“Ele lhes disse de novo: ‘A paz
esteja convosco!” (Jo 20, 21).
Cristo Jesus, Senhor da paz, apareceu aos apóstolos e lhes
desejou a verdadeira paz. Cristo desejou-lhes a paz depois de sofrer
muito... de passar pela Sangrenta Paixão.
Está claro que a verdadeira paz só é possível depois de
percorrermos o caminho estreito e passarmos pela porta apertada. É pura
ilusão tentar adquirir a paz sem renúncia e sacrifício.
Muitos buscam a paz no vazio do mundo, correm de um lado para
outro e só encontram decepção e angústia, porque a “paz” que vem de
baixo causa tristeza, enquanto que aquela que vem do alto enche a alma de
tranquilidade.
É triste contemplar o povo procurar paz em lugares totalmente
adversos à mesma: botecos, salão de bailes, carnaval, imoralidades, novelas,
etc. Corre, corre e continua vazio.
A paz vem do alto, vem do Coração de Nosso Senhor. Aquele que
se aproxima desse peito sagrado e dessa chaga generosa viverá sempre
mergulhado na verdadeira paz... paz que não se acaba.
Um coração que está cheio de pecados não pode possuir a
verdadeira paz; Cristo não reina em um coração mergulhado nas trevas:
“A paz pode coexistir com sacrifício e as
tribulações, mas não com o pecado” (Bem-aventurado José
Allamano, A Vida Espiritual, Parte III, Capítulo 29), e Santo
Agostinho diz: “A paz consiste na tranquilidade
da ordem” (De Civilitate Dei, Lib. 19, c. 13).
Alguns se enganam pensando que as pessoas sonolentas e lerdas
são cheias de paz; nada disso: “A paz é algo
muito importante; porém, não deve ser confundida com aquela passividade que
poderia ser fruto de um caráter frio, apático e, portanto, indolente”
(Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Parte III, Capítulo
29).
A paz só é possível se Cristo estiver reinando no coração.
Sem Cristo Jesus é impossível possuir a verdadeira paz:
“A paz santa consiste em conformar-nos em tudo
com a vontade de Deus, de maneira que, entre Deus e a alma, não haja divisão
e só reine entre eles uma única vontade, não em palavras e desejos, mas nas
obras. Assim, quando sabe ser uma coisa de maior serviço do Esposo… nada
mais escuta, nem as razões do entendimento, nem os temores… mas deixa agir a
fé, sem cuidar do próprio descanso ou interesse” (Santa
Teresa de Jesus, CAD 3, 1), e Santa Catarina de Sena também
escreve: “E vós, Jesus Cristo, reconciliador,
reformador e redentor nosso, vos fizestes mediador, verbo, amor: e da grande
guerra que o homem havia feito com Deus, fizestes a grande paz…”
(Preghiere de elevazioni, pp. 17. 21).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
Anápolis, 04 de maio de 2003
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