RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

(Jo 11, 1-44)

 

"1 Havia um doente, Lázaro, de Betânia, povoado de Maria e de sua irmã Marta. 2 Maria era aquela que ungira o Senhor com bálsamo e lhe enxugara os pés com seus cabelos. Seu irmão Lázaro se achava doente. 3 As duas irmãs mandaram, então, dizer a Jesus: 'Senhor, aquele que amas está doente'. 4 A essa notícia, Jesus disse: 'Essa doença não é mortal, mas para a glória de Deus, para que, por ela, seja glorificado o Filho de Deus'.

5 Ora, Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro.

6 Quando soube que este se achava doente, permaneceu ainda dois dias no lugar em que se encontrava; 7 só depois, disse aos discípulos: 'Vamos outra vez até a Judéia!' 8 Seus discípulos disseram-lhe: 'Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te e vais para lá?' 9 Respondeu Jesus: 'Não são doze as horas do dia? Se alguém caminha durante o dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; 10 mas se alguém caminha à noite, tropeça, porque a luz não está nele'.

11 Disse isso e depois acrescentou: 'Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo'. 12 Os discípulos responderam: 'Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar!' 13 Jesus, porém, falara de sua morte e eles julgaram que falasse do repouso do sono. 14 Então Jesus lhes falou claramente: 'Lázaro morreu. 15 Por vossa causa, alegro-me de não ter estado lá, para que creiais. Mas, vamos para junto dele!' 16 Tomé, chamado Dídimo, disse então aos outros discípulos: 'Vamos também nós, para morrermos com ele!'

17 Ao chegar, Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias. 18 Betânia ficava perto de Jerusalém, a uns quinze estádios. 19 Muitos judeus tinham vindo até Marta e Maria, para as consolar da perda do irmão. 20 Quando Marta soube que Jesus chegara, saiu ao seu encontro; Maria, porém, continuava sentada, em casa. 21 Então, disse Marta a Jesus: 'Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas ainda agora sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concederá'. 23 Disse-lhe Jesus: 'Teu irmão ressuscitará'. 24 'Sei, disse Marta, que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!' 25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. 26 E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso?'

27 Disse ela: 'Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo'.

28 Tendo dito isso, afastou-se e chamou sua irmã Maria, dizendo baixinho: 'O senhor está aqui e te chama!' 29 Esta, ouvindo isso, ergueu-se logo e foi ao seu encontro. 30 Jesus não entrara ainda no povoado, mas estava no lugar em que Marta o fora encontrar. 31 Quando os judeus, que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram-na levantar-se rapidamente e sair, acompanharam-na, julgando que fosse ao sepulcro para aí clorar.

32 Chegando ao lugar onde Jesus estava, Maria, vendo-o, prostrou-se a seus pés e lhe disse: 'Senhor, se estivesse aqui, meu irmão não teria morrido'. 33 Quando Jesus a viu chorar e também os judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. 34 E perguntou: 'Onde o colocastes?' Responderam-lhe: 'Senhor, vem e vê!' 35 Jesus chorou. 36 Diziam, então, os judeus: 'Vede como ele o amava!' 37 Alguns deles disseram: 'Esse, que abriu os olhos do cego, não poderia ter feito com que ele não morresse? 38 Comoveu-se de novo Jesus e dirigiu-se ao sepulcro. Era uma gruta, com uma pedra sobreposta. 39 Disse Jesus: 'Retirai a pedra!' Marta, a irmã do morto, disse-lhe: 'Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!' 40 Disse-lhe Jesus: 'Não te disse, se creres, verás a glória de Deus?' 41 Retiraram, então, a pedra. Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: 'Pai, dou-te graças porque me ouviste. 42 Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste'.

43 Tendo dito isso, gritou em alta voz: 'Lázaro, vem para fora!' 44 O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: 'Desatai-o e deixai-o ir embora".

 

 

Em Jo 11, 1 diz: "Havia um doente, Lázaro, de Betânia, povoado de Maria e de sua irmã Marta".

Os três irmãos: Lázaro, Marta e Maria moravam em Betânia.

Betânia: "(gr. Bethania, do hebr. Bêt 'ananîyah, contração de bêt 'ananîyah, 'casa de Ananias'?). Aldeia nas proximidades de Jerusalém, a atual el Azariyeh, no sopé da encosta E. do monte das Oliveiras, a cerca de duas milhas romanas de Jerusalém (Jo 11, 18), isto é, da Jerusalém do monte Sião; portanto, a cerca de 6 Km da atual cidade de Jerusalém" (DB).

Lázaro: "(gr. lazaros do hebr. 'el 'azar, 'Deus ajudou')" (DB).

Em Jo 11, 2 diz: "Maria era aquela que ungira o Senhor com bálsamo e lhe enxugara os pés com seus cabelos. Seu irmão Lázaro se achava doente".

Edições theologica comenta: "Nos Evangelhos aparecem várias mulheres com o nome de Maria. Aqui trata-se de Maria de Betânia, a irmã de Lázaro (v. 2), a mesma que depois ungiu o Senhor, também em Betânia, em casa de Simão, o leproso (cfr Jo 12, 1-8; Mc 14, 3): o indefinido ou aoristo 'ungiu' exprime uma ação passada relativamente ao tempo em que escreve o Evangelista, embora a unção fosse posterior à ressurreição de Lázaro.

Maria de Betânia, Maria Madalena e a mulher 'pecadora' que ungiu os pés do Senhor na Galiléia (cfr Lc 7, 36), são uma, duas ou três mulheres? Ainda que às vezes se tenda a identificar as três, parece mais provável que se trate de pessoas diferentes. Em primeiro lugar, deve distinguir-se a unção da Galiléia (Lc 7, 36) realizada pela 'pecadora', da unção de Betânia levada a cabo pela irmã de Lázaro (Jo 12, 1); tanto pelo tempo em que têm lugar, como pelos pormenores específicos, são claramente diferentes... Por outro lado, nos Evangelhos não há nenhum indício positivo de que Maria de Betânia fosse a mesma que a 'pecadora' da Galiléia. Também não há base firme para identificar Maria Madalena com a 'pecadora', da qual não se dá o nome; a Madalena aparece entre as mulheres que seguem Jesus na Galiléia, da qual tinha expulsado sete demônios (cfr Lc 8, 2) e que Lucas apresenta na sua narração como um personagem ainda não conhecido, nem dá nenhum outro elemento que permita relacionar ambas as mulheres.

Por último, Maria de Betânia e Maria Madalena também não se podem identificar, pois João distingue as duas mulheres: nunca chama à irmã de Lázaro, Maria Madalena, nem a esta, que está junto da cruz (Jo 19, 25), que acorre ao sepulcro e a quem o Senhor ressuscitado aparece (Jo 20, 1. 11-18), a relaciona para nada com Maria de Betânia.

A razão de que algumas vezes se tenha confundido Maria de Betânia com Maria Madalena deve-se, por um lado, à identificação desta com a 'pecadora' da Galiléia, por relacionar a possessão diabólica da Madalena com a condição pecadora da que fez a unção da Galiléia; e, por outro lado, à confusão das duas unções: a irmã de Lázaro seria a 'pecadora' protagonista da única unção. Deste modo concluiu-se, sem base sólida, na confusão das três mulheres numa, ainda que a interpretação melhor fundada e mais comum entre os exegetas seja a de que se trata de três mulheres diferentes".

Ainda falando sobre Maria, irmã de Lázaro, o Pe. João Colombo escreve: "Mas aquela pequena família em que já faltavam o pai e a mãe, uma sombra ainda mais negra trazia a tristeza. Maria abandonara seu irmão e sua irmã, dera-se aos vícios e aos prazeres, tornara-se o escândalo do lugar, a desonra da casa. Lázaro e Marta não podiam ser felizes", e: "Não vos pediu Lázaro que o ressuscitásseis. Por uma mulher pecadora, vos dignastes fazê-lo" (Santa Teresa de Jesus, Exclamações 10, 2-3).

Em Jo 11, 3-4: "As duas irmãs mandaram, então, dizer a Jesus: 'Senhor, aquele que amas está doente'. A essa notícia, Jesus disse: 'Essa doença não é mortal, mas para a glória de Deus, para que, por ela, seja glorificado o Filho de Deus".

Marta e Maria, conhecendo a bondade de Nosso Senhor e o quanto Ele amava a Lázaro, não vacilaram, mas pediram a Sua ajuda. Elas não buscaram socorro nas criaturas, havia dezenas próximas delas, mas sim, em Cristo Jesus: "Belíssima oração, em sua tocante simplicidade, na confiança absoluta que inspira a bondade do Divino Mestre. Estas irmãs lhe pedem que venha curar o enfermo. Elas sabem que Jesus o ama e, portanto, basta-lhe adverti-lo somente da enfermidade do seu amigo. Poderia ele amá-lo e não socorrê-lo" (Dom Duarte Leopoldo), e: "É certo que a missão das duas irmãs tinha por fim obter da sua compaixão a cura do enfermo, mas notai como elas não apelam para a hospitalidade que, por vezes, lhe tinham oferecido, não recorrem ao sentimento da gratidão que, naturalmente, tinha por elas o Divino Mestre. Na sua confiança e abandono à Providência, dizem apenas: 'Aquele a quem amais está enfermo!' O amor de Deus às suas pobres criaturas é motivo bastante para socorrê-las em suas necessidades" (Santo Agostinho).

Aprendamos das duas irmãs, Marta e Maria, a buscarmos socorro somente em Cristo Jesus nas horas de dificuldades. Quantos são aqueles que perdem tempo mendigando o consolo das criaturas falsas e perigosas sem nenhum proveito. Confiemos em Nosso Senhor todos os nossos problemas, e Ele nos ajudará: "Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor" (Sl 2, 12).

Jesus disse: "Essa doença não é mortal, mas para a glória de Deus, para que, por ela, seja glorificado o Filho de Deus".

Santo Agostinho comenta: "... não foi um ganho para Jesus, mas proveito para nós. Portanto, diz Jesus que a doença não é de morte, porque aquela morte não era para morte, mas antes em ordem a um milagre, pelo qual os homens crescem em Cristo e evitassem assim a verdadeira morte" (In Ioann. Evang., 49, 6).

Em Jo 11, 5 diz: "Ora, Jesus amava Marta e sua irmã e Lázaro".

A amizade de Nosso Senhor com Lázaro, Marta e Maria, era verdadeira e pura, não existia entre eles nenhum interesse. Esse trecho da Sagrada Escritura diz que Cristo amava os três: "A amizade é uma das formas do amor, é um sentimento tão puro que faz bater suavemente o coração daqueles que são virgens. Quanto mais puro é um coração, quanto mais despido desses sentimentos baixos que degradam e aviltam, tanto mais sincera será a amizade. Um coração corrompido jamais poderá sentir as delicadezas da amizade" (Dom Duarte Leopoldo).

Quão grande felicidade é viver em amizade com Nosso Senhor. Será que existe um amigo melhor do que Ele? Esforcemo-nos para vivermos sempre na graça santificante, e assim, Ele, o melhor Amigo, estará sempre conosco: "Quando Jesus está presente, tudo é bom e nada parece dificultoso; mas quando Jesus se retira, tudo enfada e cansa. Quando Jesus não fala interiormente, nenhuma consolação tem valor; mas se Jesus fala uma só palavra, grande gozo se sente... Que te pode dar o mundo sem Jesus? Estar sem Jesus é terrível inferno; estar com Jesus é doce Paraíso. Se Jesus estiver contigo, nenhum inimigo te poderá ofender. Quem acha a Jesus acha um tesouro precioso, ou antes, um bem acima de todo o bem. E quem perde a Jesus perde muitíssimo, e mais do que se perdesse todo o mundo. Paupérrimo é o que vive sem Jesus, e riquíssimo o que está bem com Jesus. Grande arte é saber conversar com Jesus, grande prudência saber possuir a Jesus... Se apartares de ti a Jesus e o perderes, aonde irás? A quem buscarás por amigo?... Sobre todos os teus amigos seja pois Jesus singularmente amado. Ama a todos por amor de Jesus, e a Jesus por si mesmo. Só Jesus Cristo deve ser amado singularmente; porque só Ele é verdadeiro e fidelíssimo, mais que todos os amigos" (Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, Livro II, capítulo VIII).

Sejamos amigos fiéis de Cristo Jesus, a exemplo de Lázaro, Marta e Maria. Ele é o Amigo fiel que jamais nos abandonará: "Quem escolheu a Jesus por amigo, pôs-se à sombra de boa árvore; pois, em Jesus, terá uma égide que a toda hora do dia e da noite o estará protegendo contra os assaltos de seus inimigos. Em Jesus terá um braço forte que pelejará por ele e lhe dará a vitória na tentação. Quem entrou na amizade com Jesus, pôs-se no caminho da salvação, porque ser amigo de Jesus, é ser amigo de Deus, do bem e da verdade" (Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de Luz, 75).

Em Jo 11, 6-7 diz: "6 Quando soube que este se achava doente, permaneceu ainda dois dias no lugar em que se encontrava; 7 só depois, disse aos discípulos: 'Vamos outra vez até a Judéia!"

Cristo Jesus ao receber a notícia de que Lázaro estava enfermo, não partiu imediatamente para Betânia, mas permaneceu ainda dois dias no lugar onde estava: "Devemos encontrar-nos no mês de Março deste ano 30, nas últimas semanas da vida de Jesus, que se encontra ainda na Peréia, no outro lado do Jordão" (Pe. Francisco Fernández-Carjaval).

Quando recorremos ao Senhor pedindo uma graça, e Ele demora a nos atender, não duvidemos de seu poder e amor, mas permaneçamos firmes e Ele nos atenderá na hora certa: "Muitas vezes Deus não atende de pronto às nossas orações, para experimentar a nossa confiança, ou dar-nos ainda mais do que lhe pedimos. Se Jesus tivesse partido imediatamente, poderia ter curado a Lázaro. Demorando-se ainda dois dias, teve ocasião de ressuscitá-lo, e maior foi a graça concedida, mais intensa a alegria pelo favor recebido" (Dom Duarte Leopoldo).

Em Jo 11, 8-10 diz: "8 Seus discípulos disseram-lhe: 'Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te e vais para lá?' 9 Respondeu Jesus: 'Não são doze as horas do dia? Se alguém caminha durante o dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; 10 mas se alguém caminha à noite, tropeça, porque a luz não está nele".

Dom Duarte Leopoldo escreve: "A noite era o tempo da sua Paixão. Enquanto, pois, houvesse dia, antes de chegada a hora da sua Paixão, nada tinha Ele a temer dos seus inimigos", e: "A lapidação era a pena capital que se aplicava aos blasfemos (cfr Lv 24, 16). Vimos que pelo menos duas vezes intentaram lapidar Jesus. A primeira porque tinha proclamado a Sua filiação divina e a Sua existência eterna ao afirmar que 'era' antes de Abraão (Jo 8, 58-59). A segunda por manifestar a Sua unidade com o Pai (cfr Jo 10, 30-31). Estes intentos das autoridades judaicas falharam porque ainda não tinha chegado a hora de Jesus, isto é, o tempo designado pelo Pai para a Sua Morte e Ressurreição. Quando chegar a Crucifixão será a hora dos Seus inimigos 'e o poder das trevas' (Lc 22, 53). Mas até esse momento é o tempo da luz, em que o Senhor podia caminhar sem perigo de morte" (Edições Theologica).

Em Jo 11, 11-16 diz: "11 Disse isso e depois acrescentou: 'Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo'. 12 Os discípulos responderam: 'Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar!' 13 Jesus, porém, falara de sua morte e eles julgaram que falasse do repouso do sono. 14 Então Jesus lhes falou claramente: 'Lázaro morreu. 15 Por vossa causa, alegro-me de não ter estado lá, para que creiais. Mas, vamos para junto dele!' 16 Tomé, chamado Dídimo, disse então aos outros discípulos: 'Vamos também nós, para morrermos com ele!"

Os discípulos diziam-Lhe que esse era bom sinal, pois se dorme, sarará. Considerava-se que um sono profundo era sintoma da boa reação do organismo contra a doença e o começo da saúde. Jesus falava-lhes da morte, mas eles entenderam que se tratava do sono natural: "Lázaro já tinha morrido, quando Jesus assim falava. É que a morte dos justos é como um sono, cujo despertar é a felicidade eterna. A morte de Lázaro, particularmente, porque não era definitiva, bem podia ser chamada um sono. - A palavra cemitério quer dizer dormitório"(Dom Duarte Leopoldo).

Houve um momento de dúvida e de vacilação à hora de empreender o caminho de regresso à Judéia, até que Tomé, o Dídimo, disse resolutamente aos outros: Vamos também nós, para morrermos com ele. Jesus olhá-lo-ia com complacência: "As palavras de Tomé recordam as dos Apóstolos no Cenáculo, dispostos a tudo, inclusivamente a morrer pelo seu Mestre (cfr Mt 26, 31-35). Já por ocasião do discurso do Pão da Vida, quando muitos dos discípulos abandonaram o Senhor, os Doze permaneceram fiéis (cfr Jo 6, 67-71), e seguiram-No apesar das suas debilidades. Mas quando Jesus, depois da traição de Judas Iscariotes, Se deixar prender em Getsêmani sem resistência alguma, proibindo inclusivamente a defesa pelas armas (cfr Jo 18, 11), desconcertar-se-ão e abandonarão o Mestre. Só São João permanecerá fiel na hora suprema do Calvário" (Edições Theologica), e: "A palavra deste Apóstolo é o grito de amor de todos os mártires de todos os séculos: Morrer com Jesus e por Jesus!" (Dom Duarte Leopoldo).

Em Jo 11, 17-20 diz: "17 Ao chegar, Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias. 18 Betânia ficava perto de Jerusalém, a uns quinze estádios. 19 Muitos judeus tinham vindo até Marta e Maria, para as consolar da perda do irmão. 20 Quando Marta soube que Jesus chegara, saiu ao seu encontro; Maria, porém, continuava sentada, em casa".

Depois de um dia de caminho, Jesus e os Apóstolos chegaram a Betânia, Lázaro estava já sepultado há quatro dias: "O mensageiro gastou um dia para levar a notícia, Jesus demorou-se dois e empregou o quarto na viagem para a Betânia. Os enterros, segundo o costume, se faziam no mesmo dia da morte" (Dom Duarte Leopoldo). Por Betânia ficar perto de Jerusalém, uns três quilômetros, muitos judeus foram até lá para consolar as duas irmãs.

 "Muitos judeus tinham vindo até Marta e Maria, para as consolar da perda do irmão".

Aprendamos também nós a aproximarmos das pessoas que perderam seus entes queridos, para consolá-las. Como é importante nessas horas difíceis, rezar e fortalecer essas pessoas com sábios conselhos.

Sabemos que muitos se desesperam nessas horas, justamente por não possuírem uma fé profunda; essas, ao invés de correrem para Deus, apóiam-se nas criaturas.

 "Quando Marta soube que Jesus chegara, saiu ao seu encontro; Maria, porém, continuava sentada, em casa".

Dom Duarte Leopoldo comenta: "Vê-se bem desenhado, o caráter das duas irmãs. Cada uma sofre a seu modo, sem que se possa dizer quem sofre mais. Há dores expansivas que procuram consolação; outras, porém, mais concentradas, recolhem-se ao silêncio".

Marta saiu ao encontro de Nosso Senhor à entrada de Betânia.

Quando necessitarmos do apoio de Cristo Jesus, não deixemos para depois, mas saiamos ao seu encontro, e Ele que sabe de tudo nos consolará.

Muitos católicos, nas horas de dificuldades, se trancam no seu egoísmo e na sua revolta e se esquecem de Deus, por isso, vivem amargurados e frustrados.

Em Jo 11, 21-22 diz: "21 Então, disse Marta a Jesus: 'Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas ainda agora sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concederá".

Se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido: Marta conhecia bem o coração de Jesus e: "Sabia que não teria permitido que o seu irmão morresse; tê-lo-ia curado nos primeiros sintomas da enfermidade. Eram amigos! Ao mesmo tempo, parece uma carinhosa recriminação; é como se dissesse: avisamos-te..., esperávamos por ti. Contudo, Marta alimenta uma leve esperança de que Jesus o possa ressuscitar. Com toda a certeza tinha ouvido falar do filho da viúva de Naim e da filha de Jairo. É possível que inclusive os tivesse conhecido" (Pe. Francisco Fernández-Carvajal).

Marta não se desespera, mas confia em Cristo Jesus: "O pedido de Marta é um exemplo de oração confiante e de abandono nas mãos do Senhor que sabe melhor que nós o que nos convém. Por isso, 'não Lhe disse: Rogo-Te agora que ressuscites meu irmão (...). Somente disse: Sei que tudo podes e fazes tudo o que queres; mas fazê-lo fica ao Teu juízo, não nos meus desejos" (Santo Agostinho, In Ioann. Evang., 49, 13).

Peçamos ao Senhor tudo aquilo que necessitamos, mas peçamos com fé e confiança; deixando de lado o desespero e a nossa vontade própria, porque Cristo Jesus sabe o que é melhor para nós: "Faça-se a vossa vontade, Senhor, no céu e na terra, onde não há prazer sem mescla de dor, nem rosas sem espinhos, dia sem noite, primavera sem inverno, na terra, Senhor, onde raras são as consolações e inúmeros os trabalhos. Faça-se também vossa vontade, Senhor, não só na execução dos vossos mandamentos, conselhos e inspirações que devemos praticar, mas também nas aflições e penas que devemos suportar, a fim de que em nós, por nós e conosco seja feita a vossa vontade em tudo o que vos aprouver" (São Francisco de Sales, II Teotimo IX, 1).

Em Jo 11, 23- 26 diz: "23 Disse-lhe Jesus: 'Teu irmão ressuscitará'. 24 'Sei, disse Marta, que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!' 25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. 26 E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso?"

Jesus quer levar Marta a reconhecer na Pessoa d'Ele o Messias Filho de Deus, vindo para dar a vida eterna aos que nele crêem, por isso declara: "Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá, e quem vive é crê em mim, não morrerá para sempre. Crês nisso?"

O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena escreve: "Eis onde deve chegar a fé: crer que o poder de ressuscitar os mortos pertence a Cristo e que Ele, assim como pode servir-se imediatamente desse poder para ressuscitar Lázaro da morte corporal, do mesmo modo dele se serve para assegurar a vida eterna aos que vivem nele pela fé" (Intimidade Divina, 83, Ano A).

Edições Theologica comenta: "Estamos diante de uma das definições concisas que o Senhor deu de Si mesmo, e que São João transmite com fidelidade (cfr Jo 10, 9. 14; 14-16; 15, 1): Jesus é a ressurreição e a Vida. É a ressurreição porque com a Sua vitória sobre a morte é causa da ressurreição de todos os homens. O milagre que vai realizar com Lázaro é um sinal desse poder vivificador de Cristo. Assim, pela fé em Jesus Cristo que foi o primeiro a ressuscitar de entre os mortos, o cristão está seguro de ressuscitar também um dia, como Cristo (cfr 1 Cor 15, 23; Cl 1, 18). Por isso, para o crente, a morte não é o fim, mas a passagem para a vida eterna, uma mudança de morada como diz um dos Prefácios da Liturgia de defuntos: 'A vida daqueles que cremos em Ti Senhor, não termina, transforma-se: e, ao desfazer-se a nossa morada terrena, adquirimos uma mansão eterna no céu'. Ao dizer que é a Vida, Jesus refere-Se não só à que começa no mais além, mas também à vida sobrenatural que a graça opera na alma do homem que ainda se encontra a caminho", e João Paulo II escreve: "Esta vida, prometida e proporcionada a cada homem pelo Pai em Jesus Cristo, eterno e unigênito Filho, encarnado e nascido da Virgem Maria 'ao chegar a plenitude dos tempos' (cfr Gl 4, 4), é o complemento final da vocação do homem; é, de alguma maneira, o cumprir-se daquele 'destino' que, desde toda a eternidade, Deus lhe preparou. Este 'destino divino' torna-se via, por sobre todos os enigmas, as incógnitas, as tortuosidades e as curvas, do 'destino humano' no mundo temporal. Se, de fato, tudo isto, não obstante toda a riqueza da vida temporal, leva por inevitável necessidade à fronteira da morte e à meta da destruição do corpo humano, apresenta-se-nos  Cristo para além desta meta: 'Eu sou a ressurreição e a Vida. Aquele que crê em Mim... não morrerá jamais'. Em Jesus cristo crucificado, deposto no sepulcro e depois ressuscitado, 'brilha para nós a esperança da feliz ressurreição... a promessa da imortalidade futura' (Missal Romano, Prefácio de defuntos I), em direção à qual o homem caminha, através da morte do corpo, partilhando com tudo o que é criado e visível esta necessidade a que está sujeita a matéria" (Encíclica "Redemptor Hominis", n°. 18).

Em Jo 11, 27 diz: "Disse ela: 'Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo".

Nenhuma revolta ou desprezo de Marta para com o Senhor, por Ele ter demorado a chegar em Betânia. Ela acredita n'Ele, crê que Ele é o Cristo, o Filho de Deus.

Quantos católicos, hoje, infelizmente, por não conseguirem algo que estão necessitando; afastam-se de Deus e blasfemam contra Ele, ou então, tornam-se protestantes ou espíritas. Esses são caniços que pendem diante de qualquer vento.

Dom Duarte Leopoldo comenta: "Eis aqui, solidamente estabelecido, o dogma da ressurreição final. Jesus nada promete a Marta; provoca, porém o seu esplêndido ato de fé: 'Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo'. A fim de lhe conceder o desejado milagre".

Em Jo 11, 28-31 diz: "28 Tendo dito isso, afastou-se e chamou sua irmã Maria, dizendo baixinho: 'O senhor está aqui e te chama!' 29 Esta, ouvindo isso, ergueu-se logo e foi ao seu encontro. 30 Jesus não entrara ainda no povoado, mas estava no lugar em que Marta o fora encontrar. 31 Quando os judeus, que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram-na levantar-se rapidamente e sair, acompanharam-na, julgando que fosse ao sepulcro para aí clorar".

Marta foi até a casa para dizer à sua irmã Maria que o Mestre a chamava: "O senhor está aqui e te chama!"

Qual foi a atitude de Maria? Ela mandou avisar-Lhe que não queria vê-lO por ter demorado para chegar em Betânia? Ela se revoltou e disse que não acreditava mais n'Ele? Ficou Maria amuada dentro de casa? Não! Ela foi imediatamente ao encontro da Luz Eterna: "Esta, ouvindo isso, ergueu-se logo e foi ao seu encontro".

Se o Senhor chama, é preciso atendê-lo prontamente, e foi o que Maria fez. Ela ergueu-se logo! Façamos o mesmo; se Cristo nos chama para perto d'Ele, não deixemos para amanhã, mas apressemo-nos.

Ela deixou as criaturas que a consolava dentro de casa e correu ao encontro de Deus. Tenhamos também nós força de nos desapegarmos das criaturas para aproximarmos de Deus, Ele é o verdadeiro consolador: "Eu, eu mesmo sou aquele que te consola" (Is 51, 12).

Em Jo 11, 32 diz: "Chegando ao lugar onde Jesus estava, Maria, vendo-o, prostrou-se a seus pés e lhe disse: 'Senhor, se estivesse aqui, meu irmão não teria morrido".

Maria prostrou-se aos pés de Nosso Senhor, cheia de lágrimas, e disse a Cristo o mesmo que sua irmã havia dito: "Então, disse Marta a Jesus: 'Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido" (Jo 11, 21).

O Pe. Francisco Fernández-Carvajal comenta: "Marta e Maria teriam repetido muitas vezes entre elas: 'Se o Mestre tivesse estado aqui, Lázaro viveria ainda'. Ele não teria permitido que morresse; disso estavam certas. Conheciam bem Jesus! Como ia permitir que morresse o seu irmão! Era impossível!"

Em Jo 11, 33- 36 diz: "33 Quando Jesus a viu chorar e também os judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. 34 E perguntou: 'Onde o colocastes?' Responderam-lhe: 'Senhor, vem e vê!' 35 Jesus chorou. 36 Diziam, então, os judeus: 'Vede como ele o amava!"

Quando Nosso Senhor a viu chorar e também os judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. Esta comoção manifestou-se no exterior; todos o viram. Jesus perguntou onde o tinham colocado. E Jesus começou a chorar: "Deve ter sido impressionante. Deus chora por um amigo da terra! Os judeus estavam também pasmados, e diziam: Vede como o amava!" (Pe. Francisco Fernández-Carvajal), e: "Ó Amigo verdadeiro, quão mal vos paga quem vos é traidor! Ó verdadeiros cristãos! Vinde chorar com vosso Deus! Não só por Lázaro correram aquelas piedosas lágrimas, mas também pelos que não haveriam de querer ressuscitar, ainda que Sua Majestade os chamasse em altas vozes" (Santa Teresa de Jesus, Exclamações 10, 2-3), e também: "Podemos contemplar a profundidade e delicadeza dos sentimentos de Jesus. Se a morte corporal do amigo arranca lágrimas ao Senhor, que fará a morte espiritual do pecador, causa da sua condenação eterna?" (Edições Theologica), e ainda: "Cristo chorou: chore também o homem sobre si mesmo. Por que chorou Cristo senão para ensinar o homem a chorar?" (Santo Agostinho, In Ioann. Evang., 49, 19).

Choremos nós também, mas pelos nossos pecados, para que voltemos à vida da graça pela conversão e pelo arrependimento. Não desprezemos as lágrimas do Senhor, que chora por nós, pecadores: "Jesus é teu amigo. - O Amigo.- Com coração de carne, como o teu. - Com olhos de olhar amabilíssimo, que choraram por Lázaro... '- E tanto como a Lázaro, quere-te a ti" (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 422).

Dom Duarte Leopoldo comenta: "Jesus tomou, não somente a nossa humanidade, mas ainda o que ela tem de mais íntimo - o nosso coração e os nossos sentimentos. Jesus chorou, como nós, lágrimas amargas e ardentes. Jesus chorou porque sabia o que era a corrupção do túmulo. Lázaro era para Ele o gênero humano atingido pelo pecado, vítima do pecado, sofrendo as terríveis consequências do pecado. Jesus chorou ainda por efeito de uma disposição natural que nos leva a simpatizar com os nossos amigos, a partilhar as suas alegrias, com as suas tristezas. Assim, pois, Jesus santificou, como homem, todos os bons sentimentos da nossa natureza".

Em Jo 11, 37-40 diz: "37 Alguns deles disseram: 'Esse, que abriu os olhos do cego, não poderia ter feito com que ele não morresse? 38 Comoveu-se de novo Jesus e dirigiu-se ao sepulcro. Era uma gruta, com uma pedra sobreposta. 39 Disse Jesus: 'Retirai a pedra!' Marta, a irmã do morto, disse-lhe: 'Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!' 40 Disse-lhe Jesus: 'Não te disse, se creres, verás a glória de Deus?"

Dom Duarte Leopoldo comenta: "A perfídia dos fariseus discutia ainda a própria dor do Divino Mestre, como havia discutido os seus ensinos".

Dirigindo-se ao cemitério, Nosso Senhor comoveu-se de novo. O sepulcro onde estava depositado o corpo de Lázaro era uma cova tapada com uma pedra.

Os sepulcros dos judeus costumavam ser de dois tipos. Uns tinham uma câmara com um banco escavado na pedra para colocar o cadáver, precedida de uma antecâmara. A porta exterior desta costumava deixar-se aberta e fechar-se a interior da câmara com uma pedra, que girava sobre uma ranhura. Esta foi a forma do sepulcro de Jesus.

Outros sepulcros eram uma espécie de pequeno poço com escadas, sobre o qual se colocava uma grande pedra. Assim deve ter sido o de Lázaro. Havia sobre ele uma pedra. O sítio que hoje se venera como o túmulo de Lázaro remonta ao século IV. Esta era a forma mais antiga e comum dos túmulos privados.

Disse Jesus: "Retirai a pedra!' Marta, a irmã do morto, disse-lhe: 'Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!' Disse-lhe Jesus: 'Não te disse, se creres, verás a glória de Deus?"

Dom Duarte Leopoldo comenta: "Marta parece vacilar um momento, ante a perspectiva de um cadáver já corrompido. Jesus, porém, a tranquiliza e mantém a sua fé".

Em Jo 11, 41-42 diz: "41 Retiraram, então, a pedra. Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: 'Pai, dou-te graças porque me ouviste. 42 Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste".

Edições Theologica comenta: "A Humanidade Santíssima de Jesus está a exprimir a Sua Filiação divina natural, não adotiva como a dos outros homens. Daí brotam estes sentimentos de Jesus Cristo que nos ajudam a compreender que quando Ele diz 'Pai', o afirma com uma intensidade e autenticidade inefáveis e únicas. Assim, quando os Evangelhos apresentam Jesus em oração, sempre põem em realce que começa com a invocação 'Pai'... refletindo o Seu amor e confiança singulares (cfr Mt 11, 1-2). Esses sentimentos devem dar-se também, de algum modo, na nossa própria oração, visto que pelo Batismo nos unimos a Cristo e n'Ele tornamo-nos filho de Deus (cfr Jô 1, 12; Rm 6, 1-11; 8, 14-17). Daqui que devamos orar sempre com espírito filial e com gratidão pelos muitos benefícios recebidos de Nosso Pai Deus.

O milagre da ressurreição de Lázaro, realmente extraordinário, é uma prova de que Jesus é o Filho de Deus, enviado ao mundo pelo Pai. E assim, quando Lázaro ressuscita, aumenta a fé dos discípulos (v. 15), de Marta e Maria (vv. 26. 40) e da multidão (vv. 36. 45)".

Em Jo 11, 43-44 diz: "Tendo dito isso, gritou em alta voz: 'Lázaro, vem para fora! O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: 'Desatai-o e deixai-o ir embora".

Santo Agostinho vê na ressurreição de Lázaro uma figura do sacramento da Penitência: "Como Lázaro do túmulo 'sais tu quando te confessas. Pois, que quer dizer sair senão manifestar-se como vindo de um lugar oculto? Mas para que te confesses, Deus dá uma grande voz, chama-te com uma graça extraordinária. E assim como o defunto saiu ainda atado, do mesmo modo o que vai confessar-se ainda é réu. Para que fique desatado dos seus pecados, o Senhor diz aos ministros: Desatai-o e deixai-o andar" (In Ioann. Evang.,49, 24).

Edições Theologica comenta: "Jesus chama Lázaro pelo seu nome. Embora estivesse verdadeiramente morto, não tinha perdido a sua identidade pessoal: os defuntos continuam a existir mas de outro modo, pois passam da vida mortal à vida eterna. Por isso, Jesus Cristo afirma que Deus 'não é Deus de mortos mas de vivos', pois para Ele todos vivem (cfr Mt 22, 32; Lc 20, 38).

Este passo pode aplicar-se à ressurreição espiritual da alma em pecado que recobra a graça. Deus quer a nossa salvação (cfr 1 Tm 2, 4), portanto, jamais havemos de desanimar no nosso afã e esperança por alcançar essa meta", e: "Nunca desesperes. Morto e corrompido estava Lázaro: 'jam foetet, quatriduanus est anim' - já fede, porque há quatro dias que está enterrado, diz Marta a Jesus. Se ouvires a inspiração de Deus e a seguires ('Lazare, veni foras!' - Lázaro vem para fora!), voltarás à Vida" (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 719).

As ligaduras eram uma espécie de cintas que serviam para atar; mas que deixavam alguma liberdade de movimento. Devem distinguir-se do Sudário, pano grande que envolvia o rosto, e do lençol ou lenço (Jo 19, 40; 20, 5-7) com que se envolvia o corpo.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 04 de junho de 2007

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Ressurreição de Lázaro"

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