Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

20 – A cruz é bem-vinda para os amigos de Jesus Cristo

 

 

Devemos amar a cruz, porque é a nossa salvação. Aquele que foge do caminho da cruz entra pelo caminho da perdição eterna. Não há salvação longe da cruz!

Há duas espécies de cruzes: a cruz de Jesus Cristo, em que Ele morreu; e a nossa cruz pessoal, que consiste nas nossas penalidades quotidianas. Estas duas espécies de cruz merecem todo o nosso amor, porque são a causa e o instrumento da nossa salvação.

1.º A cruz de Jesus Cristo: sem essa cruz, filhos da ira e escravos do demônio por nosso nascimento, estávamos para sempre perdidos; e, por ela, Jesus Cristo derrubou as potestades infernais, lhes arrancou das mãos o decreto que nos condenava, aboliu-o com o seu Sangue e encravou-o na cruz, a fim de que nenhuma mão possa retomá-lo. Prendeu à sua cruz, como ao seu carro de triunfo, as potestades inimigas; despojou-as e arrastou-as cativas… de sorte que hoje salva-se quem quer. A cruz faz correr em toda a Igreja, pelos sacramentos, pelo santo sacrifício, pelos santos pensamentos e piedosos movimentos, todas as graças de que ela é a fonte e o inexaurível oceano; oferece a todos o perdão para o passado, valor para o presente e confiança para o futuro. Não é isto bastante para merecer todo o nosso amor?

2.º Devemos amar a nossa cruz pessoal, porque a de Jesus Cristo elevou-a a insigne honra de ser o meio mais eficaz de perfeição e o penhor da nossa eterna esperança. A paciência, que sofre a cruz, diz São Tiago, é a perfeição, é uma perfeição sólida porque foi provada no crisol (Tg 1, 4). É, segundo São Paulo, a consumação da fé (Fl 1, 29). É o penhor e a alegria da esperança. Por uma momentânea e leve tribulação, um peso imenso de glória (2 Cor 4, 17). Depois da prova, a coroa da vida. É uma das bem-aventuranças proclamadas por Jesus Cristo: Bem-aventurados os que padecem (Mt 5, 10). É uma graça especial que Deus envia aos seus melhores amigos; ela coloca-os na estrada real do céu. Basta ter fé nas palavras do Salvador para suportar a cruz mais que todas as riquezas… uma dificuldade suportada mais que todas as honras… as humilhações mais que todas as coroas… o desprezo mais que todos os aplausos… as palavras humilhantes mais que todos os louvores. Por isso, o Evangelho nos diz: Aceitai os trabalhos da vida não somente com paciência, mas também com alegria. E São Tiago acrescenta: Aceitai-as com alegria, isto é, com a alegria do pobre que recebe imensas riquezas; com a alegria do homem do povo que recebe uma coroa; com a alegria do lavrador que colhe uma rica lavoura; com a alegria do negociante que tem um grande lucro; com a alegria do general que alcança uma grande vitória (Tg 1, 2). Assim têm pensado todos os santos: São Paulo Apóstolo dizia: Eu me alegro em toda a tribulação (2 Cor 7, 4), e Santo André, quando contemplou a cruz, soltava este grito de amor: Ó boa cruz, se bem-vinda, assim como és bem desejada! São esses os nossos sentimentos? (M. Hamon).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 12 de janeiro de 2018