A GUARDA DO TÚMULO
(Mt 27,
62-66)
“62 No dia seguinte,
um dia depois da Preparação, os chefes dos sacerdotes e os
fariseus, reunidos junto a Pilatos,
63
diziam: ‘Senhor, lembramo-nos de que aquele impostor disse,
quando ainda vivo: ‘Depois de três dias ressuscitarei!’
64
Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até
o terceiro dia, para que os discípulos não venham roubá-lo e
depois digam ao povo: ‘Ele ressuscitou dos mortos!’ e a
última impostura será pior do que a primeira’.
65
Pilatos respondeu: ‘Tendes uma guarda; ide, guardai o
sepulcro, como entendeis’.
66
E, saindo, eles puseram em segurança o sepulcro, selando a
pedra e montando guarda”.
O dia da “Parasceve”, termo grego que significa “preparação”, era o
que precedia o sábado (cf Lc 23, 54). Chama-se assim, porque
nele se preparava tudo o necessário para tal sábado, dia de
descanso, consagrado a Deus, em que não se podia trabalhar.
Mesmo depois da morte de Nosso Senhor, os príncipes dos sacerdotes
e os fariseus não estavam satisfeitos; cegos de ódio contra
o Senhor, continuaram a trabalhar para apagar o Seu nome da
memória dos homens:
“...os chefes dos sacerdotes e os fariseus, reunidos junto a
Pilatos, diziam: ‘Senhor, lembramo-nos de que aquele
impostor disse, quando ainda vivo: ‘Depois de três dias
ressuscitarei!”
Agora, os invejosos não podendo flagelá-lO com correias de couro,
usam as suas línguas malignas:
“...aquele
impostor...
a última
impostura será pior do que a primeira”.
Católico, cuidado com o invejoso, ele é amigo do demônio. Esse tipo
de gente não se contenta nunca com aquilo que possui ou
recebe, e fica revoltado com os benefícios, elogios ou
felicidade de qualquer tipo atribuídos à outra pessoa.
O invejoso é tão cego e mau, que não respeita nem os mortos.
Mesmo estando cegos de ódio e inveja contra o Senhor, eles o temiam
e estavam preocupados com o que Ele havia dito sobre a
ressurreição:
“Os amigos
tinham-se esquecido da promessa de Jesus, pareciam não crer
no cumprimento da sua promessa: ‘ao terceiro dia
ressuscitarei’...os inimigos lembravam-se bem, e temiam que
fosse verdade. E não podiam permitir que isso acontecesse,
que, de novo, todos crescem em Jesus e restabelecessem o seu
título de Rei. Eles o tinham dito: ‘Não queremos que esse
reine sobre nós’(Lc 19, 14)”
(Pe.
Luis de La Palma).
Diz o Evangelho que eles foram falar com Pilatos:
“...os chefes dos sacerdotes e os fariseus, reunidos junto a
Pilatos”.
Era sábado, mas desta vez os hipócritas não se preocuparam em ficar
impuros:
“...não o fizeram descer ao pátio do pretório, mas entraram
dentro”
(Pe. Luis de La Palma).
Aproximando-se de Pilatos, o chamaram de “senhor”. É muito
estranho, porque Pilatos era inimigo deles; mas o chamaram
assim, porque pretendiam conseguir algo dele:
“...diziam: ‘Senhor’, lembramo-nos de que aquele impostor
disse...”
Católico, tome cuidado com o bajulador, com esse tipo de gente que
aproxima de você só quando precisa de um favor, e o pior,
com falsos elogios e com sorrisos desbotados:
“Cada qual mente ao
seu próximo, falando com lábios fluentes e duplo coração”
(Sl 12, 2).
Os inimigos do Senhor pediram que Pilatos pusesse guardas para
vigiar o túmulo até o terceiro dia:
“Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança
até o terceiro dia, para que os discípulos não venham
roubá-lo...”
Eles temiam que
os Apóstolos roubassem o Corpo de Jesus Cristo e, diriam
depois, que o senhor havia ressuscitado.
Pilatos vendo que o ódio ainda corroia o coração desses hipócritas
disse-lhes:
“Tendes uma guarda; ide, guardai o sepulcro, como entendeis”.
O Pe. Luis de La Palma escreve:
“Parece que Pilatos
queria escarnecer veladamente da sua crueldade, com a sua
ironia. Demonstrou também que estava farto deles e de todo
aquele assunto em que o tinham envolvido”.
Católico, seja prudente para não cair nas armadilhas de pessoas
interesseiras.
Quando alguém se aproximar de você querendo envolver-te em seus
caprichos e maldades, não lhe dê atenção; mas diga-lhe que
você luta somente para agradar a Deus e ajudar o próximo a
se salvar.
Existem muitas pessoas malignas que iludem os inocentes, e depois
de jogá-los no abismo, saem dando gargalhadas. Cuidado
católico, com essas hienas.
Em Mt 27, 66 diz:
“E, saindo, eles
puseram em segurança o sepulcro, selando a pedra e montando
guarda”.
Eles próprios foram com os soldados, quiseram assegurar-se por si
mesmos:
“Todas estas medidas preventivas (selar a entrada, colocar a
guarda, etc.), adotadas pelos próprios inimigos, serão
depois provas que atestam a ressurreição de Jesus Cristo”
(Edições Theologica).
Eles selaram o túmulo, talvez com cordas ou selos do Sinédrio:
“Desgraçados e miseráveis judeus! Ele que quebrou as cadeias
da morte, não ia poder quebrar os selos da sepultura?
Apressai-vos em guardar o sepulcro, selai a pedra, ponde
soldados, desta maneira engrandeceis mais a maravilha da
ressurreição; puseste sentinelas que foram testemunhas e
pregoeiras da Ressurreição do Senhor”(Santo Atanásio).
Oração:
Ó Doce Amigo,
mesmo estando no sepulcro, foste xingado pelos Seus
inimigos, que cheios de ódio e de inveja, lutavam para
apagar o Seu nome da memória dos homens.
Ó Manso Cordeiro, tenha piedade dos comunistas que se trancam em
seu egoísmo, impedindo as pessoas de O conhecer e de Te
amar.
Ó Bondoso Senhor, tenha compaixão dos ateus que imprimem livros e
papeluchos contra Ti, com a intenção de colocar dúvidas nos
corações de pessoas inocentes.
Jesus Amor, perdoai os católicos batizados e crismados que Te
perseguem ferozmente através do indiferentismo e da
ingratidão: esses são os Seus piores inimigos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 27 de março de 2007
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