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      Nossa Senhora das dores permaneceu em 
      silêncio ao pé da cruz: “Perto da cruz de 
      Jesus, permaneciam de pé sua mãe...” (Jo 19,25).
       
      
      A Mãe lacrimosa perdoava de coração os 
      algozes. O seu coração transpassado pela espada nos ensina a perdoar os 
      inimigos e a não amaldiçoá-los: “Abençoai os 
      que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 
      12,14). 
      
      A Virgem desolada nos ensina que é sinal de 
      santidade perdoar as ofensas, suportar com paciência e amor os 
      sofrimentos... e perdoar sempre e de coração, isto é, perdoar com 
      sinceridade: “Que vosso amor seja sem 
      hipocrisia...” (Rm 12,9). 
      
      A Virgem dolorosa, espelho de paciência, 
      nos ensina a perdoar sempre e de coração. Quando se perdoa uma injúria, o 
      coração rancoroso se esvazia... saem dele mágoa, ódio... e Deus o 
      preenche: “Perdoar a injúria recebida é curar a 
      chaga do próprio coração” (São Vicente de Paulo). 
      
      O coração de Nossa Senhora das dores é a 
      escola onde aprendemos a lição do verdadeiro perdão... perdoar sempre e 
      com amor: “Eis como meu Pai celeste agirá 
      convosco, se cada um de vós não perdoar, de coração, ao seu irmão”
      (Mt 18,35). 
      
      A Mãe aflita assistia o martírio do seu 
      divino Filho e perdoava tudo... sofria calada e com o coração tremendo de 
      dor perdoava a todos. Ela ensina com seu exemplo que o católico que perdoa 
      de coração as ofensas recebidas está bem adiantado no caminho da santidade 
      e é luz que brilha nesse mundo cheio de ódio. Ensina também que não é com 
      o mal que conquistamos o céu, mas sim, com a prática do bem:
      “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal 
      com o bem” (Rm 12,21). 
      
      Jesus Cristo não foi recebido num povoado 
      de samaritanos. Os apóstolos João e Tiago disseram:
      “Senhor, queres que ordenemos que desça fogo do 
      céu para consumi-los?” (Lc 9,54).
       
      
      A Virgem das dores não amaldiçoou os 
      algozes, não pediu castigo ou vingança do céu, não disse nenhuma palavra 
      de repreensão ou pesada... mas, simplesmente perdoava a todos. 
      
      A Mãe crucificada convida cada católico a 
      levar o verdadeiro perdão a toda parte. Nossa Senhora é a fonte onde cada 
      um pode beber desse maravilhoso exemplo. 
      
      A Mãe com o coração crucificado nos ensina 
      que o mal se vence com o bem e que somente o perdão verdadeiro e completo 
      pode transformar esse mundo tão cheio de maldade: 
      “Procurai o bem e não o mal para que possais viver...”
      (Am 5,14). 
      
      A Mãe gemente nos ensina a rezar pelos 
      perseguidores... agindo assim,  nosso coração se inunda de paz. 
      
        Ela mostra que o verdadeiro perdão vem 
      acompanhado pela oração sincera e fervorosa... e não pela reclamação ou 
      desejo de vingança: “Amai os vossos inimigos e 
      orai pelos que vos perseguem” (Mt 5,44). 
      
      A Mãe dolorosa, rocha da constância, nos 
      ensina a rezar pelos inimigos, a fazer o bem aos que nos odeiam, a 
      bendizer aos que nos amaldiçoam, a querer bem aos que nos difamam, a amar 
      de coração aos que nos desejam o mal e que ainda nos fere.  
      
      Ela é rocha da constância... não vacila 
      diante das tempestades da vida, mas persevera até o fim para dar exemplo 
      aos seus filhos: “Virgem fiel, faz-me em tudo 
      perfeito discípulo, imitador e escravo da Sabedoria encarnada, Jesus 
      Cristo teu Filho, para que possa chegar pela tua intercessão e seguindo o 
      teu exemplo” (São Luis Maria Grignion de Montfort). 
      
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Anápolis-Go, 12 de dezembro de 1998 
        
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