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SERMÃO
(Pregado no encerramento da Santa Missão em Vila Aparecida, Jaraguá-GO, em 23 de fevereiro de 1992, às 14:00 h., na celebração da Santa Missa)
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Caríssimos fiéis, no encerramento dessa Santa Missão, quero falar-lhes sobre o vosso dever de serem autênticos e fervorosos missionários. Em 1ª Coríntios 9,16, São Paulo Apóstolo escreve: “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!” Com estas palavras de São Paulo, a Igreja Católica recorda com freqüência aos fiéis o chamamento que o Senhor lhes faz ao apostolado, em virtude dos sacramentos do Batismo e da Confirmação. O Concílio Vaticano II precisa: “Este apostolado contudo, não consiste apenas no testemunho da vida; o verdadeiro apóstolo busca ocasiões de anunciar Cristo por palavra, quer aos não crentes para os instruir, confirmar e animar a uma vida fervorosa; ‘com efeito, o amor de Cristo estimula-nos’ (2 Cor 5,14); e devem encontrar eco no coração de todos aquelas palavras do Apóstolo: ‘ai de mim, se não prego o Evangelho’ (1 Cor 9,16)” (Apostolicam actuositatem, nº 6). Prezados fiéis, diante das palavras do Apóstolo São Paulo: “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho” (1 Cor 9,16), cada católico batizado e crismado, deve abrir o coração e trabalhar fervorosamente para conquistar almas para Deus. Diante dessas palavras, nenhum católico tem o direito ou desculpa de viver de braços cruzados: “Nada há mais feio do que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros (...).Não digas: não posso ajudar os outros, pois se és cristão de verdade é impossível que não o possas fazer. As propriedades das coisas naturais não se podem negar: o mesmo sucede com isto que afirmamos, pois está na natureza do cristão agir desta forma. Não ofendas a Deus com uma falsidade. Se disseres que o sol não pode luzir, fazes uma ofensa a Deus e O torna mentiroso. É mais fácil que o sol não luza nem aqueça do que deixar de dar luz um cristão; mais fácil do que isto, seria que a luz fosse trevas. Não digas que é uma coisa impossível; o impossível é o contrário (...). Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o resto se seguirá como conseqüência natural. Não pode ocultar-se a luz dos cristãos, não pode ocultar-se uma lâmpada tão brilhante” (São João Crisóstomo, Hom. sobre Act. 20). Prezados fiéis; ai do católico que deixa de anunciar o Evangelho para viver no seu comodismo. Esse preguiçoso e acomodado terá que prestar terrível contas a Deus no dia do juízo: “Quando eu disser ao ímpio: “Ó ímpio, certamente há de morrer” e tu não o desviares do seu caminho ímpio, o ímpio morrerá por causa da sua iniqüidade, mas o seu sangue o requererei de ti” (Ez 33,8), e também: “Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado” (Tg 4,17). Nenhum católico poderá ficar indiferente, vendo tantas almas vivendo nas trevas: “O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio... Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos” (Carta Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, João Paulo II), e : “Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e por missão anunciar o Evangelho: para essa obra foram habilitados e nela empenhados pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito Santo” (Exortação Apostólica de João Paulo II, Christifideles Laici, nº 33). O católico não deve escolher lugar adequado para falar de Nosso Senhor, e muito menos escolher horário. É preciso falar de Cristo a todos e em qualquer lugar: “Deveis ser uma Igreja que procure as pessoas, que as convide não somente no chamado geral dos meios de comunicação, mas no convite pessoal, de casa em casa, de rua em rua, num trabalho permanente, respeitoso mas presente em todos os lugares e ambientes” (Discurso do Papa João Paulo II aos Bispos brasileiros por ocasião da visita ad limina Apostolorum 1995-1996). Caríssimos fiéis, o apóstolo São Paulo diz: “Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!” (1 Cor 9,16). Está claro que todos devem anunciar Jesus Cristo, isto é, a verdade, sem se preocuparem com as críticas ou perseguições: “Decidimos contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho de Deus, no meio de grandes lutas” (1 Ts 2,2), e: “Uma vez que Deus nos achou dignos de confiar-nos o evangelho, falamos não para agradar aos homens, mas, sim, a Deus, que perscruta o nosso coração” (1 Ts 2,4), e também: “...em suas pregações procure apenas agradar a Deus. Só Deus deverá servir-lhe de orientador e fim ao preparar suas práticas; jamais os louvores e aplausos da multidão” (São João Crisóstomo, O Sacerdócio, Livro V, nº 7). Pregar o Evangelho já diz tudo: pregar a verdade que liberta: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). É ridículo ver pregadores se envolverem com política ou com outros temas que não ajudam na santificação do rebanho; e a Santa Igreja proíbe esse tipo de pregação: “Não compete aos Pastores da Igreja intervir diretamente na ação política e na organização social. Esta tarefa faz parte, com efeito, da vocação dos fiéis leigos, os quais por iniciativa própria trabalham juntamente com os seus concidadãos” (Diretório para o Ministério e a Vida do Presbítero, n° 33). Caros fiéis, para o mundo mudar, é preciso pregar Cristo Jesus; somente Ele é capaz de mudar a humanidade mergulhada nas trevas do erro: “Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados” (“Evangelii Nuntiandi”, nº 22, Paulo VI). Acolhamos o chamado de Nosso Senhor, e sejamos missionários fervorosos, pregando com fé e entusiasmo a Santa Palavra de Deus.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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