30 de
setembro de 2020
OS FILHOS E FILHAS DA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO E DAS DORES DE MARIA SANTÍSSIMA DEVEM REZAR, FAZER PENITÊNCIA
E FUGIR DAS OCASIÕES DE PECAR PARA VENCER O DEMÔNIO
1.ª Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
O demônio existe.
A Sagrada Escritura fala dele desde o primeiro até o
último dos livros revelados: do Gênesis ao Apocalipse.
Quem é o demônio?
O demônio é um ser pessoal, real e concreto,
de natureza espiritual e invisível, que, pelo seu pecado, se
afastou de Deus para sempre:
“O diabo e os outros
demônios foram criados por Deus naturalmente bons; mas eles,
por si mesmos, se tornaram maus” (Concílio
IV de Latrão, 1215).
Quem criou os demônios? Ninguém
e Deus. Ninguém, porque Deus não criou os
demônios. Deus, porque Ele os criou Anjos bons, e
eles se fizeram demônios.
Deus teria criado imediatamente tanto a
natureza essencialmente boa dos Anjos, como a natureza
essencialmente má dos demônios?
Não, essa teoria foi condenada no IV Concílio
de Latrão. Deus, infinitamente bom e santo, não pode ser a
causa do que é mau.
O demônio foi primeiramente Anjo bom
criado por Deus:
“Se alguém sustentar que o demônio
não foi primeiramente Anjo bom criado por Deus ou que sua
natureza não foi obra de Deus, mas que brotou das trevas e
que é autor de si mesmo, como sendo princípio e essência do
mal, como disseram Manes (Maniqueus) e Prisciliano, seja
anátema”
(Concílio de Braga no século VI).
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2.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Quem criou e cria os condenados ao
inferno? Ninguém e
Deus. Deus criou os homens destinando-os ao
céu; eles, com o pecado, tornaram-se condenados e
merecem a condenação.
Depois de haver caído por sua soberba,
Satanás ainda conserva sua natureza angélica:
“… porém perdeu sua
felicidade, e vagueia pelo mundo tentando os homens”
(São Gregório Magno).
O demônio é o pai da mentira, do
pecado, da discórdia, da desgraça, do ódio, do absurdo e do
mal que há em toda a terra.
Ele é a serpente astuta e invejosa que traz a morte ao
mundo, que semeia o mal no coração do homem, o inimigo que
devemos temer se não estamos perto de Deus.
Podemos ver nos nossos dias
manifestações de uma intensa malícia que não se explica
unicamente pela ação do homem.
O demônio, de formas muito
diversas, causa estragos na humanidade:
“Através de toda a
história humana, existe uma dura batalha contra o poder das
trevas, e essa batalha, iniciada nas origens do mundo,
durará, como diz o Senhor, até o último dia”
(Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, 37).
Pode-se, pois, dizer que o demônio
“provoca numerosos danos de natureza
espiritual e até, indiretamente, de natureza física, tanto
nos indivíduos como na sociedade” (São
João Paulo II, Audiência geral, 20-08-1986).
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3.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Os demônios podem fazer-nos muito mal à
alma e ao corpo, se Deus lhes der licença, sobretudo, nos
tentando a pecar. O ódio a Deus que os envenena, leva-os a
perseguirem os homens, no sentido de tirar-lhes a
oportunidade de amarem a Deus nesse mundo e de o
glorificarem na eternidade.
Os demônios procuram desviar o homem de
seu destino eterno sobrenatural.
Os demônios constituem, portanto, um poder ativo e perverso
de seres pessoais que procuram desviar o homem de seu
destino eterno sobrenatural, submetendo-o ao seu jugo. Os
demônios são criaturas puramente espirituais, radicadas em
estado permanente de ódio.
O demônio não pode fazer mal a Deus.
Não podendo fazer mal a Deus, tenta fazê-lo
indiretamente no homem, que é a imagem de Deus e, pelo
Batismo, seu filho adotivo.
Os demônios se opõem ao plano de
salvação do gênero humano…
por soberba e inveja a Deus.
Os demônios procuram destruir a imagem
de Deus nos homens…
porque não se conformam que Deus haja
feito os homens à sua imagem e semelhança.
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4.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Com a queda de Adão, o diabo adquiriu
um certo poder sobre o homem:
“Do qual só a
redenção de Cristo pode nos libertar. Ele é o inimigo número
um, é o tentador por excelência, que ainda atua com astúcia
traiçoeira. É o inimigo oculto que semeia erros e desgraças
na história humana”
(São Paulo VI, Alocução de 15-11-1972).
Não é certo negar a existência do
demônio: “Sai
do quadro dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos, quem
nega a existência de Satanás ou o considera somente como
personificação abstrata, conceitual e fantástica das causas
desconhecidas das nossas desgraças”
(São Paulo VI, Alocução de 15-11-1972).
Não é certo se esquecer da existência
do demônio. Nunca
devemos nos esquecer da sua existência e maldade, pois a sua
ação misteriosa na vida do mundo e das pessoas é bem real e
efetiva.
É importante se conscientizar da
existência do demônio.
No Novo Testamento o demônio ou os demônios são citados
várias vezes.
A Igreja Católica Apostólica Romana
sempre afirmou a existência dos demônios.
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5.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
O demônio não é o nosso pior inimigo…
a carne e o mundo
são piores do que ele: “O demônio
é um inimigo terrível, mas o mundo é pior ainda. Se o
demônio não se servisse dele, isto é, dos homens maus, que
compõem o que vulgarmente se entende por mundo, não
conseguiria as vitórias que obtém… Consideremos o terceiro
inimigo, a carne, que é o pior de todos”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Os demônios não se converterão no final.
Orígenes dizia que sim… esse erro de Orígenes foi
condenado no ano 543 pelo Papa Virgílio:
“Se alguém afirmar que o suplício
dos demônios e dos homens ímpios é temporário e que,
portanto, terá fim algum dia, ou que haverá reabilitação ou
reparação dos demônios e dos homens ímpios, seja anátema”
(Denzinger 211).
O demônio é uma força viva e atuante:
“O nosso
grande perigo aqui na terra é esquecer que o demônio é uma
força viva e atuante”
(Pe. Leo John Trese, A fé explicada).
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6.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Os demônios são espíritos impregnados
de ódio a Deus. Eles, sem a
Graça, isto é, sem a participação do amor de Deus, vivem no
estado oposto ao do amor, isto é, no estado definitivo de
pecado, e, portanto, são espíritos impregnados de ódio a
Deus e de tudo e todos que contribuem para a glória e o amor
de Deus: “Também não há ninguém que seja capaz de manter um ódio tão
implacável como aquele malicioso contra todo o gênero
humano. Em seguida, considerando ainda o zelo e o afinco com
que ele luta, qualquer comparação com os homens e suas
atitudes tornar-se-ia ridícula. Até os animais mais ferozes
e mais sanguinolentos, comparados com ele, tornar-se-iam
mansos e dóceis. Com tanta raiva ele esbraveja contra as
nossas almas” (São João Crisóstomo, O
sacerdócio).
O inferno é puro ódio:
“Ódio a Deus, ódio
aos outros, ódio a todas as criaturas de Deus,
principalmente àquelas que foram feitas segundo a imagem
odiada”
(Frank J. Sheed, Teologia para todos).
Não é
possível achar algum bem no demônio:
“Um demônio é cem por cento mau; cem
por cento ódio, sem que se possa achar um mínimo resto de
bem em parte alguma do seu ser”
(Pe. Leo J. Trese, A fé explicada).
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7.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Foram todos os Anjos fiéis a Deus?
Nem todos os Anjos foram
fiéis a Deus, mas muitos, por soberba, pretenderam ser
iguais a Ele e independentes do seu poder; e, por este
pecado, foram excluídos para sempre do Paraíso e condenados
ao Inferno: “O pecado que
cometeram teria sido a inveja dos homens, uma vez que Adão
colocado como senhor da Terra, seria também senhor dos Anjos
que estavam sobre a Terra”
(Santo Irineu de Lião), e:
“Os demônios foram Anjos castigados
por sua soberba e não por inveja, pois esta é subordinada ao
orgulho e não pode ser considerada principal”
(Santo Agostinho, De Gen. ad litt. XI 145),
e também: “Satanás se fez
excessivamente soberbo por seu elevado conhecimento de Deus,
dai se originando seu pecado”
(São Gregório Nazianzeno, Sermones theologici,
II, 12).
O diabo e os outros demônios foram
criados bons por natureza:
“Mas eles mesmos, por sua culpa,
se fizeram maus”
(Concílio 4.º de Latrão, cap. 1).
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8.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Os demônios não podem recuperar a graça
perdida. Em
consequência do pecado que cometeram, os demônios são
criaturas que ficaram incapacitadas de continuarem a receber
a Graça divina, depois de haverem-na perdido. A sentença
que condenou os demônios é definitiva e irrecorrível.
A Igreja Católica afirma que alguns
Anjos pecaram… mas não
define a natureza do pecado por eles cometido. Diz o
Catecismo do Concílio de Trento:
“… o diabo se fez mau por seu próprio arbítrio”
(Denzinger, 427), e:
“… o diabo e os demais demônios… se
fizeram maus por si mesmos” (Denzinger,
428), isto é,
“afastando-se de Deus, seu Pai e
Criador… e não permanecendo na verdade”.
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9.ª
Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Deus deu aos Anjos inteligência e poder
de ordem superior.
O que Deus faz, não o desfaz. O que Deus
dá, não o tira. Ele deu aos Anjos inteligência e poder de
ordem superior, e não os revoga, nem mesmo no caso dos Anjos
rebeldes.
O poder de Satanás não é infinito.
Ele não passa de uma criatura, poderosa por ser puro
espírito, mas sempre criatura.
O demônio tem poder sobre as almas:
“O demônio tem
poder sobre a alma apegada às coisas temporais e corporais”
(São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo,
Livro I, Capítulo II, 2).
Não é possível conhecer a extensão
total dos poderes do demônio sobre o universo criado, no
qual se inclui a humanidade.
Sabemos que nada pode existir sem que Deus o permita. Mas
também sabemos que Deus, ao realizar os seus planos para a
criação, não tira normalmente (nem aos anjos nem aos homens)
nenhum dos poderes que concedeu originalmente.
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10.ª Reflexão |
Em 1 Pedro 5, 8 diz:
“Sede sóbrios e estai vigilantes,
porque o demônio, vosso inimigo, anda ao redor de vós…
buscando a quem devorar”.
Por que Deus permite que sejamos
tentados? Porque sabe tirar
disso grande bem; faz-nos excitar a virtude, forma-nos na
desconfiança de nós mesmos e na confiança n’Ele,
encaminha-nos para a humildade e faz-nos ganhar para o céu
muitos merecimentos. A tentação proporciona-nos o ensejo de
mostrarmos a Deus quanto é sincera a nossa fidelidade e
aperfeiçoa a nossa virtude.
O demônio tenta continuamente o doente:
“Mas acudirá
também o Anjo da Guarda para confortá-lo”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Deus é mais solícito para salvar-nos do
que o demônio para perder-nos:
“Porque Deus nos tem
mais amor que aborrecimento nos tem o demônio”
(Orígenes).
Ao demônio parece breve a duração da
nossa vida, e é por isso
que não deixa escapar ocasião de nos tentar.
Quais são as nossas principais armas
contra o demônio: O
trabalho honesto, a confissão e a comunhão, a penitência, a
oração, o sinal da cruz, a água benta, a devoção ao nosso
Anjo da Guarda e a Virgem Santíssima, aquela que esmagou a
cabeça da serpente infernal.
Não existe pausa na luta contra o
demônio: “O
infame não cessará com seus ataques até o último suspiro da
alma que não soube defender-se já contra os primeiros
golpes… Na luta com aquele maligno, porém, nunca haverá
pausa; nunca poderás despojar-te das armas, nunca poderás
entregar-te ao descanso, caso queiras ficar ileso… Aquele
adversário infame mantém sempre sua linha de combate perto
de nós, pronta para nos perder tão logo note algum
relaxamento em nossa vigilância. Podes estar certo: mais
zelo emprega ele para a nossa perdição do que nós para a
nossa salvação!” (São João
Crisóstomo, O sacerdócio).
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Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
30 de
setembro de 2020
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Este texto não pode ser reproduzido sob
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escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Os
Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de
Maria Santíssima devem rezar, fazer penitência e fugir das ocasiões de
pecar para vencer o demônio”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/reflexoes/021_reflexoes_outubro_2020.htm
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