Milhões são 
            aqueles que desprezam a Deus, Sabedoria Infinita, para buscarem as 
            vaidades oferecidas pelo mundo inimigo da salvação: 
            "É vaidade, 
            pois, buscar riquezas perecedouras, e pôr nelas esperanças. É 
            vaidade também desejar honras e desvanecer-se com elas. Vaidade é 
            seguir os apetites da carne e desejar aquilo por onde depois hás de 
            ser gravemente castigado. Vaidade é desejar vida longa, sem cuidar 
            de que seja boa. Vaidade é também olhar somente a esta presente vida 
            e não prever o que virá depois. Vaidade é amar o que tão depressa 
            passa e não buscar com fervor a felicidade que sempre dura" 
             (Tomás de 
            Kempis, Imitação de Cristo, Livro I, capítulo 
            I).
            Muitos são aqueles que 
            vivem mergulhados nas riquezas passageiras e desprezam os pobres. 
            Será que esses levarão para a eternidade toda essa riqueza? Para que 
            lhes servirão tudo isso quando os seus corpos forem lançados à 
            sepultura? Tudo é vaidade!
            A São Clemente de 
            Ancira ofereceram uma bandeja cheia de ouro e de pedras preciosas, 
            com a única condição de que ele renunciasse a Jesus. Mas o santo 
            sacudiu lentamente a cabeça, e levantando os olhos ao céu, disse: 
            "Senhor, será possível que meu coração se sacie com um prato de 
            metais e de pedras?"
            No entanto, quantos 
            corações de homens, criados para a bem-aventurança de Deus, se têm 
            contentado até com muito menos! O demônio fechou esses corações a 
            toda verdadeira riqueza, a toda verdadeira beleza e a todo 
            verdadeiro amor.
            São milhões aqueles que 
            passam horas e horas preocupados com a beleza física. Esses pintam o 
            cabelo para não deixar aparecer os cabelos brancos, fazem plástica 
            para eliminarem as rugas, se maquiam diariamente para taparem as 
            manchas da pele, etc., mas não se preocupam com a salvação da alma. 
            Tudo é vaidade!
            Santa Rosália, em seus 
            verdes anos, passava diariamente muito tempo, horas a fio, diante do 
            espelho a enfeitar-se. Um dia, vendo refletir-se no espelho um 
            crucifixo que estava suspenso à parede oposta, pôs-se a pensar no 
            contraste entre as suas vaidades e as humilhações do Salvador, entre 
            o seu corpo amimado e o de Jesus dilacerado pelos açoites e 
            espinhos... Movido pela graça, deixou Rosália as vaidades e vãos 
            adornos e daí em diante levou uma vida de abnegação e sacrifício, 
            chegando a grande santidade.
            Muitos são os 
            estudiosos diplomados, que estão mais preocupados em mostrarem os 
            seus diplomas ou em se aparecerem do que em servirem ao próximo. Se 
            isso aconteceu com pessoas santas, imagina o que pode acontecer com 
            os mundanos. Tudo é vaidade!
            São Vicente Ferrer 
            percorria nas asas de seu ardente apostolado cidades e vilas. Quando 
            sua voz cheia de santa unção ameaçava castigos ou prometia prêmios 
            eternos, os ouvintes rompiam em soluços e de seus olhos brotavam 
            lágrimas de arrependimento. Ninguém resistia à sua palavra de fogo. 
            Uma vez teve de pregar diante de um grande senhor numa festa solene 
            e aparatosa. Vicente esqueceu-se naquele dia de beber em suas fontes 
            costumeiras e consultou autores, folheou livros eruditos e preparou 
            períodos eloquentes. O sermão saiu de seus lábios perfeito, 
            magnífico.
            Aquele grande senhor 
            quis ouvi-lo de novo no dia seguinte. O Santo, arrependido de sua 
            vaidade da véspera, foi prostrar-se, como era seu costume, aos pés 
            do Crucifixo, e preparou-se na meditação e na presença de Deus. 
            Subiu ao púlpito e pregou. Sua palavra foi como sempre cheia de 
            calor e de unção
            Terminado o sermão, 
            disse-lhe o grande senhor:
            - Hoje gostei mais do 
            seu sermão; o senhor falou com outra convicção e com outro 
            ardor...
            - Senhor - replicou 
            humildemente o Santo - ontem pregou Vicente, hoje pregou Jesus 
            Cristo!
            Milhões são aqueles que 
            para conseguirem fama e o aplauso das pessoas se vendem ou atropelam 
            o próximo com a sua língua caluniadora e semeadora de discórdia. 
            Tudo é vaidade!
            São milhares as moças 
            que gastam dinheiro e passam até fome para manterem o corpo 
            estético; outras até morrem por causa desse rigor. Tudo é 
            vaidade!
            
            Na cidade de 
            Florença vivia uma jovem. Que vaidosa que 
            era! Só pensava em pentear a sua formosa cabeleira, acariciar e 
            aformosear a sua carne. Diante do espelho, diariamente passava 
            longas horas contemplando-se e estudando o grave problema de 
            encontrar um meio de fazer sobressair ainda mais a sua graça e 
            formosura...
            Mas, por detrás do espelho, a enfermidade a 
            espreitava... Meteu-lhe as garras e prostrou-a no leito de dores. A 
            febre consumia todos os seus ossos e, dentro de poucos dias, de toda 
            a sua beleza não restava mais que um rosto lívido e um punhado de 
            ossos descarnados.
            E por detrás da enfermidade apresentou-se, com sua 
            terrível caveira e com seus ossos esqueléticos, a morte. Aquela 
            jovem não contava mais que vinte anos e, no entanto, tinha de 
            despedir-se da vida e de todas as coisas mundanas que tanto 
            amava.
            Disseram-lhe com delicadas palavras que o seu 
            estado era muito grave e que, por isso, devia preparar-se para 
            comparecer diante de Deus... A vaidosa jovem lançou um grito de dor. 
            Olhou para trás e viu que perdera tristemente a vida esquecendo-se 
            de Deus... Olhou para frente e compreendeu que estava a dois passos 
            do Juiz dos céus e da terra, a quem terá de dar contas de todas as 
            suas vaidades... Estava às portas do céu ou do inferno!
            A consciência dizia-lhe aos gritos que muito tinha 
            que temer por sua salvação eterna...
            A febre converteu-lhe a cabeça numa fornalha de 
            fogo. Saltou da cama, abriu seus cofres e seus armários, tirou os 
            vestidos mais preciosos e as jóias mais ricas e começou a vestir-se 
            e a enfeitar-se como naquelas noites em que se preparava para ir aos 
            bailes e teatros... Como louca, e sustentada pela mesma febre, 
            penteou-se e arranjou-se com toda a elegância... Contemplou-se ao 
            espelho e pôs-se a exclamar: "Como sou formosa! Como sou formosa!... 
            E queriam enterrar-me a mim, a mulher mais formosa do mundo! Não, 
            não... quero viver, quero viver... Venham minhas jóias, minhas 
            pérolas, meus vestidos, meu anéis, minhas pulseiras, meus 
            colares..."
            E fora de si, arrojava-se a todos os seus cofres, 
            armários e baús, e tirava os seus  tesouros e apertava-os 
            contra o coração e beijava-os com loucura...
            Sim, estava louca! E louca continuou por alguns 
            dias, e louca morreu... E metida num caixão, e vestida com uma pobre 
            mortalha, levaram-na à sepultura.
            Eis aí a verdade: A vaidade humana tem que deixar 
            todos os seus tesouros nas garras frias e cruéis da 
morte.
            Que vaidosa que 
            era.
            Católico, 
            lembre-se continuamente de que tudo aquilo que o mundo oferece é 
            vaidade. Seja sábio! Não perca o tempo com as vaidades que ele te 
            oferece: "É 
            mister pesar os bens na balança de Deus e não na do mundo, que é 
            falsa e enganadora... Os bens do mundo são desprezíveis, não 
            satisfazem e acabam depressa... Passam e fogem velozes os breves 
            dias desta vida; e que resta por fim dos prazeres terrenos? Passaram 
            como navios. O navio não deixa vestígio de sua passagem. Perguntamos 
            a todos esses ricos, sábios, príncipes, imperadores, que estão na 
            eternidade, o que acham ali de suas grandezas, pompas e delícias 
            deste mundo. Todos responderão: Nada, nada" (Santo Afonso Maria de 
            Ligório).
            Católico, viva 
            santamente! Lembre-se de que tudo é vaidade! Não se esqueça de que a 
            vida é breve e que a morte não avisa! De que te servirá na hora da 
            morte todas as vaidades?
            Santo Afonso 
            Maria de Ligório escreve: "A hora da morte faz esquecer todas 
            as grandezas, honras e vaidades do mundo. Casimiro, rei da Polônia, 
            morreu de repente, quando, achando-se à mesa com grandes do reino, 
            levava aos lábios a taça para beber. Rapidamente acabou para ele a 
            cena do mundo... O imperador Celso foi assassinado oito dias depois 
            de ter sido elevado ao trono, e assim acabou para Celso e peça da 
            vida. Ladislau, rei da Boêmia, jovem de dezoito anos, esperava a sua 
            esposa, filha do réu da França, e lhe preparava grandes festejos, 
            quando certa manhã o acometeu dor veementíssima da qual caiu 
            fulminado. Expediram-se imediatamente correios, advertindo a esposa 
            que voltasse para a França, porque para Ladislau o drama do mundo já 
            tinha acabado... Este pensamento da vaidade do mundo fez santo a 
            Francisco de Borja, que ao ver o cadáver da imperatriz Isabel, 
            falecida no meio das grandezas e na flor da idade, resolveu 
            entregar-se inteiramente a Deus, dizendo: 'Assim acabam as grandezas 
            e coroas do mundo?... Não quero servir a Senhor que me possa ser 
            roubado pela morte" (Idem).
            Católico, de que 
            adianta uma pessoa ter conhecido a sabedoria dos livros, se não 
            conheceu a Sabedoria Infinita? Ter sido aplaudida por milhares em um 
            estádio de futebol, se não conheceu o único Senhor que a criou? Ser 
            manchetes em jornais e revistas no mundo inteiro, se passou a vida 
            em pecado mortal? Ter entesourado ouro e dinheiro, se não conquistou 
            durante a vida a Riqueza Eterna, que é Deus? Ser possuidora de 
            mansões e inúmeras fazendas, se não lutou para conquistar a Pátria 
            Eterna que não se acaba? Que lutou e sofreu para manter o corpo em 
            forma, mas que não se preocupou com a salvação de sua 
            alma?
            Tudo foi vaidade 
            na vida de tal pessoa: "Quem possui todas as riquezas, mas não possui a Deus, é o 
            mais pobre do mundo" (Santo Agostinho).  
            Aquele católico 
            que mergulha nas vaidades do mundo e não se preocupa com a salvação 
            de sua alma é um louco: "Quem não se preocupa com a salvação 
            da alma é louco" (São Filipe Neri).
            Católico, fuja do 
            mundo, ele é um grande hospício
             
            Pe. Divino 
            Antônio Lopes FP.
            Anápolis, 
            04 de julho de 2007