Os mundanos que percorrem o caminho largo… longe do
Senhor, da santidade e da salvação, não suportam ouvir essas palavras
ditas pelo Salvador: “Renuncia a ti mesmo,
toma a tua cruz e segue-me”
(Lc 9, 23).
É melhor ouvir essas palavras de Lc 9, 3, do que
ouvir essas terríveis palavras no dia do julgamento:
“Apartai-vos de mim, malditos, ide para o fogo
eterno”
(Mt 25, 41).
Quem carrega a cruz por amor a Jesus Cristo… com
paciência, alegria, perseverança… se salvará. Aquele que foge do caminho
da cruz para trilhar a via do prazer e das máximas do mundo irá para o
inferno.
Feliz da pessoa que caminha corajosamente pela via da
cruz… essa vive segura e não teme as palavras de condenação. Quem
carrega a cruz é amigo de Jesus… e o Senhor não abandona um amigo fiel.
Aquele que vive longe da cruz vive inseguro e não suporta ouvir falar na
morte; sabe muito bem que a sua vida não agrada a Deus.
Jesus Cristo, o Servo Sofredor, será o nosso Juiz. Para
comparecer diante d’Ele com confiança, é preciso imitá-lo nesse mundo,
carregando as cruzes de cada dia. Aquele que não carrega as cruzes de
cada dia, não pode ser verdadeiro amigo de Jesus Cristo.
A cruz não é um monstro… um veneno… a perdição,
destruição… pelo contrário; a cruz é a “chave
do céu”
(Senhora Aurélia, mãe de Santa Gema Galgani); a
cruz é a “escada para o céu”
(São João Maria Vianney). Se a cruz é a
chave do céu… é a escada para o céu… por que desprezá-la? É pelo caminho
da cruz que se vai ao céu… por que buscar outra via?
Para salvar a alma imortal e espiritual é preciso
suportar com alegria as cruzes de cada dia. A salvação não está nos
prazeres desse mundo; mas sim, na cruz: “Quem
carrega a cruz com paciência salva-se; quem carrega a cruz com
impaciência, perde-se”
(Santo Agostinho).
Não há vitória nem segurança longe da cruz. Quem caminha
com a cruz às costas enfrenta os inimigos visíveis e invisíveis sem
vacilar… sem retroceder… sem desanimar.
O amigo da cruz possui a verdadeira alegria… não aquela
oferecida pelo mundo; mas sim, a que emana do interior desapegado das
coisas dessa terra.
É grande loucura e perda de tempo desprezar a cruz para
buscar a salvação na “poltronice”, no caminho fácil… longe da
renúncia, do desapego e da penitência.
Querer entrar no céu sem a cruz é pura ilusão. Ela é a
chave do céu, e sem essa chave é impossível entrar na Vida Eterna.
Para se salvar não basta tomar as cruzes de cada dia… mas
é preciso seguir a Jesus Cristo, isto é, viver santamente o momento
presente.
É preciso tomar a cruz e seguir a Cristo Jesus com
alegria e perseverança… jamais jogá-la à beira do caminho.
Muitos tomam a cruz e ficam estacionados… revoltados e
sem ação… não querem seguir a Cristo… sofrem sem amor, longe do Senhor:
“Sofrer de nada vale se não for por amor a
Jesus Cristo”
(Santo Tomás de Aquino).
Aquele que carrega a cruz com paciência e segue a Jesus…
se salvará; mas o que se revolta contra a cruz… será condenado.
Jesus Cristo carregou a pesada cruz e não a desprezou…
imitemos o nosso Mestre carregando a nossa cruz com amor… somente assim
entraremos no céu. O céu é a pátria dos amigos da cruz; enquanto que o
inferno é a pátria tenebrosa dos amigos da vida cômoda e fácil.
Nosso Senhor carregou a cruz e nela foi crucificado…
morreu no duro madeiro por amor… somente por amor. Quem ama
verdadeiramente a Deus carrega a cruz e nela deseja morrer.
Jesus tomou a cruz, não a arrastou pelo caminho. Quem
arrasta a cruz não possui um coração generoso nem a verdadeira paz:
“A cruz que arrastamos, torna-se mais pesada que
a cruz que carregamos”
(Santa Teresa de Jesus).
A vida de Jesus nesse mundo foi um oceano de sofrimentos,
provações e cruzes. Aquele que quiser ser amigo d’Ele na glória eterna
deve seguir seus passos, percorrendo o caminho estreito.
O caminho para o céu é o da cruz… único caminho. Se
existisse outro caminho, com certeza Jesus Cristo, Deus Sábio, o teria
indicado.
O caminho da cruz é seguro… quem o percorre com alegria
não se perderá, porque é o caminho indicado por Jesus Cristo:
“Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho
que conduz à Vida” (Mt 7, 14).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 04 de agosto de 2017
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