Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

17 – Mãe das angústias, socorro perfeito

 

 

A Virgem dolorosa fugiu para o Egito enfrentando muitas dificuldades: atravessou o deserto enfrentando tempestades de areia, calor sufocante durante o dia, frio à noite, feras, ladrões, fome e sede.

A Mãe sofredora não ficou parada à beira do caminho, mas caminhou com perseverança até a meta desejada.

A Virgem das dores nos ensina que a vida é um deserto e que não podemos ficar acomodados, de braços cruzados e sentados à beira do caminho... mas que é preciso caminhar com perseverança e enfrentar todas as dificuldades que surgirem pela frente.

A Mãe das angústias enfrentou as tempestades de areia sem vacilar; devemos imitá-la enfrentando as tempestades da vida: calúnias, perseguições, críticas e murmurações. Devemos ser firmes e perseverantes... deixando de lado a moleza e a preguiça.

Aquele que se acomoda diante das tempestades furiosas que vêm dos mundanos não é verdadeiro seguidor de Nossa Senhora das Dores; porque, o que bebe de suas dores não vacila diante das tempestades nem desanima com os ventos contrários. A Mãe lacrimosa é exemplo perfeito de perseverança nas dores.

O verdadeiro seguidor da Mãe sofredora, aquele que bebe da sua fortaleza, suporta tudo com firmeza mesmo quando a tempestade é furiosa a ponto de deixá-lo perturbado. O mesmo encontra forças para enxergar no meio das trevas a luz do exemplo da Mãe com o coração crucificado.

Para chegar até Deus é preciso atravessar o “deserto” da vida com firmeza e com o coração unido ao coração da Mãe das lágrimas; quanto mais a tempestade soprar furiosa, tanto mais  devemos nos aproximar dessa boa Mãe.

É preciso atravessar esse deserto com alegria... quanto mais furiosa for a tempestade, tanto maior deverá ser nossa felicidade: Quanto mais lutarmos neste mundo por nos sujeitarmos aos preceitos de Deus, Nosso Senhor, tanto mais seremos felizes na vida futura e tanto maior glória alcançaremos diante de Deus (Santo Ambrósio).

O católico não nasceu para o comodismo nem para a preguiça, mas para lutar e ser vitorioso. Para sair vencedor na batalha furiosa nesse “deserto” é preciso que lute sob a proteção materna da Virgem dolorosa, trazendo em seu coração a fortaleza do coração da  boa Mãe.

Para o católico permanecer de pé diante das tempestades da vida é preciso se apoiar na fortaleza e na perseverança da Mãe lacrimosa. É preciso também olhar para frente e contemplar o coração dessa boa Mãe cravado por sete espadas... assim, ele encontrará ânimo e força para enfrentar todos os obstáculos sem desanimar.

A Mãe sofredora atravessou o deserto suportando o calor sufocante do dia com perseverança e amor ao sofrimento... suportou tudo com paciência.

O católico enfrenta o calor sufocante das tentações... e essa luta é contínua.

No deserto da vida, todos estamos sujeitos às tentações: Há almas que são amiudadas e violentamente tentadas; outras há que o são apenas raras vezes e sem se sentirem profundamente abaladas (Adolfo Tanquerey). O calor da tentação atinge a todos, a uns mais, a outros menos, mas se o católico estiver sob a proteção da Mãe dolorosa sairá vencedor, porque a mesma lhe dará força para não consentir na tentação: “Uma tentação, embora durasse toda a nossa vida, não nos pode tornar desagradáveis à divina Majestade, se não nos agrada e não consentimos nela, porque na tentação nós não agimos, mas sofremos, e, como não nos deleitamos com ela, de nenhum modo incorremos em alguma culpa” (São Francisco de Sales).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis-GO, 26 de fevereiro de 2000