27 de
dezembro de 2020
OS FILHOS E FILHAS DA PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO E DAS DORES DE MARIA SANTÍSSIMA DEVEM CONFIAR NO PERDÃO DE
DEUS E SE ARREPENDEREM, COM SINCERIDADE, DE TODOS OS PECADOS.
1.ª Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Sem arrependimento e sem se corrigir, o
pecador não se salvará. É muito perigoso ofender o Criador e
dizer-lhe com desdém: “Sinto muito”… sendo que não sente
nada. Deus não é brinquedo de pessoas arrogantes: “Não
vos iludais; de Deus não se zomba” (Gl
6, 7).
O que é que se entende por
arrependimento? Arrependimento ou contrição “é
um pesar de coração e detestação do pecado cometido, com o
propósito de nunca mais cometê-lo” (Concílio
de Trento).
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2.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Sem arrependimento não há perdão nem
mesmo na confissão. Deus não perdoa nenhum pecado, mortal ou
venial, se não estamos arrependidos: “A
dor dos pecados consiste num desgosto e numa detestação
sincera da ofensa feita a Deus” (São
Pio X, Catecismo Maior, 705).
A verdadeira contrição deve ser interna, isto
é, uma dor da alma, desgosto, pena, tristeza e detestação do
pecado. Uma ação exterior, como bater no peito, sem a dor
interna, não é ainda arrependimento.
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3.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Só a recitação vocal costumeira do ato
de contrição ainda não é verdadeira contrição. Ao menos a
vontade deve ter um ódio contra o pecado, e um desejo de não
o ter feito: “Se
Deus é o sumo bem, entre todas as coisas dignas de serem
amadas, o pecado é o sumo mal entre todas as coisas que o
homem deve odiar. Portanto, pela mesma razão que nos leva a
reconhecer, em Deus, o objeto de sumo amor, devemos também
tomar-nos de sumo ódio contra o pecado” (Catecismo
Romano, Parte II, V. Penitência 27).
O verdadeiro arrependimento deve se referir a
Deus. É por isso que se chama sobrenatural. Nosso Senhor
perdoa toda ofensa, por odiosa que seja, se o pecador tem
verdadeira contrição: “Não
há, pois, delito tão grave e abominável, que não seja
apagado pelo Sacramento da Penitência, por sinal que não só
uma, mas até duas e mais vezes” (Catecismo
Romano, Parte II, V. Penitência 18).
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4.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Quem se arrepende dos pecados só por causa
das suas consequências materiais desagradáveis ou
desastrosas: doenças, perda de dinheiro, tempo, desgosto que
deu aos pais, esposa, esposo… este não tem um verdadeiro
arrependimento, mas é apenas uma contrição puramente
natural. Este arrependimento não obtém o perdão dos pecados
e não tem nenhum merecimento para a outra vida.
A verdadeira contrição é um sério
desgosto e uma aversão completa ao pecado, que ofende e
porque ofende a Deus. Depende mais da vontade do que de
sentimentos sensíveis da alma: “Se o
que outrora vos causava prazer e alegria enche agora a vossa
alma de amargura, se os gozos de outros tempos vos fazem
agora sofrer cruelmente, então tereis um verdadeiro
arrependimento” (Santo
Agostinho).
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5.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
E este arrependimento interno,
sobrenatural, deve estender-se a todos os pecados mortais,
deve ser universal, não pode excluir um só pecado mortal.
Aquele que continua preso a um só pecado grave, esse não tem
verdadeira contrição:
“De que serve romper todos os laços,
se ainda há um que vos prende ao inferno?”
(Santo Agostinho).
Todo e qualquer pecado mortal ofende a Deus
gravemente e nos faz perder a sua amizade, a graça
santificante… e merece o castigo da pena eterna do inferno.
Por isso é preciso arrepender-se de todos; e se um pecador
excluiu um só não obtém perdão de nenhum pecado:
“O primeiro
requisito é aborrecer e detestar todos os pecados cometidos.
Se nos arrependêssemos só de alguns, nossa penitência seria
falsa e simulada, e não teria efeito salutar”
(Catecismo Romano, Parte II, V.
Penitência 31).
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6.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
O Espírito Santo não pode entrar numa alma
onde ainda subsiste aliança e amizade com o demônio, ainda
que seja com um só pecado grave. Todo o pecado grave é
ofensa grave, é separação de Deus… é inimizade com Deus.
Também convém ter arrependimento dos
pecados veniais. São também ofensas feitas a Deus, embora
menos graves, de modo que não nos privam inteiramente da
amizade de Deus e não nos roubam a graça santificante.
Se alguém na confissão confessar só pecados
veniais deve arrepender-se ao menos de um deles; do
contrário, a confissão não é válida e não recebe perdão.
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7.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Este arrependimento interno,
sobrenatural dos pecados graves também deve ser sobre todas
as coisas, isto é, devemos confessar o pecado grave como o
maior de todos os males, a ponto de preferirmos qualquer
doença e mesmo a morte a pecar gravemente.
Há uma contrição perfeita e uma imperfeita. A
contrição por si tende à reconciliação do pecador com seu
Deus.
A contrição perfeita é aquela que
consegue, por si só, sem o sacramento da confissão, a
reconciliação plena e perfeita com Deus.
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8.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Aquele arrependimento ou contrição, que
não consegue por si só pleno perdão e a perfeita
reconciliação com Deus, chama-se contrição imperfeita.
Portanto, a diferença está nos efeitos. Uma,
a perfeita, consegue, por si só, a perfeita reconciliação
com Deus: a outra, imperfeita, não consegue o pleno perdão,
mas tão somente mediante a confissão. É preciso, porém,
lembrar que também a contrição perfeita deve estar unida com
o sincero desejo e vontade de se confessar quando puder.
O que decide se um arrependimento é
perfeito ou imperfeito é o seu motivo. O arrependimento que
se origina, que vem do perfeito amor de Deus, que é
infinitamente bom, santo e amável, chama-se contrição
perfeita. O que tem contrição perfeita alcança imediatamente
o perdão pleno, a reconciliação perfeita com Deus, mas fica
a obrigação de confessar os pecados a um sacerdote.
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9.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
A diferença dos motivos de contrição
aparece claramente no seguinte exemplo: um pai enviou dois
filhos à cidade para fazerem algumas compras. No caminho
ficaram a brincar e correram atrás dos passarinhos, chegando
com muito atraso para casa. Aproximando-se da casa ficaram
receosos e começaram a chorar. O primeiro chora, porque tem
medo de que o pai vá castigá-lo. O segundo chora, porque tem
pena e dor de ter desgostado e amargurado o pai, que sempre
fora tão bom para com ele. Este segundo representa a
contrição perfeita, porque o seu motivo é o amor; o primeiro
representa a contrição imperfeita, porque tem como motivo o
medo, arrepende-se por causa do castigo.
“Temos
contrição perfeita quando nos arrependemos dos nossos
pecados por termos ofendido a bondade de Deus” (Santo
Agostinho). A contrição perfeita é
o grande e puro amor de Deus, um amor sobre todas as coisas.
Contrição imperfeita ou atrição é
aquela que procede do temor de Deus, do medo do castigo:
inferno, castigos temporais… É imperfeita porque nasce de
motivos menos perfeitos, não provêm do amor de Deus, mas de
um medo servil.
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10.ª Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
A contrição imperfeita não nos obtém a
reconciliação perfeita com Deus, somente mediante a
confissão. Aquele que tem somente contrição imperfeita só
recebe o perdão dos pecados com a absolvição sacramental na
confissão. Essa contrição imperfeita é como uma pequena
faísca, que a confissão e a absolvição inflamam e aumentam
num grande incêndio, para destruir a palha do pecado.
Devemos despertar em nós um verdadeiro
arrependimento e dor dos pecados: pensando na grandeza de
Deus, na sua bondade e nos sofrimentos da Paixão de Cristo.
Acostumemo-nos a fazer todas as noites
o ato de contrição perfeito, para não sermos surpreendidos
pela morte em estado de pecado mortal.
Antes da confissão, devemos
assegurar-nos de que temos dor sincera dos nossos pecados.
Podemos esquecer-nos involuntariamente de confessar um
pecado… até mortal; e mesmo assim fazer uma boa confissão…
receber o perdão dos pecados. Mas também podemos confessar
minuciosamente todos os nossos pecados e, no entanto, sair
do confessionário com eles ainda em nossa alma, se não temos
uma contrição sincera. Que
perigo!
A palavra “contrição” deriva do latim e
significa “moer”, “pulverizar”. A ideia de reduzir o eu a pó
é a que nos leva a apresentar-nos diante de Deus com
profunda humildade.
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11.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Uma pessoa não pode estar contrita de
um pecado se continuar disposta a cometê-lo novamente, se
tiver ocasião.
Para se aproximar do sacramento da confissão,
ou a nossa contrição é cem por cento sincera ou é melhor não
confessarmos. O confessionário não é circo! “Quando
nos vamos confessar, devemos ter muito empenho em ter
verdadeira dor dos nossos pecados, porque esta é a coisa
mais importante de todas; e, se falta a dor, a confissão não
é válida” (São
Pio X, Catecismo Maior, 724).
Receber o sacramento da confissão sem
dor verdadeira é fazer uma confissão indigna, e o sacramento
seria inválido e infrutífero. Se não temos contrição
autêntica, Deus não nos perdoará os pecados.
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12.ª
Reflexão |
No Salmo 50, 19 diz:
“… coração contrito e esmagado, ó
Deus, tu não desprezas”.
Contrição sincera? Deve ser interior! O
nosso coração deve estar nas nossas palavras… não significa
necessariamente que devamos sentir uma dor emocional. Como o
amor, a dor é um ato da vontade, não um golpe de emoção: “Deve
estar no coração e na vontade, e não só nas palavras” (São
Pio X, Catecismo Maior, 713).
É possível ter uma profunda dor dos nossos
pecados sem sentir reação emocional alguma. Se com toda a
sinceridade nos determinamos a evitar tudo o que possa
ofender a Deus, com a ajuda da sua graça, então temos
contrição interior.
O arrependimento perfeito não consiste
em bater no peito com uma pedra, em derramar copiosas
lágrimas… nem em dizer poesias sentimentais: “Não
é necessário que materialmente se chore pela dor dos
pecados; mas basta que no íntimo do coração se deplore mais
o ter ofendido a Deus do que qualquer outra desgraça” (São
Pio X, Catecismo Maior, 719).
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Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
27 de
dezembro de 2020
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escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Os Filhos
e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria
Santíssima devem confiar no perdão de Deus e se arrependerem, com
sinceridade, de todos os pecados”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/colecoes/reflexoes/024_reflexoes_janeiro_2021.htm
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