Anápolis, 29 de
junho de 2005
À Sua
Santidade
Papa Bento XVI
“Vigário de
Cristo” (Lumen Gentium, 18)
Santo Padre,
que a fortaleza de São Pedro, “o primeiro dos apóstolos”
(Santo
Agostinho, Sermo 295),
esteja no vosso coração para governares a Santa Igreja Católica
Apostólica Romana com sabedoria e firmeza.
Escrevo-lhe para expor-lhe dois
assuntos que PREJUDICAM terrivelmente a Igreja Católica Apostólica
Romana em todo o mundo, mas de um modo especial, no Brasil, onde
conheço a situação. Esse prejuízo está visível e palpável, só não o
enxerga, aquele que se faz de cego ou não ama e nem se preocupa com
a Igreja, esposa de Cristo: “A Igreja é o corpo de Cristo e, ao
mesmo tempo, a sua esposa...” (Santo Agostinho).
O primeiro assunto é sobre a
profanação das festas
religiosas dentro da Igreja.
Sabemos
que é o próprio Deus quem ordena que sejamos santos:
“Sede
santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo”,
(Lv 19, 2) e:
“Portanto, deveis ser
perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”
(Mt
5, 48) e também: “Porquanto, é esta a
vontade de Deus: a vossa santificação...”
(1 Ts 4,
7), e ainda: “Procurai a paz com todos, e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hb
12, 14). A devoção aos santos, é parte da fé
católica, e sempre foi vivida na Igreja. O Concílio Vaticano II,
diz-nos que “...convém portanto sumamente que
amemos esses amigos e
co-herdeiros de Jesus Cristo, além disso nossos irmãos e
exímios benfeitores;
que rendamos as devidas graças a Deus por eles, que os invoquemos
humildemente e recorramos às suas orações, à sua intercessão e ao
seu auxílio” (Lumen Gentium, 50).
Os
santos foram pessoas que levaram Deus e o Evangelho a sério, que
desprezaram o mundo e a sua sedução para viverem mergulhados no
amor de Deus, que fugiram do comodismo e da vida fácil para
enveredarem pelo caminho apertado; eles, os amigos de Deus,
merecem todo o respeito: “O que são as vidas dos santos senão o
Evangelho colocado em prática” (São
Francisco de Sales) e:
“Observemos os
santos, mas não fiquemos apenas na contemplação deles; procuremos,
isto sim, contemplar com eles Aquele que preencheu suas vidas”
(Charles de Foucauld). Os católicos
de hoje, deveriam respeitar os santos como fizeram os católicos da
Igreja primitiva. As Atas do martírio de São Policarpo — que foi
discípulo do Apóstolo São João — contam que os cristãos sepultaram
piedosamente os seus restos mortais para celebrarem a cada ano
naquele lugar o seu natalício (o dia do martírio); e São Cipriano
recomenda ao clero de Cartago, que tome nota do dia em que os
mártires são levados ao martírio para poderem celebrar o seu
aniversário. Esta comemoração tinha lugar junto do túmulo de cada
um, e tudo com muito RESPEITO, ORAÇÃO e DEVOÇÃO, e não como é
realizado hoje, UM VERDADEIRO PAGANISMO, que mais faz perder a fé do
que aumentá-la. Que prejuízo para a Igreja, esposa de Cristo, que
tem o seu vestido da santidade rasgado e manchado de lama repugnante
pelos que dizem ser seus filhos.
Santo
Padre, os católicos apostólicos romanos devem honrar os santos com
o máximo de DEVOÇÃO e RESPEITO, e não como o mundo festeja os seus
amigos; com ARRUAÇA e PECADO. Existem milhões de católicos
que amam a festa do santo, mas não amam o santo e muito menos buscam
imitar os seus exemplos, pelo contrário, sentem vergonha e uma
grande aversão à santidade. Amam a festa porque são negociantes e
esperam ganhar algum bem material; amam a festa porque poderão
dar-se à falsa alegria, ao prazer da gula, da bebida alcoólica, dos
bailes diabólicos, da algazarra ensurdecedora e à ostentação de uma
veste imoral, verdadeiras modas pagãs. Diz São Jerônimo:
“Que
maneira é esta? Com a superabundância do beber e do comer quereis
honrar quem viveu na solidão e na modéstia evangélica? Vós amais a
festa do santo, mas não o santo” (Ad.
Eust.). O que diria São Jerônimo se
visse o paganismo vivido nas festas religiosas nos dias de hoje?
Certamente choraria amargamente de desgosto. No entanto, milhares do
clero (bispos, padres e religiosos), acham tudo normal, misturar as
trevas com a luz, porque estão mais interessados em engordar as
contas bancárias do que salvar as almas imortais, como escreve o
Bem-aventurado Pio IX: “Um grande número [dentre os católicos]
parecem querer caminhar de acordo com os nossos inimigos, e se
esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um
acordo entre a justiça e a iniqüidade”
(Carta ao
Círculo Santo Ambrósio, de Milão, de 06/03/1873).
Depois,
há uma multidão que ama o santo, mas não a sua santidade, como já
foi falado, sentem forte aversão por ela e o que é pior, até zombam
daqueles que a buscam. Muitas pessoas trazem velas e flores para os
altares de Santo Antônio, de Santo Expedito, de santa Teresinha,
etc.; mas pouquíssimas são as que seguem os exemplos que os mesmos
nos deixaram. Entretanto, não há devoção mais eficaz do que a
imitação de suas virtudes: “É falsa piedade honrar os santos e
descurar segui-los na santidade” (Santo Eusébio, In
homilia).
O Católico
deve se esforçar para atingir a verdadeira devoção dos santos,
aquela que é feita de sacrifício, de humilhação e de oração, visto
que os santos são um grande exemplo e um grande auxílio para nós.
Santo
Padre, é triste ver desaparecer a verdadeira devoção aos santos e
ter que suportar a profanação ocupando os lugares sagrados. É
triste, vergonhoso e escandaloso, ver bispos e sacerdotes da Igreja
Católica Apostólica Romana, a única Igreja fundada por Nosso Senhor
Jesus Cristo (Cf. Mt 16, 18),
promoverem e incentivarem o povo a profanar a festa dos santos, de
Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo com: bailes,
bebedeiras, imoralidades, músicas profanas e outras ações
pecaminosas; com a intenção de ganhar dinheiro e de divertir o povo.
Tudo isso não passa de uma FARSA, porque o dinheiro para a obra de
Deus se consegue com o dízimo: “Honra a Deus com a tua riqueza,
com as primícias de tudo o que ganhares”
(Pr 3, 19)
e com as esmolas: “Ensinem os fiéis a rezarem pelas missões, nem
se envergonhem de lhes pedir esmolas, tornando-se como que mendigos
por Cristo e pela salvação das almas”
(Decreto “Ad
Gentes”, 39), e quanto à diversão do povo, o
mesmo, infelizmente, já se “diverte” todos os dias na lama
oferecida pelo mundo inimigo de Deus. O relaxamento por parte do
clero é escandaloso e as conseqüências são desastrosas e
irreparáveis, porque muitos católicos afastam da Santa Igreja por
causa dessas festas, e os inimigos usam dos escândalos cometidos nas
mesmas, para atacarem a Santa Igreja.
A
intenção dos sacerdotes relaxados, desses mercenários e
funcionários, lobos com pele de ovelha, preocupados
apenas com a lã e o leite das ovelhas
(Cf. Ez 2, 2-4), guias cegos e cães
mudos incapazes de latir (Cf. Is 56, 10),
é de aproveitar o embalo do mundo, sob o manto de uma piedade
assassina e demoníaca, para saciar as suas paixões desordenadas;
são sacerdotes, mas sentem o cheiro das carnes, pepinos e melões do
Egito (Cf. Nm 11, 4-5):
“Os
demônios repartem trevas, distribuem tormentos, afastam os homens da
graça com tentações, tudo fazem para conduzi-los ao pecado mortal.
Sabem eles que ninguém peca contra a vontade; tudo fazem, pois, para
consegui-lo. Também estes infelizes ministros! Mas nem são dignos de
serem chamados ministros! Melhor seria dizê-lo ‘demônios
encarnados’. Com seus vícios amoldam-se à vontade do diabo. Repartem
a luz em pecado mortal, derramam sobre os súditos o mal exemplo de
suas vidas pecaminosas, confundem e fazem sofrer os que ficam
sabendo de sua vida irregular. Pior ainda: fazem penar e padecer as
pessoas que se afastam da graça e se desviam do caminho da verdade”
(Santa Catarina de Sena, O Diálogo, 28.6.1).
Existem
milhares de leigos, batizados e crismados, dentro da Igreja católica
que são verdadeiros inimigos da mesma, buscam o caminho espaçoso
e a porta larga
(Cf. Mt
7, 13), são árvores verdes, isto é, só possuem
folhas, mas não produzem nenhum fruto (Cf. Mt 21, 19).
Diz o grande Santo Agostinho: “Infelizmente existem falsos fiéis
no seio da Igreja...”
Esse tipo de
católico aproveita das festas religiosas para esconder sob o manto
do santo a sua vida depravada e escandalosa; são nuvens escuras que
ofuscam a Luz dos santos.
Por omissão de
bispos e sacerdotes, o que sobressai nas novenas dos santos não são
as virtudes e suas vidas, mas sim; placas de bebidas alcoólicas,
ranchos de danças exóticas, músicas imorais dignas do inferno, etc.,
é triste saber que muitos religiosos usam desse dinheiro do pecado
para construir e sustentar a casa de Deus.
Muitos do
clero, chegam até a se entusiasmarem com o número de pessoas que
comparecem nessas festas; realmente o caminho largo atrai (cf. Mt 7, 13),
mas é o mesmo que um fazendeiro se entusiasmasse por uma grande
plantação que só desse folhas e não produzissem frutos; e o
resultado dessas festas pagãs é visível, porque cada dia que passa,
os templos tornam-se vazios e cresce a evasão dos fiéis na Igreja, e
milhares daqueles que vão a estas festas passam depois o ano inteiro
sem freqüentar a Santa Missa; são os católicos das romarias-políticas, vazias e das tradições caducas, e não aqueles que a Santa
Igreja deseja: “Não se salva contudo, embora incorporado à
Igreja, aquele que, não perseverando na caridade, permanece no seio
da Igreja «com o corpo», mas não «com o coração». Lembrem-se todos
os filhos da Igreja que a condição sem igual em que estão se deve
não a seus próprios méritos, mas a uma peculiar graça de Cristo. Se
a ela não corresponderem por pensamentos, palavras e obras, longe de
se salvarem, serão julgados com maior severidade” (Lumen Gentium,
14).
E essa “péssima qualidade” de católicos de que a Igreja está
cheia, serve mais para afastar as pessoas do caminho da salvação do
que trazê-las para o caminho do bem. E aqueles que antes pensavam em
voltar a praticar a religião, vendo tanta imoralidade e perversão,
preferem ficar no mundo, porque não vêem diferença.
Santo Padre,
até quando a Santa Igreja suportará esse modernismo assassino dentro
da mesma? Esses inimigos perigosos que vivem no seio desta boa Mãe,
são feras devoradoras da piedade e da santidade, guerreiam
continuamente contra os que buscam o bem, trazem na testa o título
de filhos da Igreja, mas na verdade são os piores inimigos que a
mesma possui, como escreve o Bem-aventurado Pio IX:
“São eles
muito mais perigosos certamente e mais funestos que os inimigos
declarados”
(Carta ao Círculo Santo Ambrósio, de Milão, 06/03/1873),
e São Pio X também escreve: “...os fautores do erro [...] se
ocultam no próprio seio da Igreja [...] por assim dizer nas próprias
veias e entranhas dela” (Encíclica
Pascendi Dominici Gregis, de 08/09/1907),
e Paulo VI ainda diz: “A Igreja é golpeada também pelos que dela
fazem parte” (Alocução aos
alunos do Seminário Lombardo).
Para maior
desgraça e desvio das almas, nessas festas religiosas que nada
possuem de santidade, a maioria dos pregadores passam bom tempo no
altar criticando os governos e falando de política, e o povo volta
para casa mais escandalizado do que edificado, mais vazio do que
chegou, e muitos que ainda possuem a chama da fé, passam para as
igrejas evangélicas ou se afastam definitivamente da prática
religiosa. E o pior, é que os leigos exibicionistas, continuam
mornos e indiferentes, adormecidos sobre o travesseiro de um
cristianismo fácil; juntamente com o clero modernista e vazio,
adulteram, pisam e cospem na liturgia, transformando a mesma em um
baile, comício político, show sertanejo, em algo parecido com um
culto evangélico, etc.: “...verdadeiras e próprias heresias no
campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões;
alterou-se até a Liturgia” (João Paulo II,
Congresso Nacional Italiano, 06/02/1981)
e: “...muitos membros do laicato católico, e também, coisa ainda
mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à
Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia,
mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja,
blasonam postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma
Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que
há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma
pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à
craveira de um puro e simples homem” (São Pio X,
Pascendi Dominici Gregis, Introdução).
Muitos do
clero “COM VOZ DE LOBO” dizem que não se pode apagar a chama que
está fumegando. Qual chama? E dizem também que se proibirem tais
algazarras nas festas religiosas, o povo se afastará da Igreja. Será
que aquele que freqüenta tais festas somente para dançar e pecar faz
parte da Santa Igreja? Será que pode sair quem ainda não entrou? Uma
coisa é certa, Santo Padre, quem conserva o veneno dentro da própria
casa, acaba morrendo intoxicado; é o que está acontecendo visível e
abertamente com a Santa Igreja; jamais o mundo e suas máximas
converterá alguém: “Vejo que tudo o que é do mundo é vaidade, que
a felicidade que podemos encontrar na terra está em servir a Deus”
(Santa
Teresa dos Andes, Carta 12).
Querido
Pastor, até quando a Santa Igreja usará os óculos da omissão, do
medo, do falso respeito e da indiferença diante de tão grave
situação? Porque quem está fora da mesma, vendo tamanho paganismo,
jamais sentirá desejo de voltar: “Quando os pagãos escutam da
nossa boca os pensamentos de Deus, admiram a sua beleza e grandeza;
mas, depois, quando percebem que as nossas obras não correspondem às
nossas palavras, então mudam de idéia e começam a blasfemar dizendo
que o cristianismo é somente um mito e um engano” (São Clemente
Romano, Segunda Carta aos Coríntios, 13);
e quem está dentro, vai se enfraquecendo espiritualmente, vai se
definhando, até chegar ao ponto de perder totalmente a fé, como está
acontecendo hoje visivelmente no Brasil.
Santo Padre, a
Santa Igreja não deve temer uma possível evasão de “fiéis”
por exigir uma mudança de vida; porque, de que adiantaria um salão
possuir milhares de lâmpadas, se todas estivessem queimadas? Clareia
mais uma lâmpada acesa em um salão do que milhares delas queimadas.
Por isso, faz mais um católico santo do que mil católicos medíocres.
Citarei alguns
exemplos contraditórios:
-
Festa de Santos Reis:
Os magos fizeram uma viagem cansativa para adorarem o Menino Jesus
e oferecer-Lhe presentes (Cf. Mt 2,
1-11). E hoje se comemora a festa dos
Magos com folias, catiras, bailes, namoros escandalosos,
glutonarias e músicas profanas. Enquanto os Santos Reis adoraram o
Menino Jesus, os foliões católicos "adoram" a garrafa de pinga que é
colocada na "manjedoura" dos seus buchos
(Cf. Rm 16, 18).
-
Festas de Nossa Senhora:
Maria Santíssima é: “Cheia de graça”
(Lc 1, 28),
“Serva
do Senhor” (Lc 1, 38)
“Bendita entre as mulheres” (Lc
1, 42) e “Mãe do Senhor”
(Lc 1, 43). E
hoje, se comemora em quase todas as paróquias e santuários, não a
festa da Virgem Puríssima, mas sim, a exaltação da impureza
(músicas imorais, danças exóticas, desfile de modas, etc.).
Comemora-se não a festa de Nossa Senhora, a Serva do Senhor; e
sim, o desfile das senhoras escandalosas e impuras que são
verdadeiras servas do maligno.
-
Festa do Espírito Santo:
Ele é uma das três pessoas divinas que com o Pai e o Filho
constituem a Santíssima Trindade. O Espírito Santo é Deus
(Cf. At 5, 3-4). E
hoje, se comemora a festa do Espírito Santo como se Ele fosse um
deus pagão: com cavalhadas, bebedeiras, mascarados, bailes, etc.
Abandonam os mandamentos de Deus para seguirem uma tradição
caduca: “Abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos à
tradição dos homens” (Mc 7, 8).
Santo Padre,
alguma coisa está errada! Porque os senhores bispos não tomam uma
providência para purificar tais festas? Até quando vão engordar
almas para o demônio? Eles deveriam saber que prestarão uma conta
terrível a Deus de cada alma que, por culpa deles, se condenar em
suas dioceses: “Nós, porém, além de cristãos, tendo de prestar
contas a Deus de nossa vida, somos também bispos e teremos de
responder a Deus por nossa administração” (Santo Agostinho,
Início do Sermão sobre os pastores).
O segundo
assunto é sobre o comodismo
e o indiferentismo dos católicos.
Santo Padre,
tudo indica que a praga do comodismo e a peste do indiferentismo
tomaram conta dos católicos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro;
em se tratando do Brasil, que é tido ilusoriamente como o país mais
católico do mundo, a situação é grave, grave, grave, ou melhor,
gravíssima! Só não enxerga aquele que se faz de cego e não se
preocupa com a salvação das almas e que não ama a Igreja.
Analisemos tal
situação com o máximo de sinceridade, citando apenas o Brasil, que
servirá para os outros países onde a maioria das pessoas se diz
católica:
1. Segundo
o senso, o Brasil possui mais ou menos 180 milhões de habitantes, e
o mesmo país é tido como o mais católico do mundo, eu não diria
católico, e sim, com o maior número de batizados na Igreja
Católica.
2. Dos
180 milhões de brasileiros, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), que realizou um senso no ano 2000, os
Evangélicos já representavam 11% da população brasileira, e os
católicos, 74%, e com certeza os outros 15% não são católicos, isto
indica que 26% da população brasileira não é católica. O Brasil é o
segundo país do mundo com o maior número de evangélicos, só perde
para os Estados Unidos. Está claro que esse senso foi realizado há
cinco anos atrás; imagine os estragos causados pelo “furacão”
do protestantismo do ano 2000 até hoje. Muitos religiosos da Igreja
Católica os chamam de “irmãozinhos separados”, e esses, em
retribuição, acariciam a Santa Igreja com o punhal de suas línguas
caluniosas. HAJA ECUMENISMO! O tempo dirá! Quem viver verá!
3. O
senso realizado pelo IBGE no ano 2000 diz que 74% da população
brasileira é católica. Se analisarmos sem querer tapar o sol com a
peneira, veremos que essa porcentagem é ilusória, porque os
praticantes que merecem realmente o nome de católicos não passam
de 20% (calculado com generosidade); e cada dia que passa, a Igreja
perde espaço e fiéis, que segundo o IBGE, se o ritmo for mantido, em
2045, o Brasil poderá ter 50% de católicos e 50% de evangélicos. E
em 2100? E em 2200? E em 2300?... Penso que já passou da hora dos
fiéis católicos e do clero do Brasil acordarem.
Santo
Padre, porque será que os inimigos da Santa Igreja estão conseguindo
sufocá-la? Vejo que a culpa está nos próprios católicos que vivem
covardemente de braços cruzados, atarefados em nada fazerem pelo bem
da Igreja. Está na hora de cada católico batizado assumir um
compromisso sério e generoso dentro da Igreja, porque esse amontoado
de católicos sem compromisso, simplesmente azedará a nossa santa
religião. Se cada católico brasileiro arregaçasse as mangas e
trabalhasse fervorosamente pelo bem das almas, com certeza a
situação seria outra, a Igreja não estaria sendo esmagada pelos seus
inimigos. Vejo que o comodismo, a preguiça, o respeito humano e a
infidelidade dos católicos encorajam os inimigos da Santa Igreja:
“Nada
tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade dos bons”
(Leão XIII, Sapientiæ Christianæ).
Se cada católico vivesse santamente o seu batismo e fosse um
ardente, fervoroso e zeloso missionário, não existiria mais nenhum
pagão no Brasil: “Não haveria mais nenhum pagão, se nos
comportássemos como verdadeiros cristãos”
(São João
Crisóstomo, Hom. X in I Tm; Migne, TG LX II, 551).
Querido
Pastor, a situação da Igreja Católica no Brasil é gravíssima, dá
para notar que os inimigos da Igreja não estão brincando; cada dia
que passa, se organizam e se multiplicam a passos de gigante e com a
única finalidade: sufocar a Santa Mãe Igreja Católica Apostólica
Romana.
Muitos bispos,
“adoradores” de suas autonomias; sacerdotes e religiosos,
acomodados em suas poltronas, dizem que esses inimigos são
inofensivos, que são “gatinhos miando”; mas na verdade não é
bem assim. Antigamente, até poderia contar essa piada, mas agora
não, a situação mudou totalmente, não são mais gatinhos inofensivos,
e sim, leões crescidos e furiosos, lobos famintos que trabalham
incansavelmente para devorarem as almas. Eu acho um absurdo,
religiosos permanecerem indiferentes diante de tão grave situação,
não sei se são pastores de almas ou funcionários da Igreja.
E uma
catástrofe ainda maior é que outros bispos, sacerdotes e religiosos,
não contam a piada do gatinho inofensivo, mas fazem pior; têm os
inimigos da Igreja como parceiros de trabalho, colocando tudo no
mesmo nível; e o grande mistério é que os católicos diminuem e os
inimigos aumentam. Que grande parceria! Que belo cavalo de Tróia! A
heresia do indiferentismo anda solta no Brasil.
Vossa
Santidade não acha que é hora de acordar os católicos começando
pelos Bispos? Esses deveriam viajar menos e fazer menos reuniões e
ficar mais em suas dioceses, tornando-se verdadeiros e santos
missionários, não apenas nos horários de expediente, mas 24 horas
por dia, imitando o exemplo de São João Nepomuceno Neumann, grande
missionário nos Estados Unidos.
Querido Pai,
se a Igreja Católica no Brasil não acordar agora, com certeza ela
será esmagada pelos não católicos, como já está acontecendo; basta
sair na rua para perceber o lastimoso estado dos católicos que ainda
vão à igreja. É tudo muito postiço e de rótulo. Quanto mais
arreganham as portas, mais os fiéis se tornam traidores, acomodados
e depois, terríveis inimigos da Santa Igreja. Volto a repetir, para
que tal situação seja percebida, não é necessário percorrer uma
cidade, basta percorrer um quarteirão.
Santo Padre,
peço que abençoe a mim, os meus religiosos e os leigos com os quais
trabalhamos.
Filialmente,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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