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      As dores de Maria Santíssima são lições de 
      fortaleza e amor. Ela, Mãe das dores, não vacilou no Calvário, mas 
      permaneceu firme e de pé para nos ensinar que não devemos correr da cruz, 
      mas sim, abraçá-la: “Perto da cruz de Jesus, 
      permaneciam de pé sua mãe...” (Jo 19,25). 
      
      Na liturgia, o estar de pé expressa, 
      sobretudo: respeito, prontidão, disposição de ação e resposta. A Virgem 
      dolorosa permaneceu de pé junto à cruz confirmando o sim dado na 
      Anunciação... o repetia, a cada segundo, com o coração: 
      “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo 
      a tua palavra!” (Lc 1,38). 
      
      A Mãe sofredora nos ensina com o exemplo de 
      perseverança a amarmos a Deus em todas as circunstâncias: nas alegrias e 
      nas dores, nas vitórias e nas derrotas... nada deve nos separar de Deus:
      “Todos querem gozar de sua alegria, poucos, 
      porém, querem sofrer alguma coisa por Ele” (Tomás de 
      Kempis), e “Quem 
      nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a 
      fome, a nudez, o perigo, a espada? Pois estou convencido de que nem a 
      morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o 
      futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra 
      criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, 
      nosso Senhor” (Rm 8,35.38-39). 
      
      A Mãe crucificada nos convida a 
      permanecermos firmes no caminho do sofrimento, porque esse é o caminho dos 
      eleitos de Deus e fora dele não existe santidade nem salvação. 
      
      Ela nos ensina que a vida deve ser de 
      renúncia e penitência... e que vida fácil é contra o Evangelho:
      “Se em algum tempo, meu irmão, alguém, seja ou 
      não prelado, quiser persuadi-lo de doutrina larga e de mais alívio, não 
      acredite, nem a abrace, ainda que lha confirmem com milagres. Penitência e 
      mais penitência e desprendimento de todas as coisas, e jamais, se quer 
      chegar a possuir a Cristo, O busque sem cruz...” (São 
      João da Cruz). 
      
      A Mãe transpassada por uma espada nos 
      convida a viver sempre no Calvário, isto é, junto à cruz de Jesus... é 
      nessa escola que adquirimos perseverança para suportarmos as tempestades 
      da vida e permanecermos de pé: “... pois sabeis 
      que a vossa fé, bem provada, leva à perseverança” (Tg 
      1,3). 
      
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Anápolis-Go, 30 de novembro de 1998 
        
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