A
Mãe Desolada que sofreu tudo por amor… contempla Simão Cireneu ajudando
o seu Amado Filho a carregar a cruz obrigado… sem amor.
Simão Cireneu não sofre amando; mas sim, carrega a cruz sem olhar para o
prêmio eterno… está perto de Cristo, mas não aceita com alegria o
caminho da cruz.
A
Virgem Lacrimosa sofre com fé… enquanto que o Cireneu sofre revoltado.
Ela suporta o sofrimento em paz… e Simão Cireneu abraça a cruz sem amor.
A Virgem quer agradar a Deus; enquanto o Cireneu não se preocupa em
agradá-lo… está completamente fora do caminho:
“Neste vale de lágrimas não pode ter a
verdadeira paz interior senão quem recebe e abraça com amor os
sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus” (Santo Afonso Maria de Ligório).
A
Virgem, fonte das lágrimas, sofria amando, porque era santa… foi
concebida sem o pecado… era justa e cheia de graça. Simão Cireneu,
naquele momento, estava perto de Cristo… mas longe do caminho da
salvação. Abraçou a cruz, mas permaneceu com o coração fechado para o
Salvador. Nem todos que seguem a Cristo aceita o seu amor… porque o seu
amor é exigente.
O
Cireneu abraçou a cruz com os braços, mas não com o coração…
interiormente ele a rejeitou. A Mãe Desolada não a abraçou com os
braços; mas sim, com o Coração. Quem sofre por amor agrada o Salvador:
“O sinal mais certo para saber se uma pessoa
ama a Jesus Cristo é, não tanto o sofrer, mas o querer sofrer por amor
d’Ele”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Alguém escreve: Narra o próprio Evangelho que, à saída da cidade,
achando-se Jesus Cristo extremamente cansado, brutalmente capturaram os
soldados certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, o qual voltava
do seu trabalho. Puseram-lhe aos ombros a cruz e constrangeram-no a
levá-la atrás do Salvador… Por este tão breve serviço prestado à força,
abençoou-o Jesus, a ele e a seus filhos, dando-lhes em paga o mais
precioso dos bens: o dom da fé cristã e da santidade. Tornaram-se
santos!
É a
regra geral de Jesus Cristo em suas relações: fazer o bem a todos!
Principalmente a quem lhe presta um serviço, por mínimo que seja.
Quem sofre por amor a Cristo não é abandonado por Ele… o Senhor
recompensa um coração generoso.
Depois de abraçar a cruz à força, Simão Cireneu teve contato com o
Sangue do Senhor que “banhava” o madeiro… o Salvador o abençoou
pelo breve serviço… e o seu coração foi “invadido” pela paz que a
revolta não pode dar.
A
Virgem Dolorosa, mesmo com o Coração transpassado de dor, não fugiu do
sofrimento… mas perseverou unida ao Filho sofredor. Simão Cireneu
voltava do campo, estava cansado… tentou se esquivar em carregar a cruz,
mas a abraçou e foi abençoado pelo Senhor:
“Simão Cireneu submeteu-se e mereceu que o Salvador lhe tocasse o
coração, convertendo-o” (São Pedro Julião Eymard).
Está claro que é na cruz que encontramos a salvação… é nesse caminho que
purificamos: “Para se chegar à união com Deus
são necessárias as tribulações” (Santa Catarina de Gênova).
Pe.
Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 23 de setembro de 2017
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