Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

53 – Rainha dos mártires, Mãe do Inocente Cordeiro

 

 

Qual mãe gostaria de ver sofrer o seu filho inocente?

Com certeza nenhuma! Mas a Virgem Dolorosa, Mãe do Inocente Cordeiro, Jesus Cristo, teve que sofrer em silêncio, vendo o Amável Senhor carregar a cruz inocentemente.

Ela, a humilde ovelhinha, quer ficar perto do Doce Cordeiro para consolá-lo nessa dura caminhada ao Calvário: “Partiu Maria com  São João. Da passagem do Filho lhe faltavam os rastos de sangue pelo caminho” (Santo Afonso Maria de Ligório), e Boaventura Baduário escreve: “A Mãe aflita tomou um atalho para ficar depois esperando numa esquina pelo Filho atribulado. Ai estava à espera dele, quando foi reconhecida pelos judeus e deles teve de ouvir injúrias contra seu amantíssimo Jesus. Talvez tivesse de escutar até motejos contra si mesma”.

O Coração da Mãe das Dores está mergulhado num oceano de dores, mas ela não desiste; a mesma enfrenta injúrias e motejos com a cabeça erguida… o amor que sente pelo Filho Inocente a faz caminhar apressadamente ao seu encontro.

O encontro entre a pura ovelhinha e o Amado Cordeiro foi doloroso. São Pedro de Alcântara escreve: “De um lado desejava contemplá-lo, de outro não tinha coragem de olhar para o seu rosto, tão digno de comiseração”, e Santa Brígida diz: “Fitaram-se, o Filho afastou dos olhos o sangue coagulado que lhe impedia a vista, então Mãe e Filho fitaram-se! Ó céus, que olhares cheios de dor! Transpassaram, como setas, esses dois corações que tanto se amavam e queriam”.

Ó Virgem Sofredora, a Senhora não se intimidou diante das injúrias e motejos dos inimigos, mas caminhou com coragem ao encontro de Nosso Senhor.

Ajude-nos Senhora, a possuirmos um grande e sincero amor no coração por Jesus Cristo, e então, enfrentaremos todos os obstáculos para unirmos a Ele.

Com certeza a Senhora ouviu grande gritaria por parte daqueles que odiavam a Nosso Senhor; mas o desejo de encontrar o Senhor era bem mais forte, e por isso, não voltou atrás.

Mãe das Dores, ajude-nos a amar verdadeiramente a Jesus Cristo; que os gritos do mundo, do demônio e da carne não atrapalhe a aproximarmos de Nosso Senhor.

A Mãe das Dores não quer apenas contemplar a Nosso Senhor, quer também abraçá-lo, mas não a deixam; Santo Anselmo diz que os carrascos a repelem com injúrias e empurram Jesus para que continue a caminhar rumo ao Calvário.

O amor de Maria Santíssima por Nosso Senhor é verdadeiro, não é um amor superficial e postiço. Ela não pode abraçar o Imaculado Cordeiro, o Doce Jesus, mas não desiste, não volta para casa e não fica sentada à beira do caminho; pelo contrário, com o Coração cheio de fortaleza e amor, caminha com Nosso Senhor rumo ao Calvário: “O Filho vai adiante, e a Mãe tomando também a sua cruz vai após Ele, para ser crucificada com Ele” (São Guilherme).

Ó Querida Senhora, o vosso exemplo enche o nosso coração de força e de amor pelo Inocente Jesus. Queremos imitá-la, principalmente na fortaleza e no amor, porque um coração apaixonado pelo Senhor não conhece obstáculos.

Para seguir a Nosso Senhor enfrentaremos todas as dificuldades e obstáculos; Cristo é o Senhor da nossa vida, por isso, nada pode atrapalhar a nossa aproximação d’Ele.

Unamo-nos à Virgem Dolorosa, ela acompanha o Senhor no caminho do Calvário: “Se víssemos uma leoa que vai após seu filho conduzido à morte, aquela fera nos causaria compaixão. E não nos inspirará compaixão o ver Maria, que vai após o seu Cordeiro Imaculado, enquanto o levam a morrer por nós?” (Santo Afonso Maria de Ligório).

A Mãe Sofredora não desanimou nem se revoltou; aprendamos também a carregar a nossa cruz com paciência e perseverança.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 09 de setembro de 2006