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			REMÉDIOS PARA CURAR O VÍCIO DE FURTAR 
			  
			
			O sétimo Mandamento, não furtar, proíbe 
			tirar ou reter injustamente as coisas alheias, e causar dano ao 
			próximo nos seus bens de qualquer outro modo. 
			
			Furtar quer dizer: tirar injustamente as coisas 
			alheias contra a vontade do dono, quando ele tem toda a razão e todo 
			o direito de não querer ser privado do que lhe pertence. 
			
			De quantos modos se tiram injustamente as coisas 
			alheias? De dois modos: com o furto e com o roubo. 
			
			Comete-se o furto 
			tirando ocultamente as coisas alheias. 
			
			Comete-se o roubo 
			tirando com violência ou manifestamente (com clareza) as 
			coisas alheias. 
			
			A vida é mais importante que a propriedade. 
			Não é razoável recusarmo-nos a dar a alguém algo de que precisa para 
			salvar a sua vida. Assim, o faminto que toma um pão, não rouba: 
			“Não é furtar quando um pobre, a morrer de 
			fome ou muito necessitado, apanha comida onde a encontre se não pode 
			conseguir de outro modo”
			(Pe. J. Bujanda). 
			
			O fugitivo que se apossa de um carro ou de um barco 
			para escapar dos perseguidores que lhe ameaçam a vida ou a 
			liberdade, não rouba. 
			
			Esta cláusula distingue também roubar de tomar 
			emprestado. Se o meu vizinho não está 
			em casa e pego da sua garagem umas ferramentas para reparar o meu 
			automóvel, sabendo que ele não faria objeção, é claro que não 
			roubo. Mas é igualmente claro que é imoral tomar emprestada 
			uma coisa quando sei que o seu proprietário se oporia a isso. 
			O empregado que toma emprestado o dinheiro da caixa, ainda que pense 
			devolver algum dia esse “empréstimo”, é réu de pecado. 
			
			Não cumprir com contrato ou um acordo de negócios, se 
			causa prejuízos à outra parte contratante, é pecado. Também o 
			é assumir dívidas sabendo que não se poderão pagar: é um 
			pecado comum nestes tempos, em que tanta gente vive acima das suas 
			possibilidades. 
			  
			
			Primeiro remédio. 
			Não queiras para outrem o que não quererias para ti. E visto que tu 
			não gostas que ninguém cobice, ou te tire o teu, julga por aí 
			se quereria teu próximo que cobices, ou que tires o que é dele!
			“Não faças a ninguém o que não queres que 
			te façam”
			(Tb 4, 15). 
			  
			
			Segundo remédio. 
			Pense com frequência que Deus olha para tuas mãos e para teu 
			coração, e que os ladrões serão lançados no fogo do inferno:
			“... nem os ladrões... herdarão o Reino 
			de Deus”
			(1 Cor 6, 10). 
			  
			
			Terceiro remédio.
			Tirar o alheio produz pobreza, 
			porque o mal adquirido é causa de que se perca o 
			bem adquirido; por essa causa vêm doenças, perdas e toda classe de 
			males, e finalmente o inferno. E de que lhe aproveitará ganhar todo 
			o mundo, se perder a alma para os demônios? 
			“Conheço duas coisas que 
			levam alguém a ficar pobre: trabalhar aos domingos e roubar o bem 
			alheio” (São João Maria Vianney). 
			  
			
			Quarto remédio. 
			Dê esmolas, porque assim como tirar o alheio gera pobreza, 
			assim dar esmola do próprio bolso é fonte de riqueza: 
			“Quem faz caridade ao pobre empresta a Deus, e ele dará a sua recompensa”
			(Pr 19, 17). 
			  
			
			Quinto remédio. 
			Assim, pois, cada dia, conforme as tuas posses, dê alguma esmola, 
			não por vaidade ou ambição, senão para socorrer as misérias de teu 
			próximo. Não te glories por realizar o bem; mas também não 
			deves envergonhar-te disso... quero dizer, que nem o faças para ser 
			visto, nem porque te vejam quando o fazes, deixes de fazê-lo:
			“Quem prática 
			uma ação só pela glória de Deus... já alcançou o fim que desejava”
			(Santo Afonso Maria de Ligório). 
			  
			
			Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) 
			
			Anápolis, 25 de janeiro de 2018 
			  
			  
			
			Bibliografia 
			  
			
			Sagrada Escritura 
			
			Santo Antônio Maria Claret, O caminho reto 
			
			São Pio X, Catecismo Maior 
			
			Pe. Leo J. Trese, A fé explicada 
			
			Pe. J. Bujanda, Teologia Moral 
			
			São João Maria Vianney, Escritos 
			
			Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a 
			Jesus Cristo 
			  
			  
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