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                    JESUS PERANTE O SINÉDRIO 
                    
                    (Mt 26, 57 - 68) 
                    
                      
                    
                    “57 
                    Os que prenderam Jesus levaram-no ao Sumo Sacerdote Caifás, 
                    onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 
                    58 
                    Pedro seguiu-o de longe até o pátio do Sumo Sacerdote e, 
                    penetrando no interior, sentou-se com os servidores para ver 
                    o fim. 
                    
                    59 
                    Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam 
                    um falso testemunho contra Jesus, a fim de matá-lo, 
                    60 
                    mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas 
                    testemunhas. Por fim, se apresentaram duas 
                    61 
                    que afirmara: ‘Este homem declarou: Posso destruir o Templo 
                    de Deus e edificá-lo depois de três dias’. 
                    62 
                    Levantando-se então o Sumo Sacerdote, disse-lhe: ‘Nada 
                    respondes? O que testemunham estes contra ti?’ 
                    63 
                    Jesus, porém, ficou calado. E o Sumo Sacerdote lhe disse: 
                    ‘Eu te conjuro pelo Deus Vivo que nos declares se tu és o 
                    Cristo, o Filho de Deus’. 
                    64 
                    Jesus respondeu: ‘Tu o disseste. Aliás, eu vos digo que, de 
                    ora em diante, vereis o Filho do Homem sentado à direita do 
                    Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu’. 
                    65 
                    O Sumo Sacerdote então rasgou suas vestes, dizendo: 
                    ‘Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? 
                    Vede: vós ouvistes neste instante a blasfêmia. 
                    66 
                    Que pensais?’ Eles responderam: ‘É réu de morte’. 
                    67 
                    E cuspiram-lhe no rosto e o esbofetearam. Outros lhe davam 
                    bordoadas, 68 dizendo: ‘Faze-nos uma profecia, Cristo: quem 
                    é que te bateu?” 
                      
                    
                      
                      
                    
                    Em Mt 26, 57 diz:
                    “Os que prenderam Jesus levaram-no ao 
                    Sumo Sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam 
                    reunidos”. 
                    
                    Já estava muito tarde, era mais 
                    de meia noite, e os guardas, cheios de ódio, conduziram o 
                    Manso Cordeiro à casa de Anás, o sogro do sumo sacerdote 
                    Caifás: “Então a coorte, o tribuno e 
                    os guardas dos judeus prenderam a Jesus e o ataram. 
                    Conduziram-no primeiro a Anás, que era sogro de Caifás, o 
                    Sumo Sacerdote daquele ano” 
                    (Jo 18, 12-13). 
                    
                    Anás tinha sido sumo sacerdote 
                    do ano 6 ao 15 da nossa era. Foi logo deposto pelo 
                    procurador Valério Grato. Embora não ocupasse já nenhum 
                    cargo público, era o homem insubstituível pelo qual tinham 
                    de passar todos os assuntos importantes, pois conservava 
                    ainda muito poder e uma enorme influência social. 
                    
                    Do Getsêmani até a casa de Anás, 
                    Nosso Senhor sofreu muito: foi arrastado, empurrado e 
                    xingado: “Passaram outra vez a 
                    torrente do Cedron, levaram-no a caminho de Jerusalém, 
                    manietado, entre vozes e gritos, a toda a pressa, aos 
                    empurrões, caindo e levantando-se, à pancada, como se fosse 
                    um ladrão” (Pe. 
                    Luis de La Palma). 
                    
                    Era alta noite! Os anciãos 
                    estavam todos acordados, porque o desejo deles de condenarem 
                    o Imaculado Cordeiro era muito grande, os mesmos não queriam 
                    que passasse daquela noite. 
                    
                    Que mal havia feito Cristo Jesus 
                    para que esses repugnantes lagartos O odiassem tanto? 
                    Nenhum! O Senhor só havia feito o bem: 
                    “Ele tem feito tudo bem” 
                    (Mc 7, 37). 
                    A inveja, como um verme insaciável, corroia o coração desses 
                    monstros. 
                    
                    Os anciãos ficaram acordados até 
                    alta noite tramando para condenarem a Cristo. Lembre-se de 
                    que os inimigos da fé trabalham ferozmente para te desviar 
                    do caminho da santidade; não se intimide nem deixe de buscar 
                    a perfeição, pelo contrário, peça ao Amado Amigo que lhe dê 
                    forças para perseverar até o fim: “A 
                    verdade é que todos eles queriam nos amedrontar, pensando: 
                    ‘Suas mãos se cansarão do trabalho e jamais será terminado’. 
                    No entanto, dava-se o contrário: eu fortalecia minhas mãos!”
                    (Ne 6, 9), 
                    e: “Não tenhais medo nenhum deles, nem 
                    fiqueis conturbados” 
                    (1 Pd 3, 14). 
                    
                    Católico, quando você sofrer 
                    perseguições por fazer o bem, não se desanime nem recue, mas 
                    lembre-se continuamente de que o Senhor também foi 
                    perseguido inocentemente: “E quem vos 
                    há de fazer mal, se sois zelosos do bem? Mas se sofreis por 
                    causa da justiça, bem-aventurados sois!” 
                    (1 Pd 3, 13-14). 
                    
                    
                     Pedro, aquele Apóstolo que havia 
                    prometido seguir o Mestre até o fim, agora O acompanha de 
                    longe: “Pedro seguiu-o de longe até o 
                    pátio do Sumo Sacerdote e, penetrando no interior, sentou-se 
                    com os servidores para ver o fim” 
                    (Mt 26, 58). 
                    
                    Está claro que a atitude de 
                    Pedro de seguir a Cristo de longe não é correta, sendo que 
                    depois ele O negou. Aquele que segue a Nosso Senhor de 
                    longe, tratando-O com indiferença e frieza, acaba por 
                    negá-lO: “É suficiente mudar um 
                    advérbio na pequena frase do Evangelho para descobrir a 
                    origem das nossas deserções: quedas graves ou faltas 
                    ligeiras, relaxamentos passageiros ou longos períodos de 
                    tibieza: nós seguimo-lo de longe (…) A humanidade segue o 
                    Senhor com uma lentidão exasperante, porque há muitos 
                    cristãos que apenas o seguem de longe, de muito longe”
                    (G. Chevrot, Simão Pedro). 
                    
                    Católico, não tenha medo de 
                    seguir a Cristo Jesus, não adie a sua entrega ao Senhor do 
                    Universo, pelo contrário, escancare o coração para o Amor 
                    Eterno entrar: “Sem dúvida Deus merece 
                    que o amemos infinitamente por todos os bens que nos tem 
                    liberalizado desde que estamos na terra, assim como por 
                    todos aqueles que nos destina no céu” 
                    (M. Hamon). 
                    
                    Será que existe alguém nesse 
                    mundo que mereça todo o seu amor? Será que existe alguma 
                    criatura na face da terra que cuida continuamente de você e 
                    que morreu numa cruz para te salvar? Claro que não! Está 
                    claro que somente Cristo deve ser seguido de perto, por 
                    isso, mergulhe no Seu Infinito Amor e não se arrependerá de 
                    servir a um Senhor tão Bondoso: 
                    “Seguir a Cristo é acompanhá-lo por onde quer que Ele vá… 
                    Seguir a Cristo é ser cristão; o que segue a Cristo é de 
                    Cristo; o que segue o mundo é do mundo; porém, seguir a 
                    Cristo é seguir a verdade, seguir o mundo é seguir o erro! 
                    Em seguir a Cristo está a felicidade” 
                    (Pe. Alexandrino Monteiro, Raios 
                    de Luz, 71). 
                    
                    Anás sentia desejo de conhecer a 
                    Nosso Senhor. Ele interrogou a Cristo sobre a Sua doutrina:
                    “O Sumo Sacerdote interrogou Jesus 
                    sobre os seus discípulos e sobre a sua doutrina”
                    (Jo 18, 19). 
                    
                    Jesus Cristo, Deus Verdadeiro, 
                    lhe respondeu sem rodeio: “Falei 
                    abertamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no 
                    Templo, onde se reúnem todos os judeus; nada falei às 
                    escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram 
                    o que lhes falei; eles sabem o que eu disse” 
                    (Jo 18, 20-21). 
                    
                    Cristo Jesus não disse nenhuma 
                    mentira nem foi grosseiro, Ele foi simplesmente sincero. Um 
                    guarda não gostando da maneira do Senhor responder a Anás, 
                    deu-Lhe uma bofetada: “A essas 
                    palavras, um dos guardas, que ali se achavam, deu uma 
                    bofetada em Jesus, dizendo: ‘Assim respondes ao Sumo 
                    Sacerdote?” (Jo 
                    18, 22). Anás não era o 
                    pontífice, mas como o tinha sido, chamavam-no assim. Era a 
                    primeira vez que a mão de um homem batia nos rosto do 
                    Salvador: “…bofetada, que em todos os 
                    tempos, em todas as nações, foi sempre tida como a injúria 
                    mais vil, mais infame…essa bofetada foi dada naquele rosto 
                    Divino, que os Anjos contemplam no Paraíso!…” 
                    (Sacerdote da Congregação da 
                    Missão), e Santo Efrém 
                    diz: “Tremeram os céus, horrorizaram 
                    os Anjos, ocultaram os Querubins, cobriram suas faces com as 
                    asas os Serafins, e pasmada ficou toda a corte Celeste!”, 
                    e São João Crisóstomo também escreve: 
                    “Anjos, porque vos calais? Como vos podeis conter? Como não 
                    vingais tanta perversidade, tanta ingratidão”, e São 
                    Cirilo diz: “Se o Universo tivesse 
                    conhecimento desta injúria se teria dissolvido”. 
                    
                    Católico, não tenha medo de 
                    pregar a verdade, mesmo quando todos se voltam contra você:
                    “A verdade gera o ódio” 
                    (Santo Agostinho). 
                    
                    Santo Agostinho diz:
                    “A verdade possui poucos amigos”. 
                    Se você, católico, começar a pregar a verdade, muitos 
                    tentarão tapar a sua boca com ameaças e até com agressões; 
                    não tenha medo nem deixe de cumprir a sua missão. Pregue a 
                    verdade sem jamais adulterá-la: “Não é 
                    bom caminho pretender tornar fácil o Evangelho, silenciando 
                    ou rebaixando os mistérios que devem ser cridos e as normas 
                    de conduta que devem ser vividas. Ninguém pregou nem pregará 
                    o Evangelho com maior credibilidade, energia e atrativo que 
                    Jesus Cristo” (Pe. 
                    Francisco Fernández-Carvajal). 
                    
                    Depois de levar a bofetada, 
                    Cristo não se calou, mas cheio de mansidão disse ao guarda:
                    “Se falei mal, testemunha sobre o mal; 
                    mas, se falei bem, porque me bates?” 
                    (Jo 18, 23). 
                    
                    Aqui o Senhor se defendeu e nos 
                    ensina que devemos nos defender quando línguas malignas nos 
                    ofendem injustamente: “Durante o 
                    julgamento de Cristo diante do Sinédrio, um servo do Sumo 
                    Sacerdote deu uma bofetada no Senhor… E Jesus se defendeu… 
                    Ele deu-nos o exemplo de como se deve defender a boa fama 
                    quando injustamente nos atacam” 
                    (Ricardo Sada e Alfonso Monroy, 
                    Curso de Teologia Moral). 
                    
                    Pouco demoraram com Jesus Cristo 
                    na casa de Anás, porque a pressa para condená-lO era muito 
                    grande e já estava tarde: “Anás, 
                    então, o enviou manietado a Caifás, o Sumo Sacerdote”
                    (Jo 18, 24). 
                    
                    Em Mt 26, 59-61 diz:
                    “Ora, os chefes dos sacerdotes e todo 
                    o Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus, a 
                    fim de matá-lo, mas nada encontraram, embora se 
                    apresentassem muitas testemunhas. Por fim, se apresentaram 
                    duas que afirmara: ‘Este homem declarou: Posso destruir o 
                    Templo de Deus e edificá-lo depois de três dias”. 
                    
                    
                     Anás enviou o Manso Cordeiro 
                    manietado, isto é, com as mãos amarradas para Caifás, o 
                    verdadeiro Sumo Pontífice. O nome verdadeiro de Caifás era 
                    José. Caifás, o sobrenome pelo qual era conhecido, parece 
                    que significa o astuto ou o opressor. Com este sobrenome 
                    passou à história. 
                    
                    Já era quase madrugada! Os 
                    anciãos desejosos de condenar o Senhor, tudo indica, não 
                    estavam sonolentos. Foram avisados e foram chegando aos 
                    poucos ao palácio de Caifás. 
                    
                    
                     Sinédrio constituía o órgão 
                    supremo em matéria legislativa, religiosa e judicial dos 
                    judeus em tempos do Senhor. 
                    
                    Era tão grande o ódio do 
                    Sinédrio contra Jesus, que procuraram até falso testemunho 
                    para condená-lO à morte, mas não encontraram nada contra o 
                    Senhor: “Entretanto estavam perante o 
                    Juiz com muitas acusações, mas como eram sem fundamento, se 
                    contradiziam entre si, chegando até a dizerem que Jesus 
                    tinha afirmado que podia destruir o Templo, obra tão 
                    gigantesca e reedificá-lo em três dias, dando assim um 
                    sentido errado a suas palavras, formado com três falsidades: 
                    1ª. Não disse Jesus que ele podia destruir, mas sim, disse 
                    aos outros que destruíssem. 2ª. Lugar, não apontou para o 
                    templo material, mas para si mesmo, como muito bem tinham 
                    entendido. 3ª. Jesus não disse: Eu o reedificarei, mas o 
                    ressuscitarei” 
                    (Sacerdote da Congregação da Missão). 
                    
                    Essas falsas testemunhas 
                    disseram muitas outras mentiras e falsidades contra o 
                    Imaculado Cordeiro: “Diziam que tinha 
                    pacto com o demônio, que infringia as festas, que era 
                    comilão e bebedor, que era amigo de publicanos e pecadores, 
                    que amotinava o povo, que induzia pessoas a não pagarem 
                    impostos, que blasfemava…, só uma verdade diziam, diziam que 
                    se fazia Filho de Deus” 
                    (Pe. Luis de La Palma). 
                    
                    Católico, a vida exemplar de 
                    Nosso Senhor fez com que essas falsas testemunhas engolissem 
                    as falsidades e mentiras proferidas. A Luz Eterna não deixou 
                    que as trevas a obscurecesse. 
                    
                    Seja você sal da terra e luz do 
                    mundo! Viva sempre na presença de Deus dando bom exemplo, e 
                    assim, aqueles que quiserem te destruir não encontrarão 
                    argumentos para acusá-lo: “Seja bom o 
                    vosso comportamento entre os gentios, para que, mesmo que 
                    falem mal de vós, como se fôsseis malfeitores, vendo as 
                    vossas boas obras glorifiquem a Deus…” 
                    (1 Pd 2, 12), 
                    e: “Não haveria necessidade de pregar 
                    se a nossa vida estivesse resplandecente de virtude. Não 
                    seriam necessárias as palavras se mostrássemos as obras. Não 
                    haveria pagãos se nós fôssemos verdadeiramente cristãos: se 
                    observássemos os preceitos de Jesus Cristo, se suportássemos 
                    o ser  injustamente tratados e defraudados, se 
                    bendisséssemos os que nos amaldiçoam, se pagássemos bem por 
                    mal. Não haveria ninguém tão monstruoso que não abraçasse 
                    imediatamente a verdadeira religião, se realmente todos nos 
                    comportássemos assim” 
                    (São João Crisóstomo, Hom. Sobre 
                    1 Tim, 10). 
                    
                    O católico que dá bom exemplo é 
                    um tesouro para a Santa Igreja, enquanto que o católico 
                    escandaloso é uma desgraça dentro da mesma. 
                    
                    Nosso Senhor permaneceu sereno e 
                    tranqüilo diante do Sinédrio, porque o mesmo não tinha dado 
                    motivo para que encontrassem algo contra Ele. 
                    
                    Católico, dê sempre o bom 
                    exemplo, e não temerá as línguas falsas e mentirosas dos 
                    inimigos: “O bom exemplo é um sermão 
                    que todos podem pregar. Com ele pode fazer-se mais fruto nas 
                    almas, do que com muitos discursos que só recreiam os 
                    ouvidos. O pregar com a palavra nem a todos é concedido; mas 
                    pregar com o exemplo a ninguém é defeso” 
                    (Pe. Alexandrino Monteiro, Raios 
                    de Luz, 60). 
                    
                    Em Mt 26, 62-64 diz:
                    “Levantando-se então o Sumo Sacerdote, 
                    disse-lhe: ‘Nada respondes? O que testemunham estes contra 
                    ti? Jesus, porém, ficou calado. E o Sumo Sacerdote lhe 
                    disse: ‘Eu te conjuro pelo Deus Vivo que nos declares se tu 
                    és o Cristo, o Filho de Deus’. Jesus respondeu: ‘Tu o 
                    disseste. Aliás, eu vos digo que, de ora em diante, vereis o 
                    Filho do Homem sentado à direita do Poderoso e vindo sobre 
                    as nuvens do céu”. 
                    
                    
                     Desfilaram-se pela sala inúmeras 
                    testemunhas, mas todas falsas e mentirosas. Conhecendo 
                    portanto Caifás, que nada aproveitava, por se contradizerem 
                    e nada provarem, ou serem evidentemente falsas, e Jesus se 
                    calar, e nada responder, que pudesse servi-lo de pretexto 
                    para sua acusação. Levanta-se esse insidioso Juiz, e conjura 
                    a Jesus que diga claramente se Ele era o Cristo:
                    “Se Jesus se cala, será um desprezador 
                    da Autoridade; se nega, será  em contradição com sua 
                    doutrina; se afirma, será um blasfemo; e assim de qualquer 
                    modo será culpado. Jesus penetra seus maliciosos intentos, e 
                    previne a seus inimigos que embora lhes manifeste a verdade, 
                    não hão de o acreditar, mas pelo contrário, tomarão motivo 
                    de o condenar; todavia, responde francamente: Sim, eu sou o 
                    Cristo” (Sacerdote 
                    da Congregação da Missão). 
                    
                    Nosso Senhor ficou calado diante 
                    das falsas acusações, mas quando Caifás recorreu ao 
                    juramento mais solene, ao qual ninguém se podia subtrair:
                    “Eu te conjuro pelo Deus Vivo que nos 
                    declares se tu és o Cristo, o Filho de Deus” 
                    (Mt 26, 63), 
                    então Cristo Jesus disse: “Tu o 
                    disseste. Aliás, eu vos digo que, de ora em diante, vereis o 
                    Filho do Homem sentado à direita do Poderoso e vindo sobre 
                    as nuvens do céu” 
                    (Mt 26, 64). 
                    
                    Católico, às vezes você se 
                    encontra em certas ocasiões difíceis e embaraçosas; gente da 
                    sua própria família te coloca à prova, querendo saber se 
                    realmente você é uma pessoa verdadeira e fiel a Nosso 
                    Senhor. Não se intimide nem se acovarde, pelo contrário, 
                    seja corajoso e mostre com palavras e com o comportamento 
                    que a sua fé é convicta, e que os inimigos da Luz Eterna 
                    jamais te sufocarão: “A caridade nunca 
                    pensa mal de ninguém e o mundo o pensa sempre de toda sorte 
                    de pessoas; e, não podendo acusar as nossas ações, condena 
                    ao menos as nossas intenções. Enfim, tenham os carneiros 
                    chifres ou não, sejam pretos ou brancos, o lobo sempre os há 
                    de tragar, se puder” 
                    (São Francisco de Sales, 
                    Introdução à Vida Devota, Parte IV, 1). 
                    
                    Cristo Jesus manteve-se em 
                    silêncio diante das acusações, não convinha que o Filho de 
                    Deus falasse por medo de uma criatura. 
                    
                    Quando línguas malignas tentarem 
                    te destruir, siga o exemplo e a serenidade do Manso 
                    Cordeiro. Lembre-se de que em algumas ocasiões é preciso se 
                    defender: “Duas exceções, no entanto, 
                    é necessário fazer: a primeira concerne a certos crimes tão 
                    graves e infames de que ninguém deve sofrer a censura, se se 
                    pode justificar; a segunda é referente a certas pessoas, 
                    cuja reputação é necessária ao bem público. Neste dois 
                    casos, segundo a sentença dos teólogos, é necessário 
                    defender-se tranquilamente dos agravos recebidos”
                    (São Francisco de Sales, 
                    Introdução à Vida Devota, Parte III, 7), 
                    e o Catecismo da Igreja Católica ensina:
                    “Toda falta cometida contra a justiça 
                    e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor 
                    tenha sido perdoado” 
                    (nº. 2487). 
                    
                    Como já foi comentado, o Amado 
                    Senhor, Deus Verdadeiro, disse a Caifás que Ele era o 
                    Cristo. O Sumo Pontífice não gostou do que ouvira e com 
                    gestos de indignação rasgou as suas vestes:
                    “O Sumo Sacerdote então rasgou suas 
                    vestes, dizendo: ‘Blasfemou! Que necessidade temos ainda de 
                    testemunhas? Vede: vós ouvistes neste instante a blasfêmia”
                    (Mt 26, 65), 
                    e: “O Sumo Sacerdote, ao ouvi-lo, com 
                    a mesma fúria com que se tinha levantado, rasgou as vestes 
                    com as mãos; isto é o que costumavam fazer os judeus quando 
                    ouviam uma blasfêmia. Caifás exagerou assim o gesto para 
                    agravar mais a causa de Jesus Nazareno e condená-lo pela 
                    blasfêmia que tinha dito. O Sumo Sacerdote desnudou o peito, 
                    e Jesus pôde ver como o tinha cheio de inveja e maldade. 
                    Esse velho sacerdote mentiroso não pôde ouvir a maior 
                    verdade de todas as verdades que acabava de dizer  o novo e 
                    jovem sacerdote Jesus Cristo, e disse que a verdade era 
                    blasfêmia” (Pe. 
                    Luis de La Palma). 
                    
                    Caifás, Sumo Sacerdote, se 
                    irritou diante da resposta de Cristo Jesus, porque Nosso 
                    Senhor confessou solenemente ser o Messias, o Filho de Deus. 
                    Caifás disse que a verdade era blasfêmia. 
                    
                    Católico, cuidado para não se 
                    vender para os “Caifás” de hoje; eles estão espalhados por 
                    todos os lugares. São pessoas que querem que a verdade seja 
                    mentira e que a mentira seja verdade, que a luz seja trevas 
                    e que as trevas sejam luz, etc. Permanece firme na Santa 
                    Doutrina Católica Apostólica Romana, mesmo que tenha de 
                    suportar inúmeras perseguições, desprezos e até agressões. 
                    
                    Muitos, com a intenção de te 
                    intimidar, farão teatro como o fez Caifás rasgando as suas 
                    vestes. A túnica costumava rasgar-se por uma espécie de 
                    costura, evitando rasgar assim o tecido. Era um costume para 
                    expressar a indignação e o protesto contra os sacrilégios e 
                    as blasfêmias. 
                    
                    Não se abale com os uivos dos 
                    lobos, mas conte com a proteção de Deus e continue firme no 
                    caminho rumo à santidade: “O homem 
                    justo há de alegrar-se no Senhor e junto dele encontrará o 
                    seu refúgio, e os de reto coração triunfarão” 
                    (Sl 63, 11). 
                    
                    
                     Em Mt 26, 66-68 diz:
                    “Que pensais?’ Eles responderam: ‘É 
                    réu de morte. E cuspiram-lhe no rosto e o esbofetearam. 
                    Outros lhe davam bordoadas,  dizendo: ‘Faze-nos uma 
                    profecia, Cristo: quem é que te bateu?” 
                    
                    Em Mc 14, 64 diz:
                    “Todos julgaram-no réu de morte”. 
                    Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito:
                    “…o Filho do Homem será entregue aos 
                    chefes dos sacerdotes e escribas. Eles o condenarão à morte”
                    (Mt 20, 18). 
                    
                    Os servidores e criados dos 
                    sacerdotes, que estavam ali presentes, ao ouvirem a 
                    sentença, descarregaram contra Nosso Senhor toda a sua ira:
                    “Cuspiram na Sua divina Face! 
                    Imaginai, a Face mais bela, mais santa, que há pouco ainda 
                    estava circundada de fulgor celeste, esta Face que era uma 
                    imagem da alma mais santa, mais amante, esta Face que olha 
                    para todos os filhos dos homens com admirável misericórdia, 
                    nesta Face adorável, pobres, míseras criaturas ousam 
                    cuspir!” (Pe. J. 
                    Cabral). 
                    
                    Eles não só cuspiram na Face do 
                    Salvador, mas Lhe deram bofetadas, bordoadas e zombaram d’Ele:
                    “A degradação daqueles homens, os 
                    guias do povo, era muito grande. O exemplo dos mestres foi 
                    seguido com facilidade pelos servidores do Templo, a quem 
                    encomendaram a sua custódia durante aquela noite (Lc). Para 
                    se rirem da sua fama de profeta, vendaram-lhe os olhos e 
                    batiam-lhe, perguntando-lhe a seguir: Adivinha, Cristo, quem 
                    te bateu? São Lucas acrescenta que diziam contra ele muitas 
                    outra injúrias. Jesus deixa que lhe façam isso; e cresce em 
                    dignidade diante de todos à medida que os outros se perdem”
                    (Pe. Francisco 
                    Fernández-Carvajal). 
                    
                    Católico, é difícil de acreditar 
                    que simples criaturas, pobres e miseráveis, cuspiram e 
                    esbofetearam a Face do Divino Cordeiro. Esses estavam 
                    mergulhados no ódio e na inveja contra o Salvador da 
                    humanidade. 
                    
                    Hoje, infelizmente, milhares de 
                    católicos, quando comungam em pecado mortal, cospem e 
                    esbofeteiam a Nosso Senhor presente na Santíssima 
                    Eucaristia: “Jesus é muito ofendido na 
                    Eucaristia pelas múltiplas irreverências cometidas pelos 
                    próprios cristãos; pelos sacrilégios, cujo número e malícia 
                    causam admiração aos próprios demônios. Quantas Comunhões 
                    sacrílegas, em que Jesus é entregue ao demônio, aos atos 
                    diabólicos da magia… Quantos sacerdotes indignos que traem o 
                    seu Mestre e o entregam aos seus inimigos!” 
                    (São Pedro Julião Eymard, A 
                    Divina Eucaristia, Vol 3). 
                    
                    Seja um católico temente a Deus! 
                    Respeite a Nosso Senhor, agradeça-Lhe pelas inúmeras graças 
                    recebidas e faça tudo para agradar-Lhe. 
                      
                    
                      
                      
                    
                    Oração: 
                    Jesus Querido, ajude-nos para que  permaneçamos sempre 
                    unidos a Ti, mesmo quando aparecerem inúmeros obstáculos. 
                    
                    Aquele que O segue friamente com 
                    certeza Te abandonará, por isso, Amado Mestre, encha o nosso 
                    coração de força e amor, para que O sigamos sem jamais 
                    vacilarmos.  
                    
                    Jesus Amor, em Ti está a 
                    verdadeira alegria, fora do Teu Coração tudo é tristeza e 
                    ilusão. Robustecei-nos para que enfrentemos com paciência e 
                    serenidade a todos aqueles que quiserem nos desviar do bom 
                    caminho. 
                    
                      
                    
                    Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
                    
                    Anápolis, 13 de março de 2007 
                     
                     
                    
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