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12 de outubro de 2016
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01 |
É necessário para obter o perdão dos pecados ter propósito de emenda, quer dizer, estar decidido a emendar-se. |
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02 |
O firme propósito de não tornar a cair nos pecados não é simples intenção e mero desejo; mas sim, determinação enérgica de não mais pecar. |
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03 |
No tocante ao firme propósito, corre grande perigo de iludir-se, de enganar o confessor e profanar os Sacramentos, aquele que se contentar com promessas sem efeito nem resultado algum. |
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04 |
Arrependimento ou contrição é uma dor intensa da alma com detestação do pecado cometido, com o propósito firme de não tornar a pecar para o futuro. |
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05 |
Para ser sincero e verdadeiro, o firme propósito deve ser: interior (no coração e na vontade e não unicamente nos lábios); universal (abranger todos os pecados mortais sem exceção, especialmente aqueles em que caímos mais facilmente); soberano (superior a todos os vínculos, até os partirmos; superior a todas as dificuldades, até as vencermos corajosamente); prático (ter sua aplicação circunstanciada e seus meios de execução). |
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06 |
A oração, a vigilância, a emenda dos maus hábitos e a fuga das ocasiões, são provas da existência verdadeira do firme propósito. |
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07 |
Não há ato de contrição verdadeiro se não se fizer acompanhar do propósito de emenda. |
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08 |
O propósito não é outra coisa senão a simples e sincera determinação de evitar o pecado no futuro, bem como as ocasiões próximas do pecado, tanto quanto nos seja possível. |
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09 |
Sem o propósito de emenda, não pode haver perdão dos pecados, nem mesmo dos veniais. |
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10 |
Deve-se notar que o nosso propósito – a nossa resolução de evitar o pecado e as ocasiões próximas do pecado – deve abranger não só os pecados mortais que tenhamos cometido, mas todos os pecados mortais possíveis, sem exceção. Sem esta resolução universal, nenhum pecado pode ser perdoado. |
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11 |
O pecado venial não nos separa de Deus, não extingue a sua graça em nossa alma. Por conseguinte, é possível obter o perdão de determinado pecado venial, mesmo que os outros fiquem por perdoar. Isto significa que o nosso propósito de emenda deve estender-se a todos os pecados veniais que esperamos nos sejam perdoados, mas não necessariamente a todos os pecados veniais cometidos. |
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12 |
Sem dor não pode haver perdão, e sem propósito de emenda não pode haver dor verdadeira. |
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13 |
O firme propósito é condição indispensável da contrição: o arrependimento do mal não existe sem a vontade de evitar este mal. |
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14 |
Ter propósito firme de emendar-se e de evitar todos os pecados mortais é necessário para a confissão ser boa. |
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15 |
Tratando-se de quem vai só confessar-se pecados veniais, basta que tenha propósito de cometer menos do que os que ao presente tem, ou cometê-los com menos deliberação. |
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16 |
Se alguém é culpado de pecados mortais, não basta que os diga ao confessor ou recite um ato de contrição rotineiro. Se o penitente não está sincera e firmemente resolvido a não tornar a cometer um pecado mortal, a sua confissão é um ato de hipocrisia. É uma confissão tão má como a daquele que ocultasse conscientemente um ou mais pecados mortais ao confessor. |
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17 |
Ao ganharmos consciência da necessidade de fazer um propósito de emenda sincero, não devemos cair no erro de confundir o momento atual com as possibilidades do futuro. |
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18 |
Podemos estar certos de ter um firme propósito de emenda agora, se mantivermos a nossa mente no agora, sem procurar complicações imaginando um futuro hipotético. Ainda que no passado tenhamos falhado doze vezes, cem vezes, isso não significa que estejamos condenados a falhar sempre. Esta pode ser a vez em que saltemos o fosso. Precisamente esta pode ser a vez em que, com a paciente graça de Deus, alcancemos o triunfo. |
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19 |
Uma pessoa que tenha a desgraça de cair num hábito de pecado – seja de impureza, de ira, contra a caridade ou qualquer outra virtude – precisa ter ideias absolutamente claras acerca do verdadeiro propósito de emenda: o que conta na confissão é este momento de agora e esta intenção de agora. Pode ser que depois haja mais tropeços e mais quedas, antes da vitória final. Mas o único pecador que é derrotado é aquele que deixa de lutar. |
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20 |
Não se opõe ao verdadeiro propósito que uma pessoa preveja que pecará numa ocasião mais ou menos próxima, contanto que tenha na confissão determinação verdadeira de não pecar; e, se depois de se confessar notar que não tinha feito expressamente propósito de emenda, mas sim, dor verdadeira e detestação dos seus pecados, não tem que se preocupar com a confissão feita. Na dor e arrependimento está incluído o propósito da emenda. |
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21 |
O propósito de emenda é um ato da vontade e pode muito bem coexistir com a previsão de uma recaída ou reincidência. |
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22 |
A falta de propósito de emenda é a causa da ineficácia de milhares de confissões: confessam-se e tornam a se confessar sem intenção alguma de se emendar, de deixar suas fraquezas e vícios, de evitar as ocasiões e causas de pecado, de tomar as providências ou remédios necessários para não recair, pactuam com o mal, não querem romper com certos laços porque são agradáveis à natureza corrompida e satisfazem às inclinações e propensões naturais. |
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23 |
Para a validade da confissão, requer-se o propósito, pelo menos implícito (quando está contido em qualquer contrição sincera). |
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24 |
De que serve confessar os pecados se falta o propósito de emenda... se a vida continua a mesma? Emendar de vida é uma necessidade para chegar a uma verdadeira conversão. |
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25 |
De que serve propor uma séria emenda nos erros da vida passada, se não se remove a ocasião, se não se foge do perigo? Quem teve a desgraça de cair no pecado, deve, depois de recuperar a graça, andar sumamente cauteloso, para não recair no mesmo pecado, a fim de não se expor ao perigo de morrer nele e perder-se eternamente! |
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