|  
                      
					ESTAVA ESCURO 
					
					(Jo 20, 1) 
					  
					
					“... Maria 
					Madalena vai ao sepulcro... quando ainda estava escuro...” 
					  
					
					  
					  
					
					A hora que vão ao sepulcro é de 
					MADRUGADA, porém, quando ainda
					estava ESCURO (skotías éti oúses). É na
					hora crepuscular do amanhecer, que nesta época 
					sucede em Jerusalém às seis da manhã. 
					
					Aqui São João 
					Evangelista nomeia somente Maria Madalena, porque foi 
					ela a primeira que viu a Jesus Cristo e a que 
					provocou a visita dos dois apóstolos (Pedro e João) 
					ao sepulcro. Em Mt 28, 1 fala da “outra Maria” 
					; Mc 16, 1 menciona também a “Maria de Tiago e 
					Salomé”; Lc 24, 10, a “Juana, Maria de Tiago e 
					as demais companheiras” de Maria Madalena. 
					
					Quem ama não 
					espera... de MADRUGADA... ainda estava 
					ESCURO... o amor e a veneração 
					fazem-na ir sem demora junto ao Corpo do Senhor. 
					
					“... quando ainda 
					estava escuro...” 
					Maria Madalena
					
					não deixou de ir ao sepulcro por causa da ESCURIDÃO; 
					o fortíssimo amor que sentia por Nosso Senhor 
					Jesus Cristo a “empurrou” violentamente para 
					frente... para encontrar a Luz Eterna era 
					preciso passar pela ESCURIDÃO. 
					
					Se amamos 
					apaixonadamente a Jesus Cristo, nenhuma 
					ESCURIDÃO (perseguição, tentação, zombaria, 
					desânimo, ameaça...) pode obstaculizar e
					impedir a nossa caminhada para Ele. O 
					amor vence todas as barreiras e dificuldades... o 
					amor é um “fogo” que queima todos as obstruções. O 
					amor verdadeiro não se intimida diante da ESCURIDÃO... 
					quem ama pode tudo: 
					“Uma alma inflamada 
					do amor de Deus não consegue ficar inativa”
					(Santa Teresinha do Menino Jesus). 
					
					Milhões de pessoas 
					deixam de caminhar para Jesus Cristo por causa da 
					ESCURIDÃO (provações, obstáculos, 
					dificuldades...) que surge pelo caminho... começam bem, 
					mas não perseveram... recuam e se esmorecem... essas 
					pessoas jamais se aproximarão de Jesus Cristo e se perderão 
					eternamente... são derrotadas antes de iniciar 
					a luta: 
					“Quem retrocede condena-se voluntariamente e 
					jamais atingirá a meta: é um fraco, um vil, um desertor; 
					enquanto deve o cristão ser forte, intrépido e perseverante”
					(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena). 
					Nosso Senhor acolhe os fortes... não os 
					desertores: 
					“Quando se recorre a 
					Ele com confiança, tem-se sempre a certeza de ser bem 
					recebido. Como Ele é bom! Quanto digno é de todo o nosso 
					culto! Ele é o único e verdadeiro amigo das almas! 
					Prostremo-nos a seus pés e expandamos no seu coração toda a 
					nossa gratidão”
					(M. Hamon). 
					
					Para chegar até 
					Jesus Cristo, Maria Madalena teve que passar pela
					ESCURIDÃO; para se aproximar de Nosso Senhor, 
					o católico também tem que passar pela ESCURIDÃO, 
					isto é, pelas provações e dificuldades 
					que surgem pelo caminho: 
					“Filho, se te 
					dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova”
					(Eclo 2, 1), e: 
					“Não tenhas medo do 
					que irás sofrer. Eis que o Diabo vai lançar alguns dentro 
					vós na prisão, para serdes postos à prova”
					(Ap 2, 10), e também: 
					“Meus irmãos, 
					tende por motivo de grande alegria o serdes submetido a 
					múltiplas provações...”
					(Tg 1, 2), e ainda: 
					“Amados, não vos 
					alarmeis com o incêndio que lavra entre vós, para a vossa 
					provação, como se algo de estranho vos estivesse 
					acontecendo”
					(1 Pd 4, 12). 
					
					Santa Maria 
					Madalena não esperou o dia clarear... o 
					sol nascer... a luz do sol brilhar. Quem se 
					apaixona pela Luz Eterna, Jesus Cristo, 
					não perde tempo com a luz do sol... a  Luz de Cristo 
					Ressuscitado é bem mais forte que a luz do 
					“grande luzeiro” (Gn 1, 16). 
					
					Milhares de 
					pessoas esperam o “dia clarear” (vida 
					tranquila, sossegada e controlada) para buscar a Jesus 
					Cristo... esperam passar a ESCURIDÃO das 
					provações, crise financeira, enfermidades, tentações, 
					obstáculos, perseguições... Grande ilusão!Falta de 
					amor! Fé medíocre! Os que buscam a Jesus Cristo 
					estarão sempre em guerra e luta contra o mundo, o Demônio 
					e a carne: 
					“É preciso passar 
					por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”
					(At 14, 22), e: 
					“A tal ponto que 
					sois o nosso orgulho entre as Igrejas de Deus, por causa da 
					vossa perseverança e da vossa fé em todas as perseguições e 
					tribulações que suportais”
					(2 Ts 1, 4), e também: 
					“Decidimos, 
					contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho 
					de Deus, no meio de grandes lutas”
					(1 Ts 2, 2). 
					
					Essas pessoas 
					costumam esperar tanto tempo para buscar a Jesus Cristo, 
					que acabam por se perderem... Cristo passa: 
					“Tenho 
					medo de Cristo que passa”
					(Santo Agostinho), ou morrem antes de 
					realizarem o bem tão “planejado”, 
					“projetado” e “traçado”: 
					“Hoje Deus 
					te chama a fazer o bem; faze-o hoje mesmo, porque amanhã 
					talvez já não terás tempo, ou Deus não te chamará”
					(Santo Afonso Maria de Ligório). 
					
					Não tremamos 
					os joelhos diante da ESCURIDÃO das 
					provações, perseguições, zombarias, tentações... 
					nem esperemos o NASCER do SOL, 
					isto é, que tudo esteja tranquilo conosco e que todos 
					estejam a nosso favor... mas sim, BUSQUEMOS 
					intrepidamente a Jesus Cristo... enfrentemos tudo e a todos 
					com valentia, coragem e ousadia... com santo atrevimento e 
					doce teimosia: 
					“Fugir é próprio do 
					covarde. A cruz não acolhida torna-se duplamente pesada... 
					Duas ou três vezes na vida poderemos, porventura, demonstrar 
					que somos valentes, mas todos os dias podemos demonstrar que 
					não somos covardes. Enfrentemos o medo. O medo é mais 
					covarde do que nós. Desaparece, escapa, quando o encaramos. 
					Decidamo-nos a não ter medo de nada...”
					(Dom Rafael Llano Cifuentes), e:
					
					“Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte 
					se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem 
					covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. 
					Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a 
					Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos, 
					como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé, 
					porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a 
					pusilanimidade dos bons”
					(Leão XIII), e também: 
					“Todo aquele que 
					serve a Cristo Nosso Senhor sabe por experiência que algumas 
					vezes encontra a dor e a fadiga. Negar esta realidade 
					significaria não se ter encontrado com Deus (...). Longe de 
					nos desalentarem, as contrariedades hão de ser um acicate 
					para crescermos como cristãos; nessa luta nos santificamos e 
					o nosso trabalho apostólico adquire maior eficácia”
					(São Josemaría Escrivá). 
					  
					
					Pe. Divino Antônio Lopes FP  (C) 
					
					Anápolis, 20 de abril de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Manuel de Tuya, Bíblia comentada 
					
					Edições Theologica 
					
					Pe. Alexandrino Monteiro, Raios de luz 
					
					Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, 
					Intimidade Divina 
					
					Santa Teresinha do Menino Jesus, Escritos 
					
					M. Hamon, Escritos 
					
					São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus 
					
					Dom Rafael Llano Cifuentes, Escritos 
					
					Leão XIII, Sapientiae Christianae, 18 
					
					Santo Agostinho, Escritos 
					
					Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura 
					(texto e comentário) 
					
					Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação 
					para a morte 
					     |