 |
|
O IMPORTANTE É CONQUISTAR O CÉU (Mt 16, 26)
“De fato, que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida?”
São Filipe Néri, que vivia rodeado de rapazes, disse-lhes um dia: – Meus caros, se estiverem bem atentos tenho uma bela coisa para dizer-vos. – Diga, diga, padre Filipe – repetiram-lhe os rapazes cheios de curiosidade. – Pois bem; eu vos digo que há neste mundo muitos loucos e muitos velhacos. – Que quer o senhor dizer com isso, padre Filipe? – É muito simples: os velhacos são os que, vivendo no meio do mundo, trabalham sempre para o céu; loucos, porém, são aqueles que se afadigam pelas coisas da terra e caminham para a perdição eterna.
Católico, estamos aqui nesse mundo SOMENTE para CONQUISTAR o CÉU... SOMENTE o CÉU... tudo o que fizermos fora isso estamos PERDENDO TEMPO e ROUBANDO de Deus: “De todos os objetivos da nossa vida, só um é realmente necessário: chegarmos à meta que Deus nos propôs, que é o Céu. Para alcançá-lo, devemos estar dispostos a sacrificar o que for. Tudo deve estar subordinado a essa meta, a única que vale a pena. E se há alguma coisa que, ao invés de ser ajuda, é obstáculo, devemos então retificá-la ou afastá-la” (Pe. Francisco Fernández-Carvajal). Disse Nosso Senhor: “De fato, que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida?” (Mt 16, 26). As palavras de Cristo são de uma clareza meridiana: situam cada homem, individualmente, diante do Juízo Final. A salvação tem, pois, um caráter radicalmente pessoal: “Retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento” (Mt 16, 27). O fim do homem não é ganhar os bens temporais deste mundo, que são apenas meios ou instrumentos; o fim último do homem é o próprio Deus, que é possuído com antecipação aqui na terra pela graça, e plenamente e para sempre na Glória. Jesus indica qual é o caminho para conseguir esse fim: negar-se a si mesmo (isto é, tudo o que é comodidade, egoísmo, apego aos bens temporais) e levar a cruz. Porque nenhum bem terreno, que é caduco, é comparável à salvação eterna da alma. Como explica com precisão teológica Santo Tomás de Aquino: “O menor bem da graça é superior a todo o bem do universo”. Milhões de católicos estão atrás SOMENTE daquilo que PASSA: Lutam para conquistar fama, bens materiais, diplomas, bom emprego, amizades... e não fazem nenhum esforço para CONQUISTAR o mais importante: o Céu. Católico, de que adianta CONQUISTAR o MUNDO e SEUS BENS, se NÃO CONQUISTAR a Deus? Será que o MUNDO e seus BENS PODEM nos SALVAR? Não deixemos que o mundo OBSTACULIZE a nossa caminhada para a Eternidade Feliz... CORRAMOS, a cada minuto, VELOZMENTE rumo ao Céu, nossa Pátria Eterna. A vida do católico deve ser uma contínua caminhada para o Céu. Tudo nos deve ajudar a firmar os nossos passos nessa trilha: a dor e a alegria, o trabalho e o descanso, o êxito e o fracasso... Assim como nos grandes negócios e nas tarefas importantes se estudam e se acompanham até os menores detalhes, assim devemos fazer com o negócio mais importante que temos entre mãos, o negócio da nossa salvação. Devemos trazer sempre em nosso coração o DESEJO de CONQUISTAR o CÉU... é essa a OCUPAÇÃO mais importante de nossa vida: “Tudo passa e fenece depressa (1Cor 7, 29). Procuremos agir de modo que tudo nos sirva para conquistar a vida eterna” (Santo Afonso Maria de Ligório). Católico, o IMPORTANTE é CONQUISTAR o CÉU. O céu é o lugar onde Deus habita com os seus Anjos e Santos. O que é esse mundo e seus bens comparados com o Céu? É menos que um monte de lixo. O céu é um reino cujos habitantes vivem eternamente e em felicidade perfeita. O céu é um lugar em que “não haverá morte, nem pranto, nem gritos, nem dor” (Ap 21, 4). O céu é um reino onde os homens “não terão fome nem sede, nem cairá sobre eles o sol nem o calor... e Deus enxugará todas as lágrimas de seus olhos” (Idem., 7, 16-17). Existe um Céu onde se cumprem todas as promessas que Deus fez aos seus fiéis, e onde se converte em realidade santa o que recitamos tantas vezes com grande confiança nas últimas palavras do Credo: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. Católico, a VIDA é CURTA... NÃO VIVEREMOS aqui para sempre... NÃO temos aqui uma CIDADE PERMANENTE... um dia a MORTE nos “COLHERÁ”... Trabalhemos então para CONQUISTAR o CÉU: “Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir” (Hb 13, 14). Não nos esqueçamos de que o Céu é a nossa Pátria. Santo Agostinho escreve: “É mais fácil dizer-nos o que não há no Céu, do que explicar o que lá encontraremos... Lá não haverá morte, não haverá tristeza, não haverá desânimo, não haverá doença, nem fome; nenhuma sede, nenhum calor, corrupção alguma, indignação ou tristeza”, e: “Ninguém pode encarar as coisas do Céu se tem olhos cravados na terra” (Lactâncio), e também: “Se considerarmos aquilo que nos é prometido nos Céus, tornam-se velhas todas as coisas da terra; pois que os bens terrenos comparados com a felicidade eterna, servem de peso para nós e não de alívio... Não poderás chegar ao grande prêmio a não ser pelo caminho dos grandes trabalhos” (São Gregório Magno), e ainda: “Que outro bem haverá melhor, que outra felicidade mais feliz do que viver em Deus e viver de Deus?” (Santo Ambrósio), e: “Nenhum trabalho pareça duro, nenhum tempo longo de mais, quando se está a ganhar a glória da eternidade” (São Jerônimo). Rezemos com amor: “Ó glória, ó céu! Quando vos poderei ver face a face, Senhor? Meu Deus, guiai-me e protegei-me para que jamais Vos ofenda! Ó Maria Santíssima, quando me verei a vossos pés na glória do Paraíso? Socorrei-me, minha Mãe; não permitais que me condene e que me veja longe de vós e do Vosso divino Filho” (Santo Afonso Maria de Ligório).
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 14 de outubro de 2010
Bibliografia
Sagrada Escritura Pe. Francisco Alves, Tesouro de exemplos Pe. Francisco Fernández-Carvajal, Falar com Deus Edições Theologica Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, I-II, q. 113, a. 9 Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz Mons. Tihamer Tóth, A Vida Eterna Santo Agostinho, De Symbol. lib. III Lactâncio, De Vita Beata São Gregório Magno, Hom. in. Ev. Santo Ambrósio, De Offic. São Jerônimo, In Epist.
|
|
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
|
