JESUS É CONDUZIDO À
PRESENÇA DE PILATOS
(Mt 27, 1-2)
“1
Chegada a manhã, todos os chefes dos
sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho
contra Jesus, a fim de levá-lo à morte. 2
Assim, amarrando-o, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o
governador”
(conferir também: Mc 15, 1; Lc 22, 66; 23, 1 e Jo 18, 28).
Apenas apontava a madrugada,
quando já se achava reunido o Sinédrio, já estavam
formuladas as acusações, declarando a Jesus culpado, não só
contra as leis Judaicas como também contra as leis
Imperiais, a fim de obter mais facilmente de Pilatos,
Presidente Romano, a confirmação da sentença de morte.
O Servo Sofredor foi culpado de
seduzir o povo, culpado de impedir que se pagasse tributo a
César e culpado de ter feito Rei e Messias.Assim todos se
levantaram para levar o Senhor até Pilatos.
Para levar o Manso Cordeiro do
Sinédrio até o palácio de Pilatos, não foram escolhidos
apenas quatro ou seis guardas, muitos inimigos do Senhor O
acompanharam: “Toda a multidão se
levantou; e conduziram-no a Pilatos”
(Lc 23, 1),
e: “Já nascera o dia, e os habitantes
da cidade tinham acordado e acorriam à portas e janelas para
ver um preso tão conhecido e admirado pela sua santidade e
obras. O Senhor ia com as mãos atadas, e a corda que lhe
atava as mãos unia-se ao pescoço: esta era a pena que se
impunha aos que haviam usado mal da sua liberdade contra o
seu povo. Sentia frio e sono naquela madrugada; o rosto,
desfigurado pelas pancadas e escarros; o cabelo despenteado
pelos últimos puxões que lhe tinham dado; intumescido o
rosto e o sangue coagulado e seco. Foi assim que o Senhor
apareceu em público pelas ruas, e todos o olhavam espantados
e aterrorizados” (Pe.
Luis de La Palma).
Jesus passa da jurisdição do
Sinédrio para a romana, pois as autoridades judaicas podiam
condenar à morte, mas não executar a sentença. E recorrem à
autoridade romana quanto antes – nas primeiras horas da
manhã – porque querem acabar com Jesus antes das festas.
Conduziram Jesus à praça do
pretório. Mas os que o acusavam não entraram no pretório,
para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa, pois os
judeus ficavam legalmente impuros se entrassem em casa de
estrangeiros: “Oh cegueira ímpia!
Parece-lhes que ficarão contaminados com uma casa estranha,
e não temem ficar impuros com um crime”
(Santo Agostinho).
Cumprem-se uma vez mais as palavras duríssimas que o Senhor
lhes dissera tempos atrás: “Guias
cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo”
(Mt 23, 24).
O procurador ou prefeito era o
magistrado sob cuja autoridade se encontrava então a Judéia.
Ainda que dependesse do legado romano da Síria, tinha o “ius
gladii” ou poder para condenar à morte um réu. Assim os
Judeus levam Cristo diante de Pilatos, com o fim de
conseguir a Sua condenação à morte. Ao conduzirem o Senhor
diante do tribunal romano, pretendem os Judeus uma sentença
pública à morte de cruz que anule a fama de Cristo e apague
a Sua doutrina.
Católico, veja como o ódio
corrói o coração desses lobos ferozes! A inveja, como um
verme insaciável os devora interiormente, e querem a todo
custo apagar a Luz Eterna: “O olho mau
têm-no não só os murmuradores, mas também os invejosos, cujo
olhar é cheio de maldade como o do demônio quando via Adão
feliz no paraíso terreal. Todo o bem do próximo
entristece-os, como se fosse coisa da sua alçada e a eles
roubada. Toda desventura do próximo alegra-os, como se fosse
para eles um ganho”
(Pe. João Colombo).
Tome, você também, cuidado com
os invejosos! Na sua própria família, no local onde você
trabalha, etc., com certeza existem pessoas que lutam
continuamente para te eclipsar, isto é, para tentar apagar
tudo aquilo que você faz de bom; essas pessoas são devoradas
pela inveja e piores que os demônios:
“Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não
inveja os outros diabos, ao passo que os homens não
respeitam sequer os participantes da sua própria natureza”
(São João Crisóstomo),
e: “A inveja assemelha o homem a
satanás” (Frei
Pedro Sinzig).
Os inimigos de Cristo queriam
aniquilá-lO o quanto antes; o bem que Ele fazia os torturava
e os enchia de ódio.
Católico, não deixe de fazer o
bem por causa dos invejosos; pelo contrário, trabalhe com
afinco, perfeição e fidelidade, e Deus que sabe de tudo, te
protegerá: “Deus, meu Deus, eu me
abrigo em ti! Salva-me de meus perseguidores todos!
Liberta-me!” (Sl
7, 2).
Oração:
Ó Manso Cordeiro, queremos seguir-Te com fidelidade e
perseverança, porque longe do Seu Doce Coração não
encontraremos o consolo que buscamos.
Em Ti, ó Humilde Senhor, a nossa
alma imortal encontrará aquela paz tão desejada, paz que
jamais encontraremos nas criaturas.
Servo Sofredor, viver unido a Ti
é doce paraíso, enquanto que a vida longe do Seu Amor é
terrível tormento.
Cordeiro Inocente, Tu foste
arrastado pelas ruas de Jerusalém e permaneceste paciente
diante de tão grande humilhação; ajude-nos a sofrer com
serenidade as provações de cada dia.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 15 de março de 2007
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