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      Silêncio! Hoje é Sábado Santo, o Senhor 
      está no sepulcro: “Que está acontecendo? Grande 
      silêncio na terra. Grande silêncio e por isso solidão. Grande silêncio 
      porque o Rei está dormindo…” (De antiga 
      Homilia no grande Sábado Santo). 
      
      Silêncio! O Bom Pastor deu a vida por suas 
      ovelhas (cf. Jo 10, 11), Ele está morto... está dormindo no túmulo. 
      
      O Bom Pastor está no sepulcro, mas, Maria 
      Santíssima, “a bela ovelhinha”
      (Melitão de Sardes, bispo), 
      está viva. 
      
      Silêncio! Hoje é Sábado Santo, a ovelhinha 
      está só, o seu coração imaculado está transpassado de dor; aproximemo-nos 
      dela para consolá-la. 
      
      Maria Santíssima está em sua casa; olha de 
      um lado para o outro e não vê o seu amado e querido Pastor... o coração da 
      humilde ovelhinha sofre terrivelmente: “Chegada 
      ali, a aflita Mãe volve os olhos em torno, e não vê mais o seu Jesus, em 
      vez da presença do querido Filho, apresenta-lhe aos olhos todas as 
      recordações da sua bela vida e da sua desapiedada morte” 
      (Santo Afonso Maria de Ligório). 
      
      O Bom Pastor está morto, dorme no 
      sepulcro... a ovelhinha está viva mergulhada num mar de dor e de saudade 
      da presença do Pastor. Olha pela porta da cozinha em direção a Belém e 
      recorda do nascimento do seu Amor Infinito; olha pela porta da sala em 
      direção a Nazaré e recorda da infância, adolescência e juventude do 
      querido Jesus; olha pela janela e contempla a cruz no Calvário e recorda a 
      Paixão dolorosa que sofrera o seu doce Filho: 
      “Recorda-se dos abraços dados ao Filho no presépio de Belém, da 
      conversação com ele por trinta anos na casa de Nazaré; recorda-se dos 
      mútuos afetos, dos olhares cheios de amor, das palavras de vida eterna 
      saídas daquela boca divina… vêm-lhe à memória os cravos, os espinhos, as 
      carnes dilaceradas do Filho, as chagas profundas, os ossos descarnados, a 
      boca aberta, os olhos escurecidos...” (Idem.). 
      
      Silêncio! Hoje é Sábado Santo... Maria 
      Santíssima, a doce ovelhinha, está só. O seu coração pulsa de dor, de amor 
      e de saudade pelo amável Pastor. 
      
      Ela sofre e ama! De seus lábios não sai 
      nenhuma reclamação ou murmuração; em seu comportamento nada de desespero 
      ou desânimo... mas de serenidade e fé nas Palavras do amado Filho que um 
      dia pregou: “Mas no terceiro dia ressuscitará”
      (Mt 20, 19). 
      
        
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
      
      Anápolis, 15 de abril de 2006 
      			  
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