30 de
novembro de 2019
OS FILHOS E FILHAS DA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E DAS
DORES DE MARIA SANTÍSSIMA DEVEM FAZER COM ALEGRIA, FÉ E AMOR A
VONTADE DE DEUS E MATAR COM RIGOR A PRÓPRIA VONTADE
1.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Deus é amor! O Senhor quer somente o bem para nós… devemos
nos inclinar diante de sua santa vontade… fazê-la com
alegria, fé e amor… aquele que faz a vontade de Deus
“corre” apressadamente pelo caminho da salvação… do céu…
da santidade e da perfeição: “A
vontade de Deus para com as almas é toda cheia de amor… Não
possui somente o amor; é o amor, um amor sem limites, sem
fraqueza, infalível… Tudo o que Deus faz para nós tem o amor
por móbil (causa); e como Deus é não somente o amor, mas a
Sabedoria eterna e a Onipotência, as obras que o amor faz
executar a esta sabedoria e onipotência são inefáveis. O
amor está na essência da criação e de todos os mistérios da
Redenção”
(Bem-aventurado Columba Marmion, Jesus Cristo, ideal do
monge).
O religioso do nosso Instituto que faz com alegria, fé e
amor a vontade do Criador vive feliz… fazer a vontade de
Deus é caminhar com segurança para o céu… é caminhar na
claridade… a vontade de Deus é o caminho mais curto para o
céu: “O caminho da santidade, que
leva a Deus, só pelo próprio Deus pode ser traçado, e pela
sua santa vontade”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 5,
1).
Não podemos resmungar, murmurar e se revoltar diante da
vontade de Deus; mas sim, devemos dizer com fé:
“Vontade de Deus, meu paraíso”
(Santa Paula Frassinetti).
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2.ª
Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e
das Dores de Maria Santíssima devem construir sobre a
rocha, isto é, sobre a vontade de Deus. Aquele que
constrói sobre a vontade de Deus se salvará… quem constrói
longe da vontade do Criador se perderá:
“Nem todo o que me diz: ‘Senhor!
Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas sim, quem faz a
vontade de meu Pai que está nos céus”
(Mt 7, 21).
Aquele que faz a vontade de Deus é amado, protegido e
abençoado por Ele… o Senhor não abandona nem despreza quem
caminha pela “estrada” de sua santa vontade:
“Quem faz a vontade de meu Pai que
está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”
(Mt 12, 50).
Os santos frequentaram a Escola de Jesus… a Escola que
ensina a fazer sempre a vontade de Deus com fidelidade,
alegria e fé:
“Não está a
suma perfeição nas doçuras interiores, nos grandes
arroubamentos, nas visões e no espírito de profecia, mas na
perfeita conformidade da vossa vontade com a de Deus, de tal
modo que nos leva a querer firmemente o que percebemos ser
sua vontade, aceitando com a mesma alegria, tanto o saboroso
como o amargo”
(Santa Teresa de Jesus, Obras Completas).
E Santa Teresa do Menino Jesus diz:
“Consiste a perfeição em fazer a
vontade de Deus e em sermos como ele nos quer”.
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3.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
O religioso do nosso Instituto deve fazer a vontade de Deus
com alegria, fé e amor… somente assim caminhará com
segurança e tranquilidade: “Quem
ouve as minhas palavras e as põe em prática será semelhante
ao homem prudente que edificou sua casa na rocha. Caiu a
chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram
contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava
edificada na rocha”
(Mt 7, 24-25).
Quem faz a vontade de Deus vive “sossegado”
espiritualmente… porque caminha sobre a rocha firme e não se
inquieta diante das provações, obstáculos e dificuldades.
Aquele que caminha “mergulhado” na claridade da Luz
Eterna não treme diante da escuridão, porque não faz a
própria vontade: “A vontade de
Deus revelada na Sagrada Escritura e especialmente nos
mandamentos divinos, manifestada nas disposições concretas
da Providência, que rege e guia toda a vida do homem, é a
pedra firme e segura sobre a qual deve-se elevar o edifício
da santidade cristã. Somente em tal base poderá elevar-se
bem alto, sem perigo de desmoronar, apesar das tempestades”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 5,
2).
É preciso fazer sempre a vontade de Deus! Não podemos fugir
do Senhor para fazer a nossa vontade… para realizar os
nossos caprichos, isto é, não podemos desprezar a água
cristalina para “beber” da lama:
“Toda a santidade consiste em amar a
Deus, e todo o amor a Deus consiste em fazer a sua vontade.
Devemos, pois, acolher sem reserva todas as disposições da
Providência a nosso respeito e, consequentemente, abraçar em
paz tudo o que nos acontece de favorável ou desfavorável,
nosso estado de vida, nossa saúde, tudo o que Deus quer.
Todas as nossas orações devem ser dirigidas pedindo que ele
nos ajude a cumprir sua santa vontade”
(Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus
Cristo).
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4.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
É muito perigoso querer “fabricar” o próprio altar
com as “tábuas” da própria vontade… não
“fabricamos” a nossa santidade, é Deus quem nos
santifica. Santo é aquele que mata a própria vontade para
fazer a vontade do Criador com alegria, fé, fidelidade e
amor: “Quem aspira à
santidade deve evitar a tentação de querer santificar-se a
seu modo, conforme os pontos de vista, os planos, as
escolhas pessoais. Seria contrassenso porque, assim como
somente Deus, o único Santo, pode santificar o homem, assim,
somente Deus sabe o que contribui para sua santificação. O
único caminho infalível para a santidade é o traçado por
Deus. Portanto, para não trabalharmos em vão, a primeira e
indispensável condição é abandonar-nos inteiramente à
vontade de Deus, e deixar-nos conduzir por ele, com plena
docilidade”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 5,
2).
Não há santidade nem progresso espiritual longe da vontade
de Deus: “Na total transformação de nossa vontade na de Deus, de tal modo que, em
nós, nada contrarie a vontade do Altíssimo, mas dependam
nossos atos totalmente do beneplácito divino”
(São João da Cruz).
Enquanto procura o cristão, com o auxílio da graça, aderir
em tudo à vontade de Deus, esta mesma vontade santifica-o,
tornando-o capaz de adesão cada vez mais plena, que
terminará na total conformidade à vontade divina (Pe.
Gabriel de Santa Maria Madalena).
Para se salvar é preciso subir pela “escada” da
vontade de Deus… é preciso expulsar do coração o capricho e
vontade própria que nos escravizam. Devemos dizer com
humildade ao nosso Criador:
“Ensinai-me a cumprir tua vontade, pois tu és o meu Deus”
(Sl 143, 10).
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5.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Os Filhos e Filhas da Paixão do Salvador devem fazer com
sinceridade a vontade de Deus… o que lhe agrada e lhe dá
glória, mesmo se custa à natureza e exige desapego. A nossa
vida deve ser um “hino” agradável a Deus… realizando
com amor, fé e alegria a sua santa vontade… devemos
arrancar do nosso coração a erva daninha e venenosa da
vontade própria, e fazer o que Deus quer de nós:
“Ó Senhor, ser vosso discípulo
significa ser todo vosso, pertencer-vos plenamente, estar
perfeitamente unido a vós, formar convosco uma só coisa. Não
vivermos mais, porém viverdes vós em nós significa a união
perfeita… Renegar a mim mesmo para servir-vos, que
significa? Significa esquecer-me, fazer abstração de mim, já
não me ocupar comigo, como se não existisse. Então, não mais
tereis interesses nem conveniências, nem gostos, nem
vontades, nem nada mais!” (Bem-aventurado Charles de Foucauld, Meditazioni sul vangelo,
op. sp., p. 231).
Não há salvação no seguimento da vontade própria e dos
caprichos. Os santos se salvaram… estão no céu porque foram
“escravos” de Deus aqui na terra, se inclinaram
com humildade, docilidade e obediência diante da vontade do
Criador… mataram com violência a vontade própria para
seguir com fidelidade a vontade de Deus:
“A perfeição da santidade consiste
em cumprir a vontade de Deus. Todos os santos chegaram a ser
tais, porque se uniformaram com a vontade de Deus, tanto nas
alegrias como nos sofrimentos”
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual),
e: “Quem vive e morre
perfeitamente uniformado com a vontade de Deus, é impossível
que Nosso Senhor não o receba imediatamente no céu”
(São Francisco de Sales).
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6.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Todos os santos fizeram com alegria a vontade de Deus, e nós
não podemos enveredar por outro caminho… somente a
realização da vontade de Deus pode nos abrir a porta do céu.
Sigamos com fé, amor e alegria o exemplo de Jesus Cristo
que fez a vontade de Deus sem reclamar:
“Nosso Senhor Jesus Cristo,
deixou-nos o exemplo com palavras e obras: quer rezasse,
quer trabalhasse, quer evangelizasse, era sempre para
cumprir a vontade do Pai. Na cruz, depois de declarar que
havia cumprido a vontade do Pai, inclinou a cabeça, como
para dizer que a cumpria até mesmo na hora da morte”
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual).
O religioso que faz a vontade de Deus possui o coração
feliz, “sorridente” e seguro… não se inquieta nem se
entristece quando surgem obstáculos pelo caminho, porque
sabe que Deus está por trás de tudo:
“Tudo aquilo que nos atinge é
vontade de Deus”(Pe. Richard Gräf).
Aquele que faz a vontade de Deus não possui a felicidade
pela metade; mas sim, a possui completa:
“O segredo para ser feliz ainda
neste mundo, é cumprir a vontade de Deus”
(São Basílio Magno).
Os mártires morreram queimados, afogados, dilacerados por
açoites, devorados pelas feras, chifrados por vacas
furiosas, crucificados… morreram felizes porque estavam
fazendo a vontade de Deus:
“Quem se une à vontade de Deus, vê as coisas como ele as vê;
e se acontecem desgraças, aceita-as sem queixas, porque
descobre nelas a vontade de Deus”
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual).
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7.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Jesus e das Dores de Nossa
Senhora devem repetir com fé e devoção essa jaculatória que
Santa Gertrudes rezava muitas vezes ao dia:
“Amabilíssimo Jesus, que não se faça
a minha vontade, mas a vossa!” É preciso rezar
essa jaculatória principalmente nas horas difíceis.
Santo Agostinho comentando essa passagem bíblica exalta o
valor da humildade de Jesus Cristo, modelo perfeito da
humildade do cristão, ao não querer fazer a sua vontade, mas
a do Pai que o enviou: “Que
mistério há aqui tão grande! (…). Eu vim humilde, Eu vim
ensinar a humildade; Eu sou o mestre da humildade. Aquele
que vem a mim, incorpora-se a mim; aquele que vem a mim
torna-se humilde, e aquele que adere a mim será humilde,
porque não faz a sua vontade, mas a de Deus”
(In Ioann. Evang.. 25, 15 e 16).
Aquele que faz a vontade de Deus não treme nem se inquieta
diante das notícias tristes, mas curva a cabeça diante da
vontade do Criador:
“Em nossas
ações e pensamentos, não tenhamos em vista a nossa
satisfação, mas somente a vontade de Deus; por isso, não nos
perturbemos quando não somos bem sucedidos em qualquer
trabalho. E quando nos saímos bem, não procuremos os
aplausos e os agradecimentos dos homens; se, pelo contrário,
falam mal de nós, não façamos caso, pois trabalhamos para
agradar a Deus e não aos homens” (Santo Afonso Maria de Ligório, A prática do amor a Jesus
Cristo).
Aquele que faz a vontade de Deus não se
entristece diante das aparências de derrota.
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8.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
O religioso do nosso Instituto deve conformar-se com a
vontade de Deus… sem murmurar… sem reclamar; mas sim,
inclinar com humildade diante da sua vontade. A
conformidade com a vontade divina ainda mais direta e
intimamente nos une com Aquele que é a fonte de toda a
perfeição, porque submete e une a Deus a nossa vontade que,
sendo como é a rainha das nossas faculdades, as põe todas ao
serviço do Supremo Senhor de todas as coisas (Adolfo
Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, 478).
Por este nome de conformidade com a vontade divina
compreendemos a submissão completa e afetuosa da nossa
vontade à de Deus, tanto à vontade significada,
como à vontade de beneplácito.
A conformidade com a vontade significada de Deus
consiste em querer tudo o que Deus nos significa ser da sua
intenção. A conformidade com a vontade de beneplácito
consiste em se submeter o homem a todos os acontecimentos
providenciais que Deus quer ou permite para nosso maior bem,
e, sobretudo, para nossa santificação.
Adolfo Tanquerey ensina:
“Apoia-se neste fundamento, que nada sucede sem a vontade ou
permissão de Deus, e que Deus, sendo como é infinitamente
sábio e infinitamente bom, não quer nem permite nada senão
para o bem das almas, ainda quando o não vejamos”
(Compêndio de Teologia Ascética e Mística,
486).
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9.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Os graus de conformidade com a vontade de Deus.
São Bernardo de Claraval distingue três graus desta virtude
que correspondem aos três graus da perfeição cristã:
“O principiante, movido pelo temor,
suporta a cruz de Cristo com paciência; o proficiente,
movido pela esperança, leva-a com certa alegria; o perfeito,
consumado em caridade, abraça-a com ardor”(I Serm. S. Andrae, 5).
1. Os principiantes, sustentados pelo temor
de Deus, não amam o sofrimento, antes o procuram evitar;
contudo, antes querem sofrer que ofender a Deus, e, posto
que gemendo sob o peso da Cruz, suportam-na com paciência:
são resignados (conformados).
2. Os proficientes, sustentados pela esperança
e desejo dos bens celestes, e sabendo que cada
sofrimento nos vale um peso eterno de glória, não buscam
ainda a cruz, mas levam-na de bom grado, com certa alegria.
3. Os perfeitos, guiados pelo amor, vão mais
longe: para glorificarem a Deus, que amam, para se
conformarem mais perfeitamente com Jesus Cristo, vão ao
encontro das cruzes, desejam-nas, abraçam-nas com ardor, não
que elas sejam amáveis por si mesmas, mas porque nos são um
meio de testemunhar o nosso amor a Deus e a Jesus Cristo.
Como os Apóstolos, regozijam-se de terem sido julgados
dignos de ser ultrajados pelo nome de Jesus; como São Paulo,
sentem-se inundados de gozo no meio das suas tribulações
(Adolfo Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística,
492).
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10.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e
das Dores de Maria Santíssima devem fazer com alegria e
fé a vontade de Deus.
A conformidade com a vontade de Deus purifica-nos. Já
na Antiga Lei, faz Deus muitas vezes notar que está disposto
a perdoar todos os pecados e a restituir à alma a
deslumbrante candura da sua pureza primitiva, se ela mudar
de coração e vontade:
“Lavai-vos,
purificai-vos! Tirai da minha vista as vossas más ações!
Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Buscai o
direito, corrigi o opressor! Fazei justiça ao órfão,
defendei a causa da viúva! Então, sim, poderemos discutir,
diz o Senhor: Mesmo que os vossos pecados sejam como
escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como carmesim tornar-se-ão como a lã”
(Is 1, 16-18). Ora, conformar a
própria vontade com a de Deus, é certamente mudar de
coração, cessar de fazer o mal, aprender a praticar o bem.
A conformidade com a vontade de Deus reforma-nos. O
que nos deformou foi o amor desordenado do prazer, a que
cedemos por malícia ou por fraqueza.
A conformidade
com a vontade divina cura-nos desta dupla
causa de recaídas. 1. Cura-nos da malícia, que
resulta do nosso apego às criaturas e, sobretudo, ao nosso
próprio juízo e vontade. É que, de fato, conformando a nossa
vontade com a de Deus, aceitamos os seus juízos como regra
dos nossos, os seus mandamentos e conselhos como norma da
nossa vontade; desprendemo-nos assim das criaturas e de nós
mesmos, e da malícia que nascia dessas afeições. 2.
Remedeia a nossa fraqueza, origem de tantas faltas; em
vez de nos apoiarmos em nós mesmos que tão frágeis somos,
apoiamo-nos pela obediência em Deus, que, onipotente como é,
nos torna participantes da sua força para resistirmos às
mais graves tentações: “Tudo
posso naquele que me fortalece”
(Fl 4, 13).
Quando fazemos a sua vontade, Ele se compraz em fazer a
nossa, ouvindo as nossas orações e sustentando a nossa
fraqueza. Assim desembaraçados da nossa malícia e fraqueza
cessamos de ofender a Deus de propósito deliberado, e
gradualmente vamos reformando a nossa vida (Adolfo
Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística,
494-495).
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11.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Aquele que faz a própria vontade caminha longe de Deus e não
pode agradá-lo:
“Dentre os
obstáculos que se opõem à perfeita correspondência da
vocação, em primeiro lugar está o apego à própria vontade”
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual),
e: “Portanto, para que haja
perseverança, é mister renunciar à própria vontade”
(Santo Afonso Maria de Ligório, Op. sullo Stato Relig., II).
Quem deseja verdadeiramente ingressar na vida religiosa para
buscar a santidade de vida deve deixar a vontade própria na
porta de entrada do convento ou seminário… como se
deixasse um veneno perigosíssimo:
“Se renunciares à tua vontade, conseguirás ser santo”
(São Filipe Néri).
É ridículo um religioso ou religiosa dizer: “Quero” e
“não quero”, como se fossem crianças birrentas e escravas
da própria vontade: “Toda a
vida de um bom religioso deve consistir na renúncia da
própria vontade e do próprio juízo. Resulta, por isso, que
se alguém trabalhar intensa e longamente, mas seguindo o
próprio capricho, de nada lhe valerá. Se estudar, até
tornar-se erudito e eloquente pregador, também de nada lhe
servirá. Se escolhido para um cargo de comando der provas de
prudência, isso igualmente nada significa. A estes, no dia
do juízo, Nosso Senhor responderá, como aos que dirão terem
profetizado em seu nome: ‘Nunca vos conheci, afastai-vos de
mim’ (Mt 7, 23). Mas quando alguém fizer penitência de seus
pecados e procurar emendar-se de seus vícios, fará algo de
positivo. Se suportar com paciência, mais ainda, com alegria
tudo quanto for necessário à fiel observância da vida
religiosa, também fará algo de positivo. Se for diligente e
fervoroso na oração, humilde e modesto no falar, também não
é coisa que se despreze. Mas, se por amor de Deus renunciar
à própria vontade, é muito, é o máximo, é tudo”
(Pe. Antônio Semeria, La vita religiosa).
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12.ª
Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
O religioso que faz a vontade própria não possui a
verdadeira paz… não faz a vontade de Deus; mas sim, a sua
vontade própria. O religioso palpiteiro luta com garra
para que todos façam a sua vontade e não a ele
quer ser a “flecha” direcional de todos… julga-se o
“salvador” da comunidade.
São Bernardo de Claraval escreve:
“Desapareça a vontade própria e não
haverá mais inferno!” (In temp. resur., sermo III).
Santo Afonso Maria de Ligório ensina:
“A vontade própria não só conduz ao
inferno na outra vida, como também nesta nos faz sofrer um
inferno antecipado”
(La vera Sposa di Gesú Cristo, c. 7, 1).
O Bem-aventurado José Allamano diz:
“Que é, de fato, o inferno, senão a
privação de todo o bem com toda a sorte de males? É
precisamente o que acontece a quem quer fazer a própria
vontade: perde todo o bem e acumula o mal. De manhã à noite,
faz prevalecer a própria vontade em oposição à de Deus;
portanto, uma vontade continuamente contrária e que
contradiz continuamente. Como poderá gozar a alegria do
coração? Impossível. Sua vida será agitada, inquieta e
triste. Diz a Escritura: ‘Não há paz para o ímpio’ (Is 48,
22). Não corresponder à vocação, por apego à própria
vontade, é verdadeira impiedade”
(A Vida Espiritual).
O religioso que faz a vontade própria vive inquieto, seu
coração se assemelha a um barco sacudido pelas águas
furiosas do oceano agitado.
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13.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
O religioso escravo da vontade própria torna-se o seu
próprio carrasco… não faz progresso e tudo o que realiza
fica em vão. São Bernardo de Claraval escreve:
“Defende-te desta sanguessuga que é
a vontade própria, pois atrai tudo a si. Defendamo-nos dela
como de uma víbora perigosa e venenosíssima. À semelhança da
sanguessuga que, chupando o sangue, debilita e esgota as
forças, assim a vontade própria elimina o princípio de todos
os méritos – a vontade de Deus. E como a e conduz à morte da alma”
(Sermo 11 de diversis),
e ele diz ainda: “Grande mal é a
vontade própria: por ela, o bem que fazemos não é bem”
(In cant., sermo 71, 14).
O religioso do nosso Instituto deve fazer a vontade de Deus.
Infeliz do religioso que realiza o trabalho missionário com
os olhos fixos na vontade própria… dando palpite em tudo sem
ser consultado… querendo que todos sigam as suas ideias,
opiniões e outros. O religioso “adorador” da vontade
própria nunca está satisfeito… perturba e agita a comunidade
onde vive… atormenta o superior e outros:
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual).
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14.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Aquele que faz a vontade própria constrói
um grande e forte “castelo”… mas não pode entrar
nele, isto é, não agrada a Deus e caminha por fora, longe da
salvação… possui uma paz postiça.
Fazer a vontade própria é construir sobre
a areia movediça, cada ação realizada se submerge no vazio e
na perda do tempo. Se “alimentar” da vontade própria
é caminhar na escuridão… é transformar o coração num
“altar” e praticar a egolatria.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima devem
possuir o coração vazio da vontade própria e cheio… repleto…
do desejo de realizar somente a vontade do Criador. Dizia
São Filipe Néri que “a santidade
consiste em quatro dedos de testa”, isto é, na
mortificação da própria vontade. Mortificar a própria
vontade, dizia Luís de Blois, “é
fazer uma coisa mais agradável a Deus, do que ressuscitar
mortos”.
O
religioso apegado à própria vontade assemelha-se ao verme
peçonhento… é preciso expulsá-lo imediatamente do nosso
Instituto. Vale mais um religioso que caminha na via da
vontade de Deus do que cem mil religiosos apegados à vontade
própria.
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15.ª Reflexão |
No Evangelho de São João 6, 38 diz:
“Pois desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“O que se faz por gosto ou não
aproveita, ou aproveita pouco: Até no vosso jejum se
encontra a vossa vontade”. Donde São Bernardo de
Claraval conclui: “Grande mal é a
vontade própria, que faz que as vossas boas obras não sejam
boas para vós”. Não há para nós inimigo maior
que a vontade própria. Tirai a vontade própria, dizia
ainda São Bernardo, e não haverá mais inferno. Está o
inferno cheio de vontades próprias. Qual é com efeito a
causa dos nossos pecados, senão a própria vontade? O próprio
Santo Agostinho confessa que, quando vivia no pecado, se
sentia instado pela graça a deixá-lo, mas resistia pela sua
parte, retido por uma só cadeia, a sua vontade própria.
Segundo São Bernardo, tão oposta é a Deus a vontade própria,
que até o destruiria, se Deus pudesse ser destruído.
Escrevia, além disto, que fazer-se discípulo de si mesmo é
querer aprender dum louco. Importa-nos saber que todo o
nosso bem consiste em nos unirmos à vontade de Deus: Na
sua vontade está a vida.
O Senhor, porém, ordinariamente
falando, não nos faz conhecer a sua vontade senão por meio
dos nossos superiores, isto é, dos prelados e diretores, a
quem diz: Quem vos escuta, a mim escuta; e acrescenta: E
quem vos despreza, a mim despreza
(Santo Afonso Maria de Ligório, A selva).
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Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
30 de novembro de 2019
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Este texto não pode ser reproduzido sob
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escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Os
Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de
Maria Santíssima devem fazer com alegria, fé e amor a vontade de Deus e
matar com rigor a própria vontade”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/reflexoes/011_reflexoes_dezembro_2019.htm
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