"O
impulso apostólico pertence essencialmente à profissão de fé cristã: com
efeito, "cada um é obrigado a difundir no meio dos outros a sua fé, seja para
instruir ou confirmar os outros fiéis, seja ainda para repelir os ataques do
infiéis," * especialmente nos tempos, como
os nossos, em que o apostolado é uma tarefa urgente para as difíceis
circunstâncias em que se acham a humanidade e a Igreja"
(Princeps Pastorum, 29). *
Santo Tomás de Aquino, Summ Theol. II-II, q. 3, a.2, ad 2.
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"Todo cristão deve estar convicto do seu
fundamental e primordial dever de ser testemunha da verdade em que crê e
da graça que o transformou. "Cristo — dizia um grande Padre da Igreja —
deixou-nos na terra a fim de que nos tornássemos faróis que iluminam,
doutores que ensinam; a fim de que cumpríssemos o nosso dever de
fermento; a fim de que nos comportássemos como anjos, como anunciadores
entre os homens; a fim de que fôssemos adultos entre os menores, homens
espirituais entre os carnais a fim de os ganharmos; a fim de que
fôssemos semente e déssemos frutos numerosos. Nem sequer seria
necessário expor a doutrina, se a nossa vida fosse irradiante a esse
ponto; não seria necessário recorrer às palavras, se as nossas obras
dessem um tal testemunho. Não haveria mais nenhum pagão, se nos
comportássemos como verdadeiros cristãos" *
(ibid. 31).
*
São João Crisóstomo, Hom. X in 1Tm.; Migne, PG LXII, 551.
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"Os fiéis cristãos, membros de um
organismo vivo, não podem ficar encerrados em si mesmos, e acreditar que
basta ter pensado e providenciado sobre as próprias necessidades
espirituais, para ter cumprido todo o seu dever. Em vez disso, cada um por
sua própria parte deve contribuir para o incremento e para a difusão do
reino de Deus na terra"
(Ibid. 37).
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"Todos devem entrar numa porfia de santa
emulação e dar assíduos testemunhos de zelo para o bem espiritual do
próximo, para a defesa da própria fé, para fazê-la conhecer a quem a
ignora completamente ou a quem mal a conhece e por isso a julga mal. Desde
a infância e desde a adolescência, mesmo nas mais jovens comunidades
cristãs é necessário que o clero, as famílias e as várias organizações
locais de apostolado inculquem este santo dever"
(Ibid. 38).
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"Enviada e evangelizadora, a Igreja
envia também ela própria evangelizadores. É ela que coloca em seus
lábios a Palavra que salva, que lhes explica a mensagem de que ela mesma
é depositária, que lhes confere o mandato que ela própria recebeu e que,
enfim, os envia a pregar. E a pregar, não as suas próprias pessoas *, mas sim um Evangelho
do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários absolutos, para dele
disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com a
máxima fidelidade"
(Evangelii Nuntiandi, 15).
*
Cf. 2Cor 4,5;
Santo Agostinho, Sermo XLVI, de Pastoribus: C.C.L. XLI, 529-530.
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"Evangelizar, para a Igreja, é levar a
Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude,
e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a
própria humanidade: "Eis que faço de novo todas as coisas" *1. No entanto não haverá
humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade
do batismo *2 e da vida segundo o
Evangelho *3"
(Ibid.
18). *1. Ap 21,5; 2Cor 5,17; Gl 6,15.
*2. Rm 6,4.
*3. Cf. Ef 4,23-24;
Cl 3,9-10.
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"A finalidade da evangelização,
portanto, é precisamente esta mudança interior; e se fosse necessário
traduzir isso em breves termos, o mais exato seria dizer que a Igreja
evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que
proclama *, ela procura
converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a
atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são
próprios"
(Ibid. 18).
* Cf. Rm 1,16; 1Cor
1,18; 2,4.
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"E esta Boa Nova há de ser proclamada,
antes de mais, pelo testemunho"
(Ibid. 21).
"Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as
promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem
anunciados"
(Ibid. 22). |
"E é por isto que, ao lado da
proclamação geral para todos do Evangelho, uma outra forma da sua
transmissão, de pessoa a pessoa, continua a ser válida e importante. O
mesmo Senhor a pôs em prática muitas vezes — por exemplo as conversas com Nicodemos, com
Zaqueu, com a Samaritana, com Simão, o fariseu, e com outros, atestam-no bem —
assim como os apóstolos"
(Ibid. 46).
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"O número daqueles que ignoram Cristo, e
não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase
duplicou desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade,
amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência
da missão"
(Redemptoris Missio, 3).
|
"Deus abre à Igreja os horizontes de uma
humanidade mais preparada para a sementeira evangélica. Sinto chegado o
momento de empenhar todas as forças eclesiais na nova evangelização e na
missão ad gentes. Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode
esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos"
(Ibid. 3).
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"Membros da Igreja, por força do
batismo, todos os cristãos são co-responsáveis pela atividade missionária" (Ibid. 77).
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"Não podemos ficar tranqüilos, ao pensar
nos milhões de irmãos e irmãs nossas, também eles redimidos pelo sangue de
Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus. A causa missionária deve ser,
para todo crente tal como para toda a Igreja, a primeira de todas as
causas, porque diz respeito ao destino eterno dos homens e responde ao
desígnio misterioso e misericordioso de Deus"
(Ibid.
86).
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"Hoje, como no passado, a missão
continua a ser difícil e complexa. Requer igualmente a coragem e a luz do
Espírito: vivemos, tantas vezes, o drama da primitiva comunidade cristã,
que via forças descrentes e hostis "coligarem-se contra o Senhor e contra
o seu Cristo"
(At 4,26).
Como então, hoje é necessário rezar para que Deus nos conceda o entusiasmo
para proclamar o Evangelho. Temos de perscrutar os caminhos misteriosos do
Espírito e, por ele, nos deixarmos conduzir para a verdade total
(Cf. Jo 16. 13)"
(Ibid. 87).
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"O chamado à missão deriva, por sua
natureza, da vocação à santidade. Todo missionário só o é, autenticamente
se se empenhar no caminho da santidade: "a santidade deve ser considerada
um pressuposto fundamental e uma condição totalmente insubstituível para
se realizar a missão de salvação da Igreja" *
(Ibid., 90)
* Exort. Ap. pós-sinodal Christifideles
Laici, 17: l.c., 419.
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