Anápolis, 20 de novembro de 2017
Ao Revmo. Pe. João de Deus Lira da Costa
Diocese de Campina Grande
– PB
Caríssimo sacerdote, que a paz do Coração do Menino
Jesus esteja no seu coração: “A minha
alma enamorou-se de Vós, ó meu amável Deus-Menino. Amo-Vos, meu doce
Salvador”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
O Santo Natal está se aproximando!
Prostremo-nos aos pés do Menino Jesus para adorá-lo com fé,
respeito e alegria.
Agora é tempo de conhecer melhor o nosso Salvador que
quis nascer criança na pobre gruta de Belém.
O Filho de Deus se fez homem, tomando um corpo e uma
alma, como nós, nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra
do Espírito Santo.
Jesus Cristo praticou a humildade de obscuridade
antes de nascer encerrando-se durante nove meses no ventre de Nossa
Senhora, onde oculta os seus atributos divinos da maneira mais
completa; submetendo-se a um edito de César; sofrendo, sem se
queixar, as repulsas desdenhosas de que é vítima sua Mãe; padecendo,
sobretudo, da ingratidão dos homens que não pensam em lhe preparar
um lugar nos seus corações.
Jesus Cristo, como Deus, existiu sempre; como
homem, começou a existir desde o momento da encarnação.
Antes de se encarnar no seio de Maria, o Filho de
Deus era puríssimo espírito. Antes de se encarnar, não existia Jesus
Cristo, como Homem-Deus, mas só o Filho de Deus, puríssimo espírito.
A segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que pela sua natureza
divina já existia, pela sua natureza divina encarnou – tomou a
natureza humana – no ventre da Virgem Maria.
Como nasceu o Menino Jesus?
Nasceu como homem! Com lágrimas nos olhos, com dores
no delicado corpo, com frio em todos os membros e com falta de tudo!
Nasceu como servo e não como rei, nasceu na humilhação, nasceu com
toda a sua divina grandeza encoberta. Nasceu numa gruta úmida
e fria, onde faltava o aconchego do lar doméstico, um berço, o
asseio... faltava tudo! Nasceu nas horas mortas da noite, quando
todos dormiam, quando ninguém o esperava, quando os homens, cansados
uns do trabalho, outros dos divertimentos, se entregavam ao sono.
Não esperou que fosse dia para nascer, a fim de não ser visto e
conhecido. Nasceu de noite para que, despertando a humanidade
com o raiar da aurora, encontrasse já nascido o Sol de Israel que
lhe vinha trazer a salvação. Porque vinha ser a luz do mundo, o Sol
esplendoroso que vinha dissipar as sombras que pesavam sobre os
homens desde que o paraíso se fechou. Para mostrar que era bem
escura a noite em que vivia todo o gênero humano, e que essa noite
ia ter o seu fim com o amanhecer do solene dia da redenção.
Por que o Menino Jesus nasceu no mais completo
abandono?
Para que nós tenhamos por melhor que o nosso nome
seja desconhecido; e para que vendo-nos desprezados dos homens, nos
consolemos com o seu exemplo.
Por que Jesus Cristo quis nascer criança?
1.º Quis desta forma mostrar-nos a sua
propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. 2.º Quis
afastar de nós todo o temor ao vermo-lo reduzido, por assim dizer, a
um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados.
3.º Para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de
ternura.
Por que Jesus Cristo quis nascer pobre?
Para nos ensinar que não devemos prender o
nosso coração às riquezas do mundo.
O sono do Menino Jesus era muito diferente do
sono das outras crianças. Enquanto dormia seu corpo, a alma unida à
Pessoa do Verbo velava. Desde então pensava nas penas que devia
depois sofrer por nosso amor. O sono das crianças é útil à
conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque
esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não
foi assim o sono do Menino Jesus.
O corpo repousava; velava, porém a alma, que em Jesus era unida à
Pessoa do Verbo, que não podia dormir, nem ficar adormecida pela
inatividade dos sentidos.
O Menino Jesus pensava enquanto dormia?
Sim; dormia, pois, o Santo Menino, mas
enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de
sofrer por nosso amor no correr de toda a sua vida e na hora da sua
morte.
Como a Virgem Maria deu a luz ao Menino Jesus?
Quando Maria Santíssima entrou na gruta,
pôs-se logo em oração. De súbito vê uma refulgente luz, sente no
coração um gozo celestial, abaixa os olhos e vê diante de si o
Menino Jesus, tão belo e tão amável, que enleva os corações.
Se Jesus Cristo é Todo Poderoso, porque não deu
riquezas para Nossa Senhora? Ele não
quis nascer na mordomia. Com uma só palavra poderia ter feito uma
casa rica, um berço de ouro, um colchão de mola e lençóis de seda.
Ele preferiu nascer pobre, quando poderia nascer rico.
Nossa Senhora existia antes que a segunda
Pessoa da Santíssima Trindade tomasse a natureza humana?
Sim; que este Filho já existisse com uma natureza
divina não muda o fato de ter sido concebido como homem no seu
ventre e nascido no mundo no seu ventre. A sua existência eterna
como Filho do Pai celestial não tira nada ao que ela lhe deu. Nada
há que um ser humano receba da sua mãe que Ele não recebesse da
Virgem Maria.
Prezado sacerdote, envio-lhe alguns livros, dentre
eles, o precioso livro: A selva, de Santo Afonso
Maria de Ligório... é um mar de piedade, ou melhor, um
oceano de formação. Como pagamento peço as suas piedosas
orações.
Façamos sempre o bem porque a vida é curta.
Celebrei a Santa Missa pela alma da sua querida mãe, Maria de
Lourdes Lira da Costa, piedosa senhora.
Estive na Paraíba em 1992 para pedir a bênção para o
bondoso Frei Damião de Bozzano, grande missionário capuchinho.
Fiquei hospedado na bonita cidade de Monteiro, divisa com o
Pernambuco. O município de Monteiro é encantador... muitos morros e
pedras enormes.
Não sei se o senhor está sabendo... faleceu no dia 11
de junho desse ano (às 15:57), serenamente, na Alemanha, o
Pe. Ingo Joachim Dollinger... faleceu na sua casa,
cercado por amigos e sua secretária... já estava fraco e sofria
muito... um santo sacerdote… celebrava piedosamente a Santa Missa.
Rezemos pela alma dele.
Rezemos sempre pelo Papa Francisco, o
“Doce Cristo na terra”
(Santa Catarina de Sena).
Desejemos fervorosamente o céu... todos os
segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos! O céu é a
nossa pátria!
Com respeito,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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