Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

Nº 11

 

REMÉDIOS PARA CURAR O VÍCIO DE FURTAR

 

O sétimo Mandamento, não furtar, proíbe tirar ou reter injustamente as coisas alheias, e causar dano ao próximo nos seus bens de qualquer outro modo.

Furtar quer dizer: tirar injustamente as coisas alheias contra a vontade do dono, quando ele tem toda a razão e todo o direito de não querer ser privado do que lhe pertence.

De quantos modos se tiram injustamente as coisas alheias? De dois modos: com o furto e com o roubo.

Comete-se o furto tirando ocultamente as coisas alheias.

Comete-se o roubo tirando com violência ou manifestamente (com clareza) as coisas alheias.

A vida é mais importante que a propriedade. Não é razoável recusarmo-nos a dar a alguém algo de que precisa para salvar a sua vida. Assim, o faminto que toma um pão, não rouba: “Não é furtar quando um pobre, a morrer de fome ou muito necessitado, apanha comida onde a encontre se não pode conseguir de outro modo” (Pe. J. Bujanda).

O fugitivo que se apossa de um carro ou de um barco para escapar dos perseguidores que lhe ameaçam a vida ou a liberdade, não rouba.

Esta cláusula distingue também roubar de tomar emprestado. Se o meu vizinho não está em casa e pego da sua garagem umas ferramentas para reparar o meu automóvel, sabendo que ele não faria objeção, é claro que não roubo. Mas é igualmente claro que é imoral tomar emprestada uma coisa quando sei que o seu proprietário se oporia a isso. O empregado que toma emprestado o dinheiro da caixa, ainda que pense devolver algum dia esse “empréstimo”, é réu de pecado.

Não cumprir com contrato ou um acordo de negócios, se causa prejuízos à outra parte contratante, é pecado. Também o é assumir dívidas sabendo que não se poderão pagar: é um pecado comum nestes tempos, em que tanta gente vive acima das suas possibilidades.

 

Primeiro remédio. Não queiras para outrem o que não quererias para ti. E visto que tu não gostas que ninguém cobice, ou te tire o teu, julga por aí se quereria teu próximo que cobices, ou que tires o que é dele! “Não faças a ninguém o que não queres que te façam” (Tb 4, 15).

 

Segundo remédio. Pense com frequência que Deus olha para tuas mãos e para teu coração, e que os ladrões serão lançados no fogo do inferno: “... nem os ladrões... herdarão o Reino de Deus” (1 Cor 6, 10).

 

Terceiro remédio. Tirar o alheio produz pobreza, porque o mal adquirido é causa de que se perca o bem adquirido; por essa causa vêm doenças, perdas e toda classe de males, e finalmente o inferno. E de que lhe aproveitará ganhar todo o mundo, se perder a alma para os demônios? “Conheço duas coisas que levam alguém a ficar pobre: trabalhar aos domingos e roubar o bem alheio” (São João Maria Vianney).

 

Quarto remédio. Dê esmolas, porque assim como tirar o alheio gera pobreza, assim dar esmola do próprio bolso é fonte de riqueza: “Quem faz caridade ao pobre empresta a Deus, e ele dará a sua recompensa” (Pr 19, 17).

 

Quinto remédio. Assim, pois, cada dia, conforme as tuas posses, dê alguma esmola, não por vaidade ou ambição, senão para socorrer as misérias de teu próximo. Não te glories por realizar o bem; mas também não deves envergonhar-te disso... quero dizer, que nem o faças para ser visto, nem porque te vejam quando o fazes, deixes de fazê-lo: “Quem prática uma ação só pela glória de Deus... já alcançou o fim que desejava” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 25 de janeiro de 2018

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Santo Antônio Maria Claret, O caminho reto

São Pio X, Catecismo Maior

Pe. Leo J. Trese, A fé explicada

Pe. J. Bujanda, Teologia Moral

São João Maria Vianney, Escritos

Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus Cristo