POR QUAL COROA VOCÊ LUTA? (1 Cor 9, 25)
"Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível; nós, porém, para ganhar uma coroa imperecível".
Edições Theologica comenta: "Estas imagens desportivas eram muito familiares para os Coríntios, já que em cada dois anos se celebravam na sua cidade os jogos atléticos do istmo de Corinto. Com frequência, ao falar da vida cristã, o Apóstolo recorre nas suas cartas a estas imagens: a corrida (cfr. Gl 5, 7; Fl 3, 12-14; 2 Tm 4, 7); o combate (1 Tm 6, 12; 2 Tm 4, 7) e a coroa (2 Tm 4, 8)". O Pe. Juan Leal escreve: "Aqui temos vários exemplos tomados da vida desportiva para ilustrar a idéia da renúncia pela esperança do prêmio futuro. Nos vv. 24-26a, temos o exemplo do corredor. O prêmio, bravium, era o que se dava ao corredor que chegava primeiro. Geralmente consistia em uma coroa. Como correr de maneira que se alcance a vitória? Isto é o que diz o v. 25: imitando as renúncias do corredor do estádio". O católico que vive de braços cruzados e adormecido na "poltronice" jamais se salvará; pelo contrário, irá para o inferno eterno, a PÁTRIA dos preguiçosos e acomodados. O Pe. Lorenzo Turrado comenta: "A fim de ilustrar melhor essa idéia de renúncia pela esperança do prêmio futuro, se vale de uma imagem extremamente viva e realista, máximo para os coríntios, espectadores entusiastas das grandes competições desportivas, os famosos jogos ístmicos, que em cada dois anos tinham lugar em sua cidade".
Católico, saia do comodismo, porque ESTAMOS nesse mundo de passagem: "Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir" (Hb 13, 14), por isso, não percamos o TEMPO PRECIOSO que nos resta de vida NAQUILO que PASSA: "Seremos lançados numa cova e, ali, entregues à podridão, privados de tudo. No transe da morte, a lembrança de todos os gozos que em vida desfrutamos e bem assim das honras adquiridas, só servirá para aumentar nossa mágoa e nossa desconfiança de obter a salvação eterna" (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte, Consideração III, Ponto I). Sejamos sábios, prudentes, inteligentes... não percamos tempo com o que passa, mas sejamos "ATLETAS" de Deus: "...nós, porém, para ganhar uma coroa imperecível" (1 Cor 9, 25). Sejamos "ATLETAS" fervorosos, corajosos, convictos, perseverantes, ousados, intrépidos, destemidos... corramos com os olhos fixos na Felicidade Eterna, na Vida que não se acaba, na Pátria da verdadeira alegria... corramos sim, corramos muito, corramos na alegria e na dor em busca do prêmio Eterno... corramos sem olhar para trás nem para os lados... sejamos "ATLETAS" de Deus, que não se conformam com as coisas da terra, mas sim, que lutam pelo Céu: "Vamos, minha alma querida, embora custe algum cansaço; vamos a esta estância de repouso; caminhemos sempre avante para esta terra abençoada que nos foi prometida... Privar-me-ei, pois, disto e daquilo, destas coisas que me apartam do meu caminho ou me fazem parar. Farei isto e aquilo, tudo que pode servir a me conduzir e adiantar no caminho do céu" (São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devora, Parte I, Capítulo XVI). Católico, você está aqui na terra somente para SALVAR a sua ALMA IMORTAL e para CONQUISTAR o CÉU; tudo o que fizer fora isso é TEMPO PERDIDO. Sendo assim, não perca mais tempo, mas CORRA na DIREÇÃO CERTA, isto é, na DIREÇÃO do CÉU. Existem MILHARES de ATLETAS que correm atrás das coisas passageiras: "Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível!" (1 Cor 9, 25). Quanto cansaço, quantos calos nas mãos e nos pés, quantas dores nas pernas e nas costas, quantas noites sem dormir, quantas lágrimas derramadas pela vitória ou pela derrota, quanto tempo e dinheiro gastos na preparação, quantas humilhações, irritações, brigas, xingos, vaias... para GANHAR o quê? O Céu? Não! Somente para ganhar uma medalha de ouro, prata, bronze ou um troféu... para receber o aplauso do povo... para ser entrevistado em uma TV... para desfilar num carro no centro de uma cidade e se "alimentar" com alguns acenos de mãos... para ser capa de revista ou jornal... Quanta luta para tão pouco! Quem agrada o mundo recebe o aplauso do mundo e não o "aplauso" de Deus.
Católico, a DIFERENÇA do "ATLETA" de Deus com o ATLETA do mundo é MUITO GRANDE.
1. O "ATLETA" de Deus preocupa-se com a sua alma imortal; enquanto que o ATLETA do mundo cuida do corpo.
2. O "ATLETA" de Deus foge do aplauso do mundo; enquanto que o ATLETA do mundo vive a mendigá-lo.
3. O "ATLETA" de Deus se esforça para "subir" para o céu; e o ATLETA do mundo luta para subir no pódio.
4. O "ATLETA" de Deus trabalha fervorosamente para conquistar o céu, e nele, ouvir os louvores do anjos para sempre; enquanto que o ATLETA do mundo, se satisfaz em ouvir por um minuto o hino do seu país.
5. O "ATLETA" de Deus diz: "Nada para mim, tudo para Deus"; o ATLETA do mundo diz: "Tudo para mim, nada para Deus".
6. O "ATLETA" de Deus carrega nas costas a cruz de Cristo; enquanto que o ATLETA do mundo carrega a bandeira de sua pátria.
7. O "ATLETA" de Deus fica feliz ao ver as suas virtudes "tremulando"; o ATLETA do mundo se comove ao ver a bandeira de seu pais tremular.
8. O "ATLETA" de Deus luta para ter o seu nome escrito no Livro da Vida; enquanto que o ATLETA do mundo trabalha para ver o seu nome no livro dos recordes.
9. O "ATLETA" de Deus receberá como prêmio a Vida Eterna que jamais passará; enquanto que o ATLETA do mundo receberá um prêmio que acabará com o tempo.
Católico, seja "ATLETA" de Deus; LUTE fervorosamente pela COROA IMPERECÍVEL. Edições Theologica comenta: "A vida do cristão sobre a terra leva consigo necessariamente luta interior; como nas competições, há que saber encarar esta luta com ânimo desportivo, passando pelos sacrifícios que forem necessários, sem desanimar por causa dos obstáculos, das derrotas ou das misérias próprias", e: "Sentir no corpo e na alma o aguilhão do orgulho, da sensualidade, da inveja, da preguiça, do desejo de subjugar os outros, não deveria ser uma descoberta. É um mal antigo, sistematicamente confirmado pela nossa experiência pessoal. É o ponto de partida e o ambiente habitual para ganhar a nossa corrida para a casa do Pai, neste desporto tão íntimo. Por isso ensina São Paulo: quanto a mim corro, não como quem açoita o ar; mas castigo o meu corpo e o reduzo a escravidão, para que não suceda que tendo pregado aos outros, eu mesmo venha a ser réprobo (l Cor 9, 26) (...). Neste torneio de amor não devem entristecer-nos as quedas, nem sequer as quedas graves, se recorremos a Deus no sacramento da Penitência, com dor e com um bom propósito. O cristão não é um maníaco colecionador de uma folha imaculada de bons serviços. Jesus Cristo Nosso Senhor comove-Se tanto com a inocência e a fidelidade de João, como, depois da queda de Pedro, Se enternece com o seu arrependimento. Compreende Jesus a nossa debilidade e atrai-nos a Si como se fosse através de um plano inclinado, desejando que saibamos insistir no esforço de subir cada dia um pouco" (São Josemaría Escrivá, Cristo que passa, n.° 75), e também: "A participação nos bens de Jesus Cristo, anunciados no Evangelho, só se obtém pela generosidade e o Apóstolo exorta os coríntios a imitarem os atletas, que fazem todos os esforços e suportam todos os sacrifícios para conquistar a coroa de louros nos jogos istmos, a qual bem cedo seca, ao passo que a coroa do céu é imortal, pois jamais perde o viço" (PIB). Católico, a COROA oferecida pelo mundo murcha e acaba com o tempo, e quem a recebe mergulha na frustração e no vazio; somente a COROA ETERNA permanecerá para sempre. O Pe. Juan Leal comenta: "A coroa de louros que se dava ao vencedor se murchava com o tempo. A que espera o cristão no céu jamais murchará", e: "Calorosamente os exorta a que, à imitação dos atletas, não temam fazer esforços e suportar toda classe de sacrifícios para conseguir o prêmio final; eles lutam por uma coroa perecível e corruptível, enquanto que a nossa coroa é imortal e nunca perderá seu viço (v. 24-25)"(Pe. Lorenzo Turrado).
Católico, para que te servirá na hora da morte os FALSOS APLAUSOS e ELOGIOS desse MUNDO CAMALEÔNICO? Para que servirá todas as suas "GLÓRIAS" CADUCAS e a FAMA? Para NADA! Simplesmente NADA! "Vês o estado a que chegou aquele soberbo, aquele dissoluto! Ainda há pouco, via-se acolhido e cortejado pela sociedade; agora tornou-se o horror e o espanto de quem o contempla. Os parentes apressam-se a afastá-lo de casa e pagam aos coveiros para que o enterrem em um esquife e lhe dêem sepultura. Há bem poucos instantes ainda se apregoava a fama, o talento, a finura, a polidez e a graça desse homem; mas apenas está morto, nem sua lembrança se conserva. Ao ouvir a notícia de sua morte, limitam-se uns a dizer que era homem honrado; outros, que deixou à sua família grande riqueza. Contristam-se alguns, porque a vida do falecido lhes era proveitosa; alegram-se outros, porque vão ficar de posse de tudo quanto tinha. Por fim, dentro em breve, já ninguém falará nele, e até seus parentes mais próximos não querem ouvir falar dele para não se lhes agravar a dor que sentem. Nas visitas de condolências, trata-se de outro assunto; e, quando alguém se atreve a mencionar o falecido, não falta um parente que advirta: Por caridade, não pronuncies mais o seu nome!" (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte, Consideração I, Ponto I).
De que adiantou a China ABRIR as portas para MAIS de 200 nações nessas Olimpíadas, se permaneceu com as PORTAS TRANCADAS para Deus? Para que serviu tantos FOGOS, se Jesus Cristo, LUZ do MUNDO, não pôde BRILHAR em seus corações? Muitos dizem que a China será outra depois das Olimpíadas, principalmente por ter ganhado muitas medalhas. Quanta ilusão! Somente Deus pode TRANSFORMAR os corações, mas para isso, é preciso aceitar: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo" (Ap 3, 20). Toda a "beleza" oferecida pela China cairá em BREVE no esquecimento; como já caiu a de Atenas, a de Sidney e dezenas de outras. Todas as COROAS PERECÍVEIS desaparecerão; infeliz do católico que esquece do céu para se apegar a essas COISAS CADUCAS.
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 26 de agosto de 2008
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