Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

12 de setembro de 2016

 

 

Apresentação

 

Prezado leitor, Nosso Senhor Jesus Cristo sempre olha para todos, para uns com amor, para outros com severidade. Leia e medite com atenção esses pensamentos escritos pelo Pe. Divino Antônio Lopes FP(C) e analise como é o olhar de Jesus Cristo dirigido a você.

 

Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor

Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

01

Imaginemos ver Jesus Cristo nascido na pobre gruta de Belém. Estende as pequenas mãos para dar a entender que deseja que a Virgem Maria o tome nos braços... e, assim, olha demoradamente para o Santíssimo rosto de tão bela e cândida criatura: “Confesso na verdade, que não pensava que fora de Deus fosse possível beleza tão sublime e celestial, como a que contemplei. Eu vi a Virgem Maria! Pude ver e rever com meus próprios olhos a Mãe de Jesus Cristo!” (São Dionísio Areopagita).

02

Quando Jesus Cristo, Beleza Eterna, nasceu; o primeiro rosto contemplado por Ele foi o da Santíssima Virgem... grande esplendor capaz de deslumbrar e desfalecer os corações: “Quando a Santíssima Virgem estava ainda na terra, a graça imensa de sua alma comunicava a seu corpo uma formosura tão grande, que abrasava em amor todos aqueles que tinham a ventura de a contemplar, e inspirava-lhes no coração o desejo das coisas celestiais” (Santo Afonso Maria de Ligório).

03

Quando os olhos do Deus Menino contemplaram a formosa face de sua Santíssima Mãe... suas lágrimas secaram, sua dor desapareceu e o frio se afastou. Deus se “entretém” com a beleza: “Minha Mãe é esta linda e pura Virgem que está ao meu lado” (Santo Afonso Maria de Ligório).

04

Depois de contemplar demoradamente a suave e bela face de Maria Santíssima, o Doce Menino volveu os olhos para todos os lados. O que Ele estava procurando? “Eu olho ao redor de mim, porque estou procurando alguma alma que me queira” (Santo Afonso Maria de Ligório).

05

O olhar do Menino Jesus não é frio nem indiferente... mas é um olhar que lança setas aos corações que o desejam. A Virgem Maria, o puríssimo São José, os humildes pastores e os Reis Magos não ficaram indiferentes diante d’ Ele, mas o adoraram: “A própria gruta e as próprias palhas clamam e vos dizem que ameis aquele que vos ama, que ameis um Deus que é digno de amor infinito, baixou do céu, se fez menino e menino pobre para manifestar o amor que vos tem e para cativar por seus sofrimentos o vosso amor” (São Bernardo de Claraval).

06

Nosso Senhor Jesus Cristo olha com amor para as pessoas que são generosas e que desejam se consumir em seu serviço: “Mestre, tudo isso eu tenho guardado desde minha juventude. Fitando-o, Jesus o amou” (Mc 10, 21). Afastemos o egoísmo do nosso coração... e o Senhor nos olhará com amor!

07

Jesus Cristo olha para os seus amigos com um amor de predileção... esse olhar leva consigo o convite a viver numa maior intimidade com Deus. Ele não aceita um coração dividido com as criaturas... o seu amor é sincero e exigente: “Fitando-o, Jesus o amou e disse: ‘Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’” (Mc 10, 21).

08

Nosso Salvador olha com bondade para os seus seguidores, mesmo quando é negado por eles. Diante do olhar do Senhor é preciso levantar-se do pecado e da indiferença... chorando amargamente: “... e o Senhor, voltando-se, fixou o olhar em Pedro... E saindo para fora, chorou amargamente” (Lc 22, 61-62).

09

O olhar angustiado e compassivo de Jesus não deixa o pecador indiferente, mas leva-o ao arrependimento. O Senhor fixou os olhos em São Pedro, e o Apóstolo encheu-se de dor: “Saindo dali, ele chorou amargamente” (Mt 26, 75).

10

O olhar penetrante de Jesus Cristo não deixou de “atingir” o Apóstolo Pedro... mesmo o Senhor estando rodeado pelos inimigos e mergulhado num mar de sofrimentos. Ele quer levar todos ao arrependimento para perdoar-lhes: “E começou a chorar” (Mc 14, 72).

11

Nosso Senhor “falava” com o olhar... Jesus tinha, sem dúvida, um olhar de expressão soberana e dominadora: “Correndo os olhos por todos eles, disse ao homem...” (Lc 6, 10). Ninguém conseguia fugir do seu olhar majestoso e cheio de atenção!

12

Ninguém fica livre do olhar de Jesus Cristo...  o seu olhar observa a todos. Esse olhar que bastava para inflamar, sacudir e censurar: “Levantando os olhos, ele viu os ricos lançando ofertas no Tesouro do Templo. Viu também uma viúva indigente, que lançava duas moedinhas” (Lc 21, 1-2).

13

O Senhor não olha o tamanho da obra realizada nem o seu custo; mas sim, o amor colocado na realização... o olhar de Jesus é profundo, “investigador”, perspicaz... vai muito além da superfície: “O olhar de Jesus não se detém na superfície dos atos dos homens; acompanha-lhes todas as ações até às raízes, até o fundo do coração, que é de onde procedem” (Karl Adam).

14

É grande ilusão querer se libertar do olhar de Jesus Cristo. Ele é Deus e possui um olhar “investigador”... conhece perfeitamente as ações do santo e do pecador... daquele que caminha na luz e do que caminha nas trevas... sabe muito bem o que se passa no interior e no exterior de cada pessoa. Nada e ninguém conseguem fugir do seu olhar atencioso: “O olhar de Jesus vê através do véu das paixões humanas e penetra até os refolhos do homem, lá onde este se encontra só, pobre e nu, lá onde tem somente a sua fragilidade, lá onde depende de uma infinidade de influências do corpo, da alma, da sociedade; numa palavra, penetra até o fundo do homem enfermo e miserável” (Karl Adam).

15

Jesus Cristo não é criatura nem limitado; mas é Deus onisciente... tem conhecimento infinito sobre todas as coisas. O seu olhar não possui barreiras. Ele vê cada um de nós! Ou só ou acompanhados... no quarto ou na rua... na terra firme ou no fundo do oceano... o seu olhar está sempre presente.

16

Nenhum acontecimento nesse mundo passa despercebido aos olhos de Jesus Cristo. Essa grande verdade estremece os libertinos, mundanos e pecadores impenitentes. O Senhor vê tudo... está em toda parte, sabe de tudo.

17

É grande ignorância realizar más obras pensando que Jesus Cristo está adormecido. O Senhor não “pisca”, mas nos acompanha com o olhar atento. Jesus vê não só as nossas ações, mas todos os nossos pensamentos! Conhece todas as nossas intenções... Ele não fecha os olhos a nenhum ato da nossa vida!

18

O pecador para se iludir diz: “O Senhor não nos vê, abandonou a terra” (Ez 8, 12). E assim, com total atrevimento, comete o pecado diante dos olhos de um Deus que tem nas mãos os raios da vingança. Quanta cegueira!

19

Feliz da pessoa que caminha santamente sob o olhar sincero, zeloso e atencioso de Jesus Cristo. Essa produzirá frutos abundantes!

20

A lembrança contínua de que Jesus Cristo nos acompanha com o seu olhar, nos afasta do pecado e nos ajuda a progredir nas virtudes.

21

Jesus Cristo é o Deus da misericórdia... todo amor... o seu olhar é de compaixão. Não abaixa os olhos diante do pecador em sinal de desprezo, mas fixa-o onde quer que esteja para atraí-lo ao seu Coração: “Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhe: ‘Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em tua casa...’ À vista do acontecido, todos murmuravam, dizendo: ‘Foi hospedar-se na casa de um pecador’” (Lc 19, 5.7).

22

Quem se esforça para contemplar a Jesus Cristo, recebe como prêmio o seu olhar de amor e perdão: “Correu então à frente e subiu num sicômoro para ver Jesus que iria passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhe: ‘Zaqueu, desce depressa’” (Lc 19, 4-5). O Senhor não fica indiferente diante de um olhar amoroso!

23

Jesus Cristo não desvia o olhar das pessoas que choram... mas comove-se, fica conturbado e chora com os que choram: “Quando Jesus a viu chorar e também os judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. E perguntou: ‘Onde o colocastes?’ Responderam-lhe: ‘Senhor, vem e vê!’ Jesus chorou” (Jo 11, 33-35).O Senhor “observa” atentamente com o olhar de compaixão os sofrimentos de cada pessoa. Nada escapa do seu olhar!

24

Nosso Senhor não era curioso e não olhava para todas as coisas... “guardava” com zelo e cuidado o seu belíssimo olhar: “Levantando Jesus os olhos e vendo a grande multidão que a ele acorria...” (Jo 6, 5).

25

Jesus Cristo, do alto da cruz, viu a sua amável e sofrida Mãe... não a reprovou, como fazem os amigos da serpente, mas a entregou ao Apóstolo São João Evangelista: “Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis o teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’” (Jo 19, 26-27).Todos os cristãos, representados em São João, somos filhos de Maria. Benditos sejam todos os olhares do Senhor... principalmente esse do alto da cruz!

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 12 de setembro de 2016

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O fascinante olhar de Jesus Cristo”

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/livros/034_o_fascinante_olhar_de_jesus_cristo.htm