Anápolis, 07 de abril de 2008
Ao Excelentíssimo e Digníssimo
Dom Manoel Pestana Filho
Bispo Emérito de Anápolis – GO
Excelência, que Cristo ressuscitado
esteja em sua alma imortal: “Ó Cristo ressuscitado, convosco
também nós devemos ressuscitar. Desaparecestes das vistas dos homens
e devemos nós seguir-vos” (J. H. Newman, Maturidade cristã, pp. 190-194).
Na Quaresma e Oitava da Páscoa recebi
a visita de alguns sacerdotes diocesanos de Anápolis, e também duas
cartas escritas por sacerdotes dessa Diocese.
Depois de ouvi-los e ler as cartas,
resolvi escrever-lhe.
Vi nos sacerdotes e nas cartas, um
certo desespero e confusão. Confesso-lhe que não sabia que a
situação estava tão grave; só tomei conhecimento depois de ouvir os
sacerdotes e ler as cartas. Que Deus os ajude!
Dentre outros assuntos, o que mais os
sacerdotes repetiam foram:
1. Que as mesas de comunhão foram
arrancadas das igrejas.
2. Que os sacerdotes estão orientando
mal as pessoas no confessionário.
3. Que os fiéis não podem receber a
Comunhão ajoelhados.
4. Que tudo o que Vossa Paternidade
fez durante mais de vinte anos está sendo destruído rápido e
furiosamente.
Querido pastor, senti grande pena ao
perceber tamanho desespero de tais sacerdotes.
O que mais chamou a minha atenção,
foi os mesmos dizerem que a destruição está sendo feita com a ajuda
de sacerdotes que o senhor apoiou desde o seminário. Penso que o
coração de Vossa Amável Paternidade deve estar destroçado. Com
certeza, o senhor jamais imaginaria que isso fosse acontecer.
Lembre-se, Bondosa Paternidade, de
que o coração do homem é um abismo, também o de muitos sacerdotes.
Querido pastor, cada dia que passa,
mais me ENCANTA a MISERICÓRDIA e a JUSTIÇA de
Deus. O senhor TRABALHOU furiosamente, juntamente com alguns
padres, para destruir a mim e a minha família religiosa, e agora o
senhor está presenciando a DESTRUIÇÃO do seu trabalho. Nada
melhor do que um dia após o outro.
Eu e minha família religiosa
conseguimos, com a graça de Deus, passar pelo TÚNEL ESCURO, e
continuamos a trabalhar alegremente para a glória de Deus; rezo para
que o senhor também tenha força para suportar o peso da cruz.
Como o senhor se sente, vendo os
padres formados pelo senhor ajudando a destruir o seu trabalho?
Rezarei pelo senhor para que tenha força.
Envio-lhe, em anexo, as duas cartas
que recebi, para que Vossa Doce Paternidade veja que é verdadeiro o
que escrevo.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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