Aos detentos do Estabelecimento Prisional de
Lisboa – Portugal
Circular n.º 01
Anápolis (Brasil), 24 de agosto de 2016
Estimados detentos,
somente em Deus é possível encontrar a verdadeira FELICIDADE... as
coisas passageiras desse mundo não podem alegrar uma alma criada
para a Eternidade Feliz: “A nossa alma
aspira a um bem pleno, a um bem infinito, a um bem que não envolva a
menor sombra de mal: e só Deus é a plenitude dos bens, só Ele o bem
infinito, só Ele o bem por excelência” (Pe.
Alexandrino Monteiro).
Deus criou o preso
para ser FELIZ, para percorrer o caminho do BEM
e, depois da morte, “mergulhar” na FELICIDADE ETERNA... no céu.
Uma pessoa que já percorreu o TRISTE
caminho do ASSASSINATO, ROUBO, DROGAS e OUTROS,
sabe muito bem que não existe FELICIDADE no
MUNDO do CRIME. Fomos criados por Deus para a
FELICIDADE, para sermos felizes... somente Deus pode
saciar perfeitamente o nosso coração. No MUNDO do CRIME só há
felicidade efêmera e paz ilusória.
O detento é filho de Deus e sabe muito
bem que a vida é curta e passageira. O mesmo deve
aproveitar o tempo na penitenciária para se aproximar de Deus
enquanto é tempo. É TRISTE sofrer na prisão aqui da terra, e
depois da morte sofrer na “prisão” do inferno para sempre junto com
os Demônios.
A VERDADEIRA FELICIDADE não está na
imoralidade, na bebida alcoólica, na prostituição, na
pornografia, no ódio, na vingança, nos MOTINS, REVOLTAS e
REBELIÕES... Só em Deus há FELICIDADE... quem
serve o mundo nunca está tranquilo e feliz:
“Nosso coração está inquieto, ó Deus, até
que repouse em ti” (Santo Agostinho).
Quem quiser ser FELIZ deve SEGUIR
o que Deus ordena e voltar as costas para as coisas vazias desse
mundo. É grande ignorância buscar a FELICIDADE na
terra, isto é, no que passa... a FELICIDADE vale mais que o
ouro e a prata, mas não está aqui nesse mundo.
O preso deve olhar sempre para o alto, isto é, para
Deus, FONTE da VERDADEIRA FELICIDADE.
O que fazer para possuir a FELICIDADE vivendo
num presídio e dentro de uma cela? 1.º Pedir a presença de um
sacerdote para confessar os pecados. A Confissão é o sacramento da
felicidade, paz e alegria. O pecado expulsa a felicidade do coração.
2.º Ocupar bem o tempo com leituras espirituais: Sagrada Escritura,
Vida dos Santos, Catecismo e outros livros piedosos. 3.º Fazer o bem
aos companheiros. 4.º Ser luz com o exemplo. 5.º Rezar com fervor.
6.º Ficar distante de MOTINS e REBELIÕES. 7.º Respeitar o delegado,
policiais e funcionários do presídio. 8.º Ter paciência nas
provações. 9.º Falar somente o que edifica. 10.º Cuidar com zelo dos
móveis do presídio.
É correto um detento MATAR o seu próximo?
Não! MATAR é pecado:
“Não matarás” (Ex 20, 13).
O homicídio é a morte dada voluntária e
injustamente ao próximo. O homicídio é crime horrível,
um atentado contra o soberano domínio de Deus, uma injustiça para
com a vítima, para com a família dela e para com a sociedade.
É correto um preso cometer SUICÍDIO?
Não! O SUICÍDIO é o crime daquele que
se dá a morte a si próprio. Este pecado é gravíssimo.
NENHUMA RAZÃO PODE DESCULPAR O SUICÍDIO VOLUNTÁRIO.
É correto um encarcerado ESTUPRAR outro que foi
preso por ser ESTUPRADOR? Não! Quem
faz isso comete um PECADO GRAVÍSSIMO e se iguala ao
estuprador. É preciso deixar a justiça PUNIR o estuprador. É
também pecado gravíssimo um homem cometer sexo com outro
homem, mesmo com a intenção de puni-lo:
“Não te deitarás com um homem como se deita
com uma mulher. É uma abominação” (Lv 18, 21).
O preso deve buscar todos os dias a verdadeira
LIBERDADE.
Ela não consiste em correr pelas ruas de uma cidade ou pelos campos
de uma fazenda; mas sim, em expulsar o pecado do coração e colocar
Deus nele. Quem possui Deus é livre, mesmo estando atrás das
grades.
O detento não pode deixar o DESÂNIMO entrar em
seu coração. O DESÂNIMO e o PESSIMISMO não resolvem nada.
É preciso manter os olhos fixos em Deus e pedir-lhe
AJUDA, FORÇA e PROTEÇÃO...
somente o Criador pode ajudar um coração angustiado:
“É feliz todo homem que busca
seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança”
(Sl 145, 5).
Feliz do encarcerado que suporta com paciência
as provações do presídio. É melhor sofrer atrás das grades no
presídio, do que sofrer nas chamas do inferno após a morte.
O detento não caiu do céu por descuido.
Está na prisão porque cometeu algum crime.
Sou um padre. Rezo por vocês, delegado,
policiais e funcionários que cuidam do Estabelecimento Prisional de
Lisboa.
VIVAM EM PAZ!
Que o Deus, fonte da verdadeira felicidade, abençoe a
todos.
Atenciosamente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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