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			Aos detentos da Penitenciária João Batista de Santana 
			– Riolândia – São Paulo 
			  
			
			Circular n.º 01 
			  
			
			Anápolis, 15 de setembro de 2011 
			  
			
			Prezados, sofram com paciência e confiantes na 
			misericórdia de Deus que perdoa um coração arrependido: 
			“Se Deus não fosse Deus, pareceria injusto 
			pela sua paciência para com o pecador” (Santo 
			Agostinho). 
			  
			
			Lembrem-se continuamente de que existe um Deus que 
			perdoa um coração arrependido e com firme propósito de mudar de 
			vida. 
			
			Vocês estão na Penitenciária pagando por algo que 
			fizeram de mal; não fiquem revoltados nem façam ameaças ao próximo, 
			mas agradeçam a Deus por estarem vivos e poderem ainda 
			“mergulharem” na infinita misericórdia do Criador. Por 
			maiores que sejam seus pecados, a misericórdia de Deus é ainda bem 
			maior e Ele está pronto para perdoá-los: 
			“Quando o pecador se arrepende das faltas passadas é perdoado. Minha 
			misericórdia é infinitamente maior que todos os pecados que um homem 
			possa cometer. Entristece-me o fato de que alguém considere suas 
			faltas maiores que meu perdão” (Santa Catarina de 
			Sena, O Diálogo). 
			
			Não se cuida de uma ferida usando pontas de prego ou 
			faca, caso usasse prego ou faca, a ferida aumentaria e se agravaria 
			levando o enfermo à morte. 
			
			O mesmo acontece com o detento. O mesmo já carrega 
			uma grande “ferida” na vida, isto é, o mal que 
			praticou; se o detento vive revoltado, xingando, maldizendo, com o 
			coração cheio de ódio, planejando matar alguém... a situação só vai 
			piorando e se agravando. Não se apaga um fogo colocando mais 
			gasolina sobre ele; mas sim, colocando água, muita água. 
			
			Caríssimos, o melhor remédio para curar a 
			“ferida” do mal praticado é pedir com humildade a 
			misericórdia de Deus... é confiar na bondade de Cristo Jesus que 
			perdoa um detento desejoso de voltar para Ele: 
			“Com quanto amor e ternura Deus abraça o 
			pecador que volta para ele! Jesus Cristo claramente no-lo ensina por 
			meio da parábola do Bom Pastor, que, falando da ovelha perdida, a 
			põe amorosamente aos ombros” (Santo Afonso Maria 
			de Ligório). 
			
			Não se revoltem nem façam motins... agradeçam a Deus 
			por estarem vivos e poderem voltar para Ele... depende só de vocês. 
			
			Um dia vocês sairão dessa Penitenciária... depois que 
			cumprirem a pena; mas as almas que estão na prisão do inferno jamais 
			sairão daquele mar de fogo. 
			
			Sou um padre... nasci no município de Riolândia. 
			
			Rezo por vocês, pelos policiais e funcionários que 
			cuidam dessa Penitenciária.  
			
			Que o Deus eterno e misericordioso abençoe a todos. 
			
			Atenciosamente, 
			  
			
			Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
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