CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO
– ANÁPOLIS – GO
Circular n° 52 – 15-02-2021
Prezado (a) benfeitor (a), vivamos nesse mundo com
prudência, atenção, com os olhos bem abertos… porque a
inveja se espalhou como veneno mortífero em milhões de
corações. Jesus Cristo, nosso Deus e
Salvador, foi entregue por inveja… e aquele que o segue também é
perseguido pelos invejosos:
“Como estivessem reunidos, Pilatos lhes disse: ‘Quem
quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo?’ Ele
sabia, com efeito, que eles o haviam entregue por inveja”
(Mt 27, 17-18).
A inveja é um vício dominante.
A inveja não consiste em desejar o nível de
vida que outros têm: esse é um sentimento perfeitamente natural, a
não ser que nos leve a extremos de cobiça. Não, a inveja é antes a
tristeza causada pelo fato de outros estarem numa situação melhor
que a nossa, é o sofrimento pela melhor sorte dos outros.
Desejamos ter o que um outro tem, e que não o tenha. Pelo menos,
desejaríamos que não o tivesse, se nós não o podemos ter também.
A inveja leva-nos ao estado mental
clássico “cachorro do hortelão”, que nem aproveita o que tem nem
deixa os outros aproveitarem, e produz o ódio, a calúnia, a
difamação, o ressentimento, a difamação e outros males semelhantes.
A inveja é um veneno mortal!
A inveja é a tristeza causada pelo bem do
próximo ou a alegria pelo mal que lhe acontece, sentimentos estes
que se originam no desejo injusto do bem alheio.
A inveja, filha do orgulho, é pecado do demônio:
“É pela inveja do demônio que a morte entrou
no mundo”
(Sb 2, 24). A inveja é uma tortura, um
suplício contínuo para aquele que se entrega a esta inclinação.
De mais a mais, dá origem a pecados sem conta: suspeitas
injustas, calúnia, murmuração, discórdia, ódio e até homicídio.
Qual a traça para a roupa, o verme para a madeira, a ferrugem para o
ferro, assim é a inveja para o coração do homem; ela o rói e o
devora: é ainda o verme que corrói o vestido de honra da virtude, a
ferrugem que mareia o brilho da reputação.
A inveja “é o desgosto ou
tristeza perante o bem do próximo” (Santo Tomás de
Aquino, S. Th., II-II, q. 36, a. 1), considerando como mal próprio,
porque se pensa que diminui a nossa própria grandeza, felicidade,
bem-estar ou prestígio.
São João Crisóstomo escreve:
“Nós nos combatemos mutuamente, e é a inveja
que nos arma uns contra os outros… Se todos procuram por todos os
meios abalar o Corpo de Cristo, onde acabaremos? Nós estamos
enfraquecendo o Corpo de Cristo… Declaramo-nos membros de um mesmo
organismo e nos devoramos como feras”
(Hom. in 2 Cor 27, 3-4: PG 61, 588).
Santo Agostinho via na inveja
“o pecado diabólico por excelência”
(De disciplina christiana, 7, 7: CCL 46, 214 (PL 40, 673).
São Gregório Magno escreve:
“Da inveja nascem o ódio, a
maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo
e o desprazer causado por sua prosperidade”
(Mor. 31, 45, 88: CCL 143 b, 1610 (PL 76, 621).
QUATRO SINAIS para saber se uma pessoa é
invejosa:
1º sinal para saber se uma pessoa é invejosa:
Alegrar-se com mal alheio. Se percebemos que uma
pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por
qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já
descobrimos uma pessoa invejosa. Na primeira Carta de São
Pedro 2, 1 diz: “Rejeitai… qualquer
espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto
é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é
pior que o diabo como escreve São João Crisóstomo:
“Os invejosos são piores que
o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os
homens não respeitam sequer os participantes da sua própria
natureza”.
2º sinal para saber se uma pessoa é invejosa:
Entristecer-se com o bem alheio. Se
percebemos que uma pessoa se entristece só porque alguém subiu de
cargo, é invejosa… tomemos cuidado, ela é venenosa.
O invejoso não consegue se controlar diante do
sucesso do próximo. Ele fica inquieto e se transforma num monstro da
seguinte forma: Enruga a testa, cerra os dentes, torce o
nariz, fica com o semelhante azedo e olhos fixos no chão; sobre esse
monstro, pior que Satanás, escreve o Pe. Orlando Gambi:
“A inveja quando
não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!”
3º sinal para saber se uma pessoa é invejosa:
Reprimir os louvores dados aos outros.
O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo
contra a pessoa que foi elogiada… ele encontra defeito em tudo
como escreve o Pe. Orlando Gambi: “Aos
olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande!”,
e o mesmo padre diz também: “O invejoso
também vê o bem, mas sempre com maus olhos”.
Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar
alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com
avareza e reserva. Quanta maldade!
4º sinal para saber se uma pessoa é invejosa:
Falar mal do próximo. A
língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável.
A sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo
publicamente e também em segredo; e quanto aos defeitos dos outros,
o invejoso sempre aumenta ou inventa. São Gregório Magno
escreve: “Da inveja nascem o ódio, a
maledicência e a calúnia”.
Fujamos das pessoas invejosas!
O invejoso, como já foi mencionado, é capaz de matar
não só com a língua… mas também com arma branca e de fogo.
O rei Saul, invejoso, tentou matar Davi com uma lança
(1 Samuel 18, 11; 18, 25;18, 29). Caim, invejoso,
matou o seu irmão Abel (Gênesis 4, 8). Os irmãos de José,
invejosos, venderam o irmão (Gênesis 37, 19-29).
No livro do Gênesis 26, 12-15 fala sobre a
inveja dos Filisteus contra Isaac:
“Isaac semeou naquela terra e, naquele ano colheu o cêntuplo. Deus o
abençoou e o homem se enriqueceu, enriqueceu-se cada vez mais, até
tornar-se extremamente rico. Ele tinha rebanhos de bois e ovelhas e
numerosos servos. Por causa disso os Filisteus ficaram cheios de
inveja. Todos os poços que os servos de seu pai haviam cavado, do
tempo de seu pai Abraão, os Filisteus os haviam entulhado e coberto
de terra”. Está claro que o invejoso comete
loucuras contra o invejado.
Que o Deus da paz esteja em seus corações!
Busquem a proteção de Maria Santíssima… Mãe de Deus e
nossa!
Com respeito e gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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