírito, para fazer de todos uma só coisa nele… Ele é que é 
          nos Santos o cantor dos louvores divinos; Ele é que lhes põe todos os 
          seus cânticos nos lábios; por Ele é que todos os Santos o louvarão por 
          toda a eternidade”. 
          
          II. Devemos invocá-los 
          para obtermos mais facilmente, pela sua poderosa intercessão, as 
          graças de que precisamos. Não há dúvida que só a mediação de Jesus é 
          necessária, e basta plenamente em si mesma; mas, precisamente por 
          serem membros de Jesus ressuscitado, os Santos juntam as suas orações 
          às dele; é, pois, todo o corpo místico do Salvador que reza e faz 
          assim uma doce violência ao coração de Deus. Rezar com os Santos, é, 
          pois, unir as nossas orações às de todo o corpo místico e 
          assegurar-lhes a eficácia. Por outro lado, os Santos exultam de 
          interceder por nós: “Eles amam em nós 
          irmãos nascidos do mesmo Pai; têm compaixão de nós; lembrando-se, à 
          vista do nosso estado, daquele em que eles mesmos se encontraram, 
          reconhecem em nós almas que devem, como eles, contribuir para a glória 
          de Jesus Cristo. Que alegria não experimentam eles, quando podem 
          encontrar associados que os ajudem a tributar as suas homenagens a 
          Deus e a satisfazer o seu desejo de magnificar a Deus por centenas e 
          centenas de milhar de bocas se as tivessem!” (Idem.). 
          Assim, pois, o seu poder e bondade devem-nos inspirar plena confiança. 
          
          É, sobretudo, celebrando as suas festas que os 
          invocaremos de modo especial; assim entraremos na corrente litúrgica 
          da Igreja, e participaremos das virtudes particulares praticadas por 
          este ou por aquele santo. 
          
          III. Devemos, sobretudo, imitar as suas virtudes. 
          Todos se esmeraram em reproduzir os traços do divino modelo e todos 
          nos podem repetir a palavra de São Paulo: 
          “Sede meus imitadores, como eu o fui de Jesus Cristo”
          (1 Cor 4, 16).  Mas cultivaram quase sempre uma 
          virtude característica: uns a integridade da fé, outros a confiança ou 
          o amor; uns o espírito de sacrifício, a humildade, a pobreza; outros a 
          prudência, a fortaleza, a temperança ou a castidade. A cada um 
          pediremos mais particularmente a virtude em que sobressaiu, bem 
          persuadidos de que tem graça especial para no-la obter. 
          
          Os exemplos 
          daqueles que tiveram as mesmas paixões que nós, passaram pelas mesmas 
          tentações, e, apesar de tudo, sustentados pelas mesmas graças, 
          alcançaram a vitória, são um poderoso estímulo que nos faz corar da 
          nossa covardia, tomar enérgicas resoluções e fazer esforços constantes 
          para pô-las em execução. 
          
            
          
          A Moral da Igreja Católica ensina: 
          “Deus é Santo, e o seu Nome é 
          santo porque o nome representa a pessoa: há uma relação íntima entre a 
          pessoa e o nome que tem, como há entre o país, o seu governo e o 
          embaixador que o representa. Quando se honra ou se despreza o 
          embaixador, honra-se ou despreza-se o país por ele representado. Do 
          mesmo modo, quando falamos de Deus, não devemos pensar simplesmente 
          numas letras, mas sim no próprio Deus, Uno e Trino. Por isso havemos 
          de santificar o seu Nome e pronunciá-lo com grande respeito e 
          reverência. 
          
          São Paulo, por exemplo, 
          afirma que, ao pronunciar o Nome de Jesus se há de dobrar todo o 
          joelho na Terra, no Céu e nos Infernos (Fl 2, 10). 
          
          Os maiores milagres foram 
          feitos em nome de Jesus: ‘Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te 
          e anda!’ (At 3, 1-7). 
          
          Os Anjos e os Santos, no 
          Céu, louvam continuamente o Nome de Deus proclamando-o: Santo, Santo, 
          Santo! 
          
          Nós próprios, no Pai-Nosso, 
          pedimos: ‘Santificado seja o vosso Nome!’ Devemos esforçar-nos para 
          que o Nome de Deus seja glorificado em toda a Terra. 
          
          Com as devidas adaptações, 
          deve também ser HONRADO o NOME da Santíssima Virgem Maria, de São 
          José, dos Anjos e dos Santos” 
          (Curso de Teologia Moral). 
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