LAVA-TE (2 Rs 5, 13)
“Lava-te e ficarás purificado”.
I. Sejamos apóstolos da confissão
Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era homem grande, honrado, rico, mas leproso. Ora, havia na Síria uma pequena escrava israelita que disse à sua patroa (mulher de Naamã) que no seu lugarejo vivia um profeta capaz de curar a lepra. Essa simples escrava não ficou de braços cruzados; mas vendo Naamã sofrendo dessa terrível doença, disse à sua patroa onde o mesmo poderia ser curado. Descruzemos também os nossos braços e indiquemos o CONFESSIONÁRIO para os católicos que estão leprosos espiritualmente (pecado mortal), onde os mesmos serão curados dessa terrível lepra. Muitos católicos vivem no pecado mortal porque ninguém se preocupa com a salvação dos mesmos: “Não há nada mais frio do que um cristão que não se preocupa pela salvação dos outros. Não digas: não posso ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer” (São João Crisóstomo). Está claro que todos podem ajudar uma pessoa a se aproximar de Deus... todos podem ser apóstolos da confissão.
II. Sejamos dóceis ao convite
Naamã sentiu nascer-lhe a esperança no coração, e, com os seus cavalos, carros e servos, correu à procura de Eliseu, e chegou ante a porta da sua casa. O profeta assim mandou-lhe: “Vai e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne ficará limpa e serás curado” (2 Rs 5, 10). Naamã não recusou nem deixou para depois, mas pôs-se logo a caminho. Quem está em pecado mortal vive longe de Deus e não deve recusar um convite para se aproximar do Criador: “A alma que pelo Batismo se tornara maravilhosamente bela (adornada com a veste da graça santificante, consagrada templo do Espírito Santo), torna-se horrível pelo pecado mortal, perde toda a beleza e glória sobrenatural, arruína-se e destrói-se, torna-se morta aos olhos de Deus” (Pe. João Batista Lehmann). Não deve também adiar, porque a morte não avisa o dia da “visita”, e quem morre em pecado mortal irá para o inferno: “As almas daqueles que saem do mundo em pecado mortal atual, imediatamente depois da sua morte descem ao Inferno, onde são atormentadas com penas infernais” (Bento XII). Infeliz daquele que diz não a Nosso Senhor; porque Ele NÃO espera sempre: “Deus aguarda o pecador a fim de que se emende; mas, quando vê que o tempo concedido para os pecados só serve para multiplicá-los, vale-se desse mesmo tempo para empregar a justiça” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Se Deus espera com paciência, não espera sempre” (Idem.).
III. Aproximemo-nos com frequência da confissão
Então Naamã foi ao rio Jordão e lavou-se sete vezes, segundo a palavra do homem de Deus. E a sua carne tornou-se rósea e limpa como a carne de uma criança. Naamã não se lavou só uma vez, mas sete vezes. Assim como a Naamã leproso foi necessário, para se curar, lavar-se na água do Jordão, assim também o homem impudico, para se curar, precisa “mergulhar” na onda salutar do sacramento da confissão. É diante dos pés do crucifixo, no tribunal da penitência, que a alma pecadora torna a ficar LINDA e CLARA como a de uma criança. A confissão “é o Sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo” (São Pio X). Naamã se lavou sete vezes para se livrar da lepra do corpo; “lavemos” também com frequência nossa alma nas “águas” da confissão. Feliz do católico que se aproxima com frequência da confissão: “É certo que, como bem sabeis, estes pecados veniais podem ser expiados de muitos e louváveis modos; mas, para progredir cada dia com mais fervor no caminho da virtude, queremos recomendar muito encarecidamente o piedoso uso da Confissão frequente, introduzido na Igreja não sem inspiração do Espírito Santo, e com o qual: 1. Aumenta o justo conhecimento de nós mesmos. 2. Cresce a humildade cristã. 3. Os maus costumes se erradicam. 4. Se purifica a consciência. 5. Se robustece a vontade. 6. Se consegue uma sã direção da consciência. 7. Se aumenta a graça santificante. Notem, portanto, aqueles que diminuem ou atenuam o apreço pela Confissão frequente, que fazem uma obra estranha ao espírito de Cristo e funestíssima para o Corpo Místico de nosso Salvador” (Pio XII). Católico, a lepra foi sempre um símbolo da paixão impura; o horrível aspecto de um leproso, no qual o corpo se corrói antes do sepulcro, é uma imagem expressiva do insulto que a impureza traz à beleza da alma. Santa Catarina de Sena, quando era cumprimentada por uma pessoa luxuriosa, não respondia, mas, virando logo as costas, confessava sentir um horrível mau cheiro que lhe provocava o vômito. Se os santos, quando ainda estavam neste mundo, sentiam tanto horror por estes pecados, imagina o desgosto que a Deus suscita uma alma poluída de impureza?!
Pe. Divino Antônio Lopes FP. Anápolis, 14 de julho de 2011
Bibliografia
Sagrada Escritura Pe. João Colombo, Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as festas do Senhor e dos Santos São João Crisóstomo, Homilias sobre os Atos dos Apóstolos, 20 Pe. João Batista Lehmann, Euntes... Praedicate! Bento XII, Constituição “Benedictus Deus”, Dz. 531 Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a morte São Pio X, Catecismo Maior, 670 Pio XII, Encíclica Mystici Corporis
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