Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

48 – Virgem da soledade, doce ovelhinha

 

 

Silêncio! Hoje é Sábado Santo, o Senhor está no sepulcro: “Que está acontecendo? Grande silêncio na terra. Grande silêncio e por isso solidão. Grande silêncio porque o Rei está dormindo…” (De antiga Homilia no grande Sábado Santo).

Silêncio! O Bom Pastor deu a vida por suas ovelhas (cf. Jo 10, 11), Ele está morto... está dormindo no túmulo.

O Bom Pastor está no sepulcro, mas, Maria Santíssima, a bela ovelhinha (Melitão de Sardes, bispo), está viva.

Silêncio! Hoje é Sábado Santo, a ovelhinha está só, o seu coração imaculado está transpassado de dor; aproximemo-nos dela para consolá-la.

Maria Santíssima está em sua casa; olha de um lado para o outro e não vê o seu amado e querido Pastor... o coração da humilde ovelhinha sofre terrivelmente: Chegada ali, a aflita Mãe volve os olhos em torno, e não vê mais o seu Jesus, em vez da presença do querido Filho, apresenta-lhe aos olhos todas as recordações da sua bela vida e da sua desapiedada morte (Santo Afonso Maria de Ligório).

O Bom Pastor está morto, dorme no sepulcro... a ovelhinha está viva mergulhada num mar de dor e de saudade da presença do Pastor. Olha pela porta da cozinha em direção a Belém e recorda do nascimento do seu Amor Infinito; olha pela porta da sala em direção a Nazaré e recorda da infância, adolescência e juventude do querido Jesus; olha pela janela e contempla a cruz no Calvário e recorda a Paixão dolorosa que sofrera o seu doce Filho: “Recorda-se dos abraços dados ao Filho no presépio de Belém, da conversação com ele por trinta anos na casa de Nazaré; recorda-se dos mútuos afetos, dos olhares cheios de amor, das palavras de vida eterna saídas daquela boca divina… vêm-lhe à memória os cravos, os espinhos, as carnes dilaceradas do Filho, as chagas profundas, os ossos descarnados, a boca aberta, os olhos escurecidos...” (Idem.).

Silêncio! Hoje é Sábado Santo... Maria Santíssima, a doce ovelhinha, está só. O seu coração pulsa de dor, de amor e de saudade pelo amável Pastor.

Ela sofre e ama! De seus lábios não sai nenhuma reclamação ou murmuração; em seu comportamento nada de desespero ou desânimo... mas de serenidade e fé nas Palavras do amado Filho que um dia pregou: “Mas no terceiro dia ressuscitará” (Mt 20, 19).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 15 de abril de 2006