Anápolis, 29 de junho de 2015
À senhora Maria de Lourdes – Benfeitora do Instituto
Goiânia – GO
Prezada senhora,
é útil recomendar-se às orações das almas do purgatório?
É muito importante conhecer essa doutrina.
Alguns dizem que as
almas do purgatório não podem rezar por nós.
São levados pela autoridade de Santo Tomás de Aquino que
afirma estarem aquelas almas em estado de expiação, e, por isso,
inferiores a nós. Não se acham em condição de rezar por nós,
mas, pelo contrário, necessitam de nossas orações.
Mas muitos outros
doutores, como Belarmino, Sílvio, Cardeal Gotti e outros
afirmam, com muita probabilidade, que se deve crer piamente que
Deus manifesta-lhes nossas orações, a fim de que aquelas santas
almas rezem por nós, como nós rezamos por elas. Assim se
estabelecerá entre nós e elas este belíssimo intercâmbio de
caridade. Não obstante, como dizem Sílvio e Gotti,
o que diz o Angélico, isto é, que as almas padecentes não
se acham em estado de rezar. Uma coisa é não estar em
estado de rezar e outra é não poder rezar. É verdade que
aquelas almas santas não se acham em estado de rezar. Como diz
Santo Tomás de Aquino, estando no lugar de expiação, elas
são inferiores a nós e por isso necessitam das nossas orações.
Contudo, em tal estado, bem podem rezar, porque estão na
amizade de Deus. Se um pai, apesar de seu grande amor ao
filho, conserva-o encarcerado por alguma falta cometida, o
filho, em todo o caso, não está em condições de pedir alguma
coisa para si mesmo. Entretanto, por que não poderá pedir pelos
outros? Por que não poderá esperar ser atendido no que pede,
conhecendo o afeto que lhe tem o pai? Sendo assim, as almas do
purgatório, muito mais amadas de Deus e confirmadas em graça,
podem rezar por nós. Mas não é costume da Igreja
invocá-las e implorar sua intercessão, porque segundo a
providência ordinária, elas não têm conhecimento de nossas
súplicas. Todavia, acredita-se piamente, que o Senhor lhes faz
conhecer as nossas preces e, então, cheias de caridade não
deixam de pedir por nós. Santa Catarina de Bolonha, quando
desejava alcançar alguma graça, recorria às almas do purgatório
e era imediatamente atendida. Até dizia que muitas graças que
não havia obtido pela intercessão dos santos, conseguia
invocando as almas do purgatório (Santo Afonso Maria
de Ligório).
Deus lhe pague pela
preciosa ajuda.
Eu te abençoo e te
guardo no Coração de Nossa Senhora.
Com respeito e
gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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