Aos detentos do Presídio José Antônio Garrote
(Distrito de Sarandi) – Município de Itumbiara – GO
Circular n.º 01
Anápolis, 25 de maio de 2016
Prezados detentos, BUSQUEM a Deus de
todo o coração… somente esse Senhor cheio de AMOR e
CARINHO pode consolar um coração
angustiado e desprezado. As criaturas são
vazias e falsas:
“Dai-nos, Deus, vosso auxílio na angústia,
nada vale o socorro dos homens!”
(Sl 107, 13).
Feliz do preso que aproveita o tempo de
RECLUSÃO para CONHECER a Deus, para
MERGULHAR na GRANDEZA do Criador… para BEBER
na FONTE PURA do Senhor que o ama com amor
infinito. Quem possui Deus VIVE FELIZ e não
precisa mendigar o amor das criaturas:
“Sou a pessoa mais feliz. Já não desejo nada porque meu ser está
saciado com o Deus Amor” (Santa
Teresa dos Andes).
O detento deve REPETIR todos os dias
essa GRANDE VERDADE: Estou na cadeia, nem por
isso deixei de ser filho de Deus… Deus quer a minha mudança de vida…
quero conhecer esse Deus que me criou e que cuida de mim… quero
sondar as profundezas desse Deus tão BOM e JUSTO.
Eis aqui o RESUMO das PERFEIÇÕES de Deus.
Para entender essa matéria é preciso prestar muita atenção e
reler.
Uma perfeição é uma qualidade que torna melhor aquele
que a possui. Falando de Deus, dizemos que é infinitamente perfeito,
isto é, que tem todas as perfeições desejáveis e possíveis, e as
possui num grau infinito, isto é, suas perfeições não têm
limites. Todavia, seria erro acreditar que as perfeições em
Deus são distintas umas das outras, e, por conseguinte, múltiplas.
Não, Deus tem a soberana perfeição, o infinito, e esta palavra diz
tudo. Mas nosso espírito limitado, quando considera a Deus,
não tem a força de ver tudo em conjunto e percebe nele atributos ou
perfeições de diversos gêneros.
Há perfeições que constituem a essência
divina e que não pertencem senão a Deus. São:
1.ª A eternidade.
– Deus, sendo o ser necessário, a causa primordial, sempre existiu e
existirá sempre; pois que existe por si mesmo, não pode ter nem
começo, nem sucessão, nem fim:
“Eu sou aquele que é” (Ex 3, 14).
É como se dissesse: Eu sou o Ser por excelência, de cuja essência é
o existir, que existo por mim mesmo e que não posso não existir.
Revelou-se, pois, Deus como o Ser necessário.
2.ª A unidade. –
Esta qualidade pertence igualmente à essência divina; de outro modo
Deus não seria mais o Ser supremo. A razão nos diz que basta um Deus
para explicar tudo e que o infinito não podendo ter coisa igual,
vários Deuses se excluiriam uns aos outros.
A unidade, ou antes, a unicidade é um atributo
necessário do Ser infinitamente perfeito. Se de fato houvesse vários
deuses, difeririam entre si em alguma coisa.
3.ª A simplicidade.
– Esta palavra exprime a exclusão de todas as imperfeições do
composto e da matéria; é isto que significa a expressão: puro
espírito.
4.ª A imutabilidade.
– Isto é, Deus não muda, não pode adquirir nem perder coisa alguma;
não modifica suas previsões nem suas vontades, e as variações que
lhe atribuímos não existem senão com relação a nós.
5.ª A imensidade.
– Sem limites no tempo, Deus nem tão pouco os tem na extensão. Está
em toda a parte, no céu, sobre a terra, em todos os lugares, não
como os corpos que necessitam de uma porção limitada do espaço, mas
como os espíritos e, mais ou menos, como nossa alma está toda
inteira e em cada parte do corpo que ela anima.
Há em Deus outras perfeições que se
nomeiam pelo nome de atributos operativos e que são os
princípios de seus atos; Ele os possui no supremo grau, mas permite
que o homem os possua também em certo grau. São:
1.ª A inteligência,
que se chama em Deus onisciência ou sabedoria
infinita; por ela Deus vê tudo junto: o passado, o presente
e até os nossos mais secretos pensamentos, e isto sem diminuir em
nada a nossa liberdade: “Deus julgará
todas as ações, boas ou más, mesmo as ocultas”
(Ecl 12, 14).
2.ª A vontade: é,
em Deus, uma faculdade livremente ativa de fazer o que lhe apraz (agrada);
a vontade humana é a imagem da vontade divina, com esta diferença
porém, que em Deus a infinita perfeição exige que sua vontade não se
dirija, senão para o bem.
3.ª A onipotência:
isto é, Deus fez e pode fazer tudo o que Ele quer, sem esforço e por
sua só vontade, exceto tudo o que envolve pecado ou contradição:
“Mas sabeis que ele se manifestou para tirar
os pecados e nele não há pecado”
(1 Jo 3, 5).
Enfim, Deus possui ainda outras perfeições
que se chamam atributos morais. São como que as
virtudes de Deus que as criaturas racionais devem procurar imitar.
Desta categoria são:
1.º A sabedoria:
é esta perfeição moral em virtude da qual Deus se determina sempre
para fins dignos de sua infinita perfeição.
2.ª A bondade: é
esta propensão que leva Deus a procurar o bem de suas criaturas. - A
bondade de Deus é tão manifesta que costumamos designá-lo por este
atributo, e dizemos: o bom Deus! Quando a bondade de
Deus se exerce em favor do pecador e tende a convertê-lo e
conceder-lhe o perdão, chama-se misericórdia.
3.ª A santidade:
designamos por esta palavra o ódio infinito ao mal. Na realidade,
Deus é santo; pois não pode amar o pecado e é, pelo contrário, o
autor de todas as virtudes. A santidade tem por consequência a
justiça, que consiste em castigar o mal e recompensar a virtude.
4.ª Enfim, a
Providência: é uma perfeição que abrange a sabedoria, a
bondade e a solicitude de Deus no governo do mundo. Em virtude de
sua providência Deus toma cuidado de todas as criaturas. Governa o
mundo físico, o sol, os astros, a terra, as estações, o oceano. Vela
em particular sobre o homem, “não permitindo que um cabelo
caia da nossa cabeça sem sua ordem”. Governa igualmente os
povos, e a história da humanidade não é senão o resultado da ação de
Deus sobre os impérios.
Algumas desordens aparentes no mundo físico ou no
mundo moral não anulam o dogma da Providência;
neste mundo não podemos apreciar as razões de Deus; só na eternidade
é que havemos de avaliá-las perfeitamente.
Aqui está o RESUMO das PERFEIÇÕES de Deus.
Não basta conhecer as PERFEIÇÕES do Criador,
mas é preciso BUSCAR a SANTIDADE de VIDA… imitando-O:
“Portanto, deveis ser perfeitos como o
vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).
O detento não está dispensado da SANTIDADE…
Deus quer que todos sejam SANTOS, como São Dimas, o Bom Ladrão
que se santificou. O mau ladrão chamado Gestas
se rebelou e se perdeu, não se santificou.
O preso deve RESPEITAR os policiais, os
funcionários e os companheiros de cela… expulsando do
coração o desejo de realizar motins e revoltas.
Feliz do detento que LUTA pela
PAZ dentro da cela, esse agrada muito a Deus. Infeliz do
preso briguento e arruaceiro, esse
agrada a Satanás.
É grande sabedoria expulsar do coração a
VINGANÇA… QUEM vinga SERÁ CASTIGADO POR DEUS:
“Aquele que se vinga
encontrará a vingança do Senhor” (Eclo 28, 1).
Sou um padre. Rezo por vocês, pelos policiais e
funcionários que cuidam do Presídio José Antônio Garrote
(Distrito de Sarandi) – Município de Itumbiara – GO.
VIVAM EM PAZ!
Que o Criador do universo abençoe a todos.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
|