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      “Eles tomaram então o corpo de Jesus e o envolveram em panos de 
      linho com os aromas, como os judeus costumam sepultar. Havia um jardim, no 
      lugar onde ele fora crucificado e, no jardim, um sepulcro novo, no qual 
      ninguém fora ainda colocado. Ali, então, por causa da preparação dos 
      judeus e porque o sepulcro estava perto, eles depositaram Jesus”
      (Jo 19,40-42). 
      
      Um coração apaixonado por Cristo Jesus 
      sofre ao ficar longe d’Ele. O coração da Mãe dolorosa estava sempre unido 
      ao Coração Santíssimo de Jesus Cristo; por isso, a dor da separação foi 
      muito grande... um mar de amargura. No sepultamento de Jesus Cristo, o 
      coração de Maria Santíssima tremia de dor; porque aquele Coração tão amado 
      por ela estava sendo sepultado. 
      
      Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
      “A Mãe Santíssima vira o Filho morrer na cruz, 
      recebera-O depois de morto, e agora se vê obrigada a deixá-Lo finalmente 
      no sepulcro, para não mais gozar de sua amável presença”. Qual 
      é o coração que não sente a separação de uma pessoa amada? A Santíssima 
      Virgem sofreu e sentiu muito essa separação. Ela, a querida ovelhinha, 
      sempre fora apaixonada pelo Cordeiro Imaculado. Cuidou d’Ele quando era 
      criancinha, O acompanhou na adolescência e na juventude... o seu Coração 
      sempre esteve unido ao d’Ele. Na vida pública sempre esteve presente, 
      principalmente no Calvário; e agora, deverá separar-se d’Ele ficando assim 
      na mais completa viuvez.  
      
      Hoje, no sepultamento de um filho, muitos 
      pais pedem a morte e até se jogam dentro do túmulo... a revolta toma conta 
      deles e chegam a blasfemar contra Deus. Está claro que são pessoas infiéis 
      e vazias. 
      
      Com Maria Santíssima não foi assim. Ela 
      perdeu o seu tesouro, mas não se revoltou... não ficou reclamando da 
      vida... sofria e amava em silêncio. 
      
      Nossa Senhora, no Calvário, assistiu todo o 
      sofrimento de Jesus... porém,  Ele estava presente. Quando o seu 
      Santíssimo Corpo foi descido da cruz, ela O recebeu em seus braços... mas 
      agora tudo é diferente: Ele foi colocado no sepulcro... não dá para 
      tocá-Lo ou contemplá-Lo. 
      
      Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
      “Forma-se o cortejo fúnebre e os discípulos 
      acompanham-no juntamente com as santas mulheres. Entre as últimas, caminha 
      a Mãe Dolorosa, levando também ela o Filho à sepultura”. 
      
      A Virgem Maria mostrou a sua fortaleza em 
      tudo... também no sepultamento de Jesus Cristo. O seu Coração Imaculado 
      estava cheio de dores, mas de seus lábios não saiam palavras de 
      reclamação. 
      
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Anápolis-Go, 
      19 de abril de 2003 
        
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