Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

12 de outubro de 2016

 

 

Apresentação

 

Prezado leitor, leia e medite cada pensamento deste livrete escrito pelo Revmo. Pe. Divino Antônio Lopes FP(C) e aprenda a ser firme em seus propósitos: “Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8, 11).

 

Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor

Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

01

É necessário para obter o perdão dos pecados ter propósito de emenda, quer dizer, estar decidido a emendar-se.

02

O firme propósito de não tornar a cair nos pecados não é simples intenção e mero desejo; mas sim, determinação enérgica de não mais pecar.

03

No tocante ao firme propósito, corre grande perigo de iludir-se, de enganar o confessor e profanar os Sacramentos, aquele que se contentar com promessas sem efeito nem resultado algum.

04

Arrependimento ou contrição é uma dor intensa da alma com detestação do pecado cometido, com o propósito firme de não tornar a pecar para o futuro.

05

Para ser sincero e verdadeiro, o firme propósito deve ser: interior (no coração e na vontade e não unicamente nos lábios); universal (abranger todos os pecados mortais sem exceção, especialmente aqueles em que caímos mais facilmente); soberano (superior a todos os vínculos, até os partirmos; superior a todas as dificuldades, até as vencermos corajosamente); prático (ter sua aplicação circunstanciada e seus meios de execução).

06

A oração, a vigilância, a emenda dos maus hábitos e a fuga das ocasiões, são provas da existência verdadeira do firme propósito.

07

Não há ato de contrição verdadeiro se não se fizer acompanhar do propósito de emenda.

08

O propósito não é outra coisa senão a simples e sincera determinação de evitar o pecado no futuro, bem como as ocasiões próximas do pecado, tanto quanto nos seja possível.

09

Sem o propósito de emenda, não pode haver perdão dos pecados, nem mesmo dos veniais.

10

Deve-se notar que o nosso propósito – a nossa resolução de evitar o pecado e as ocasiões próximas do pecado – deve abranger não só os pecados mortais que tenhamos cometido, mas todos os pecados mortais possíveis, sem exceção. Sem esta resolução universal, nenhum pecado pode ser perdoado.

11

O pecado venial não nos separa de Deus, não extingue a sua graça em nossa alma. Por conseguinte, é possível obter o perdão de determinado pecado venial, mesmo que os outros fiquem por perdoar. Isto significa que o nosso propósito de emenda deve estender-se a todos os pecados veniais que esperamos nos sejam perdoados, mas não necessariamente a todos os pecados veniais cometidos.

12

Sem dor não pode haver perdão, e sem propósito de emenda não pode haver dor verdadeira.

13

O firme propósito é condição indispensável da contrição: o arrependimento do mal não existe sem a vontade de evitar este mal.

14

Ter propósito firme de emendar-se e de evitar todos os pecados mortais é necessário para a confissão ser boa.

15

Tratando-se de quem vai só confessar-se pecados veniais, basta que tenha propósito de cometer menos do que os que ao presente tem, ou cometê-los com menos deliberação.

16

Se alguém é culpado de pecados mortais, não basta que os diga ao confessor ou recite um ato de contrição rotineiro. Se o penitente não está sincera e firmemente resolvido a não tornar a cometer um pecado mortal, a sua confissão é um ato de hipocrisia. É uma confissão tão má como a daquele que ocultasse conscientemente um ou mais pecados mortais ao confessor.

17

Ao ganharmos consciência da necessidade de fazer um propósito de emenda sincero, não devemos cair no erro de confundir o momento atual com as possibilidades do futuro.

18

Podemos estar certos de ter um firme propósito de emenda agora, se mantivermos a nossa mente no agora, sem procurar complicações imaginando um futuro hipotético. Ainda que no passado tenhamos falhado doze vezes, cem vezes, isso não significa que estejamos condenados a falhar sempre. Esta pode ser a vez em que saltemos o fosso. Precisamente esta pode ser a vez em que, com a paciente graça de Deus, alcancemos o triunfo.

19

Uma pessoa que tenha a desgraça de cair num hábito de pecado – seja de impureza, de ira, contra a caridade ou qualquer outra virtude – precisa ter ideias absolutamente claras acerca do verdadeiro propósito de emenda: o que conta na confissão é este momento de agora e esta intenção de agora. Pode ser que depois haja mais tropeços e mais quedas, antes da vitória final. Mas o único pecador que é derrotado é aquele que deixa de lutar.

20

Não se opõe ao verdadeiro propósito que uma pessoa preveja que pecará numa ocasião mais ou menos próxima, contanto que tenha na confissão determinação verdadeira de não pecar; e, se depois de se confessar notar que não tinha feito expressamente propósito de emenda, mas sim, dor verdadeira e detestação dos seus pecados, não tem que se preocupar com a confissão feita. Na dor e arrependimento está incluído o propósito da emenda.

21

O propósito de emenda é um ato da vontade e pode muito bem coexistir com a previsão de uma recaída ou reincidência.

22

A falta de propósito de emenda é a causa da ineficácia de milhares de confissões: confessam-se e tornam a se confessar sem intenção alguma de se emendar, de deixar suas fraquezas e vícios, de evitar as ocasiões e causas de pecado, de tomar as providências ou remédios necessários para não recair, pactuam com o mal, não querem romper com certos laços porque são agradáveis à natureza corrompida e satisfazem às inclinações e propensões naturais.

23

Para a validade da confissão, requer-se o propósito, pelo menos implícito (quando está contido em qualquer contrição sincera).

24

De que serve confessar os pecados se falta o propósito de emenda... se a vida continua a mesma? Emendar de vida é uma necessidade para chegar a uma verdadeira conversão.

25

De que serve propor uma séria emenda nos erros da vida passada, se não se remove a ocasião, se não se foge do perigo? Quem teve a desgraça de cair no pecado, deve, depois de recuperar a graça, andar sumamente cauteloso, para não recair no mesmo pecado, a fim de não se expor ao perigo de morrer nele e perder-se eternamente!

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Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Propósito de emenda”

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/livros/042_proposito_de_emenda.htm