30 de
dezembro de 2019
OS FILHOS E FILHAS DA
PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E DAS DORES DE MARIA SANTÍSSIMA
NÃO DEVEM CONFIAR TOTALMENTE NOS FAMILIARES, CONHECIDOS, ESTRANHOS,
SACERDOTES E RELIGIOSOS DE OUTROS INSTITUTOS
1.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
O religioso do nosso Instituto deve confiar em Deus e não
abrir plenamente o coração para os familiares... não confiar
totalmente neles. É preciso manter-se reservado, atento e
prudente. Os familiares, em geral, são inimigos das
pessoas da família que se entregam de corpo e alma para
Deus... usam de todos os meios para afastá-las da vida
consagrada. Santo Tomás de Aquino aconselha aos
vocacionados a não se aconselharem com seus parentes porque,
neste assunto, eles se tornam verdadeiros inimigos.
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“Ora, se os filhos não estão obrigados a se aconselhar com os pais, muito
menos estão obrigados a esperar a licença deles. Nem a
pedir, sempre que possam temer que provavelmente lhes seja
negada injustamente, resultando com isso um impedimento para
seguirem sua vocação”. Santo Tomás de Aquino, São
Pedro de Alcântara, São Francisco Xavier, São Luís Beltrão
e muitos outros santos abraçaram a vida religiosa sem
avisarem a seus pais.
Tantos pobres jovens “perderam
sua vocação por causa dos pais; tiveram um mau fim e se
tornaram a ruína da casa”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Muitas vezes, quando se trata de bens espirituais,
nossos maiores inimigos podem ser nossos parentes:
“Os inimigos do homem serão as
pessoas de sua própria casa” (Mt 10, 36).
São Carlos Borromeu dizia que
“indo à casa de seus parentes, voltava sempre
espiritualmente mais frio”.
Perguntaram, certa vez, ao Pe. Antônio Mendozza
porque não queria se hospedar na casa de seus parentes. Ele
respondeu: “Porque eu sei por
experiência que em lugar nenhum os religiosos perdem tanto a
piedade como na casa de seus parentes”.
É preciso amar e respeitar a todos...
tratá-los com educação, atenção e respeito...
mas devemos confiar somente em Deus. Temamos as
armadilhas das pessoas, mesmo os familiares:
“Guardai-vos dos homens”
(Mt 10, 17),
e: “É um abismo o coração de cada
homem!”
(Sl 63, 7).
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2.ª
Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e
das Dores de Maria Santíssima devem amar os familiares,
rezar por eles, fazer-lhes o bem... mas não devem
abrir-lhes o coração nem familiarizar-se com os mesmos:
“Evita a convivência com pessoas
do mundo e leigos; evita o contato e até a recordação dos
próprios parentes, como se fossem serpentes venenosas...
Quantas colunas vimos ruir por terra, por ficarem andando e
viverem fora das suas celas... Conheceis as consequências da
permanência fora da cela exterior? Algo mortífero:
distrai-se a mente ao procurar a companhia dos homens e
esquecer dos Anjos; esvazia-se a mente dos santos
pensamentos sobre Deus, enchendo-a de pensamentos humanos; a
boa vontade e a devoção decaem por causa de preocupações
dissipadas e más; escancaram-se as portas dos sentidos: do
olho, para ver o que não se deve; dos ouvidos, para escutar
o que é contrário à vontade de Deus e à salvação das almas;
da língua, para pronunciar palavras e deixar de falar sobre
Deus. Afinal, pela falta de oração e de bons exemplos, a
pessoa prejudica a si mesma e os outros. As palavras são
insuficientes para descrever os males derivantes. E se a
pessoa não estiver atenta, sem perceber irá decaindo aos
poucos, chegando até a abandonar o sagrado aprisco da vida
consagrada” (Santa Catarina de Sena, Carta
37, 3 e 4).
Quem “endeusa” os familiares e insiste
em vê-los continuamente não pode permanecer no nosso
Instituto. O que passa não pode encontrar espaço no nosso
coração, mesmo os familiares. É preciso fazer-lhes todo
o bem possível sem relação muito próxima, amizade íntima
e familiaridade. Agindo assim, o bem que desejamos
fazer-lhes pode se tornar uma perigosa armadilha e nos
arruinar completamente.
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3.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
São Bernardo de Claraval escreve:
“Os pais, muitas vezes, em matéria
de vocação, comportam-se como se preferissem ver os filhos
perecer com eles do que salvar-se sem eles”
(Ep. III).
Em se tratando de casamento, todos estão de acordo, todos se
prontificam, e o dinheiro para as despesas necessárias e
supérfluas sabem encontrá-lo sempre; mas para o filho ou
filha que ingressa na vida religiosa nunca o encontram,
e inventam mil pretextos para não pagar. Já houve casos
de pais sem coração que deixaram o filho partir desprovido
até mesmo do enxoval necessário (Bem-aventurado José
Allamano, A Vida Espiritual).
Muitos familiares, como serpentes venenosas e traiçoeiras,
andam sorrateiramente à volta do vocacionado para desviá-lo
do caminho de total consagração a Deus. É preciso
despachar rigorosamente essas pessoas voltando-lhes as
costas para sempre.
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4.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
Os Filhos e Filhas da Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima devem
respeitar todos os religiosos e religiosas de outros
Institutos, Congregações, Ordens e também os sacerdotes
diocesanos, mas estão proibidos de confiar neles e
nelas. Sofremos há anos, mais de 30 anos, com ataques de
pessoas consagradas a Deus... estamos de pé graças a
Deus que nos protege sempre e nos fortalece diante de tantos
ataques: calúnias, maledicências, zombarias e maldades:
“Infelizmente existem monges
falsos, como há falsos clérigos e falsos fiéis dentro da
Igreja” (Santo Agostinho),
e: “O sacerdote deve temer mais
os que lhe estão próximos, inclusive os colegas de cargo” (São
João Crisóstomo, O Sacerdócio, Livro III, 14).
Existem muitos lobos com pele de ovelhas
dentro de muitos Institutos e Congregações, é preciso agir
com muita prudência, cautela, precaução e reserva,
para não sermos “devorados”:
“Tratando-se de religiosos ou
sacerdotes, suas vidas não imitam a vida dos anjos, nem a
dos homens, mas a dos animais, que rolam na lama. Às vezes
são piores que os leigos! De que ruína e castigos são
dignos! A linguagem humana é incapaz de descrevê-lo... Tais
pessoas desempenham o papel dos demônios, que procuram
afastar as almas de Deus para levá-las consigo ao falso
descanso” (Santa Catarina de Sena, Cartas
Completas, Carta 2, 5).
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5.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
Os Filhos e Filhas da Paixão do Senhor e
das Dores de Nossa Senhora devem “andar com os dois
pés-atrás” em relação às pessoas consagradas e leigas,
também os familiares. Amizade
íntima somente com Deus e com mais ninguém... muitas pessoas
piedosas já foram “laçadas” por pessoas dúbias e
traiçoeiras... inimigas de Deus e da santidade:
“Importa muitíssimo
não confundir a amizade verdadeira com a malsã e pestífera
amizade particular, que às vezes, estila a sua peçonha...
Esta amizade, nascida do egoísmo e do instinto sensual,
fomentada pelo demônio, leva num instante duas ou mais almas
às portas do abismo...” (O livro do
seminarista).
O religioso do nosso Instituto deve ser
uma luz intocável... iluminar sem se misturar...
permanecer no devido lugar sem perder o brilho do bom
exemplo. É preciso tomar cuidado com as trevas que o
rodeiam... certas pessoas, até mesmo religiosas, são
verdadeiras trevas:
“Vós (padre André) e os demais sacerdotes
sabeis disso e o vedes! Há padres e religiosos cruéis
consigo mesmos, amigos do demônio e companheiros dele antes
da hora. São cruéis também com os outros, pois não amam o
próximo na caridade. Não protegem as almas; devoram-nas.
Põem-se a si mesmos nas mãos do lobo infernal”
(Santa Catarina de Sena, Cartas Completas, Carta 2,
5).
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6.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
Muitas pessoas consagradas vivem nos
Mosteiros, Conventos, Seminários, Paróquias... mas são
perigosas e inimigas de Deus; estão a serviço do próprio
bucho, buscam vida fácil e de “poltronice”. Como confiar
nessas pessoas?
Os religiosos do nosso Instituto devem
fugir desses lobos com pele de ovelhas:
“Amizades mundanas
desonram o sacerdócio: logo devo ter-lhes horror”
(Santo Afonso Maria de Ligório, A selva).
O Filho da Paixão deve “construir”
um forte e alto “muro” à sua volta com
o “cimento” da prudência... para evitar
qualquer familiaridade e amizade particular
com religiosos, parentes, amigos e outros. Para fazer o bem
e ajudar as almas não há necessidade de uma aproximação
exagerada: “É preciso
abandonar a família se se quer estreitar a união com aquele
que é o Pai de todos”
(São Gregório Magno, Moralia, 1. VII, c. 11).
O religioso do nosso Instituto deve ajudar
o próximo sem deixar se envolver com os seus problemas.
Muitos familiares e até pessoas estranhas gostam de “lançar”
sobre as pessoas consagradas todos os seus problemas e
querem uma solução urgente:
“Que vem os parentes fazer? Só vem
para contar-vos seus desgostos, suas enfermidades e suas
dificuldades. E que vantagem vos traz isso? Nenhuma: só
serve para vos encher a cabeça e o espírito de inquietações,
de distrações e de pecados; de sorte que cada visita de
vossa família, no mínimo, vos acarretará vários dias de
distrações e inquietações na oração e na comunhão, pois não
fareis mais que pensar em todas aquelas histórias que vos
contaram os parentes” (Santo Afonso Maria
de Ligório, A verdadeira esposa de Jesus Cristo, Tomo I,
Capítulo X, parágrafo I, 253).
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7.ª Reflexão |
No Livro do Eclesiástico 6, 10 diz:
“Há amigo que é companheiro de mesa,
mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
O religioso do nosso Instituto deve se
assemelhar ao médico que visita todos os enfermos de um
hospital sem se apegar a nenhum deles. É preciso cuidar e
ajudar cada “enfermo”, seja familiar, religioso ou
estranho, sem parar no seu “leito”, isto é, não se
envolver com os seus problemas nem depositar nos mesmos total
confiança: “A respeito de todas
as pessoas tenhas igual amor e igual esquecimento, quer
sejam parentes, quer não o sejam, desprendendo o coração
tanto de uns como de outros; e até, de certo modo, mais dos
parentes pelo receio de que a carne e o sangue venham a
exacerbar-se com o amor natural que costuma existir entre os
parentes e que convém mortificar sempre para atingir a
perfeição espiritual. Considera a todos como estranhos e
desta maneira cumprirás melhor o teu dever para com eles do
que pondo neles a afeição que deves a Deus”
(São João da Cruz, Pequenos tratados
espirituais, 5 e 6).
É muito difícil um religioso viver na
presença de Deus tendo um parente pela frente. Ele deve
ajudar a quem necessita de seus conselhos, mas sem se
distrair... sem se afastar de Deus, Luz Eterna:
“É difícil encontrar Jesus Cristo no
meio dos parentes”
(Santo Afonso Maria de Ligório, A selva),
e: “Ó meu bom Jesus, se vós não
pudestes ser encontrado entre os vossos parentes, poderei eu
encontrar-vos entre os meus?”
(São Boaventura).
O religioso do nosso Instituto deve
estender a mão esquerda para quem necessita de sua ajuda,
sendo que a sua mão direita deve permanecer agarrada nas
mãos de Deus, seu sustento e proteção.
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Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
30 de dezembro de 2019
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Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Os Filhos
e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria
Santíssima não devem confiar totalmente nos familiares, conhecidos,
estranhos, sacerdotes e religiosos de outros institutos”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/reflexoes/012_reflexoes_janeiro_2020.htm
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