Anápolis, 29 de 
            junho de 2005
              
            
            À Sua 
            Santidade 
            
            Papa Bento XVI 
            
            “Vigário de 
            Cristo” (Lumen Gentium, 18) 
              
            
            Santo Padre, 
            que a fortaleza de São Pedro, “o primeiro dos apóstolos”
            (Santo 
            Agostinho, Sermo 295), 
            esteja no vosso coração para governares a Santa Igreja Católica 
            Apostólica Romana com sabedoria e firmeza. 
             
            
            Escrevo-lhe para expor-lhe dois 
            assuntos que PREJUDICAM terrivelmente a Igreja Católica Apostólica 
            Romana em todo o mundo, mas de um modo especial, no Brasil, onde 
            conheço a situação. Esse prejuízo está visível e palpável, só não o 
            enxerga, aquele que se faz de cego ou não ama e nem se preocupa com 
            a Igreja, esposa de Cristo: “A Igreja é o corpo de Cristo e, ao 
            mesmo tempo, a sua esposa...” (Santo Agostinho).
             
            
            O primeiro assunto é sobre a 
            profanação das festas 
            religiosas dentro da Igreja.
            
            Sabemos 
            que é o próprio Deus quem ordena que sejamos santos: 
            “Sede 
            santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo”, 
            (Lv 19, 2) e: 
            “Portanto, deveis ser 
            perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”  
            (Mt 
            5, 48) e também: “Porquanto, é esta a 
            vontade de Deus: a vossa santificação...” 
            (1 Ts 4, 
            7), e ainda: “Procurai a paz com todos, e a 
            santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” 
            (Hb 
            12, 14). A devoção aos santos, é parte da fé 
            católica, e sempre foi vivida na Igreja. O Concílio Vaticano II, 
            diz-nos que “...convém portanto sumamente que
            amemos esses amigos e 
            co-herdeiros de Jesus Cristo, além disso nossos irmãos e
            exímios benfeitores; 
            que rendamos as devidas graças a Deus por eles, que os invoquemos 
            humildemente e recorramos às suas orações, à sua intercessão e ao 
            seu auxílio” (Lumen Gentium, 50). 
            
            Os 
            santos foram pessoas que levaram Deus e o Evangelho a sério, que 
            desprezaram o mundo e a sua sedução para viverem mergulhados no 
            amor de Deus, que fugiram do comodismo e da vida fácil para 
            enveredarem pelo caminho apertado; eles, os amigos de Deus, 
            merecem todo o respeito: “O que são as vidas dos santos senão o 
            Evangelho colocado em prática” (São 
            Francisco de Sales) e: 
            “Observemos os 
            santos, mas não fiquemos apenas na contemplação deles; procuremos, 
            isto sim, contemplar com eles Aquele que preencheu suas vidas”
            (Charles de Foucauld). Os católicos 
            de hoje, deveriam respeitar os santos como fizeram os católicos da 
            Igreja primitiva. As Atas do martírio de São Policarpo — que foi 
            discípulo do Apóstolo São João — contam que os cristãos sepultaram 
            piedosamente os seus restos mortais para celebrarem a cada ano 
            naquele lugar o seu natalício (o dia do martírio); e São Cipriano 
            recomenda ao clero de Cartago, que tome nota do dia em que os 
            mártires são levados ao martírio para poderem celebrar o seu 
            aniversário. Esta comemoração tinha lugar junto do túmulo de cada 
            um, e tudo com muito RESPEITO, ORAÇÃO e DEVOÇÃO, e não como é 
            realizado hoje, UM VERDADEIRO PAGANISMO, que mais faz perder a fé do 
            que aumentá-la. Que prejuízo para a Igreja, esposa de Cristo, que 
            tem o seu vestido da santidade rasgado e manchado de lama repugnante 
            pelos que dizem ser seus filhos. 
            
            Santo 
            Padre, os católicos apostólicos romanos devem honrar os santos com 
            o máximo de DEVOÇÃO e RESPEITO, e não como o mundo festeja os seus 
            amigos; com ARRUAÇA e PECADO. Existem milhões de católicos 
            que amam a festa do santo, mas não amam o santo e muito menos buscam 
            imitar os seus exemplos, pelo contrário, sentem vergonha e uma 
            grande aversão à santidade. Amam a festa porque são negociantes e 
            esperam ganhar algum bem material; amam a festa porque poderão 
            dar-se à falsa alegria, ao prazer da gula, da bebida alcoólica, dos 
            bailes diabólicos, da algazarra ensurdecedora e à ostentação de uma 
            veste imoral, verdadeiras modas pagãs. Diz São Jerônimo: 
            “Que 
            maneira é esta? Com a superabundância do beber e do comer quereis 
            honrar quem viveu na solidão e na modéstia evangélica? Vós amais a 
            festa do santo, mas não o santo” (Ad. 
            Eust.). O que diria São Jerônimo se 
            visse o paganismo vivido nas festas religiosas nos dias de hoje? 
            Certamente choraria amargamente de desgosto. No entanto, milhares do 
            clero (bispos, padres e religiosos), acham tudo normal, misturar as 
            trevas com a luz, porque estão mais interessados em engordar as 
            contas bancárias do que salvar as almas imortais, como escreve o 
            Bem-aventurado Pio IX: “Um grande número [dentre os católicos] 
            parecem querer caminhar de acordo com os nossos inimigos, e se 
            esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um 
            acordo entre a justiça e a iniqüidade” 
            (Carta ao 
            Círculo Santo Ambrósio, de Milão, de 06/03/1873). 
            
            Depois, 
            há uma multidão que ama o santo, mas não a sua santidade, como já 
            foi falado, sentem forte aversão por ela e o que é pior, até zombam 
            daqueles que a buscam. Muitas pessoas trazem velas e flores para os 
            altares de Santo Antônio, de Santo Expedito, de santa Teresinha, 
            etc.; mas pouquíssimas são as que seguem os exemplos que os mesmos 
            nos deixaram. Entretanto, não há devoção mais eficaz do que a 
            imitação de suas virtudes: “É falsa piedade honrar os santos e 
            descurar segui-los na santidade” (Santo Eusébio, In 
            homilia). 
            
            O Católico 
            deve se esforçar para atingir a verdadeira devoção dos santos, 
            aquela que é feita de sacrifício, de humilhação e de oração, visto 
            que os santos são um grande exemplo e um grande auxílio para nós.
             
            
            Santo 
            Padre, é triste ver desaparecer a verdadeira devoção aos santos e 
            ter que suportar a profanação ocupando os lugares sagrados. É 
            triste, vergonhoso e escandaloso, ver bispos e sacerdotes da Igreja 
            Católica Apostólica Romana, a única Igreja fundada por Nosso Senhor 
            Jesus Cristo (Cf. Mt 16, 18), 
            promoverem e incentivarem o povo a profanar a festa dos santos, de 
            Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo com: bailes, 
            bebedeiras, imoralidades, músicas profanas e outras ações 
            pecaminosas; com a intenção de ganhar dinheiro e de divertir o povo. 
            Tudo isso não passa de uma FARSA, porque o dinheiro para a obra de 
            Deus se consegue com o dízimo: “Honra a Deus com a tua riqueza, 
            com as primícias de tudo o que ganhares” 
            (Pr 3, 19) 
            e com as esmolas: “Ensinem os fiéis a rezarem pelas missões, nem 
            se envergonhem de lhes pedir esmolas, tornando-se como que mendigos 
            por Cristo e pela salvação das almas” 
            (Decreto “Ad 
            Gentes”, 39), e quanto à diversão do povo, o 
            mesmo, infelizmente, já se “diverte” todos os dias na lama 
            oferecida pelo mundo inimigo de Deus. O relaxamento por parte do 
            clero é escandaloso e as conseqüências são desastrosas e 
            irreparáveis, porque muitos católicos afastam da Santa Igreja por 
            causa dessas festas, e os inimigos usam dos escândalos cometidos nas 
            mesmas, para atacarem a Santa Igreja. 
            
            A 
            intenção dos sacerdotes relaxados, desses mercenários e 
            funcionários, lobos com pele de ovelha, preocupados 
            apenas com a lã e o leite das ovelhas 
            (Cf. Ez 2, 2-4), guias cegos e cães 
            mudos incapazes de latir (Cf. Is 56, 10), 
            é de aproveitar o embalo do mundo, sob o manto de uma piedade 
            assassina e demoníaca, para saciar as suas paixões desordenadas; 
            são sacerdotes, mas sentem o cheiro das carnes, pepinos e melões do 
            Egito (Cf. Nm 11, 4-5): 
            “Os 
            demônios repartem trevas, distribuem tormentos, afastam os homens da 
            graça com tentações, tudo fazem para conduzi-los ao pecado mortal. 
            Sabem eles que ninguém peca contra a vontade; tudo fazem, pois, para 
            consegui-lo. Também estes infelizes ministros! Mas nem são dignos de 
            serem chamados ministros! Melhor seria dizê-lo ‘demônios 
            encarnados’. Com seus vícios amoldam-se à vontade do diabo. Repartem 
            a luz em pecado mortal, derramam sobre os súditos o mal exemplo de 
            suas vidas pecaminosas, confundem e fazem sofrer os que ficam 
            sabendo de sua vida irregular. Pior ainda: fazem penar e padecer as 
            pessoas que se afastam da graça e se desviam do caminho da verdade”
            (Santa Catarina de Sena, O Diálogo, 28.6.1). 
            
            Existem 
            milhares de leigos, batizados e crismados, dentro da Igreja católica 
            que são verdadeiros inimigos da mesma, buscam o caminho espaçoso
            e a porta larga 
            (Cf. Mt 
            7, 13), são árvores verdes, isto é, só possuem 
            folhas, mas não produzem nenhum fruto (Cf. Mt 21, 19). 
            Diz o grande Santo Agostinho: “Infelizmente existem falsos fiéis 
            no seio da Igreja...” 
            
            Esse tipo de 
            católico aproveita das festas religiosas para esconder sob o manto 
            do santo a sua vida depravada e escandalosa; são nuvens escuras que 
            ofuscam a Luz dos santos. 
            
            Por omissão de 
            bispos e sacerdotes, o que sobressai nas novenas dos santos não são 
            as virtudes e suas vidas, mas sim; placas de bebidas alcoólicas, 
            ranchos de danças exóticas, músicas imorais dignas do inferno, etc., 
            é triste saber que muitos religiosos usam desse dinheiro do pecado 
            para construir e sustentar a casa de Deus. 
            
            Muitos do 
            clero, chegam até a se entusiasmarem com o número de pessoas que 
            comparecem nessas festas; realmente o caminho largo atrai (cf. Mt 7, 13), 
            mas é o mesmo que um fazendeiro se entusiasmasse por uma grande 
            plantação que só desse folhas e não produzissem frutos; e o 
            resultado dessas festas pagãs é visível, porque cada dia que passa, 
            os templos tornam-se vazios e cresce a evasão dos fiéis na Igreja, e 
            milhares daqueles que vão a estas festas passam depois o ano inteiro 
            sem freqüentar a Santa Missa; são os católicos das romarias-políticas, vazias e das tradições caducas, e não aqueles que a Santa 
            Igreja deseja: “Não se salva contudo, embora incorporado à 
            Igreja, aquele que, não perseverando na caridade, permanece no seio 
            da Igreja «com o corpo», mas não «com o coração». Lembrem-se todos 
            os filhos da Igreja que a condição sem igual em que estão se deve 
            não a seus próprios méritos, mas a uma peculiar graça de Cristo. Se 
            a ela não corresponderem por pensamentos, palavras e obras, longe de 
            se salvarem, serão julgados com maior severidade” (Lumen Gentium, 
            14). 
            E essa “péssima qualidade” de católicos de que a Igreja está 
            cheia, serve mais para afastar as pessoas do caminho da salvação do 
            que trazê-las para o caminho do bem. E aqueles que antes pensavam em 
            voltar a praticar a religião, vendo tanta imoralidade e perversão, 
            preferem ficar no mundo, porque não vêem diferença. 
            
            Santo Padre, 
            até quando a Santa Igreja suportará esse modernismo assassino dentro 
            da mesma? Esses inimigos perigosos que vivem no seio desta boa Mãe, 
            são feras devoradoras da piedade e da santidade, guerreiam 
            continuamente contra os que buscam o bem, trazem na testa o título 
            de filhos da Igreja, mas na verdade são os piores inimigos que a 
            mesma possui, como escreve o Bem-aventurado Pio IX: 
            “São eles 
            muito mais perigosos certamente e mais funestos que os inimigos 
            declarados” 
            (Carta ao Círculo Santo Ambrósio, de Milão, 06/03/1873), 
            e São Pio X também escreve: “...os fautores do erro [...] se 
            ocultam no próprio seio da Igreja [...] por assim dizer nas próprias 
            veias e entranhas dela” (Encíclica 
            Pascendi Dominici Gregis, de 08/09/1907), 
            e Paulo VI ainda diz: “A Igreja é golpeada também pelos que dela 
            fazem parte” (Alocução aos 
            alunos do Seminário Lombardo). 
            
            Para maior 
            desgraça e desvio das almas, nessas festas religiosas que nada 
            possuem de santidade, a maioria dos pregadores passam bom tempo no 
            altar criticando os governos e falando de política, e o povo volta 
            para casa mais escandalizado do que edificado, mais vazio do que 
            chegou, e muitos que ainda possuem a chama da fé, passam para as 
            igrejas evangélicas ou se afastam definitivamente da prática 
            religiosa. E o pior, é que os leigos exibicionistas, continuam 
            mornos e indiferentes, adormecidos sobre o travesseiro de um 
            cristianismo fácil; juntamente com o clero modernista e vazio, 
            adulteram, pisam e cospem na liturgia, transformando a mesma em um 
            baile, comício político, show sertanejo, em algo parecido com um 
            culto evangélico, etc.: “...verdadeiras e próprias heresias no 
            campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; 
            alterou-se até a Liturgia” (João Paulo II, 
            Congresso Nacional Italiano, 06/02/1981) 
            e: “...muitos membros do laicato católico, e também, coisa ainda 
            mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à 
            Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, 
            mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, 
            blasonam postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma 
            Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que 
            há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma 
            pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à 
            craveira de um puro e simples homem” (São Pio X, 
            Pascendi Dominici Gregis, Introdução). 
            
            Muitos do 
            clero “COM VOZ DE LOBO” dizem que não se pode apagar a chama que 
            está fumegando. Qual chama? E dizem também que se proibirem tais 
            algazarras nas festas religiosas, o povo se afastará da Igreja. Será 
            que aquele que freqüenta tais festas somente para dançar e pecar faz 
            parte da Santa Igreja? Será que pode sair quem ainda não entrou? Uma 
            coisa é certa, Santo Padre, quem conserva o veneno dentro da própria 
            casa, acaba morrendo intoxicado; é o que está acontecendo visível e 
            abertamente com a Santa Igreja; jamais o mundo e suas máximas 
            converterá alguém: “Vejo que tudo o que é do mundo é vaidade, que 
            a felicidade que podemos encontrar na terra está em servir a Deus”
            (Santa 
            Teresa dos Andes, Carta 12). 
            
            Querido 
            Pastor, até quando a Santa Igreja usará os óculos da omissão, do 
            medo, do falso respeito e da indiferença diante de tão grave 
            situação? Porque quem está fora da mesma, vendo tamanho paganismo, 
            jamais sentirá desejo de voltar: “Quando os pagãos escutam da 
            nossa boca os pensamentos de Deus, admiram a sua beleza e grandeza; 
            mas, depois, quando percebem que as nossas obras não correspondem às 
            nossas palavras, então mudam de idéia e começam a blasfemar dizendo 
            que o cristianismo é somente um mito e um engano” (São Clemente 
            Romano, Segunda Carta aos Coríntios, 13); 
            e quem está dentro, vai se enfraquecendo espiritualmente, vai se 
            definhando, até chegar ao ponto de perder totalmente a fé, como está 
            acontecendo hoje visivelmente no Brasil. 
            
            Santo Padre, a 
            Santa Igreja não deve temer uma possível evasão de “fiéis” 
            por exigir uma mudança de vida; porque, de que adiantaria um salão 
            possuir milhares de lâmpadas, se todas estivessem queimadas? Clareia 
            mais uma lâmpada acesa em um salão do que milhares delas queimadas. 
            Por isso, faz mais um católico santo do que mil católicos medíocres. 
            
            Citarei alguns 
            exemplos contraditórios: 
              
            
              - 
              
              Festa de Santos Reis: 
              Os magos fizeram uma viagem cansativa para adorarem o Menino Jesus 
              e oferecer-Lhe presentes (Cf. Mt 2, 
              1-11). E hoje se comemora a festa dos 
              Magos com folias, catiras, bailes, namoros escandalosos, 
              glutonarias e músicas profanas. Enquanto os Santos Reis adoraram o 
              Menino Jesus, os foliões católicos "adoram" a garrafa de pinga que é 
              colocada na "manjedoura" dos seus buchos 
              
              (Cf. Rm 16, 18).  
             
            
              
            
              - 
              
              Festas de Nossa Senhora: 
              Maria Santíssima é: “Cheia de graça” 
              (Lc 1, 28), 
              “Serva 
              do Senhor” (Lc 1, 38) 
              “Bendita entre as mulheres” (Lc 
              1, 42) e “Mãe do Senhor” 
              (Lc 1, 43). E 
              hoje, se comemora em quase todas as paróquias e santuários, não a 
              festa da Virgem Puríssima, mas sim, a exaltação da impureza 
              (músicas imorais, danças exóticas, desfile de modas, etc.). 
              Comemora-se não a festa de Nossa Senhora, a Serva do Senhor; e 
              sim, o desfile das senhoras escandalosas e impuras que são 
              verdadeiras servas do maligno.   
             
            
              
            
              - 
              
              Festa do Espírito Santo: 
              Ele é uma das três pessoas divinas que com o Pai e o Filho 
              constituem a Santíssima Trindade. O Espírito Santo é Deus 
              (Cf. At 5, 3-4). E 
              hoje, se comemora a festa do Espírito Santo como se Ele fosse um 
              deus pagão: com cavalhadas, bebedeiras, mascarados, bailes, etc. 
              Abandonam os mandamentos de Deus para seguirem uma tradição 
              caduca: “Abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos à 
              tradição dos homens” (Mc 7, 8).  
             
              
            
            Santo Padre, 
            alguma coisa está errada! Porque os senhores bispos não tomam uma 
            providência para purificar tais festas? Até quando vão engordar 
            almas para o demônio? Eles deveriam saber que prestarão uma conta 
            terrível a Deus de cada alma que, por culpa deles, se condenar em 
            suas dioceses: “Nós, porém, além de cristãos, tendo de prestar 
            contas a Deus de nossa vida, somos também bispos e teremos de 
            responder a Deus por nossa administração” (Santo Agostinho, 
            Início do Sermão sobre os pastores). 
            
              
            
            O segundo 
            assunto é sobre o comodismo 
            e o indiferentismo dos católicos. 
            
            Santo Padre, 
            tudo indica que a praga do comodismo e a peste do indiferentismo 
            tomaram conta dos católicos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro; 
            em se tratando do Brasil, que é tido ilusoriamente como o país mais 
            católico do mundo, a situação é grave, grave, grave, ou melhor, 
            gravíssima! Só não enxerga aquele que se faz de cego e não se 
            preocupa com a salvação das almas e que não ama a Igreja. 
            
            Analisemos tal 
            situação com o máximo de sinceridade, citando apenas o Brasil, que 
            servirá para os outros países onde a maioria das pessoas se diz 
            católica: 
              
            
            1. Segundo 
            o senso, o Brasil possui mais ou menos 180 milhões de habitantes, e 
            o mesmo país é tido como o mais católico do mundo, eu não diria 
            católico, e sim, com o maior número de batizados na Igreja 
            Católica. 
            
            2. Dos 
            180 milhões de brasileiros, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de 
            Geografia e Estatística), que realizou um senso no ano 2000, os 
            Evangélicos já representavam 11% da população brasileira, e os 
            católicos, 74%, e com certeza os outros 15% não são católicos, isto 
            indica que 26% da população brasileira não é católica. O Brasil é o 
            segundo país do mundo com o maior número de evangélicos, só perde 
            para os Estados Unidos. Está claro que esse senso foi realizado há 
            cinco anos atrás; imagine os estragos causados pelo “furacão” 
            do protestantismo do ano 2000 até hoje. Muitos religiosos da Igreja 
            Católica os chamam de “irmãozinhos separados”, e esses, em 
            retribuição, acariciam a Santa Igreja com o punhal de suas línguas 
            caluniosas. HAJA ECUMENISMO! O tempo dirá! Quem viver verá! 
            
            3. O 
            senso realizado pelo IBGE no ano 2000 diz que 74% da população 
            brasileira é católica. Se analisarmos sem querer tapar o sol com a 
            peneira, veremos que essa porcentagem é ilusória, porque os 
            praticantes que merecem realmente o nome de católicos não passam 
            de 20% (calculado com generosidade); e cada dia que passa, a Igreja 
            perde espaço e fiéis, que segundo o IBGE, se o ritmo for mantido, em 
            2045, o Brasil poderá ter 50% de católicos e 50% de evangélicos. E 
            em 2100? E em 2200? E em 2300?... Penso que já passou da hora dos 
            fiéis católicos e do clero do Brasil acordarem. 
            
            Santo 
            Padre, porque será que os inimigos da Santa Igreja estão conseguindo 
            sufocá-la? Vejo que a culpa está nos próprios católicos que vivem 
            covardemente de braços cruzados, atarefados em nada fazerem pelo bem 
            da Igreja. Está na hora de cada católico batizado assumir um 
            compromisso sério e generoso dentro da Igreja, porque esse amontoado 
            de católicos sem compromisso, simplesmente azedará a nossa santa 
            religião. Se cada católico brasileiro arregaçasse as mangas e 
            trabalhasse fervorosamente pelo bem das almas, com certeza a 
            situação seria outra, a Igreja não estaria sendo esmagada pelos seus 
            inimigos. Vejo que o comodismo, a preguiça, o respeito humano e a 
            infidelidade dos católicos encorajam os inimigos da Santa Igreja: 
            “Nada 
            tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons”
            (Leão XIII, Sapientiæ Christianæ). 
            Se cada católico vivesse santamente o seu batismo e fosse um 
            ardente, fervoroso e zeloso missionário, não existiria mais nenhum 
            pagão no Brasil: “Não haveria mais nenhum pagão, se nos 
            comportássemos como verdadeiros cristãos” 
            (São João 
            Crisóstomo, Hom.  X in I Tm; Migne, TG LX II, 551). 
            
            Querido 
            Pastor, a situação da Igreja Católica no Brasil é gravíssima, dá 
            para notar que os inimigos da Igreja não estão brincando; cada dia 
            que passa, se organizam e se multiplicam a passos de gigante e com a 
            única finalidade: sufocar a Santa Mãe Igreja Católica Apostólica 
            Romana. 
            
            Muitos bispos, 
            “adoradores” de suas autonomias; sacerdotes e religiosos, 
            acomodados em suas poltronas, dizem que esses inimigos são 
            inofensivos, que são “gatinhos miando”; mas na verdade não é 
            bem assim. Antigamente, até poderia contar essa piada, mas agora 
            não, a situação mudou totalmente, não são mais gatinhos inofensivos, 
            e sim, leões crescidos e furiosos, lobos famintos que trabalham 
            incansavelmente para devorarem as almas. Eu acho um absurdo, 
            religiosos permanecerem indiferentes diante de tão grave situação, 
            não sei se são pastores de almas ou funcionários da Igreja. 
            
            E uma 
            catástrofe ainda maior é que outros bispos, sacerdotes e religiosos, 
            não contam a piada do gatinho inofensivo, mas fazem pior; têm os 
            inimigos da Igreja como parceiros de trabalho, colocando tudo no 
            mesmo nível; e o grande mistério é que os católicos diminuem e os 
            inimigos aumentam. Que grande parceria! Que belo cavalo de Tróia! A 
            heresia do indiferentismo anda solta no Brasil. 
            
            Vossa 
            Santidade não acha que é hora de acordar os católicos começando 
            pelos Bispos? Esses deveriam viajar menos e fazer menos reuniões e 
            ficar mais em suas dioceses, tornando-se verdadeiros e santos 
            missionários, não apenas nos horários de expediente, mas 24 horas 
            por dia, imitando o exemplo de São João Nepomuceno Neumann, grande 
            missionário nos Estados Unidos. 
            
            Querido Pai, 
            se a Igreja Católica no Brasil não acordar agora, com certeza ela 
            será esmagada pelos não católicos, como já está acontecendo; basta 
            sair na rua para perceber o lastimoso estado dos católicos que ainda 
            vão à igreja. É tudo muito postiço e de rótulo. Quanto mais 
            arreganham as portas, mais os fiéis se tornam traidores, acomodados 
            e depois, terríveis inimigos da Santa Igreja. Volto a repetir, para 
            que tal situação seja percebida, não é necessário percorrer uma 
            cidade, basta percorrer um quarteirão. 
            
            Santo Padre, 
            peço que abençoe a mim, os meus religiosos e os leigos com os quais 
            trabalhamos. 
              
            
            Filialmente, 
              
            
            
            Pe. Divino Antônio Lopes 
            FP. 
               |