OVELHAS SEM PASTOR

(Mt 9, 36 - 10, 8)

 

 

9  "36 Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: 37 'A colheita é grande, mas poucos os operários! 38 Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita".

10 "1 Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos imundos e de curar toda a sorte de males e enfermidades. 2 Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão: 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. 5 Jesus enviou esses Doze com estas recomendações: 'Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. 6 Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Dirigindo-vos a elas, proclamai que o reino dos Céus está próximo. 8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai".

 

 

Em Mt 9, 36-38 diz: "Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: 'A colheita é grande, mas poucos os operários! Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita".

 

Edições Theologica comenta: "Condoeu-Se dela': O verbo grego é profundamente expressivo: 'comover-se nas entranhas'. Jesus, com efeito, comoveu-Se ao ver o povo, porque os seus pastores, em vez de o guiarem e cuidarem dele, o desencaminhavam, comportando-se mais como lobos do que como verdadeiros pastores do seu próprio rebanho. Jesus vê na situação do Seu tempo cumprida a profecia de Ez 34, em que Deus, por meio do profeta, censura os maus pastores de Israel, em substituição dos quais enviará o Messias".

São Josemaría Escrivá escreve: "Se fôssemos consequentes com a nossa fé, quando olhássemos à nossa volta e contemplássemos o espetáculo da História e do Mundo, não poderíamos deixar de sentir crescer nos nossos corações os mesmos sentimentos que animaram o de Jesus Cristo" (Cristo que passa, n.° 133). Com efeito, a consideração das necessidades espirituais do mundo deve levar-nos a um infatigável e generoso trabalho apostólico.

À contemplação da multidão abandonada pelos seus pastores, seguem-se as palavras de Jesus que nos apresentam, sob a imagem da messe, essa mesma multidão preparada para que se realize nela a obra da Redenção: "Levantai os vossos olhos e vede os campos que estão dourados para a ceifa" (Jo 4, 35).

Edições Theologica comenta: "O campo arroteado pelos Profetas, ultimamente por São João Batista, está já coberto de espigas maduras. Do mesmo modo que nos trabalhos do campo se não se ceifa no momento oportuno a colheita se perde, assim na Igreja se sente ao longo dos séculos a urgência de colher a messe, que é muita e está preparada.

A dificuldade é que agora, como nos tempos de Jesus, os obreiros são poucos em proporção com a tarefa. A solução é dada pelo próprio Senhor: rogar a Deus, Dono da messe, para que envie os obreiros necessários. Será difícil que um cristão, que se ponha a rezar de verdade, não se sinta urgido a participar pessoalmente neste trabalho apostólico. Ao cumprir este mandato de Jesus Cristo, deve pedir-se de modo especial que não faltem os bons pastores, que dêem aos outros operários da messe os meios de santificação necessários para a tarefa apostólica".

Paulo VI escreve: "A responsabilidade da difusão do Evangelho que salva é de todos, de todos os que o receberam. O dever missionário recai sobre todo o Corpo da Igreja. De maneira e em medidas diferentes, é certo; mas todos, todos devemos ser solidários no cumprimento deste dever. Assim, pois, que a consciência de cada crente se pergunte: Tenho cumprido o meu dever missionário? A oração pelas Missões é o primeiro modo de pôr em prática este dever" (Alocução na recitação do Ângelus, 23-10-1977).

Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita: "Jesus nos manda rezar por seus padres, a fim de que eles sejam mais numerosos e mais santos. Os fiéis devem rezar particularmente pelo Sumo Pontífice, pelo Bispo Diocesano e seu Pároco. Se é verdade que a santificação de uma paróquia depende, em grande parte, do padre que a dirige, é também certo que, a perseverança do pastor é muitas vezes o fruto, a recompensa das fervorosas preces de um rebanho piedoso" (Dom Duarte Leopoldo).

São João Crisóstomo escreve: "Não consiste somente nisto a bondade de Cristo, se não que abrindo as entranhas de sua misericórdia para com aquele povo, lhe manifesta a solicitude que tem para com ele, segundo aquelas palavras: 'E ao ver as turbas se compadeceu delas" (Homilia in Matthaeum, hom. 32, 2), e: "Se mostrou nisto o Senhor como um bom pastor e não como um pastor indiferente. Esta é a razão que tinha para se compadecer da multidão: 'Porque estava abatida e cansada, como as ovelhas que não têm pastor'. Era maltratada pelos demônios e pelas diversas enfermidades e abatimentos que a consumia" (Remígio), e também: "Ou seja, também era maltratada pelos muitos erros que praticava e estava abatida, isto é, cansada e incapaz de se levantar, porque ainda que tendo pastores, era como se não os tivessem" (Rábano), e ainda: "Esta é a condenação dos príncipes dos judeus, pois sendo eles pastores se portavam como lobos, porque não só não corrigiam o povo, mas o prejudicava o quanto podiam para utilidade própria, por isso o povo dizia com admiração: 'Jamais sucedeu em Israel uma coisa parecida', e os fariseus, ao contrário, diziam: 'expulsa ao demônio em nome do príncipe dos demônios" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 2), e: "A messe são todos aqueles homens a quem podem ceifar os pregadores e separar dos outros homens perdidos, como se separam a semente da palha, a fim de colocá-la no celeiro" (Glosa), e também: "A grande messe significa a multidão de povos e os poucos operários a escassez de mestres" (São Jerônimo), e ainda: "Pequeno era o número dos Apóstolos em comparação da messe tão extensa. E o Salvador, por esta razão, exorta a seus pregadores (isto é, aos Apóstolos e a seus discípulos), que peçam todos os dias que aumente o seu número, por isso diz: 'Rogai, pois, ao Senhor da messe, que mande operários à sua messe" (Remígio), e: "Jesus se declara abertamente Senhor da messe. É certo que manda aos Apóstolos a ceifar a messe que eles não semearam, não os manda, todavia, a ceifar messes distantes, se não àquelas cujas sementes semeou Ele mesmo por meio dos profetas. Porém não sendo mais que doze os Apóstolos, exclamou: 'E ainda quando Ele não aumentou o pessoal, o multiplicou, todavia, não quanto ao número, se não ao poder que lhes deu" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 2), e também: "Ou seja, também os aumentou quando designou outros setenta e dois, ou quando o Espírito Santo descendo sobre os crentes, formou multidão de pregadores" (Remígio), e ainda: "Ele nos manifesta quão grande é a graça, isto é, a de ser chamado a pregar convenientemente a Palavra de Deus, dizendo-nos que a este fim devemos dirigir nossas súplicas. Nos faz menção nesta passagem as palavras de João sobre o tesouro, a palha e o grão" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 3), e: "Uma vez dada em sentido místico a salvação às nações, todas as cidades e castelos ficam iluminados pelo poder e presença de Cristo e limpos de todas as enfermidades. Teve o Senhor compaixão do povo atormentado pela violência do espírito imundo e cansado pelo peso da Lei, porque ainda não tinha pastor que o colocava sob a vigilância do Espírito Santo (Santo Hilário, In Matthaeum, 10).

A colheita é grande, mas poucos os operários: "As palavras do Senhor têm plena atualidade nos nossos dias. Há searas inteiras que se perdem porque não há quem as recolha; daí a urgente necessidade de cristãos alegres, eficazes, fiéis à Igreja, conscientes do que têm entre mãos. E isso diz respeito a todos nós, pois o Senhor necessita de todos: de trabalhadores e estudantes que saibam levar Cristo à fábrica e à Universidade, com o seu prestígio de bons profissionais e com o seu apostolado; de professores exemplares que ensinem com sentido cristão, que dediquem generosamente o seu tempo aos alunos e sejam verdadeiros mestres; de homens e mulheres consequentes com a sua fé em cada atividade humana; de pais e mães de família que se preocupem verdadeiramente com a educação religiosa dos seus filhos, que intervenham nas associações de pais nos colégios e nas associações de bairro.

Perante tanta gente desorientada, vazia de Deus e cheia somente de bens materiais ou do desejo de possuí-los, não podemos ficar à margem. Ainda que sob uma camada de indiferença, as pessoas, no fundo de suas almas, estão sedentas de que lhes falem de Deus e das verdades que dizem respeito à sua salvação" (Pe. Francisco Fernández-Carvajal).

Se nós os cristãos não trabalharmos com sacrifício neste campo, acontecerá o que os Profetas anunciaram: "Os campos estão devastados, o solo enlutado. O trigo foi destruído, o mosto perdido, o azeite estragado. Os lavradores estão desamparados, os vinhateiros lamentam-se por causa do trigo e da cevada. Não há colheita" (Jl 1, 10-12). Deus esperava esses frutos, mas a colheita perdeu-se por desleixo daqueles que tinham que cuidar dela e recolhê-la.

O Pe. Francisco Fernández-Carvajal comenta: "A gravidade da missão que nos incumbe deve levar-nos a fazer um sério exame de consciência: Que fiz hoje para dar a conhecer Deus? A quem falei hoje de Cristo? Preocupo-me realmente com a salvação dos que me rodeiam? Sou consciente de que muitos se aproximariam do Senhor se eu fosse mais audaz?

As desculpas que nos podem ocorrer para não levarmos os outros a Cristo são muitas: falta de preparação suficiente, escassez de tempo, poucas relações no âmbito do trabalho profissional, as enormes distâncias na grande cidade em que vivemos..., mas o Senhor continua a dizer-nos a todos nós, e muito especialmente neste tempo de tantas deserções, que a messe é muita e os operários poucos. E a messe que não se recolhe a tempo, perde-se".

São João Crisóstomo deixou-nos umas palavras que podem ajudar-nos a examinar se nos desculpamos facilmente diante desse nobre dever a que Deus nos chama: "Não há nada mais frio que um cristão despreocupado da salvação alheia. Não podes aduzir como pretexto a tua pobreza econômica. Acusar-te-á a velhinha que deu as suas moedas no Templo. O próprio Pedro disse: Não tenho ouro nem prata (At 3, 6). E Paulo era tão pobre que muitas vezes passava fome e não tinha o necessário para viver. Não podes pretextar a tua origem humilde: eles também eram pessoas humildes, de condição modesta. Nem a ignorância te servirá de desculpa: todos eles eram homens sem letras. Sejas escravo ou fugitivo, podes cumprir o que depende de ti. Assim foi Onésimo, e vê qual foi a sua vocação... Não invoques a doença como pretexto, pois Timóteo estava submetido a frequentes indisposições [...]. Cada um pode ser útil ao seu próximo, se quiser fazer o que está ao seu alcance" (Homilia 20 sobre os Atos dos Apóstolos).

São Gregório Magno comenta: "A messe é muita, mas os operários poucos... Ao escutarmos isto, não podemos deixar de sentir uma grande tristeza, porque é preciso reconhecer que há pessoas que desejam escutar coisas boas; falta, no entanto, quem se dedique a anunciá-las" (Homilia sobre o Evangelho, 17).

Para que haja muitos operários que trabalhem lado a lado e com entusiasmo neste campo do mundo, cada um no seu lugar, o próprio Senhor nos ensina o caminho a seguir: Rogai, pois, ao Senhor da messe, que envie operários à sua messe. Jesus convida-nos a rezar para que Deus desperte na alma de muitos o desejo de um maior compromisso nesta tarefa de salvação: "A oração é o meio mais eficaz de proselitismo" (São Josemaría Escrivá, Caminho, n° 800), de conseguir que muitos descubram que Deus os chama para seus colaboradores. Todos os cristãos devem rezar habitualmente para que o Senhor envie operários à sua messe. E se o fizermos com uma oração contínua, confiante e humilde, não só conseguiremos do Senhor novos operários para o seu campo, como nós mesmos nos sentiremos chamados a participar com muito mais audácia nessa missão divina.

 

Em Mt 10, 1-4 diz: "Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos imundos e de curar toda a sorte de males e enfermidades. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão: Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu".

 

São João Crisóstomo escreve: "Não só lhes inspira confiança chamando a seu ministério para a messe, mas também dando-lhes poder para o desempenho deste ministério, segundo as palavras: 'Lhes deu poder sobre os espíritos imundos para que os expulsassem e para que curassem todo cansaço e toda enfermidade" (Homilia in Matthaeum, hom. 32, 3), e: "Desde a cura da sogra de Pedro até aqui, se conta uma série ininterrupta de milagres que fez Jesus antes do discurso da montanha. Indubitavelmente devemos contar entre eles a escolha de São Mateus (que se refere como um de tantos), posto que foi mencionado na montanha como um dos doze para o apostolado. Jesus toma como ponto de partida a cura do escravo do centurião, dizendo: 'E chamando seus doze discípulos" (Glosa), e também: "O Evangelista nos disse mais acima, que exortou o Senhor a seus discípulos, a que suplicassem ao Senhor da messe, para que enviasse operários à sua messe; sua exortação obteve cumprimento agora. Porque o número doze é número perfeito, porque vem do número seis que também o é, posto que suas funções, um, dois e três formam em si mesmas um todo perfeito e o número doze não é mais que o dobre de seis" (Remígio), e ainda: "A duplicação deste número representa os dois preceitos da caridade e dos dois Testamentos" (Glosa), e: "O número doze, que vem do três e do quatro, nos diz que os Apóstolos pregaram a fé da Santíssima Trindade pelas quatro regiões da terra. Muitas figuras têm no Antigo Testamento deste número doze; os doze filhos de Jacó (Gn 35); os doze príncipes dos filhos de Israel (Nm 1); as doze fontes vivas em Elim (Ex 15); as doze pedras no peitoral de Aarão (Ex 39); os doze pães da proposição (Lv 24); os doze exploradores enviados por Moisés (Nm 13); as doze pedras de que se formou o altar ( 1Rs 18); as doze pedras tiradas do Jordão (Js 4); os doze bois que sustentavam o mar de bronze (1 Rs 7) e no Novo Testamento: as doze estrelas que brilhavam na coroa da Mulher (Ap 12); os doze alicerces de Jerusalém que viu São João e as doze portas" (Rábano), e também: "Nos demonstra Jesus neste lugar, que não era um só e leve o sofrimento da multidão, mas de muitas maneiras e, por isso, se compadeceu dela e deu poder a seus discípulos para que a curassem e lhe dessem a saúde" (Remígio), e ainda: "Não faltaram alguns que, buscando no hebraico o significado da palavra grega e latina Pedro, obtiveram que tal palavra significa o que dissolve e o que conhece. Porém não se podem sustentar essas opiniões sem vir parar nestas duas contradições. A primeira está fundamentada na propriedade da língua hebraica, nela que não aparece a letra P e vemos em seu lugar a F; daí o chamar a Pilatos, Filatos ou Philatos e a segunda é o sentido que o deu o Evangelista quando nos faz menção daquelas palavras de Jesus: 'E tu te chamarás Cephas'; palavra que interpreta o mesmo evangelista por Pedro (Jo 1, 42). O nome de Simão significa obediente, porque obedeceu ele à voz de André e em sua companhia se apresentou a Cristo (Jo 1); ou também porque obedeceu aos preceitos de Deus e  bastou somente uma ordem de Cristo para o seguir (Mt 4); ou também, segundo alguns opinam, significa a tal palavra o que esquece a pena e aceita o sacrifício, porque Pedro, com a ressurreição do Senhor, deixou em efeito a pena que o haviam causado a paixão do Senhor e sua própria negação e compreendeu com tristeza aquelas palavras do Senhor: 'Outro te cingirá e te conduzirá aonde não queres' (Jo 21, 18)" (Remígio), e: "Não é pequeno o louvor de que Pedro havia sido designado por sua virtude e André por sua nobreza... São Marcos põe André no terceiro lugar, isto é, depois de Pedro e de João; São Mateus não os coloca nessa ordem. Isto se entende porque São Marcos os puseram na ordem que cada um tem segundo sua dignidade" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 3), e também: "O nome de André significa viril, porque assim como viril vem da palavra vir, assim também André se deriva da grega andros (andros). Merece efetivamente o nome de varão, porque depois de haver abandonado todas as coisas para seguir a Cristo, perseverou varonilmente nos preceitos do Senhor" (Remígio), e ainda: "O Evangelista nos dá a conhecer certa igualdade entre os diferentes Apóstolos, porque une a Pedro e André, irmãos, não só na carne, mas também em espírito; a Tiago e a João, que, deixando o pai do corpo, seguiram ao verdadeiro Pai (Mt 4). E disse o evangelista: 'Tiago, filho de Zebedeu e seu irmão João'; chama a Tiago filho de Zebedeu, porque havia outro Tiago, filho de Alfeu" (São Jerônimo), e: "O nome de Tiago se interpreta o que pisa, porque, não só pisou os vícios carnais, mas desprezou até sua própria carne, martirizada por Herodes (At 12). João significa graça de Deus, porque mereceu ser mais amado que nenhum outro Apóstolo pelo Senhor; amor grandíssimo que o valeu encostar-se durante a ceia sobre o peito do Senhor (Jo 13). Seguem Felipe e Bartolomeu: Felipe é como dizer boca de uma lâmpada ou das lâmpadas, porque procurou estender por meio de seus lábios a luz do Senhor  e esclarecer depois com ela a seu irmão (Jo 1). O nome de Bartolomeu não é de origem hebraica, mas siríaca: se interpreta filho do que suspende as águas, isto é, de Cristo, que move as coisas terrenas e detêm os corações dos pregadores nas celestiais, a fim de que, penetrados mais e mais das coisas divinas, derramem e encham os corações de seus ouvintes de uma graça mais abundante" (Remígio), e também: "Os demais evangelistas, ao tratar da união dos nomes dos Apóstolos, põem primeiro Mateus e depois dele Tomé. Não o chamam o publicano, para não ultrajar ao evangelista recordando-lhe sua antiga profissão. Porém São Mateus se coloca depois de Tomé e se chama a si mesmo de publicano, para manifestar que superabundou a graça ali mesmo onde superabundou o pecado (Rm 5)" (São Jerônimo), e ainda: "O nome de Tomé se interpreta por abismo ou gêmeo, e em grego por Dídimo: merece, com razão, o nome de abismo ou de Dídimo, porque quanto mais tempo perseverou na dúvida, tanto mais arraigada  teve depois a fé na paixão e na divindade de Cristo; fé que o fez dizer: 'Meu Senhor e meu Deus' (Jo 20, 28). O nome de Mateus significa concedido, porque, pela graça de Deus, passou de publicano a evangelista" (Remígio), e: "Este Tiago é aquele que nos Evangelhos e na Epístola aos Gálatas é chamado de irmão ou parente do Senhor. Porque sua mãe Maria, mulher de Alfeu, foi irmã ou parenta de Santa Maria, Mãe do Senhor. São João Evangelista a chama de Maria de Cléofas, possivelmente por levar Alfeu também o nome de Cléofas, ou também porque morto Alfeu, depois do nascimento de Tiago, se casou Maria com Cléofas" (Rábano), e também: "E com razão se chama filho de Alfeu, isto é, do justo ou do sábio, porque ele, não só se despojou dos vícios carnais, mas desprezou todo o prazer temporal. Os mesmos Apóstolos que o elegeram para Bispo de Jerusalém, são testemunhas do mérito deste Apóstolo. Por isso diz a História Eclesiástica dele, que não comeu carne, nem bebeu vinho nem cerveja, nem se banhou, nem se vestiu de linho e que passava noites e dias ajoelhado em oração. Tal foi seu mérito, que todos o conheciam com o nome de justo. Tadeu é aquele mesmo a quem São Lucas chama Judas de Tiago, isto é, irmão de Tiago. Sua Epístola é contada entre os livros canônicos e ele mesmo se chama nela de irmão de Tiago" (Remígio), e ainda: "Judas significa confessor, porque confessou ao Filho de Deus" (Idem.), e: "O nome de Tadeu se interpreta por prudente, isto é, cultivador do coração. Segue Simão Cananeu e Judas Iscariotes, que entregou a Jesus" (Rábano), e também: "Simão, o Cananeu, é o mesmo a quem outro evangelista chama de Zelota. E Judas Iscariotes  toma este nome do povo de onde nasceu ou da tribo de Isacar. Em seu mesmo nome leva escrita de uma maneira profética sua condenação. Porque Isacar significa recompensa, palavra que parece anunciar o preço de sua traição" (São Jerônimo), e ainda: "Também Iscariotes significa memória do Senhor, porque perseguiu ao Senhor. Ou também memorial da morte, palavra que indica todo o tempo que esteve meditando em seu coração o modo de entregar o Senhor. Também pode significar sufocação porque se estrangulou a si mesmo. É digno de observação que dois Apóstolos do Senhor tiveram o mesmo nome de Judas;  nestes dois Judas estão representados todos os cristãos: Judas de Tiago figura a todos aqueles cristãos que continuam constantemente confessando a fé, e Judas Iscariotes a todos aqueles que abandonam a fé e se voltam atrás" (Remígio), e: "Se põem expressamente de dois em dois, como aprovação da sociedade conjugal" (Glosa), e também: "Elegeu por Apóstolos àqueles homens que eram plebeus, sem dignidade e sem educação; a fim de que vissem que quanto de grande fossem ou fizessem, era pelo Senhor que está neles e age neles" (Santo Agostinho, De Civitate Dei, 18, 49), e ainda: "Quis ser entregue por um de seus discípulos, a fim de que suportemos com paciência, se somos entregues por um amigo, o havermos enganado na eleição e o haver perdido nossos benefícios" (Rábano).

Dom Duarte Leopoldo comenta: "A primeira pregação dos Apóstolos é feita sob as vistas de Jesus. São Pedro é sempre nomeado em primeiro lugar, pois que é ele o chefe do colégio apostólico. Os apóstolos foram eleitos na montanha chamada das Bem-aventuranças, e foram figurados, no Antigo Testamento, pelos doze filhos de Jacó, pelos doze príncipes dos filhos de Israel, pelas doze fontes vivas de Elim, pelas doze pedras preciosas do Racional de Aarão, pelos doze pães da proposição, pelos doze emissários enviados por Moisés à Terra Prometida, pelas doze pedras retiradas do Jordão, pelos doze bois que sustentavam o mar de bronze, pelas doze estrelas da coroa da Esposa, pelos doze fundamentos e pelas doze portas da Jerusalém celeste", e: Tão essencial é a oração na vida da Igreja, que Jesus chama os Seus Doze Apóstolos depois de lhes ter recomendado que rezassem para que o Senhor enviasse operários para a Sua messe (cfr Mt 9, 38). Toda a atividade apostólica dos cristãos deve ser, pois, precedida e acompanhada por uma intensa vida de oração, visto que não se trata de uma empresa meramente humana, mas divina. O Senhor inicia a Sua Igreja chamando Doze homens que vão ser como que os doze patriarcas do Novo Povo de Deus que é a Sua Igreja. Este Novo Povo não se constituirá por uma descendência segundo a carne, mas por uma descendência espiritual. Os seus nomes ficam aqui registrados. A sua escolha é gratuita: não se distinguiram por serem sábios, poderosos, importantes...; são homens normais que responderam com fé à graça do chamamento de Jesus. Todos serão fiéis ao Senhor, exceto Judas Iscariotes. Inclusive, Jesus antes de morrer e ressuscitar gloriosamente, confere-lhes esses poderes de expulsar os espíritos imundos e de curar enfermidades, como antecipação e preparação da missão salvífica que lhes dará depois. É comovedor saber os nomes daqueles primeiros. A Igreja venera-os com especial afeto e sente-se orgulhosa de ser continuadora - apostólica - da missão sobrenatural que eles iniciaram, e de ser fiel ao testemunho que souberam dar da doutrina de Cristo. Não há verdadeira Igreja sem a ininterrupta sucessão apostólica e a continuada identificação com o espírito que os Apóstolos souberam encarnar. 'Apóstolo': Significa enviado, porque Jesus Cristo os enviava a pregar o Seu Reino e a Sua doutrina" (Edições Theologica).

Cristo Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamando a Si os que Ele quis, elegeu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar o Reino de Deus (cfr Mc 3, 13-19; Mt 10, 1-10); e a estes Apóstolos (cfr Lc 6, 13) constituiu-os em colégio ou grupo estável e deu-lhes como chefe a Pedro, escolhido de entre eles (cfr Jo 21, 15-17). Enviou-os primeiro aos filhos de Israel e, depois, a todos os povos (Rm 1, 16), para que, participando do Seu poder, fizessem de todas as gentes discípulos Seus e as santificassem e governassem (cfr Mt 28, 16-20; Mc 16, 15; Lc 24, 45-48; Jo 20, 21-23) e deste modo propagassem e apascentassem a Igreja, servindo-a, sob a direção do Senhor, todos os dias até ao fim dos tempos (cfr Mt 28, 28).

Neste capítulo 10 São Mateus expõe como Jesus, para levar  para frente no futuro o Reino de Deus que inaugura; tem o propósito de fundar a Igreja, e para isso escolhe, dá poderes e instrui os Doze Apóstolos que são o germe da Sua Igreja: "Jesus comunica-lhes sua própria missão e, portanto, seus próprios poderes: devem, como Ele, anunciar que está próximo o Reino dos céus; como Ele, devem confirmar a verdade de sua palavra com milagres. E, como Ele, devem levar a mensagem de salvação às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

 

Em Mt 10, 5-8 diz: "Jesus enviou esses Doze com estas recomendações: 'Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai".

 

São Jerônimo escreve: "Não é contrário este preceito ao que lhes impõe depois: 'Ide e ensinai a todas as nações' (Mt 28, 19), em atenção a que lhes foi imposto este último depois e o outro antes da ressurreição. Convinha que se anunciasse primeiro o Evangelho aos judeus, a fim de que não se escusassem  dizendo que o Senhor os havia afastado d'Ele, enviando seus Apóstolos aos gentios e aos samaritanos", e: "Como toda manifestação do Espírito Santo é concedida, segundo expressão do Apóstolo  (1 Cor 12) para utilidade da Igreja, o Salvador, depois de conceder seu poder aos Apóstolos, os envia para que exerçam esse poder em proveito dos demais homens, segundo aquelas palavras: 'Jesus enviou a estes doze" (Glosa), e também: "Os envia precisamente depois que viram ressuscitar a um morto, repreender o mar e outras obras parecidas e depois que receberam de palavra e de obra uma demonstração suficiente da divindade de Jesus" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 32, 3), e ainda: "Ao mesmo tempo em que os envia, lhes ensina por onde devem ir ou o que devem pregar e o que devem fazer; por isso lhes ordena e lhes diz: 'Não vá pelos caminhos dos gentios nem entrem nas casas dos samaritanos, mas ide principalmente às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Glosa), e: "O Senhor os envia primeiramente à Judéia, como a uma escola, para que, exercitados nela, aprendam a lutar contra todas as nações e, por isso, trata como a fracos passarinhos a quem estimula a mãe ao vôo" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 2), e também: "A Lei devia ter a preferência do Evangelho, e Israel devia ser menos desculpado com respeito a seu crime, pois ele havia sido com mais frequência e diligência  exortado à correção" (Santo Hilário, In Matthaeum, 10), e ainda: "Para que não cressem os judeus que Jesus lhes tinha ódio por haver-Lhe ultrajado e ter-Lhe chamado possuído pelo demônio, teve Ele particular empenho em corrigir-lhes, proibindo a seus discípulos qualquer outro ministério e enviando-lhes médicos e doutores. Não só proibiu a seus discípulos que anunciassem o Evangelho a outros antes que os judeus, mas nem lhes permitiu que viajassem por caminhos que vão até aos gentios, pelas palavras: 'Não ande pelos caminhos dos gentios'. E, todavia, os samaritanos eram mais fáceis de converter ao Evangelho, contudo, porque eram inimigos dos judeus não quis que se pregassem o Evangelho aos samaritanos antes que aos judeus: 'E não entrareis nas cidades dos samaritanos" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 32, 3-4), e: "Os samaritanos eram aqueles gentios que o rei da Assíria deixou em Israel depois de haver-lhes feitos escravos. Cedendo eles à pressão de muitos perigos, se converteram ao judaísmo (2 Rs 17), admitiram a circuncisão e os cinco livros de Moisés e se opuseram constantemente aos demais; esta é a razão pela qual não queriam misturar com eles o judeus" (Glosa), e também: "Separando Ele seus discípulos dos samaritanos e mandando-os aos filhos de Israel, como a ovelhas que perecem e não ovelhas que se separaram, significa como o Senhor pôs em jogo todos os meios para perdoar-lhes e atraí-los" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 4), e ainda: "Ele ainda os chama de ovelhas; eles, todavia, investiam contra Cristo com suas línguas e suas mordidas, como se fossem lobos e víboras" (Santo Hilário, In Matthaeum, 10), e: "Em sentido figurado nos manda, que somos tidos como cristãos, que não andemos pelo caminho dos gentios ou dos hereges, e posto que estamos distante deles por nossas crenças, o estamos também com a nossa conduta" (São Jerônimo), e também: "Depois de haver ensinado a seus discípulos o caminho por onde deviam andar, lhes diz o que deviam ensinar: 'Ide e pregai que se aproxima o reino do céu" (Glosa), e ainda: "Se diz aqui que se aproxima o reino dos céus, não por algum movimento dos elementos, mas pela fé que nos é dada de um Criador invisível. Com razão se chamam santos do céu os que possuem a Deus pela fé e o amam pela caridade" (Rábano), e: "Vós vedes a grandeza  do ministério; vedes a dignidade dos apóstolos; não lhes manda, como a Moisés e aos profetas que nos anunciem coisas sensíveis, mas coisas novas e fora da opinião dos homens. Porque aqueles anunciaram os bens da terra e estes o reino do céu e quantos bens se encerram nele" (São João Crisóstomo, Homiliae in Matthaeum, hom. 32, 4), e também: "Foi dado aos apóstolos o poder de fazer milagres, a fim de que o brilho deste poder desse mais crédito às suas palavras e pudesse acompanhar com obras novas a nova doutrina que pregavam. Por isso lhes diz: 'Curai os enfermos, ressuscitai aos mortos, limpai aos leprosos, expulsai aos demônios" (São Gregório Magno, Homilia in Evangelia, 4, 1), e ainda: "Lhes dá o poder de fazer milagres, para que todos crêem naqueles homens campesinos, sem graça nem eloquência, ignorantes e sem letras que prometiam o reino dos céus; a fim de que a grandeza das obras fosse uma prova da grandeza das promessas" (São Jerônimo), e: "O Senhor passa todo o poder aos Apóstolos, a fim de que todos os que estavam prefigurados em Adão e na semelhança de Deus, conseguissem agora a imagem perfeita de Cristo e corrigissem eles mesmos pela comunicação do poder divino, todos quantos males haviam introduzido o instinto de Satanás no corpo de Adão" (Santo Hilário, In Matthaeum, 10), e também: "Estes milagres foram necessários no princípio da Igreja, a fim de que a semente da fé crescesse e se desenvolvesse com eles" (São Gregório Magno, Homiliae in Evangelia, 29, 4), e ainda: "Todavia, a Santa Igreja faz todos os dias espiritualmente o que então faziam os Apóstolos corporalmente. E são certamente esses milagres tanto maiores, sendo que por eles ressuscita o espírito e não o corpo" (São Gregório Magno, Homilia in Evangelia, 29, 4), e: "Os enfermos são os indolentes, que não têm forças para fazer boas obras; os leprosos são os sujos ou por suas ações, ou por seus deleites carnais; os mortos os que praticam obras de morte; endemoninhados os que estão sujeitos ao império do demônio" (Remígio), e também: "E posto que os dons sobrenaturais perdem seu valor quando ambiciona alguma recompensa temporal, por isso condena a avareza nos seguintes termos: 'Dá gratuitamente o que gratuitamente recebeste; eu, vosso mestre e Senhor lhes reparti todos esses dons sem recompensa; logo, dá-os também sem recompensa" (São Jerônimo), e ainda: "Disse isto para que Judas, que levava a bolsa, valendo-se desse poder para aumentar o dinheiro, e disse também com o objetivo de condenar aqui a perfídia herética da simonia" (Glosa), e: "Previa que não faltariam alguns que olhando o dom do Espírito Santo e o poder de fazer milagres com finalidade de comércio, se serviriam deles para satisfazer sua avareza" (São Gregório Magno, Homilia in Evangelia, 5), e também: "Vede aqui, como o Senhor atende aos costumes não menos que aos milagres, para dar-nos a entender que sem os costumes, de nada valem os milagres e como abate o orgulho de seus discípulos com as palavras: 'Recebestes gratuitamente e os mando que estejam desapegados de toda afeição ao dinheiro'. Ou também para demonstrar-lhes que eles nada dão de si mesmos lhes diz: 'Recebestes gratuitamente', que é como se dissera: 'Nada dais vós do vosso naquilo que distribuís, porque não o haveis recebido nem por vosso trabalho, nem como salário vosso e posto que é uma graça minha, dada como tal aos outros, porque não é justo receber por ela preço algum" (São João Crisóstomo, Homilia in Matthaeum, hom. 32, 4).

Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel: "Não significa isto que sejam excluídos os outros povos, mas exprime antes a fidelidade de Deus para com seus eleitos. Tendo escolhido Israel como povo privilegiado, sacerdotal, oferece-lhe Deus as primícias da salvação; se Israel não aceitar, será unicamente por própria culpa" (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena), e: "O tempo da conversão dos gentios e dos samaritanos não tinha ainda chegado. Os judeus eram os primeiros chamados ao reino de Deus, mas a sua incredulidade inverteu a ordem da Providência" (Dom Duarte Leopoldo), e também: "Segundo o plano de salvação estabelecido por Deus, ao povo hebraico foram feitas as promessas (a Abraão e aos Patriarcas), conferida a Aliança, dada a Lei (Moisés) e enviados os Profetas. Deste povo, segundo a carne, nasceria o Messias. Compreende-se que o Messias e o Reino de Deus devessem ser anunciados à Casa de Israel primeiro que aos não Judeus. Por isso, nesta primeira aprendizagem de missão apostólica, Jesus restringe o campo da sua atividade só aos Judeus, sem que tal circunstância possa significar um obstáculo ao caráter universal da missão da Igreja. Com efeito, Jesus mandar-lhes-ia mais tarde: 'Ide, pois doutrinai todos os povos' (Mt 28, 19); 'Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura' (Mc 16, 15). Também os Apóstolos, na primeira expansão do Cristianismo, ao evangelizar uma cidade em que havia alguma comunidade de judeus, costumavam dirigir-se a estes em primeiro lugar (cfr At 13, 46)" (Edições Theologica).  

Dirigindo-vos a elas, proclamai que o reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai: "Até então os Profetas tinham anunciado ao povo eleito os bens messiânicos, por vezes em imagens acomodadas à sua mentalidade ainda pouco madura espiritualmente. Agora, Jesus envia os Seus Apóstolos a anunciar que esse Reino de Deus prometido está iminente, manifestando os seus aspectos espirituais. Os poderes mencionados no v. 8 são precisamente o sinal anunciado pelos Profetas acerca do Reino de Deus ou reino messiânico. Primariamente (caps. 8 e 9) estes poderes messiânicos exerce-os Jesus Cristo; agora dá-os aos Seus discípulos para mostrar que essa missão é divina (cfr Is 35, 5-6 40, 9; 52, 7; 61,1)" (Edições Theologica).

 

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 10 de junho de 2008

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. "Ovelhas sem pastor"

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