Comprovante de Correio da carta postada no dia
29/10/2018 para o Papa Francisco.
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Anápolis, 12 de outubro de 2018
Memória de Nossa Senhora Aparecida
A Sua Santidade
Papa Francisco
“Doce Cristo na terra”
(Santa Catarina de Sena, Carta nº 196,3).
Santo Padre, sigamos a Jesus Cristo, nosso Salvador,
com alegria, fé, valentia e amor, pelo caminho da
cruz; essa é a condição deixada pelo nosso Mestre que sofreu
desde o ventre de sua Santíssima Mãe:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
Nosso Senhor Jesus Cristo não ofereceu vida
fácil, cômoda... preguiçosa... apática, de mordomia e de
“poltronice” para os seus seguidores; mas sim, de
renúncia, desapego e sacrifício:
“... tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
Bondoso Pastor, hoje, infelizmente, milhares de
rapazes e moças que ingressam nos
seminários, conventos e mosteiros, entram com segundas
intenções... com
interesse escondido, visando conquistar um objetivo diferente
daquele que está sendo revelado: somente para estudar, se alimentar
de graça, ter um quarto mobiliado com televisão e ar condicionado,
ter um carro à disposição, perambular pelas ruas sem nenhum
compromisso, viver na burguesia... receber tudo nas mãos sem
trabalhar e outros. Isso é vergonhoso, escandaloso e roubo!
Para rezar o Ofício Divino, Santo Rosário,
fazer adoração, participar da Santa Missa e outros, não é
necessário estar no seminário, convento ou mosteiro,
porque uma pessoa pode muito bem fazer esses atos de piedade estando
em casa. Mas, estando em casa é preciso trabalhar para se
sustentar; então milhares buscam a vida religiosa para viver na
mordomia, para se escorar na Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Santo Padre, é preciso acabar com essa “farra”
e bagunça dentro dos seminários, conventos e mosteiros
o quanto antes. Milhares de rapazes e moças
não estão ingressando na vida religiosa para servirem a Cristo
Jesus; mas sim, para servir ao próprio bucho:
“Muitas moças entram nos mosteiros para
fugir da vida de sacrifício” (Bem-aventurado José
Allamano, A Vida Espiritual). Muitos
seminários, conventos e mosteiros, estão se tornando
“esconderijos” de pessoas preguiçosas,
apáticas, parasitas e sanguessugas. Isso é vergonhoso!
São João Paulo II, sabendo da existência desses
parasitas, preguiçosos e aproveitadores, escreveu aos
Senhores Bispos do Haiti, em visita “ad Limina Apostolorum”,
em 11 de junho de 1983:
“Rejubilo-me vivamente convosco pelas vocações
sacerdotais e religiosas que não cessam de aumentar. Isto é muito
confortador. Compartilho a vossa esperança, e confio-vos o encargo
de transmitir a estes seminaristas o meu afeto e a minha esperança.
Eis porque, também, para que esta graça dê os seus frutos, vós
sentis a necessidade de estar atentos ao DISCERNIMENTO das
vocações, e, sobretudo, de lhes assegurar, juntamente com uma boa
iniciação doutrinária, uma EXIGENTE formação humana e
espiritual. Os candidatos ao sacerdócio são destinados a bem
compreender e a SERVIR o povo cristão, um povo muitas vezes
pobre e provado, e a conduzi-lo às bem-aventuranças evangélicas,
começando eles mesmos a vivê-las. Isto significa que eles devem ser
preparados para isto mediante a ASCESE necessária à vida
espiritual, a disciplina e a simplicidade de vida, o sentido do
TRABALHO e da POBREZA. Numa palavra, LONGE DE SE
CONTENTAREM COM A PERSPECTIVA DE UM FUTURO CONFORTÁVEL ou em
vez de darem atenção às solicitações das ideologias políticas,
estejam antes de tudo preocupados com a santidade à qual devem
aplicar-se” (n.º 4).
Se existisse uma máquina que medisse a RETA
INTENÇÃO daqueles que estão nos seminários, conventos
e mosteiros, muitas casas religiosas se
esvaziariam imediatamente: “É
preciso mandá-los embora, sem lhes dar mais atenção. Tais candidatos
indignos são, em geral, não só a ruína de si mesmos, mas a ruína da
família e das próprias cidades que os acolhem”
(Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a
Jesus Cristo).
O que se pode esperar de rapazes e moças
que vivem escorados na Santa Igreja? O que se pode esperar de
rapazes e moças que fogem do sacrifício, renúncia e da
cruz, para viverem na mordomia, dando o mínimo para Jesus
Cristo? Esses jamais serão discípulos de Jesus Cristo:
“O cristão que se poupa, que calcula para
dar a Deus o mínimo indispensável, de modo a não lhe ser traidor,
que vive procurando antes fugir da cruz que carregá-la, antes
defender-se que renunciar-se, antes salvar a própria vida que
sacrificá-la, não é discípulo de Cristo. Se não nos é dado
testemunhar nosso amor e nossa fé com o martírio do sangue, devemos,
todavia, testemunhá-los abraçando com generoso coração todos os
deveres que o seguimento de Cristo impõe, sem recuar perante o
sacrifício” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena,
Intimidade Divina, 298).
O Senhor Bispo que ORDENA um rapaz sem
RETA INTENÇÃO, isto é, que entrou pela “janela”
e não pela porta... que não foi chamado por Deus... comete PECADO
MORTAL; não somente o Bispo, mas também o confessor e os pais que
empurraram essa desgraça para a vida religiosa... e o próprio
ordenando cometem PECADO MORTAL: “Quando
falta experiência de boa conduta de vida, não só peca gravemente
quem se ordena, mas também o bispo que o promove às ordens sem a
comprovação devida, sem a certeza moral da idoneidade do ordenando.
Peca gravemente o confessor que absolve um candidato com maus
hábitos e que, sem esta experiência de uma vida virtuosa, pretende
receber a ordenação. Pecam gravemente os pais que, sabendo da vida
má do filho, os estimulam a se ordenar, movidos por interesses de
ajuda à família” (Santo Afonso Maria de Ligório, A
prática do amor a Jesus Cristo).
Será que uma Madre superiora que recebe uma candidata
à vida religiosa sem RETA INTENÇÃO, e a
“empurra” para os votos simples e perpétuos,
fica “livre” do PECADO MORTAL?
Amado Pastor, se analisarmos com sinceridade a
“fonte” da desgraça da pedofilia dentro da
Igreja Católica, descobriremos que ela brota
exatamente dessas falsas vocações... pessoas que
entraram nos seminários, conventos e mosteiros para SUGAREM da
Igreja. É preciso parar de amontoar pessoas imprestáveis e parasitas
na vida religiosa. Se número resolvesse alguma coisa, os cemitérios
seriam fontes da vida. O melhor “remédio” para
ESTANCAR a pedofilia dentro da Igreja é VEDAR
com rigor a LAMA da falsa vocação... desses
rapazes e moças que buscam os
seminários, conventos e mosteiros somente para viverem na burguesia.
Os seminários, conventos e mosteiros, já se transformaram em
restaurantes, dormitórios e casas de campo para milhares de
vagabundos e vagabundas que “adoram” o próprio corpo. Não estão
atrás de Cristo e das almas imortais; mas sim, do bem-estar e do
carreirismo.
No Brasil, existem seminários, conventos e
mosteiros com 20, 30 pessoas... se juntarem todas, não dá
uma que preste... são parasitas, sanguessugas...
e muitos rapazes parecem mais moças que as próprias moças.
Santo Padre, é preciso SELECIONAR com CUIDADO e
PRUDÊNCIA os candidatos e candidatas à vida religiosa.
O que se pode fazer com o SAL INSOSSO... com a
LÂMPADA queimada... e com a FIGUEIRA ESTÉRIL?
Nada de bom! Servem somente para ocupar espaço.
O Papa Pio XI escreve sobre essa
SELEÇÃO:
“Mas todo esse louvável esforço, encaminhado à
perfeita educação dos seminários, de pouco valeria, se a escolha
daqueles, por cuja causa existem os seminários, se não fizesse com o
cuidado conveniente. Para essa seleção colaborem, segundo as suas
forças, todos quantos estão encarregados da formação do clero... E,
posto que seja melhor que esta eliminação se faça não demasiado
tarde, porque nestas coisas a dilação costuma induzir em erros e
acarretar prejuízos, contudo, fosse qual fosse a causa da demora,
logo que se descobrir claramente o erro, sem sombra de respeito
humano é mister dar-lhe remédio... quem, forçado talvez por pais mal
aconselhados, quisesse abraçar este estado, fascinado pela
perspectiva de vantagens e comodidades terrenas, entrevistas ou
esperadas no Sacerdócio – o que mais frequentemente podia suceder em
tempos idos; - quem é habitualmente refratário à disciplina e à
obediência, pouco inclinado à piedade, pouco amigo do trabalho e
pouco zeloso da salvação das almas; quem se sente especialmente
propenso à sensualidade e não provou já por longa experiência que é
capaz de a dominar; quem finalmente não tem aptidão para o estudo,
de modo que já se pode prever que não será capaz de levar ao fim com
satisfação dos professores o curso prescrito; - todos esses não
nasceram nem foram feitos para o Sacerdócio... nem os Bispos nem os
Superiores das sociedades religiosas afrouxem, nem sequer um pouco,
na devida severidade, pelo temor de que na Diocese ou no Instituto
religioso venha a diminuir o número dos Sacerdotes... o número de
alunos não deve ser de modo algum a principal preocupação dos que
empregam as suas energias na boa formação dos jovens destinados ao
Sacerdócio...” (Encíclica “Ad Catholici Sacerdotii”,
105- 106. 110. 121. 123 ).
O Papa Pio XII escreve também sobre
essa SELEÇÃO: “Esta seleção
cuidadosa e prudente se desenvolva sempre e em toda parte; não
somente entre os jovens que já estão no Seminário, mas também entre
aqueles que completam seus estudos alhures (em outro lugar),
e de modo particular entre aqueles que prestam a sua colaboração nas
várias atividades do apostolado católico... Carece, porém, examinar
sempre diligentemente cada um dos aspirantes ao sacerdócio, para
ver-se com que intenções e porque causas tenham tomado semelhante
resolução. De modo especial, quando se trata de rapazinhos, é
preciso investigar se eles se acham dotados dos necessários dotes
morais e físicos, e se aspiram ao sacerdócio unicamente levados pela
sua sublimidade e pela utilidade espiritual própria e alheia...
Examinem-se, portanto, com particular atenção as qualidades físicas
dos candidatos, recorrendo ainda, se preciso, ao exame por médico
avisado. Com esta escolha das vocações, feita com zelo e prudência,
nós confiamos que surja por toda parte uma escolha e numerosa
falange de candidatos ao sacerdócio... Deve-se cuidar de modo
especial da formação do caráter de cada rapaz, nele desenvolvendo o
senso de responsabilidade, a capacidade de raciocínio, o espírito de
iniciativa” (Exortação “Menti Nostrae”, 77- 79.
82).
O Bem-aventurado Paulo VI escreve:
“Os indivíduos reconhecidos física e
psiquicamente ou moralmente incapazes devem imediatamente ser
afastados do caminho do sacerdócio: trata-se dum dever grave que
incumbe aos educadores... Os
jovens devem adquirir a convicção de que o caminho que empreendem é
difícil e não poderão percorrê-lo sem peculiar ascese”
(Encíclica “Sacerdotalis Caelibatus”, 64. 70).
Santo Padre, essa SELEÇÃO deve também ser
aplicada, como já foi falado, às candidatas à vida religiosa
(freiras). É importante também examinar com zelo
e prudência os senhores que se oferecem para ser
diáconos permanentes... muitos estão escorados na Santa
Igreja, estão mais preocupados com o bucho da família e em adquirir
bens, do que ajudar as almas imortais.
Quase todas essas falsas vocações que roubam da
Igreja, quando deixam a vida religiosa são castigadas visivelmente
por Deus... suas vidas tornam-se uma verdadeira desgraça...
vivem nas trevas e no PECADO MORTAL.
Infelizmente, milhares de rapazes e moças, antes de
entrarem nos seminários, conventos e
mosteiros, procuram com rigor e cuidado os mais
relaxados, cômodos e
sem exigências... para poderem viver na mordomia. É
preciso expulsar esses ladrões e ladras da vida religiosa.
Santo Padre, esses parasitas e
sanguessugas escandalizam milhares de católicos que vivem
uma vida de sacrifício e de renúncia.
Concluo essa simples carta com uma pergunta:
Por que bispos, padres, freiras e seminaristas
fazem sesta (descanso depois do almoço), enquanto milhões de
católicos trabalham rigorosamente para se sustentar?
Filialmente,
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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