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			Aos detentos do Estabelecimento Penal Masculino 
			Ricardo Brandão – Ponta Porã – MS 
			  
			
			Circular n.º 01 
			  
			
			Anápolis, 16 de junho de 2016 
			  
			
			Caríssimos detentos, EXPULSEM do 
			coração tudo o que DESAGRADA a Deus e REALIZEM 
			somente o BEM; quem faz o BEM AGRADA a 
			Deus e ENTESOURA PRECIOSOS TESOUROS no céu: 
			“... seja vossa preocupação fazer o que é 
			bom para todos os homens”
			(Rm 12, 17). 
			  
			
			Nenhum preso poderá se DESCULPAR quando 
			comparecer diante do Tribunal de Deus após a morte por 
			não ter PRATICADO o BEM... porque muitas coisas boas podem ser 
			feitas, mesmo estando atrás das grades. 
			
			A Palavra de Deus ordena que o encarcerado 
			REALIZE o BEM enquanto é tempo, porque a vida é curta:
			“Quanto a vós, irmãos, não vos canseis de 
			fazer o bem” (2 Ts 3, 13), e: 
			“Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o 
			faz incorre em pecado” (Tg 4, 17), 
			e também: “Não 
			desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu 
			tempo colheremos” (Gl 6, 9). É 
			preciso FAZER o BEM... HOJE, AGORA... 
			enquanto o coração está pulsando, porque depois da morte é 
			impossível realizá-lo: “Hoje Deus te 
			chama a fazer o bem, faze-o hoje mesmo, porque amanhã talvez já não 
			terás tempo, ou Deus não te chamará”
			(Santo Afonso Maria de Ligório). 
			
			Como um detento pode REALIZAR o BEM? Não 
			organizar MOTINS nem REBELIÕES... não planejar fugas... evitar 
			brigas e discussões... rezar e ler bons livros, principalmente a 
			Bíblia... não dizer palavrões nem contar piadas imorais... não olhar 
			pornografia... perdoar as ofensas dos companheiros de cela... 
			RESPEITAR o Delegado, policiais e funcionários da cadeia... arrancar 
			do coração o ódio, revolta e vingança... trabalhar com alegria e 
			dedicação... oferecer o sofrimento pelo conversão de todos os presos. 
			
			Deus criou o preso para ser SANTO... 
			não MONSTRO: “Porquanto, é 
			essa a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3). O preso que não 
			se santificar irá para o inferno após a morte, porque somente os 
			SANTOS entrarão no céu: “Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o 
			Senhor”
			(Hb 12, 14). Deve ser muito 
			triste e terrível sofrer aqui na terra e depois no inferno. 
			
			O detento que REALIZA o BEM é SÁBIO e AMIGO de 
			Deus: A bondade é o único 
			investimento que nunca vai à falência... A alegria de fazer o bem é 
			a única felicidade verdadeira... Saber encontrar a alegria na 
			alegria dos outros, é o segredo da felicidade... Ver o bem e não 
			fazê-lo é sinal de covardia... Não basta fazer coisas boas; é 
			preciso fazê-las bem... O primeiro passo para o bem é não fazer o 
			mal...
			Quem faz o bem conquista paz 
			interior...
			Pense bem no que você vai fazer, 
			e todos os seus planos darão certo. 
			
			Infeliz do preso que VIVE MERGULHADO na
			REVOLTA e no desejo de REALIZAR MÁS OBRAS; ele 
			jamais será feliz, porque não agrada a Deus um coração cheio de ódio:
			“Longe de mim o coração pervertido, eu 
			ignoro o perverso” (Sl 100, 4). 
			
			O encarcerado não deve PIORAR a sua situação 
			diante da justiça e dos policiais agindo com REBELDIA e GROSSERIA. 
			Ninguém está na cadeia por ser um “anjo” ou por ter 
			“escorregado” do céu por descuido. Feliz do preso que 
			ESPERA com PACIÊNCIA a hora certa de deixar 
			a prisão... que SUPORTA as dificuldades 
			que surgem no presídio sem REALIZAR MOTINS e 
			REBELIÕES. Jogar camas, colchões, cadeiras, mesas e 
			panelas pelas janelas só vai PIORAR a 
			SITUAÇÃO diante da justiça. A VIOLÊNCIA 
			nunca faz BEM: “A violência 
			destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a 
			liberdade do ser humano”
			(São João Paulo II). 
			
			Feliz do encarcerado que RECONHECE com
			HUMILDADE os seus ERROS e ACEITA 
			a PUNIÇÃO dada pela justiça. É melhor sofrer na 
			cadeia aqui da terra, do que sofrer no inferno que é eterno... para 
			sempre. 
			
			O detento que possui Deus no coração pode transformar 
			a sua cela num “pequeno céu”... basta querer! 
			Quem é católico deve pedir a presença de um sacerdote para se 
			confessar. A confissão é o sacramento da PAZ e da ALEGRIA. 
			
			Quem vive na presença de Deus não sente o peso da 
			prisão... e se sente, suporta tudo por amor ao Criador. 
			
			Sejam homens do bem... não “chorem” diante dos 
			obstáculos... O verdadeiro homem mede a sua força quando se defronta 
			com o obstáculo. 
			
			Sejam amigos de Deus... Ele perdoa um coração 
			contrito e humilhado. 
			
			Sou um padre. Rezo por vocês, pelos policiais e 
			funcionários que cuidam do Estabelecimento Penal Masculino 
			Ricardo Brandão. 
			
			VIVAM EM PAZ! 
			
			Que o Deus Santo e Fiel abençoe a todos. 
			
			Atenciosamente, 
			  
			
			Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
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