Qual mãe gostaria de ver sofrer o seu filho inocente?
Com
certeza nenhuma! Mas a Virgem Dolorosa, Mãe do Inocente Cordeiro, Jesus
Cristo, teve que sofrer em silêncio, vendo o Amável Senhor carregar a
cruz inocentemente.
Ela, a humilde ovelhinha, quer ficar perto do Doce Cordeiro para
consolá-lo nessa dura caminhada ao Calvário:
“Partiu Maria com São João. Da passagem do Filho lhe faltavam os rastos
de sangue pelo caminho” (Santo Afonso Maria de Ligório),
e Boaventura Baduário escreve: “A Mãe aflita
tomou um atalho para ficar depois esperando numa esquina pelo Filho
atribulado. Ai estava à espera dele, quando foi reconhecida pelos judeus
e deles teve de ouvir injúrias contra seu amantíssimo Jesus. Talvez
tivesse de escutar até motejos contra si mesma”.
O
Coração da Mãe das Dores está mergulhado num oceano de dores, mas ela
não desiste; a mesma enfrenta injúrias e motejos com a cabeça erguida… o
amor que sente pelo Filho Inocente a faz caminhar apressadamente ao seu
encontro.
O
encontro entre a pura ovelhinha e o Amado Cordeiro foi doloroso. São
Pedro de Alcântara escreve: “De um lado
desejava contemplá-lo, de outro não tinha coragem de olhar para o seu
rosto, tão digno de comiseração”, e Santa Brígida diz:
“Fitaram-se, o Filho afastou dos olhos o sangue
coagulado que lhe impedia a vista, então Mãe e Filho fitaram-se! Ó céus,
que olhares cheios de dor! Transpassaram, como setas, esses dois
corações que tanto se amavam e queriam”.
Ó
Virgem Sofredora, a Senhora não se intimidou diante das injúrias e
motejos dos inimigos, mas caminhou com coragem ao encontro de Nosso
Senhor.
Ajude-nos Senhora, a possuirmos um grande e sincero amor no coração por
Jesus Cristo, e então, enfrentaremos todos os obstáculos para unirmos a
Ele.
Com
certeza a Senhora ouviu grande gritaria por parte daqueles que odiavam a
Nosso Senhor; mas o desejo de encontrar o Senhor era bem mais forte, e
por isso, não voltou atrás.
Mãe
das Dores, ajude-nos a amar verdadeiramente a Jesus Cristo; que os
gritos do mundo, do demônio e da carne não atrapalhe a aproximarmos de
Nosso Senhor.
A
Mãe das Dores não quer apenas contemplar a Nosso Senhor, quer também
abraçá-lo, mas não a deixam; Santo Anselmo diz que os carrascos a
repelem com injúrias e empurram Jesus para que continue a caminhar rumo
ao Calvário.
O
amor de Maria Santíssima por Nosso Senhor é verdadeiro, não é um amor
superficial e postiço. Ela não pode abraçar o Imaculado Cordeiro, o Doce
Jesus, mas não desiste, não volta para casa e não fica sentada à beira
do caminho; pelo contrário, com o Coração cheio de fortaleza e amor,
caminha com Nosso Senhor rumo ao Calvário:
“O
Filho vai adiante, e a Mãe tomando também a sua cruz vai após Ele, para
ser crucificada com Ele” (São Guilherme).
Ó
Querida Senhora, o vosso exemplo enche o nosso coração de força e de
amor pelo Inocente Jesus. Queremos imitá-la, principalmente na fortaleza
e no amor, porque um coração apaixonado pelo Senhor não conhece
obstáculos.
Para seguir a Nosso Senhor enfrentaremos todas as dificuldades e
obstáculos; Cristo é o Senhor da nossa vida, por isso, nada pode
atrapalhar a nossa aproximação d’Ele.
Unamo-nos à Virgem Dolorosa, ela acompanha o Senhor no caminho do
Calvário: “Se víssemos uma leoa que vai após
seu filho conduzido à morte, aquela fera nos causaria compaixão. E não
nos inspirará compaixão o ver Maria, que vai após o seu Cordeiro
Imaculado, enquanto o levam a morrer por nós?”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
A
Mãe Sofredora não desanimou nem se revoltou; aprendamos também a
carregar a nossa cruz com paciência e perseverança.
Pe.
Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 09 de setembro de 2006
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