Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

 

Circular 21

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS-GO

 

Circular n° 21 – 12-01-2007

 

Caríssimos religiosos, que o silêncio de Maria Santíssima esteja em seus corações: “Em que silêncio, em que recolhimento, em que adoração não deve ela ter submergido nas profundezas de sua alma para estreitar carinhosamente aquele Deus de quem ela era a Mãe” (Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade, carta 152).

Estamos iniciando mais um ano, agradeçamos a Deus por tão grande graça e prometamos-Lhe sermos fiéis e dóceis até o fim: “Temos que ser santos… cristãos de verdade, autênticos, canonizáveis. E, senão, teremos fracassado como discípulos do único Mestre” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 5).

Nesta primeira Circular do ano de 2007, lhes falarei sobre o SILÊNCIO; quero que vocês permaneçam sempre recolhidos, isto é, mergulhados em Deus: “Essa sede de oração cresce em mim cada momento e meu recolhimento agora é quase contínuo, pois tudo o que faço, faço-o com meu Jesus e ofereço a Ele por amor” (Santa Teresa dos Andes, carta 58).

É triste saber que leigos e religiosos desprezam o SILÊNCIO, trata-o como se fosse uma escravidão ou uma tortura. Pobres cegos! Pobres vazios!

Prezados religiosos, não nos iludamos, sem o verdadeiro SILÊNCIO é impossível crescer na união com Deus. O religioso que está sempre a conversar sem motivo e a fazer barulho sem necessidade, é um tormento para a comunidade: “Num meio onde não é observado o silêncio, falta a intensidade de vida interior” (Dom Columba Marmion).

O SILÊNCIO deve ser interno e externo: “Para que serve a solidão material, se não houver a solidão da alma?” (São Gregório Magno), e: “Pode-se viver numa cartuxa e não ser recolhido, porque deixa-se a imaginação vaguear através do imenso campo das lembranças e coisas insignificantes, sonha-se com futilidades, abre-se o espírito a pensamentos vãos. É triste ver com que facilidade desperdiçamos muitas vezes os nossos pensamentos” (Dom Columba Marmion).

O religioso do nosso Instituto deve deixar a solidão somente para realizar o trabalho missionário. Que Deus nos proteja daqueles que gostam de perambularem pelas ruas da cidade sem nenhum compromisso: “Quantas colunas vimos ruir por terra, por ficarem andando e viverem fora de suas celas… Conheceis as conseqüências da permanência fora da cela exterior? Algo mortífero: distrai-se a mente ao procurar a companhia dos homens e esquecer dos Anjos; esvazia-se a mente dos santos pensamentos sobre Deus, enchendo-a de pensamentos humanos; a boa vontade e a devoção decaem por causa de preocupações dissipadas e más; escancaram-se as portas dos sentidos: do olho, para ver o que não se deve; dos ouvidos, para escutar o que é contrário à vontade de Deus e à salvação das almas; da língua, para pronunciar palavras inúteis e deixar de falar sobre Deus. Afinal, pela falta de oração e de bons exemplos, a pessoa prejudica a si mesma e os outros. As palavras são insuficientes para descrever os males derivantes. E se a pessoa não estiver atenta, sem perceber irá decaindo aos poucos, chegando até a abandonar o sagrado aprisco da vida consagrada” (Santa Catarina de Sena, Carta 37, 4).

Muitos religiosos da Santa Igreja possuem o famoso “cheiro de égua”, é uma expressão usada pelas pessoas mais antigas do interior de São Paulo. Possuem o terrível “cheiro de égua” porque são pessoas “penetra”, que não fazem falta em nenhum lugar. É importante lembrá-las de que o SILÊNCIO também fala: “Não é só a palavra escrita que conta, os silêncios falam. Silêncio da morte. Silêncio de dignidade. Silêncio de recolhimento. Silêncio de maturação. Silêncio de prudência. Silêncio de submissão. Silêncio que é ato” (Cardeal Saliêge).

Os fiéis não suportam o religioso tagarela e falador; mas admiram e parabenizam aquele que sabe falar na hora certa: “Deus, coloca uma guarda em minha boca, uma sentinela à porta dos meus lábios” (Sl 140, 3).

Peçamos ao Senhor Deus para que nos ajude a sermos silenciosos. Aquele religioso que não se reabastece cairá no terrível vazio.

Eu vos abençôo e vos guardo no Sagrado Coração de Jesus, Escola do verdadeiro SILÊNCIO.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Circular nº 21 - 12/01/2007”.

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/circulares/circulares_01_021.htm

 

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