CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO, ANÁPOLIS-GO
Circular n° 19 - 17-06-2007
Prezado (a) benfeitor (a), carregue a
cruz com paciência e alegria; ela é um tesouro de grande valor:
“A cruz é tesouro inestimável e tão precioso que nunca me julgo mais
feliz do que quando (Jesus) me brinda com algum de seus sofrimentos”
(Santa Margarida Maria
Alacoque, Carta 128).
Hoje, milhões são aqueles que se
impacientam e se revoltam diante das provações e sofrimentos; é
preciso lembrá-los o que Cristo Jesus disse: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz é siga-me”
(Mt 16, 24).
O caminho do cristão é a imitação de
Jesus Cristo. Não há outro modo de O seguir senão acompanhá-lO com a
própria Cruz: “A experiência mostra-nos a realidade do
sofrimento, e que este leva à infelicidade se não aceita com sentido
cristão. A Cruz não é uma tragédia, mas pedagogia de Deus que nos
santifica por meio da dor para nos identificarmos com Cristo e nos
tornarmos merecedores da glória. Por isso é tão cristão amar a dor”
(Edições Theologica).
O que fazer para carregar a cruz com
alegria, serenidade e paciência?
1. Rezar fervorosamente pedindo
FORÇA a Nosso Senhor. Muitos são esmagados pelo peso da cruz e
vivem inquietos, justamente porque buscam apoio e socorro nas
criaturas vazias e falsas.
Quando a cruz pesar em seus ombros,
corra para Cristo Jesus e implore a Sua ajuda; peça-Lhe que o
fortaleça para carregá-la com alegria: “Ó bondade infinita! E de
onde vem tanta força na vontade de vossa criatura? De vós, suma e
eterna força!” (Santa
Catarina de Sena, Preces e Elevações, pp. 93-94).
Participe fervorosamente da Santa
Missa, passe horas diante do Santíssimo Sacramento, reze devotamente
o Santo Terço, etc., e com certeza terá força para carregar as
cruzes com paciência.
2. Meditar a Sagrada Paixão de Jesus
Cristo. Ao meditar os sofrimentos de Nosso Senhor, você verá que Ele
sofreu desde o seio da Virgem Maria até o Calvário: “Considera a
grande amargura de que o coração de Jesus Menino devia sentir-se
atormentado e oprimido no seio de Maria, quando no primeiro instante
da encarnação o Pai Eterno lhe mostrou toda a série de desprezos, de
dores e de angústias que no correr da sua vida deveria sofrer, a fim
de livrar os homens do seu estado de miséria”
(Santo Afonso Maria de Ligório,
Meditações), e: “Considera
como, no mesmo instante em que foi criada a alma de Jesus e unida
com seu pequenino corpo no seio de Maria, o Pai Eterno manifestou a
seu Filho a sua vontade que morresse para a redenção do mundo. No
mesmo tempo pôs-lhe diante dos olhos a vista triste de todos os
sofrimentos que deveria sofrer até à morte a fim de remir o gênero
humano. Mostrou-lhe então todos os trabalhos, desprezos e pobreza
que deveria suportar em toda a sua vida, tanto em Belém como no
Egito e em Nazaré. Mostrou-lhe em seguida todas as dores e
ignomínias de sua Paixão: os açoites, os espinhos, os cravos e a
cruz; todos os desgostos, tristezas, agonias e abandono em que havia
de terminar a sua vida no Calvário... O seu divino Coração não teve
um instante livre de padecimento. – Quer vigiasse, quer dormisse,
sempre tinha diante dos olhos aquela triste representação que lhe
atormentou mais a Santíssima alma do que os santos mártires foram
atormentados por todos os seus suplícios”
(Idem).
3. Fazer leitura espiritual sobre a
Cruz. Na leitura sobre a Cruz você descobrirá o valor do sofrimento:
“A cruz é custosa e às vezes parece-me insuportável para os meus
ombros; porém, se Deus a permitiu, dá-me um sinal de que me estima,
e de que não me faltará com a sua graça para eu a levar. A cruz é
pesada, mas que importa? Depressa me aliviará Deus de seu peso e em
troca dela me dará o descanso eterno... A cruz é um bem para o corpo
e para a alma. As dores que atormentam o corpo são freios que lhe
moderam os apetites e reprimem as paixões. As dores do corpo fazem
crescer na alma as virtudes. É na cruz que a paciência se adquire e
aperfeiçoa. Na cruz se acrisola a resignação e valoriza a
conformidade com a divina vontade. A cruz ergue a nossa esperança
para os bens do céu, aviva a fé nas divinas promessas e inflama o
coração no amor de Jesus Cristo”
(Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de
Luz, 79).
4. Aproximar da Confissão com
freqüência; confissão auricular, não comunitária.
A confissão é o sacramento da paz. Os
que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e
disposição religiosa “podem usufruir a paz e a tranqüilidade da
consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação
espiritual” (Concílio de
Trento: DS 1674).
5. Pensar freqüentemente que Cristo
Jesus nunca cometera o pecado e sofreu terrivelmente: “Jesus foi
crucificado em teu favor, ele não pecara; e tu, não te deixarás
crucificar por aquele que em teu benefício foi pregado na cruz?”
(Das Catequeses de São Cirilo,
bispo de Jerusalém).
6. Pensar também nos próprios pecados
e que tantas vezes já mereceu o inferno: “Meu Jesus, não quero
morrer sem vos amar e vos amar muito. Muito me aflige e penaliza
ter-vos dado tantos desgostos”
(Santo Afonso Maria de Ligório, A Prática do Amor a Jesus Cristo,
Capítulo II).
Caríssimo (a) benfeitor (a), coloque
esses meios em prática e sentirá força para carregar a cruz com
paciência e alegria.
Não olhe o tamanho da cruz, e sim,
para a recompensa que Deus dará àquele que sofrer com alegria:
“Penso, com efeito, que os sofrimentos do tempo presente não têm
proporção com a glória que deverá revelar-se em nós”
(Rm 8, 18).
Leia atenciosamente esses dois
exemplos sobre o sofrimento.
1. São Félix, capuchinho, estava
enfermo e sofria de horríveis cólicas. Um dia perguntou-lhe o
médico:
–
Frei Félix, como vai passando?
–
Doutor, o burrinho (corpo) quisera escapar do chicote; mas, mau
grado seu, terá que estar sob as lambadas.
O médico, compadecido, exortou-o a
pedir algum alívio, recorrendo a Deus.
–
Que me dizeis, doutor? É assim que me aconselhais? Quereis que eu
peça a Deus que me livre destas dores, com as quais Nosso Senhor
mesmo me visita? Não; isso não posso fazer. Isto não são dores, mas
flores celestes, que o paraíso produz e Deus manda a seus filhos. E
pôs-se a dar graças e a bendizer a Divina bondade que o tratava
daquele modo.
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2. Quando uma religiosa, gravemente
enferma, se queixou a São Francisco de Sales que, por causa de seus
sofrimentos, não podia rezar bem nem meditar nas verdades da fé, o
Santo respondeu-lhe:
–
Não vos esqueçais, minha boa Irmã, que é mais meritório sofrer com
Jesus Cristo na Cruz, que meditar nas dores que Ele padeceu nela.
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Eu te abençôo e te guardo no Sagrado
Coração de Jesus: “Coração divino, gravai em meu coração as penas
tão amargas que por mim sofrestes durante os anos de vossa vida
mortal, a fim de que eu chegue a desejar ou ao menos a suportar
pacientemente, por amor de vós, todas as penas desta vida”
(Santo Afonso Maria de Ligório, Visitas a Jesus Sacramentado e a Nossa
Senhora, 25).
Atenciosamente,
Pe.
Divino Antônio Lopes FP.
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Associação
de benfeitores São José -
Circular nº 19
- 17/06/2007”.
www.filhosdapaixao.org.br/circulares/circulares_03_19.htm
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