CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO
CRUCIFIXO – ANÁPOLIS-GO
Circular nº 07 - 21/07/1996
Caríssimos irmãos e irmãs no serviço
apostolar e reparador: “Na cruz não falta nenhum exemplo de
virtude” (Santo Tomas de Aquino).
Quero através desta Circular,
incentivá-los a abraçarem a cruz de cada dia e levarem uma vida de
renúncia que agrada muito a Nosso Senhor Jesus Cristo: “Jamais a
cruz sem Jesus, nem Jesus sem a cruz” (São
Luis Maria Grignion de Montfort).
O nosso Querido Salvador disse: “Ajuntai
para vós tesouros no céu…” (Mt 6,20),
que conselho mais sábio e abençoado Ele nos deu, vamos então levá-lo
a sério e obedecê-lo cegamente. Assim como o avarento corre em busca
das riquezas materiais, ficando até noites sem dormir ou mesmo sem
comer, assim devemos fazer em relação aos bens espirituais; devemos
preencher o nosso dia com pequenas e grandes renúncias para agradar
a Deus e receber d’Ele muitas graças: “Deveríamos correr atrás da
cruz como o avarento corre atrás do dinheiro”
(São João Maria Vianney).
“Vida Jesus, viva sua cruz!”
(São Luis Maria Grignion de Montfort),
esse deve ser o nosso grito de cada dia, principalmente quando a
preguiça, esposa de Satanás, vier nos convidar para uma vida fácil e
cômoda, vida que na realidade é morte, e nós sabemos muitos bem que
a vida cristã só tem sentido quando está mergulhada na renúncia: “Não
recuso a cruz: se recuso a cruz recuso Jesus”
(Santa Gemma Galgani).
“Se em algum tempo, meu irmão,
alguém, seja ou não prelado, quiser persuadi-lo de doutrina larga e
de mais alívio, não acredite, nem a abrace, ainda que lha confirmem
com milagres.
Penitência e mais penitência e
desprendimento de todas as coisas, e jamais, se quer chegar a
possuir a Cristo, O busque sem cruz…” (São
João da Cruz), eis o nosso hino meus
caríssimos irmãos e irmãs, eis o hino que devemos cantar não com a
boca, mas com a vida.
Esse mundo voltado para o comodismo,
tem nojo de tudo aquilo que causa sofrimento, mas nós não devemos
segui-lo, não fomos criados para esse “depósito de lesmas”,
mas para seguir a Cristo sem jamais abandonar ou desanimar diante
das provações: “A maior parte dos homens voltam as costas
às
cruzes e fogem delas. Quanto mais eles correm, tanto mais as cruzes
os perseguem”
(São João Maria Vianney).
Devemos aproveitar cada segundo
para renunciar algo de que gostamos; não podemos perder tempo com as
coisas podres do mundo, com esses prazeres que só trazem angústias
para a alma: “Tenha toda a riqueza do mundo e os deleites dele
por lodo, vaidade e fadiga, como na verdade o são”
(São João da Cruz).
Aos olhos dos mundanos, a
mortificação e a renúncia não passam de loucura ou insensatez, mas
aos olhos dos filhos de Deus, daqueles que vivem mergulhados na
espiritualidade, a vida mortificada é realmente a escada certa para
o céu: “E mesmo os cristãos, na medida em que perdem o sentido
sobrenatural das suas vidas, não conseguem entender que só podemos
seguir o Senhor através de uma vida de sacrifício, junto da Cruz”
(Pe.
Francisco Fernández-Carvajal).
O senhor pede a cada cristão que o
siga de perto, e para isso é necessário acompanhá-lO até o Calvário.
Nunca deveríamos esquecer estas palavras: “Quem não toma a sua
cruz e me segue não e digno de mim” (Mt
10,28).
“Pela mortificação, elevamo-nos
até o Senhor; sem ela, ficamos grudados à terra”
(Pe.
Francisco Fernández-Carvajal).
A mortificação é meio indispensável de apostolado. O trabalho
apostolar sem a renúncia e penitência, é um trabalho sem vitória: “A
ação nada vale sem a oração; a oração valoriza-se com o sacrifício”
(Bem-Aventurado Josemaría Escrivá).
Nós que trabalhamos num mundo
totalmente voltado para o comodismo, precisamos nos mortificar
continuamente, sem esse espírito, o nosso trabalho será em vão.
Quem não ama uma vida de sacrifício,
não pode permanecer conosco, nem no Movimento nem no Instituto; é
impossível
suportar um parasita num serviço apostolar: “Nosso
Senhor deu-nos exemplo de sacrifício, sofrendo na alma e no corpo,
quando teria podido levar vida tranqüila”
(Bem-aventurado José Allamano).
Para conquistar almas para Deus e
para salvar a nossa, devemos viver uma vida crucificada com Cristo.
Citarei agora algumas obras de
penitências para ajudá-los a crescerem espiritualmente e
conquistarem muitas almas para Deus:
Abandonar a televisão para sempre
(sabemos que no Tríduo é proibido assistir).
Ficar uma hora com sede, isto é,
depois que a sede apertar.
Renunciar por um mês o refrigerante.
Renunciar a carne por alguns dias.
Não adocicar o leite, o café ou suco,
pelo menos dois dias na semana.
Tomar banho na água fria no inverno.
Tomar banho na água quente no verão.
Comer algo de que não gosta.
Andar com balinhas no bolso e
chupá-las só no final da semana.
Rezar uma dezena do Santo Terço
ajoelhado sobre grãos de milho.
Não usar agasalhos durante alguns
dias no inverno.
Não temperar a comida, isto é,
somente a que você vai comer.
Falar menos, isto é, para quem
conversa muito.
Falar mais, isto é, para quem é
calado.
Não jogar bola no dia em que estiver
com mais vontade.
Não olhar para algo interessante.
Jejuar a pão e água uma vez por
semana.
Não usar ventilador no calor.
Usar cilício com a permissão e
orientação do Superior.
Sabemos que a penitência que mais
agrada a Deus é a interior, sem humildade e obediência, a penitência
exterior fica uma coisa ridícula.
A penitência não é para se mostrar ou
fazer gracinha, mas é um meio importantíssimo para converter os
pecadores; quanto mais
escondida for, melhor.
O missionário que ama as almas de
verdade não mede sacrifícios para ajudá-las a aproximarem-se de
Deus, ele está sempre pronto a sofrer, agir, rezar e passar
dificuldades: “Quando se trata da glória de Deus, que se removam
mundos e fundos”
(Santa Teresa d’Ávila).
Esse deverá ser o nosso programa de
vida: “Reconduzirei a desgarrada, procurarei a perdida. Quer
queiras quer não, assim farei. E se em minha busca, os espinhos dos
bosques me rasgarem, eu me obrigarei a ir por todos os atalhos
difíceis; baterei todos os cercados; enquanto me der forças o Senhor
que me ameaça, percorrerei tudo sem descanso. Reconduzirei a
desgarrada, procurarei a perdida. Se não me queres atrás de ti, não
te desgarres, não te percas”
(Santo Agostinho).
Desejo a todos muitas cruzes.
Pe. Divino
Antônio Lopes FP.
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