CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO - ANÁPOLIS-GO
Circular nº 17 - 17/12/2003
Caríssimos religiosos, quero aproveitar desta data do
meu aniversário para pedir-lhes um presente, e espero que esse seja
oferecido com o máximo de alegria e de todo o coração. Não lhes
pedirei nada de material, mas somente o espiritual, porque para mim
esse é o mais útil e o que mais me interessa: "Buscai, em
primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas
coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6,33),
e "Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do
alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas
do alto, e não nas da terra" (Cl 3,1-2).
Eis o presente tão desejado: peço que cada religioso
se esforce continuamente para crescer mais e mais no amor a Deus.
Não existe algo mais belo do que amar a Deus, e amá-lO de verdade e
sem medida: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Esse é o maior e o
primeiro mandamento" (Mt 22,37-38).
Caríssimos religiosos; o que seria a nossa vida sem Deus?
Com certeza seria um deserto sem oásis ou então um jardim sem
flores. Mas analisando bem, seria bem pior que isso: "Se uma casa
não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonra e
desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a
presença de Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as
trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de ignomínia… Ai da
alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada,
encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios"
(São Macário). O
religioso que ama verdadeiramente a Deus é uma bênção para o
Instituto, esse é aquela rocha ou bigorna que jamais se rachará
quando for malhado com o martelo das perseguições, injustiças,
calúnias e tentações: "Fica firme como a bigorna que é malhada.
Convém ao grande atleta ser ferido e vencer. Principalmente por
causa de Deus precisamos tudo suportar para que ele também nos
suporte" (Início da Epístola a Policarpo
de Santo Inácio de Antioquia).
Prezados religiosos; como é triste, asqueroso,
inseguro e principalmente perigoso trabalhar com um religioso que
não ama verdadeiramente a Deus. Como é triste confiar nessas "coisas"
que só possuem o rótulo de religiosos, e que na realidade são
recipientes vazios e cheios de vermes picantes e peçonhentos. Eu
quero no meu Instituto somente religiosos apaixonados por Deus,
membros que tenham a coragem de se dedicarem de corpo e alma ao
Senhor da Vida, consumindo aos poucos como uma vela se consome
diante do Santíssimo Sacramento. Eu não quero funcionários ou
mercenários dentro do Instituto, mas somente religiosos que vivem só
para Deus: “Se Deus a cada instante se dá a nós com amor
infinito, não cabe a nós, criaturas miseráveis, dar-nos a Ele com
todo o nosso ser, de modo que todas as nossas obras sejam dirigidas
a Ele com toda a intensidade de amor de que somos capazes?"
(Santa Teresa dos Andes).
Caríssimos religiosos, é preciso amar a Nosso Senhor
com entusiasmo e com sinceridade; nada e ninguém deve atrapalhar a
nossa união com Ele. Se acreditamos que Ele é o Senhor da nossa
vida, porque então buscar fora d'Ele outro amor? Somente Ele é capaz
de encher o nosso interior de paz: "Quem pode fazer-me mais feliz
do que Deus? N'Ele encontro tudo" (Santa
Teresa dos Andes).
Não percamos tempo, amemos a Deus de verdade,
transformemos o nosso coração numa fogueira alimentada pelo fogo do
amor a Deus, caso contrário, choraremos amargamente na hora da
morte, lembrando de que o julgamento será sobre o amor.
Feliz Natal!
Eu vos abençôo e vos guardo no Coração Santíssimo do
Menino Jesus.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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