NÃO EXISTE SANTIDADE SEM ORAÇÃO E PACIÊNCIA

(1 Pd 2, 20)

“Mas que glória há em suportar com paciência, se sois esbofeteados por terdes errado? Ao contrário, se, fazendo o bem, sois paciente no sofrimento, isto sim constitui uma ação louvável diante de Deus”.

O que fazer para santificar-nos?

É vontade de Deus que sejamos santos e grandes santos: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 2), “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48), e também: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3), e ainda: “Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas sim, para a santidade” (1 Ts 4, 7), e: “Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12, 14).

O céu é a nossa pátria. Para nela entrar é preciso ser santo!

A nossa vida futura há de ser com Deus no céu ou sem Deus no inferno. Para viver com Deus no céu é preciso que sejamos santos.

A verdadeira santidade pode adquirir-se pela oração e pela paciência. A oração põe-nos em comunicação com Deus, atrai-nos suas luzes e suas graças. Como o ramo unido ao tronco da árvore recebe abundante seiva e produz flores e frutos, assim a alma unida a Deus pela oração obtém os socorros de que necessita para nutrir a vida espiritual, produzir as flores dos bons desejos e os atos de santas virtudes. Além disso, a oração torna-nos vigilantes, atentos e fiéis às inspirações divinas; daí o progresso rápido das almas verdadeiramente piedosas: na humildade, abnegação, obediência, mansidão e outras virtudes: “A oração é o meio necessário e certo de alcançarmos todas as graças necessárias para a salvação” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Depois do batismo, a oração contínua é necessária ao homem para poder entrar no céu” (Santo Tomás de Aquino), e também: “Pela oração, merecem os homens receber o que Deus, desde a eternidade, determinou conceder-lhes” (São Gregório Magno), e ainda: “A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para receber oportunamente os socorros da salvação” (Santo Tomás de Aquino).

Mas, seremos santificados somente pela oração? Não, é necessária a provação da paciência: “... se, fazendo o bem, sois paciente no sofrimento, isto sim constitui uma ação louvável diante de Deus” (1 Pd 2, 20).

Santa Teresa de Jesus escreve: “A oração ajuda-nos a sofrer com paciência, mas é a paciência que termina a obra da nossa santificação”, e: “A doçura da contemplação desapega-nos do que é criado, mas não basta, sem o sofrimento, para nos fazer morrer a nós mesmos” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Queremos santificar-nos? Armemo-nos de coragem a fim de suportarmos sem queixa as provações interiores e exteriores que Deus nos envia: “Não existe coisa mais agradável a Deus do que sofrer com paciência e paz todas as cruzes por ele enviadas” (Idem.), e: “Todas as chagas do Redentor são outras tantas palavras que nos ensinam como devemos sofrer por ele. Esta é a sabedoria dos santos, sofrer constantemente por Jesus; assim ficaremos logo santos” (São Francisco de Sales), e também: “Todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência. Nós podemos ser mártires sem a espada, se guardarmos a paciência” (São Gregório Magno), e ainda: “A paciência é virtude tão agradável a vós, ó Deus, e tão necessária à salvação, que, sem ela, não podemos contentar-vos nem receber o fruto de nossos trabalhos por vós permitidos para salvação nossa” (Santa Catarina de Sena).

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 14 de setembro de 2011

Bibliografia

Sagrada Escritura

Pe. Luís Bronchain, Meditações para todos os dias do ano

Santa Teresa de Jesus, Escritos

Santo Afonso Maria de Ligório, A oração

Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz

Santo Tomás de Aquino, Escritos

São Gregório Magno, Escritos

São Francisco de Sales, Gallizia, Vita, 1. 6, c. 2

Santa Catarina de Sena, Epistolário

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Não existe santidade sem oração e paciência”

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