Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

 

Circular 25

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS-GO

 

Circular n° 25 – 26-12-2012

 

Estimados religiosos do Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima, não deixemos de realizar o bem por causa das dificuldades, obstáculos e provações que surgem pelo caminho; mas, com os olhos em Jesus Cristo sofredor, carreguemos as cruzes de cada dia e enfrentemos as barreiras com valentia e firmeza: “A vida de Jesus Cristo foi um martírio contínuo, e mesmo um duplo martírio, por ter sempre diante dos olhos todos os sofrimentos que em seguida deviam atormentá-lo até à morte” (Santo Afonso Maria de Ligório, Meditações).

 

Inicio essa Circular n° 25, com as encorajadoras palavras do Papa Bento XVI à Comunidade do Venerável Colégio Inglês de Roma, Sala Clementina, segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012: “Aqueles que verdadeiramente  encontraram Cristo são incapazes de manter o silêncio acerca dele. Como o próprio São Pedro disse aos anciãos e escribas de Jerusalém: ‘Não podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos’ (At 4, 20). São Bonifácio, Santo Agostinho de Canterbury e São Francisco Xavier, cuja festa celebramos hoje, assim como muitos outros santos missionários mostram-nos como o amor intenso pelo Senhor comporta um profundo desejo de levar outras pessoas a conhecê-lo. Também vós, no seguimento das pegadas dos mártires do Colégio, sois homens escolhidos por Deus para propagarem a mensagem do Evangelho nos dias de hoje, na Inglaterra e no País de Gales, no Canadá e na Escandinávia. Os vossos predecessores enfrentaram uma possibilidade concreta de martírio, e é bom e justo que venereis a memória gloriosa daqueles quarenta e quatro ex-alunos do vosso Colégio que derramaram o seu sangue por Cristo. Sois chamados a imitarem o seu amor pelo Senhor e o zelo com que O deram a conhecer... Na Sagrada Escritura, o fogo muitas vezes serve para indicar a presença divina, quer se trate da sarça ardente a partir da qual Deus revelou o seu Nome a Moisés, da coluna de fogo que guiou o povo de Israel no seu caminho da escravidão para a liberdade, ou das línguas de fogo que desceram sobre os apóstolos no Pentecostes, permitindo que eles partissem, no poder do Espírito, para proclamar o Evangelho até aos extremos confins da terra. Do mesmo modo como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta (cf. Tg 3, 5), assim o testemunho fiel de poucos pode fazer libertar o poder purificador e transformador do amor de Deus, a fim de que se propague como um relâmpago numa comunidade ou numa nação”.

Não podemos viver na indiferença, preguiça, comodismo e “poltronice”, como fazem milhões de católicos; mas sim, com o coração cheio de amor e , aqueçamos os corações gélidos e tiritantes de todos com a Santa Doutrina deixada pelo nosso Salvador... mostremos a todos a grandeza da Vida de Nosso Senhor; somente assim o nosso trabalho será frutuoso e verdadeiro: “Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados” (Paulo VI, Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi”, 22).

É preciso acordar milhões de católicos que dormem no caminho da condenação eterna: “Ó tu, que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará” (Ef 5, 14). É inadmissível tolerar milhões de defuntos dentro da Santa Igreja: “Membros mortos da Igreja são os fiéis que estão em pecado mortal” (São Pio X, Catecismo Maior, Primeira Parte, Capítulo X, 2). É inaceitável ver milhões de católicos vivendo na “poltronice”, comodismo e relaxamento... de mãos vazias: “Quem, sendo muito embora membro da Igreja Católica, não pusesse em prática os seus ensinamentos, este seria membro morto, e portanto não se salvaria, porque para a salvação de um adulto requerem-se não só o Batismo e a fé, mas também as obras conformes à fé” (São Pio X, Catecismo Maior, Primeira Parte, Capítulo X, 2). A Santa Igreja necessita de católicos vivos... vivíssimos... e não de um amontoado de preguiçosos e indiferentes: “Não basta para nos salvarmos o sermos de qualquer maneira membros da Igreja Católica, mas é preciso que sejamos seus membros vivos” (São Pio X, Catecismo Maior, Primeira Parte, Capítulo X, 2).

Todos os católicos são chamados a serem missionários fervorosos, intrépidos e santos: “Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos... A universal vocação à santidade está estritamente ligada à universal vocação à missão: todo fiel é chamado à santidade e à missão” (Bem-aventurado João Paulo II, Carta Encíclica “Redemptoris Missio”, 3 e 90).

Caríssimos religiosos, falemos de Cristo Jesus para todas as pessoas e em qualquer lugar: metrópoles, cidades, aldeias, fazendas, favelas, campos, montanhas, vales, vilarejos... nas esquinas, ruas, casas... jamais nos envergonhemos do Nosso Salvador, desse Senhor que se humilhou e morreu numa cruz para nos salvar: “E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa Nova do Cristo Jesus” (At 5, 42), e: “Deveis ser uma Igreja que procura as pessoas, que as convide não somente no chamado geral dos meios de comunicação, mas no convite pessoal, de casa em casa, de rua em rua, num trabalho permanente e respeitoso, mas presente em todos os lugares e ambientes” (Bem-aventurado João Paulo II, Discurso aos Bispos brasileiros por ocasião da visita ad limina Apostolorum 1995-1996).

É lamentável, escandalosa e preocupante a situação dos católicos; são mais noveleiros, “botequeiros”, dançarinos... do que cristãos.

O Santo Padre Bento XVI mostrou grande preocupação com os católicos mascarados, superficiais e mundanos... com os católicos de casca, aparência, exterioridade... sepulcros caiados: “O texto descreve, com palavras muito fortes, este amor: é fervor, é chama, é atear os outros. Há uma nossa paixão que deve crescer da fé, que deve transformar-se em fogo da caridade. Jesus disse-nos: Vim para lançar fogo à terra e quanto desejaria que já estivesse ateado. Orígenes transmitiu-nos uma palavra do Senhor: ‘Quem está perto de mim está perto do fogo’. O cristão não deve ser tíbio. O Apocalipse diz-nos que este é o maior perigo do cristão: não diz não, mas diz um sim tíbio. Precisamente esta tibiez desacredita o cristianismo. A fé deve tornar-se em nós chama do amor, chama que acende realmente o meu ser, se torna grande paixão do meu ser, e assim acende o próximo. Este é o modo da evangelização: ‘Accendat ardor proximos’, que a verdade se torne em mim caridade e a caridade acenda como o fogo também o outro. Só neste acender o outro através da chama da nossa caridade, cresce realmente a evangelização, a presença do Evangelho, que já não é só palavra, mas realidade vivida” (Meditação do Papa Bento XVI durante a Oração da Hora Tércia na inauguração dos trabalhos do Sínodo dos Bispos, Sala do Sínodo, segunda-feira, 8 de Outubro de 2012).

Caríssimos, como são consoladoras essas palavras do Santo Padre para os católicos fiéis, batalhadores e perseverantes no bem! É um incentivo para que os mesmos trabalhem com mais confiança e afinco.

Agarremo-nos nas Santíssimas Mãos de Nosso Senhor e falemos de Sua grandeza para todos; mesmo que tenhamos de enfrentar muitos obstáculos, zombarias, desprezos e até ameaças de morte: “Decidimos, contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho de Deus, no meio de grandes lutas” (1 Ts 2, 2), e: “Vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar das numerosas tribulações” (1 Ts 1, 6).

Não nos intimidemos diante dos católicos defuntos que abrem a boca somente para murmurarem contra Cristo e sua Igreja... mas que vivem com as mãos vazias e trilhando o caminho do inferno; pronunciam o nome de Deus, mas carregam o demônio no coração: “Afirmam conhecer a Deus, mas negam-no com os seus atos, pois são abomináveis, desobedientes e incapazes para qualquer boa obra” (Tt 1, 16), e: “Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar sua grandeza e santificar o seu nome, será considerado o menor no Reino dos Céus” (São Beda, Exposição sobre o Evangelho de São Lucas).

Agradeçamos ao Deus Eterno por todas as graças recebidas nesse ano de 2012, e peçamos-Lhe perdão pelas infidelidades e pecados.

Rezemos pelo Santo Padre Bento XVI para que Deus o proteja de todos os perigos.

Rezemos também por muitos senhores bispos que vivem adormecidos em suas dioceses atarefados em nada fazer.

Rezemos por milhares de sacerdotes que pregam para acariciar os ouvidos dos fiéis, escondendo dos mesmos as verdades eternas: “Para ser autêntica, a palavra deve ser transmitida ‘sem duplicidade e sem falsificação, mas manifestando com franqueza a verdade diante de Deus’ (2 Cor 4, 2). O presbítero, com uma maturidade responsável, evitará DISFARÇAR, REDUZIR, DISTORCER ou DILUIR o conteúdo da mensagem divina. Com efeito, a sua missão ‘não é de ensinar uma sabedoria própria, mas sim, de ensinar a PALAVRA de DEUS e de convidar insistentemente a todos à conversão e à santidade” (Diretório para o ministério e a vida do presbítero, 45).

Eu vos abençôo e vos guardo no Coração Santíssimo de Jesus Cristo, nosso modelo e Mestre.

Atenciosamente,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

                                                                          

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Circular nº 25 - 26/12/2012”.

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/circulares/circulares_01_025.htm

 

OUTROS ESCRITOS