DESPEDAÇOU-O (Jz 14, 5-6)
"Sansão desceu a Tamna e, ao chegar perto dos vinhedos de Tamna, viu um pequeno leão que se aproximava rugindo. O espírito de Deus veio sobre ele e, sem nada ter nas mãos, despedaçou-o como se fosse um cabrito; mas não contou a seu pai nem a sua mãe o que tinha feito".
Católico, Sansão dirigia-se à aldeia de Tamna. E eis que, chegado às vinhas daquele lugarejo, veio-lhe ao encontro um leão feroz que soltava rugidos espantosos. Sansão não ficou horrorizado. O espírito de Deus veio sobre Sansão, que, sem nada na mão, DESPEDAÇOU-O com a facilidade com que faria em pedaços um cabrito. Sabemos que o DEMÔNIO, qual LEÃO RUGIDOR, GIRA em TORNO de nós procurando devorar-nos: "Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar" (1 Pd 5, 8), e: "No caso, contudo, em que alguém se mostrar insensível aos golpes do demônio, esta insensibilidade é sinal de perigo maior, pois quem não sentir o primeiro golpe, receberá um segundo e um terceiro. O infame não cessará com seus ataques até o último suspiro da alma que não soube defender-se já contra os primeiros golpes" (São João Crisóstomo, O Sacerdócio, Livro sexto, 13), e também: "Mas o pior é que os perseguidores não são apenas os que se vêem; há também os invisíveis, e estes são muito mais numerosos" (Santo Ambrósio, Do comentário sobre o Salmo 118). Sansão caminhava rumo a Tamna, e eis que surge em seu caminho um leão; Sansão não se intimidou, mas o matou e continuou seu caminho. Nós católicos caminhamos rumo a Pátria Eterna, isto é, o Céu; e o DEMÔNIO, leão rugidor, usa de todas as armadilhas para deter-nos os passos, para que não caminhemos rumo à Felicidade Eterna. Assim como Sansão venceu o leão e continuou sua caminhada, façamos também nós: enfrentemos essa fera infernal e não deixemos que esse maldito inimigo atrapalhe a nossa caminhada rumo ao Paraíso: "Viajamos carregados de ouro: é o grande tesouro da graça de Deus, da sua paz santa. Não nos deixemos roubar. Temamos os ladrões astutos e ferozes que estão escondidos dentro e fora de nós. Vigiemos! No caminho da vida não devemos ser tontos, mas, prudentes" (São Jerônimo). Quando Santo Antão chegou à idade de trinta e cinco anos, quis ir para um antigo eremitério, onde pudesse louvar a Deus em toda pobreza e penitência. Mas o inimigo infernal tentou impedir esse propósito heróico, e, no caminho por onde ele devia passar, lançou um disquinho de prata. "Ele o apanhará, - pensava o demônio, - e voltará atrás para gastar a moeda ou para dá-la: e, depois, provavelmente esquecerá a ermitagem". Mal, porém, Antão viu o disquinho de prata luzir-lhe diante dos passos, conheceu o logro e gritou como se o demônio pudesse ouvi-lo: "Seja para tua perdição este dinheiro". Uma chamazinha, um pouco de fumaça, e o disquinho desapareceu. Católico, a astúcia do "LEÃO" INFERNAL não mudou. Ele sabe do nosso propósito de conquistarmos o Céu, e, pelo caminho por onde passamos, ele lançará como luzentes moedas, os seus ardis. Assim como Sansão DESPEDAÇOU o LEÃO; "DESPEDACEMOS" também ao DEMÔNIO, "leão" infernal; não deixemos que ele nos atrapalhe na caminhada rumo ao Céu.
O que fazer para "DESPEDAÇAR" o Demônio?
1. Rezar com atenção, devoção, respeito e perseverança: "Somos muito fracos e os inimigos, numerosos e fortes. Como enfrentá-los e vencê-los? Tenhamos coragem e digamos com o Apóstolo: 'Tudo posso n'Aquele que me conforta' (Fl 4, 13). Tudo poderemos com a oração, por meio da qual Deus nos dará o que não temos" (Santo Afonso Maria de Ligório), e: "Pela oração, construímos uma torre fortíssima, onde estaremos livres e seguros de todas as insídias e violência dos inimigos" (São Lourenço Justiniano), e também: "São fortes as potências do inferno, entretanto, a oração é mais forte do que todos" (São Bernardo de Claraval), e ainda: "A oração é uma grande armadura, uma defesa, um porto, um tesouro. A oração é uma valiosa arma para vencer os assaltos dos demônios; é uma defesa, que nos conserva em todos os perigos; é um porto seguro contra toda tempestade; é um tesouro, que nos abastece de todos os bens"(São João Crisóstomo).
2. Viver unido a Deus: "O demônio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus" (São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor, 124).
3. Confessar e comungar com frequência: "A Confissão e a Comunhão são as duas espadas da nossa vitória contra o inimigo infernal: a primeira para o expulsar, a segunda para o manter longe" (Pe. João Colombo).
4. Fugir das ocasiões de pecar: "Quantas almas, que praticavam a oração, que frequentavam a comunhão e que se podiam chamar santas, deixaram-se prender nos tentáculos do inferno, porque não evitaram as más ocasiões" (Santo Afonso Maria de Ligório).
5. Jejuar: "Quanto a essa espécie de demônios, não é possível expulsá-la senão pela oração e pelo jejum" (Mt 17, 21).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 18 de agosto de 2008
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