Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

72 Mãe angustiada, apaixonada pelo Filho

 

 

Muitas mães não suportam assistir a morte dos filhos e fogem para longe desesperadas e em pranto… algumas evitam saber notícias sobre o filho enfermo, não suportam a dor.

A Virgem Dolorosa, com o Coração Imaculado transpassado de dor, não se afastou do Calvário… mas permaneceu no Monte dos amantes contemplando o seu Filho moribundo.  Ela disse o sim no dia da Anunciação; e agora no Calvário repete esse sim.

Algumas mães que permanecem ao lado dos filhos na hora da morte, procura dar-lhes todo o alívio possível: “Conserta-lhes a cama para que esteja em posição mais cômoda; serve-lhes refrescos, e assim a pobre mãe procura aliviar a própria dor” (Pe. Thiago Maria Cristini).

Com a Santíssima Virgem não foi assim… ela assistiu o sofrimento do Senhor, a sua morte na cruz… e não pôde consolá-lo nem aliviar a sua dor.

O Coração da Mãe das Dores sofria, estava mergulhado num oceano de dores… e ela permanecia ao pé da cruz, não se afastou.

Imitemos o exemplo de Nossa Senhora nas horas difíceis… soframos com paciência sem nos afastarmos de Jesus Cristo. Contemplemos a Cristo Crucificado, e teremos forças para suportarmos o peso da cruz. Aquele que se afastar de Jesus Cristo nas provações, será “esmagado” pela cruz.

Quem foge da cruz não imita Jesus nem a Virgem Maria… volta as costas para o céu e se envereda pelo caminho do inferno.

A Mãe Lacrimosa ouviu o Filho Amado pedir água antes de morrer: Tenho sede. Ela contempla o Senhor que sofria… sofria junto com Ele, mas não pôde matar a sua sede, não lhe foi permitido dar uma gota de água para o Cordeiro Inocente: “Filho, tenho somente a água das minhas lágrimas” (São Vicente Ferrer).

O Filho que estava com sede não se desesperou nesse momento difícil… a Virgem Mãe também não se desesperou nem se revoltou por não poder atender o pedido do Amado Filho… o importante é fazer a vontade de Deus.

Nossa Senhora das Dores quer que permaneçamos fiéis e confiantes quando não for possível realizarmos o bem que queríamos fazer… e também quando o nosso pedido não for atendido. Devemos sim, inclinar a nossa cabeça diante da vontade do Criador… o que nos santifica e nos salva é fazer com alegria a vontade de Deus… sem desespero nem revolta.

A Mãe Crucificada permanecia diante do Filho Crucificado… mãos e pés transpassados por três grossos cravos… Ele não podia se mover na cruz, e ela não podia dar-lhe nenhum conforto nesse momento tão doloroso. O Senhor da vida estava morrendo… e a Mãe da Soledade não podia consolá-lo.

Quando estivermos “crucificados” em uma cama, sem poder nos mover… e a dor “invadir” o nosso corpo, não nos desesperemos… mas contemplemos a Cristo Crucificado a Virgem Sofredora imóvel ao pé da cruz, e suportaremos a dor com paciência e alegria.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 25 de novembro de 2017