Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Carta 67

 

Anápolis, 20 de novembro de 2017

 

Ao Revmo. Pe. João de Deus Lira da Costa

Diocese de Campina Grande PB

 

Caríssimo sacerdote, que a paz do Coração do Menino Jesus esteja no seu coração: “A minha alma enamorou-se de Vós, ó meu amável Deus-Menino. Amo-Vos, meu doce Salvador” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

O Santo Natal está se aproximando! Prostremo-nos aos pés do Menino Jesus para adorá-lo com fé, respeito e alegria.

Agora é tempo de conhecer melhor o nosso Salvador que quis nascer criança na pobre gruta de Belém.

O Filho de Deus se fez homem, tomando um corpo e uma alma, como nós, nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo.

Jesus Cristo praticou a humildade de obscuridade antes de nascer encerrando-se durante nove meses no ventre de Nossa Senhora, onde oculta os seus atributos divinos da maneira mais completa; submetendo-se a um edito de César; sofrendo, sem se queixar, as repulsas desdenhosas de que é vítima sua Mãe; padecendo, sobretudo, da ingratidão dos homens que não pensam em lhe preparar um lugar nos seus corações.

Jesus Cristo, como Deus, existiu sempre; como homem, começou a existir desde o momento da encarnação.

Antes de se encarnar no seio de Maria, o Filho de Deus era puríssimo espírito. Antes de se encarnar, não existia Jesus Cristo, como Homem-Deus, mas só o Filho de Deus, puríssimo espírito. A segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que pela sua natureza divina já existia, pela sua natureza divina encarnou – tomou a natureza humana – no ventre da Virgem Maria.

Como nasceu o Menino Jesus? Nasceu como homem! Com lágrimas nos olhos, com dores no delicado corpo, com frio em todos os membros e com falta de tudo! Nasceu como servo e não como rei, nasceu na humilhação, nasceu com toda a sua divina grandeza encoberta. Nasceu numa gruta úmida e fria, onde faltava o aconchego do lar doméstico, um berço, o asseio... faltava tudo! Nasceu nas horas mortas da noite, quando todos dormiam, quando ninguém o esperava, quando os homens, cansados uns do trabalho, outros dos divertimentos, se entregavam ao sono. Não esperou que fosse dia para nascer, a fim de não ser visto e conhecido. Nasceu de noite para que, despertando a humanidade com o raiar da aurora, encontrasse já nascido o Sol de Israel que lhe vinha trazer a salvação. Porque vinha ser a luz do mundo, o Sol esplendoroso que vinha dissipar as sombras que pesavam sobre os homens desde que o paraíso se fechou. Para mostrar que era bem escura a noite em que vivia todo o gênero humano, e que essa noite ia ter o seu fim com o amanhecer do solene dia da redenção.

Por que o Menino Jesus nasceu no mais completo abandono?

Para que nós tenhamos por melhor que o nosso nome seja desconhecido; e para que vendo-nos desprezados dos homens, nos consolemos com o seu exemplo.

Por que Jesus Cristo quis nascer criança? 1.º Quis desta forma mostrar-nos a sua propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. 2.º Quis afastar de nós todo o temor ao vermo-lo reduzido, por assim dizer, a um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados. 3.º Para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de ternura.

Por que Jesus Cristo quis nascer pobre? Para nos ensinar que não devemos prender o nosso coração às riquezas do mundo.

O sono do Menino Jesus era muito diferente do sono das outras crianças. Enquanto dormia seu corpo, a alma unida à Pessoa do Verbo velava. Desde então pensava nas penas que devia depois sofrer por nosso amor. O sono das crianças é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono do Menino Jesus. O corpo repousava; velava, porém a alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir, nem ficar adormecida pela inatividade dos sentidos.

O Menino Jesus pensava enquanto dormia? Sim; dormia, pois, o Santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte.

Como a Virgem Maria deu a luz ao Menino Jesus? Quando Maria Santíssima entrou na gruta, pôs-se logo em oração. De súbito vê uma refulgente luz, sente no coração um gozo celestial, abaixa os olhos e vê diante de si o Menino Jesus, tão belo e tão amável, que enleva os corações.

Se Jesus Cristo é Todo Poderoso, porque não deu riquezas para Nossa Senhora? Ele não quis nascer na mordomia. Com uma só palavra poderia ter feito uma casa rica, um berço de ouro, um colchão de mola e lençóis de seda. Ele preferiu nascer pobre, quando poderia nascer rico.

Nossa Senhora existia antes que a segunda Pessoa da Santíssima Trindade tomasse a natureza humana? Sim; que este Filho já existisse com uma natureza divina não muda o fato de ter sido concebido como homem no seu ventre e nascido no mundo no seu ventre. A sua existência eterna como Filho do Pai celestial não tira nada ao que ela lhe deu. Nada há que um ser humano receba da sua mãe que Ele não recebesse da Virgem Maria.

Prezado sacerdote, envio-lhe alguns livros, dentre eles, o precioso livro: A selva, de Santo Afonso Maria de Ligório... é um mar de piedade, ou melhor, um oceano de formação. Como pagamento peço as suas piedosas orações.

Façamos sempre o bem porque a vida é curta. Celebrei a Santa Missa pela alma da sua querida mãe, Maria de Lourdes Lira da Costa, piedosa senhora.

Estive na Paraíba em 1992 para pedir a bênção para o bondoso Frei Damião de Bozzano, grande missionário capuchinho. Fiquei hospedado na bonita cidade de Monteiro, divisa com o Pernambuco. O município de Monteiro é encantador... muitos morros e pedras enormes.

Não sei se o senhor está sabendo... faleceu no dia 11 de junho desse ano (às 15:57), serenamente, na Alemanha, o Pe. Ingo Joachim Dollinger... faleceu na sua casa, cercado por amigos e sua secretária... já estava fraco e sofria muito... um santo sacerdote… celebrava piedosamente a Santa Missa. Rezemos pela alma dele.

Rezemos sempre pelo Papa Francisco, o “Doce Cristo na terra” (Santa Catarina de Sena).

Desejemos fervorosamente o céu... todos os segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos! O céu é a nossa pátria!

Com respeito,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

 

 

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