Anápolis, 16 de dezembro de 2005
À Paternidade Dom Manoel Pestana Filho
Digníssimo Bispo Emérito da Diocese de
Anápolis – GO
Amável Paternidade, que o silêncio da Gruta de Belém
encha o vosso coração de alegria e felicidade: “Não pode haver
tristeza quando nasce a vida” (Dos Sermões
de São Leão Magno, Papa).
Aproximando a festa do Santo Natal, depois de ter
escrito dezenas de cartas aos meus benfeitores e de ter gravado
vários CD’s, principalmente o da Meditação sobre a Gruta de Belém, o
qual já vendemos 5000 em 40 dias, não pude deixar de comunicar
também com V. Amável Paternidade.
Tentarei ser breve, e dividirei esta carta em duas
partes:
PRIMEIRA PARTE
Chegou a grande hora de responder-lhe uma pergunta
que V. Amável Paternidade fez-me em uma carta de 30 de agosto de
1996, isto é, há 9 anos atrás, sendo que a guardo em meus arquivos
com zelo e cuidado: “Continuo exigindo uma resposta sua,
corajosa, sobre quem me acusou de ter ficado com o dinheiro da
construção da igreja do seminário”. Dei tempo ao tempo, e agora
vou revelar-lhe, porque não posso deixar V. Doce Paternidade partir
para a eternidade sem conhecê-los: são dois sacerdotes; o Superior,
Pe. ..., e o Vice-Superior, Pe. ...do Seminário Imaculado Coração de
Maria, que já abandonou o ministério
sacerdotal.
Lembro-me com arrepios daquele terrível início de
noite, quando esses "ingratos “crucificaram" V. Amável
Paternidade. Estava eu lavando a louça do jantar, quando entrei no
refeitório para recolher os pratos, e vi os dois esmurrarem a mesa
dizendo que não era justo o Bispo ficar com o dinheiro da construção
da igreja do seminário.
V. Amável Paternidade não deveria se irritar diante
de tal acusação, porque essa vossa fraqueza de desviar dinheiro é
antiga. Lembra-se daquela carta do Revmo. Pe. Vittorio Lucchese, de
17/02/1986 (cuja cópia lhe enviei, e agora recentemente a mesma foi
enviada a boa parte do clero de Anápolis) que diz: “É justo
aplicar na construção do CTL, o dinheiro que consegui para o
seminário?”, e também, um padre diocesano, o Revmo. Pe. ... a um
tempo atrás disse que V. Amável Paternidade estava planejando
apoderar-se do meu seminário, que consegui com dinheiro de esmolas.
Veja, V. Amável Paternidade, essa sua fraqueza é antiga; espero que
tenha feito tudo com reta intenção.
SEGUNDA PARTE
Como V. Amável Paternidade teve a coragem de colocar
à frente do vosso seminário, como superiores, tais pessoas?
Pe. ...: esse foi nosso superior e professor durante
anos. Conforme tenho em mãos, um decreto de suspensão de ordem
emitido pelo senhor Bispo ..., esse padre cometera pedofilia, e tudo indica, pelo
comentário dos fiéis, o tal cometia essa aberração desde que V.
Amável Paternidade ainda era Bispo. Como fizestes “vistas grossas”
diante de tamanho absurdo? Esse vosso silêncio seria prudência ou
covardia? Prefiro ficar com a segunda.
Pe. ...: esse, quando era seminarista, ficou como
superior do vosso seminário por um bom tempo, tendo por vice, a sua
“namorada” ..., hoje sacerdote da Diocese de Viana,
Maranhão.
V. Amável Paternidade se lembra daquela manhã em que
três seminaristas (..., hoje sacerdote aqui em Anápolis, ..., hoje
sacerdote na Diocese de Campina Grande, Paraíba, e eu, Divino
Antônio Lopes, sacerdote da Diocese de Anápolis), fomos à Cúria
Diocesana para contar-lhe sobre o namoro entre o vosso protegido, o
descontrolado sexualmente, ... e o .... No início, o senhor
arregalou os olhos e saiu logo em defesa do vosso protegido que
conquistara a vossa amizade, limpando o quintal da Residência
Episcopal aos sábados, inclusive uma vez eu participei dessa
limpeza, foi justamente quando V. Doce Paternidade, irritado por
alguém ter cortado um cipó de vossa plantação, jogou o mesmo contra
o meu rosto, fato que já mencionei em outra carta.
O senhor disse, em defesa do vosso protegido, que ele
era inocente e que o culpado e sedutor era o .... Como V. Sábia
Paternidade fez tal afirmação com tanta certeza? Será que já sabia
de tal acontecimento e os protegia?
Tivemos que suportar, por um bom tempo o vosso
protegido como superior. Graças a Deus, existe o Anjo da Guarda para
proteger aqueles que possuem reta intenção. Será até quando o
desequilibrado Pe. ... (chamado de “O LOUCÃO” pelo povo do
ECC) manterá a aparência? V. Amável Paternidade sempre o trouxe
guardadinho dentro da Cúria Diocesana para que o mesmo não se
revelasse tão abertamente; agora dizem que ele é o ..., tudo indica
que o senhor está por trás, porque não suportaria ver a queda do
vosso protegido. Quando o senhor partir para a eternidade, quem o
protegerá? Certamente colocará abertamente as unhas de fora, como o
fez o Pe. ....
Pe. ...: esse foi o nosso superior por um bom tempo,
e o mesmo, em plena atividade de superior se bronzeava perto da
minha janela, em pleno sol de agosto e setembro, e saía tarde da
noite à paisana para noitadas com dona..., com quem vive hoje,
viúva de um ex-maçom. V. Amável Paternidade também foi avisado sobre
tal fato, mas pelo referido sacerdote ser “monge” da Santa
Cruz e estrangeiro, o senhor com certeza, achou melhor usar de “prudência”.
Quem sabe, isso não seria um terrível castigo de Deus por ele ter
acusado V. Justa Paternidade de ladrão!
Olhando pelos túneis escuros e pelos pântanos
escorregadios que passei em vosso seminário, agradeço imensamente a
Deus, por ter me protegido e me ajudado a permanecer de pé.
Concluo esta carta, pedindo que V. Amável Paternidade
una-se a nós em oração nesse dia 24 de dezembro, após a Missa do
Galo, quando inauguraremos, na minha Cidade Missionária, o nosso
sofisticadíssimo Estúdio São Gregório Magno, onde gravarei centenas
e centenas de CD’s para evangelizar as famílias. Assim como o senhor
alugou a Rádio Cidade de Jaraguá pagando aproximadamente R$
100.000,00 por ano para que eu não fizesse programa, quem sabe agora
V. Amável Paternidade compre todos os cd’s e toca cd’s do Brasil
para que ninguém ouça as minhas pregações.
Tenho a alegria de dizer-lhe, como está no site do
meu Instituto, que em dez meses já vendemos 20.000 cd’s, e que a
partir de 2006, gravarei 100 matrizes de cd anualmente; tenho a
alegria de pregar diariamente para 100 famílias, sem ter que me
vender quanto à doutrina para certas pessoas volúveis que vivem
sempre sobre o muro.
A vossa perseguição contra a minha pessoa e o meu
Instituto, com calúnias, fofocas e difamações, serviu para nos
impulsionar; o senhor apertou a mola, e agora ela deu um belíssimo
salto.
Peço que V. Doce Paternidade abençoe a mim e as
pessoas com quem trabalho, principalmente os membros do Movimento
Missionário Lanceiros de Lanciano, que te livrou de muitos vexames.
Respeitosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Obs: Os nomes dos sacerdotes e leigos
foram preservados nessa página, porém, os mesmos estão citados na
carta original que se encontra guardada em nossos arquivos.
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