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            CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO, ANÁPOLIS-GO 
            
              
            
            Circular nº 16 - 05/06/2006 
            
              
            
            Caríssimo (a) benfeitor (a), que a Santíssima 
            Trindade esteja presente na vossa alma imortal: 
            “Ó meus Três, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão 
            infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a vós qual presa. 
            Sepultai-vos em mim para que eu me sepulte em vós, até que vá 
            contemplar em vossa luz o abismo de vossas grandezas” 
            (Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade, 
            Elevação à Santíssima Trindade). 
              
            
            Nessa Circular tratarei sobre a oração; rezo para que 
            o Deus de Bondade abra o vosso coração fazendo-o (a) reconhecer o 
            quanto a mesma é necessária para a salvação da vossa alma imortal:
            “Sem o auxílio de Deus, não poderemos 
            resistir a tantos e tais inimigos. Ora, este auxílio divino só se 
            consegue pela oração. Logo, sem oração, não há salvação” 
            (Santo Afonso Maria de Ligório, A Oração, Capítulo I, 
            6). 
            
            Para que o (a) senhor (a) entenda melhor a grandeza 
            da oração, explicarei sem rodeios, lembrando-lhe de que são poucos 
            os sacerdotes que pregam e incentivam os fiéis à prática da oração:
            “Mesmo os livros espirituais, que hoje em 
            dia andam nas mãos dos fiéis, não tratam suficientemente deste 
            assunto, quando é certo que todos os pregadores e confessores e 
            todos os livros não deveriam incutir nada com mais empenho e afinco 
            do que a necessidade de rezar” (Santo 
            Afonso Maria de Ligório, A Oração, Introdução). 
            
            Não tenha pressa ao ler essa Circular, mas deguste-a 
            como se faz com um delicioso e bem preparado alimento. Ao 
            terminá-la, leia mais vezes e verá o quanto é necessário fazer 
            oração. 
            
            Prezado (a) benfeitor (a), sabes o que é oração? 
            Dar-lhe-ei algumas definições para que a conheças claramente: 
            
            1. “Âncora para os flutuantes, tesouro para os 
            pobres, remédio para os doentes e preservativo para os sãos” 
            (São João Crisóstomo). 
            
            2. “Âncora segura para quem está em perigo de 
            naufragar, é um tesouro imenso de riquezas para quem é pobre, é um 
            remédio eficassíssimo para os enfermos e um fortificante certo para 
            nossa saúde” (Santo 
            Afonso Maria de Ligório, A Oração, Capítulo II, 4). 
            
            3. “Uma ascensão para Deus” 
            (São João Damasceno, De Fide orthod., L. III, c. 24, 
            P. G. XCIV, 1090).  
            
            4. “Uma intenção afetuosa do espírito para Deus”
            (Santo Agostinho, Serm. IX, nº 3). 
            
            5. “Petição a Deus de coisas convenientes”
            (São João Damasceno, ibid.). 
            
            6. “Uma conversação com Deus” 
            (São Gregório de Nissa, Orat. I, de orat. Domini, P. 
            G. XCIV, 1124). 
            
            7. “Uma elevação da alma para Deus, com o fim de 
            lhe prestar as homenagens que lhe são devidas e de pedir as suas 
            graças, para assim nos tornarmos melhores para sua glória” 
            (Ad. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética 
            e Mística, 501). 
            
            8. “Um impulso do coração, é um simples olhar 
            lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da 
            provação ou no meio da alegria” (Santa 
            Teresa do Menino Jesus, Ms. Autob. C 25r.). 
            
            9. “Uma elevação da alma a Deus, para adorá-lO, 
            para Lhe dar graças e para Lhe pedir aquilo de que precisamos” 
            (Catecismo Maior de São Pio X, Segunda Parte, 
            Capítulo 1). 
            
            10. “Elevação da mente a Deus” 
            (Santo Tomás de Aquino, IIa, IIae, q. 83, a. 17). 
            
            Caríssimo (a), penso que essas dez definições o (a) 
            ajudará a conhecer melhor o que é a oração, assunto que milhões de 
            pessoas não querem nem ouvir falar. Que pena! Como são infelizes: 
            “Quem foge da oração, foge de todo o bem” 
            (São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor, 179). 
            
            Vivemos num mundo sedento de atividade, onde leigos e 
            boa parte do clero corre desesperadamente em círculo atrás do vazio, 
            onde se comentam com arrogância que rezar muito é exagero e coisa da 
            Idade Média e onde muitos afirmam com “convicção” que Deus 
            não quer tal “beatice”. Pobres leigos! Pobre clero! Como ovelhas 
            loucas e desorientadas correm ladeira abaixo: “Costumam se 
            desculpar, pretextando que se lançaram sem reserva no turbilhão do 
            ministério, a fim de prestarem toda espécie de serviço ao próximo. 
            Erro lamentável!” (Encíclica “Haerent 
            Animo”, 22, Pio X), e : “Um sacerdote que 
            reza pouco, não é verdadeiro sacerdote” 
            (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Capítulo 28), 
            e ainda: “E penso, efetivamente, que correm um sério perigo de 
            desencaminhar-se aqueles que se lançam à ação – ao ativismo…” 
            (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 18). 
            
            Para derrubar por terra a tolice de que é exagero 
            rezar muito, dita por leigos vazios e consagrados modernos, 
            lembre-se de que o próprio Cristo passava noites inteiras em oração. 
            
            1.    
            “É 
            preciso rezar sempre e nunca descuidar” 
            (Lc 18, 1). 
            
            2.    
            “Vigiai 
            e orai, para que não entreis em tentação” 
            (Mt 26, 41). 
            
            3.    
            
            “Naqueles dias, ele foi à montanha para orar e passou a noite 
            inteira em oração a Deus” (Lc 6, 
            12). 
            
            4.    
            
            “Tendo-as despedido, subiu ao monte, a fim de orar a sós. Ao chegar 
            a tarde, estava ali, sozinho” (Mt 
            14, 23). 
            
            5.    
            “De 
            madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retirou-se para 
            um lugar deserto e ali orava” (Mc 
            1, 35). 
              
            
            Existem muitas outras passagens bíblicas que mostram 
            Jesus Cristo em oração, mas para enchê-lo(a) de convicção, penso que 
            essas citações acima são suficientes. 
            
            Caríssimo (a) benfeitor (a), não deixe jamais a 
            preguiça dos mundanos atingir a vossa vida de oração, não lhes dê 
            ouvidos, mas reze muito e com fervor, porque Jesus Cristo também 
            rezava: “A oração cristã é, na essência, a participação ao 
            sublime colóquio do Filho com o Pai, no amor e na comunhão do 
            Espírito Santo. Quando diz o Evangelho de Jesus “gostava de 
            retirar-se a lugares solitários” para rezar 
            (Lc 5, 16) ou passava as 
            noites em  oração (Lc 6, 12), 
            assinala justamente seus íntimos colóquios com o Pai, colóquios cujo 
            mistério não pode o homem penetrar” (Pe. 
            Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 105, 2). 
            
            Como já escrevi, não dê ouvidos aos que não se 
            preocupam com a vida espiritual, esses são tolos e estúpidos, vivem 
            mergulhados na inércia: “Passei junto ao 
            campo do preguiçoso, pela vinha de um homem sem juízo: Eis que tudo 
            estava cheio de urtigas, sua superfície coberta de espinhos e seu 
            muro de pedras em ruínas” (Pr 24, 30-31), 
            mas siga o exemplo dos santos, eles imitavam Jesus em tudo, 
            principalmente na oração. Citarei alguns exemplos dos santos, 
            leigos, em relação à oração, para ajudar-lhe a buscar e amar a vida 
            de intimidade com Deus: 
            
              
            
            1. Santo Alfredo Magno, 
            rei da Inglaterra, consagrava todos os dias oito horas à oração ou à 
            leitura de livros piedosos. Oito horas aos negócios do Estado e oito 
            horas ao descanso e às demais necessidades e ocupações. Levantava-se 
            muito cedo e ia à capela, onde, prostrado por terra, fazia sua 
            oração. 
            
            2. São Venceslau 
            consagrava muitas horas à oração e, na Quaresma, noite alta, 
            visitava descalço as igrejas da cidade, em espírito de penitência. 
            
            Quem educou São Venceslau na piedade foi sua avó. A 
            mãe dele era pagã, ambiciosa e inimiga da religião; a mesma tramou 
            para que Boleslau, filho educado por ela, matasse a punhaladas a São 
            Venceslau, filho primogênito e herdeiro do trono.  
            
            3. São Fernando Rei. Com 
            dezoito anos subiu ao trono de Castela, casou-se aos vinte anos de 
            idade com Beatriz com quem teve treze filhos que educou no santo 
            temor de Deus. 
            
            Jejuava, usava o cilício e passava noites em oração. 
            Era muito devoto de Jesus Sacramentado, ficando horas de joelho em 
            adoração. Morreu aos 54 anos. 
            
            4. Santa Catarina da Suécia. Filha de Santa 
            Brígida, casou-se com um piedoso jovem e ficou viúva aos vinte anos 
            de idade. 
            
            Dedicava quatro horas por dia à meditação da Paixão e 
            Morte de Cristo; rezava os salmos penitenciais, o Ofício de Nossa 
            Senhora; o resto do tempo era aproveitado para os serviços 
            domésticos, para visitar os pobres e os doentes nos hospitais, e 
            rezar nos lugares sagrados do culto cristão. Morreu com 50 anos de 
            idade. 
              
            
            Prezado (a) benfeitor (a) existem muitos outros 
            exemplos, penso que esses são suficientes para aumentar-lhe a 
            convicção sobre a oração. 
            
            Na próxima Circular continuarei escrevendo sobre a 
            oração. 
            
            Deus lhe pague pela vossa preciosa colaboração. 
            
            Eu te abençôo e te guardo no Sagrado Coração de 
            Jesus: “…manso e humilde” 
            (Mt 11, 29). 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
             
    
      
      
          
        
      
      Este texto não pode ser reproduzido sob 
      nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por 
      escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Depois de autorizado, é preciso citar:
       
      
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Associação 
      de benfeitores São José -  
      Circular nº 16 
      - 05/06/2006”. 
      
      
      
      www.filhosdapaixao.org.br/circulares/circulares_03_16.htm 
         
       
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